China/Taiwan reitera que "não está subordinada” à China após aviso de MNE chinês
Bissau, 29 ago 24 (ANG) - Taipé sublinhou hoje que “não está subordinada” a Pequim, um dia após o chefe da diplomacia da China ter dito que "a independência de Taiwan é o maior risco para a paz e a estabilidade".
Na quarta-feira, o ministro
dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, defendeu que “Taiwan pertence à
China e a China vai unificar-se".
O Ministério dos Negócios
Estrangeiros de Taipé condenou fortemente estas declarações, sublinhando que
estão “longe da realidade em relação a Taiwan”, e sublinhou que a República da
China (nome oficial de Taiwan) e a República Popular da China “não estão
subordinadas entre si”.
“A contínua intimidação e
opressão da China sobre Taiwan, bem como as suas ambições flagrantes de
expansão militar, são a maior fonte de risco para a paz e estabilidade
regionais”, denunciou o ministério, insistindo que as aspirações expansionistas
de Pequim “vão além de Taiwan”.
“A aliança da China com a
Rússia, tornando-se um apoio fundamental para a invasão da Ucrânia e pondo em
perigo a segurança transatlântica, reflete que as ambições da China vão para
além de Taiwan, transcendem a região e tornaram-se uma ameaça significativa ao
nível global”, referiu o ministério, num comunicado.
Neste contexto, Taiwan
“continuará a reforçar a sua capacidade de autodefesa” e a defender uma “ordem
internacional baseada em regras”, de forma a “garantir a paz, a estabilidade e
a prosperidade” no Estreito e em toda a região, acrescentou o comunicado.
Wang Yi defendeu na
quarta-feira que "os Estados Unidos devem honrar os seus compromissos de
não apoiar a independência de Taiwan. E devem parar de armar Taiwan”.
As declarações surgiram após
a última reunião em Pequim entre Wang e o conselheiro de segurança nacional da
Presidência dos Estados Unidos, Jake Sullivan.
De acordo com um comunicado
divulgado pela Casa Branca, Sullivan "sublinhou a importância de manter a
paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan" e "a preocupação com o
apoio da RPC (República Popular da China) à base industrial de defesa da Rússia
e o seu impacto na segurança europeia e transatlântica”.
Jake Sullivan e Wang Yi
encontraram-se cinco vezes nos últimos 18 meses, incluindo uma vez em
Washington e outra durante a cimeira de novembro entre o Presidente
norte-americano, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na Califórnia
(EUA).
Iniciada terça-feira, a visita
de Sullivan decorre quando o Japão, signatário de um tratado de segurança com
os Estados Unidos, acusou a China de “grave violação” da sua soberania depois
de um avião ter entrado no seu espaço aéreo.
As Filipinas, ligadas aos Estados Unidos por um tratado de defesa mútua, acusaram Pequim de ser o “maior perturbador” da paz na região.ANG/Lusa
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