Rússia/Kremlin recusa negociar por causa
de incursão ucraniana em Kursk
Bissau, 19 Ago 24 (ANG) – O Kremlin assegurou
hoje que não negociará com a Ucrânia após a ofensiva lançada por Kiev há quase
duas semanas na região fronteiriça russa de Kursk.
“Nesta
fase, em face desta aventura, não vamos discutir. (…) Neste momento, seria
completamente inapropriado iniciar um processo de negociação”, disse o
conselheiro diplomático do Presidente Vladimir Putin, Yuri Ushakov, em
declarações ao meio de comunicação social russo Shot.
Mykhailo
Podoliak, conselheiro do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha dito
na sexta-feira que um dos objetivos da ofensiva na região de Kursk era forçar
Moscovo a negociações “justas”.
Embora
tenha reiterado que Kiev não pretendia ocupar parte do território russo, também
observou que, no caso de potenciais negociações, seria necessário encontrar uma
forma de colocar a Rússia “do outro lado da mesa”.
Hoje,
Zelensky insistiu na ideia de que um dos objetivos da incursão ucraniana em
Kursk é criar uma zona tampão no território do país agressor.
"Neste
momento, a principal tarefa das nossas ações defensivas é destruir o máximo
possível do potencial russo, do seu potencial de guerra, e maximizar os nossos
contra-ataques", explicou Zelensky no seu mais recente discurso noturno.
“Isto
inclui a criação de uma zona tampão no território do agressor – a nossa
operação na região de Kursk”, reconheceu Zelensky.
O
líder ucraniano argumentou que tudo o que inflige danos ao Exército, ao Estado,
à defesa ou à economia da Federação Russa ajuda a Ucrânia a impedir a
propagação da guerra e a pôr-lhe fim com “uma paz justa para a Ucrânia”.
No
entanto, as negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas
desde a primavera de 2022, com Moscovo a insistir na exigência de que a Ucrânia
aceite a anexação de parte do seu território.
Volodymyr Zelensky disse querer desenvolver até novembro - data das eleições presidenciais nos Estados Unidos - um plano que sirva de base para uma futura cimeira de paz para a qual o Kremlin deve ser convidado. ANG/Lusa
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