Política/ Liga Guineense dos Direitos Humanos apela ao Presidente da República a exonerar filha do cargo de conselheira
Bissau, 29 Ago 24(ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH) apelou quarta-feira ao Presidente da República Umaro Sissoco Embalo, a exonerar filha do
cargo de conselheira.
Lembrou que Umaro Sissoco Embaló tem criticado
bastante os dirigentes das outras formações políticas sobre a questão da
nomeação com base em nepotismo e agora, vendo ele a nomear a sua própria filha,
isso contraria tudo aquilo que têm sido as suas declarações e põe em causa a própria credibilidade da
Presidência da República", considera este membro da LGDH.
Formada, de acordo com o seu
perfil, em governação global pela Universidade de Birkbeck em Londres, e em
Gestão pelo ISCTE em Lisboa, Suzana Sissoco Embaló exerceu, segundo a mesma
fonte, o cargo de assistente administrativa no Ministério guineense dos
Negócios Estrangeiros, entre Maio de 2022 e Outubro de 2023, sendo agora
conselheira especial do Presidente da República.
Ainda segundo o mesmo perfil,
antes de ser nomeada conselheira, Suzana Sissoco Embaló, acompanhou o pai na
visita que ele efectuou à China em meados de Julho. Antes disso, está
referenciada na mesma rede que fez parte da delegação da Guiné-Bissau na
cimeira África-Coreia em Junho.
O estatuto que tinha na
época a filha do Presidente também é motivo de questionamentos do ponto de
vista de Gueri Gomes. "Independentemente desta nomeação, nós já sabíamos que o
Presidente, tem viajado antes da nomeação com a sua filha em missões usando
fundos do Estado, sem nenhuma justificação. Essa nomeação vem só formalizar
aquilo que é tendência do Presidente da República de ter à sua
filha e de permitir a sua filha puder, em certo momento, representar o Estado
da Guiné-Bissau", diz o activista.
Gueri Gomes Lopes refere, noutro aspecto, que as comptências da
filha do Presidente também não estão em causa. "Há várias pessoas com competência para
tal (ser conselheiro especial). Porque é que o Presidente não propunha nomear
esses cidadãos? Nós assistimos o Presidente da República a nomear ou a exercer
influência para a nomeação da sua filha. Mas isso aconteceu em outras instituições,
não na própria Presidência da República. E o Presidente da República actual
ultrapassou esses limites. Para nós, mostra pouca seriedade da parte do
Presidente da República" considera o militante dos Direitos
Humanos.
"É tempo de o Presidente reconsiderar essa
nomeação, exonerando a sua filha dessa função, permitindo que a Presidência da
República, enquanto instituição, tenha uma certa credibilidade junto dos
cidadãos. Porque um dos aspectos negativos de nepotismo é de
desacreditar a própria instituição. Quem vai acreditar que a filha do
Presidente da República estará em melhores condições de poder aconselhar o
Presidente da República ou de exercer essas funções junto com o Pai?",
conclui o porta-voz da LGDH.ANG/JD/ÂC
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