Palestina/Hamas responde a ministro israelita
e pede escalada de violência
Bissau, 26 Ago 24 (ANG) – O Hamas pediu hoje
aos palestinianos da Cisjordânia ocupada para aumentarem a violência contra os
israelitas em resposta às declarações do ministro da Segurança Nacional de
Israel, Ben Gvir, que sugeriu construir uma sinagoga na Esplanada das
Mesquitas.
“O
que o ministro terrorista Ben Gvir revelou esta manhã sobre a sua intenção de
construir uma sinagoga judaica na mesquita sagrada de Al Aqsa representa um
anúncio perigoso”, disse o movimento islamita Hamas, num comunicado.
Questionado
durante uma entrevista à rádio do Exército, Ben Gvir respondeu afirmativamente
sobre se permitiria a existência de uma sinagoga na Esplanada – local conhecido
como Monte do Templo entre os judeus, que alberga a mesquita de Al Aqsa e é o
terceiro sítio mais sagrado do Islão, depois de Meca e Medina.
“Apelamos
ao nosso povo na Cisjordânia e no interior ocupado [território israelita] para
que se mobilize e marche pelos pátios de Al Aqsa e confronte os planos da
ocupação”, ripostou hoje o Hamas.
O
movimento islamita ainda encorajou a “corajosa resistência e a juventude
revolucionária” a escalar a violência contra “o inimigo criminoso e os bandos
de colonos”.
O
Hamas acrescentou que as políticas israelitas - a que atribuem a culpa pela
ocupação da Cisjordânia, que é ilegal segundo o Tribunal Internacional de
Justiça, ou pelas visitas regulares de judeus e colonos à Esplanada das
Mesquitas - apenas "adicionam mais combustível ao fogo".
Hoje,
o ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, voltou a defender
o direito dos judeus de rezarem no Monte do Templo, em Jerusalém.
“As
políticas no Monte do Templo permitem orações, ponto final”, disse Ben Gvir
durante uma entrevista à rádio do Exército.
Esta
foi pelo menos a quarta vez que o polémico ministro, um radical anti-árabe,
insiste que os fiéis judeus podem ir ao Monte do Templo, também conhecido como
Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islão, apesar de a
tradição que vigora desde 1967 (quando Israel ocupou Jerusalém Oriental)
estabelecer que o local é reservado ao culto dos muçulmanos.
Em
resposta, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, acusou Gvir de estar a colocar em
risco a segurança nacional e o ministro do Interior, Moshe Arbel, pediu ao
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que o demitisse.
A
Autoridade Nacional Palestiniana - que governa pequenas partes da Cisjordânia
ocupada - condenou também as declarações do ministro da Segurança Nacional,
garantindo que o apelo de Ben Gvir para danificar a mesquita de Al Aqsa (pela
sua sugestão de construir ali uma sinagoga) foi é uma tentativa de “arrastar a
região para uma guerra religiosa que queimará toda a gente”, de acordo com uma
declaração do porta-voz presidencial Nabil Abu Rudeineh, referida pela agência
de notícias oficial palestiniana, Wafa.
O
gabinete de Netanyahu esclareceu, embora não tenha mencionado Ben Gvir, que
“não há alterações no que diz respeito à posição do Governo sobre a Esplanada
das Mesquitas. ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário