ONU/Guterres condena a "impunidade quase total" que existe no mundo
Bissau, 29 Ago 24(ANG) - Em
conferência de imprensa, em Díli, depois de um encontro com o presidente José
Ramos-Horta, António Guterres considerou que a falta de respeito pela carta das
Nações Unidas, pela lei internacional e pelas potências faz que continuem
guerras como a do Sudão, Médio Oriente, República Democrática do Congo ou
Myanmar.
O secretário-geral das
Nações Unidas chegou esta quarta-feira a Timor-Leste para uma visita oficial de
três dias no âmbito dos 25 anos do referendo que pôs fim à ocupação
indonésia e permitiu a independência do país.
Em conferência de imprensa,
depois do primeiro encontro com o presidente José Ramos Horta, António
Guterres denunciou a "impunidade que hoje impera no mundo" e que
impede a resolução de várias guerras.
Duvido sinceramente que uma
situação similar hoje tivesse o mesmo resultado. Com as divisões geopolíticas
que existem, duvido que o Conselho de segurança votasse unanimemente e duvido
que se criassem as condições de aceitação para que uma intervenção desse tipo
em qualquer outro ponto do mundo possa ter lugar.
Guterres disse que
actualmente não há respeito "pela carta das Nações Unidas, pela lei
internacional e pelas potências”, defendeu reformas "absolutamente
essenciais" das instituições multilaterais.
Sobre Timor-Leste,
considerou que “a restauração da independência não foi um fim, mas um novo
começo que exigiu unidade e determinação para ultrapassar os obstáculos”, e
destacou a evolução em áreas como a educação, acesso à electricidade, combate à
insegurança alimentar, desigualdade de género, desemprego jovem e melhoria no
acesso a cuidados de saúde.
Hoje estou aqui como
testemunha de uma nação que se soube afirmar e que prevaleceu, em paz e
harmonia com os seus vizinhos, uma democracia consolidada e assente no respeito
pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
Por seu lado, o Presidente
timorense recordou que António Guterres foi primeiro-ministro de Portugal “num
período crucial para Timor-Leste”, conseguindo convencer os Estados Unidos a
aceitarem uma intervenção da ONU no país.
Para Ramos-Horta, Guterres é
“um homem brilhante, inteligente e com grande coração”.
O chefe de Estado condecorou o secretário-geral da ONU com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta distinção do país.ANG/RFI
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