Espanha/Pessoa mais velha do mundo morre
aos 117 anos
Bissau, 20 Ago 24 (ANG) - A pessoa mais velha
do mundo, a espanhola María Branyas Morera, morreu hoje aos 117 anos em Olot,
no nordeste da Espanha, anunciou a família na sua conta na rede social X
(antigo Twitter).
María
Branyas sobreviveu à pandemia de gripe espanhola em 1918, a duas guerras
mundiais, à Guerra Civil em Espanha, bem como à covid-19, em 2020, pouco depois
de completar 113 anos e da qual recuperou em poucos dias.
Segundo
a família, a centenária, que “morreu como quis, quando dormia, em paz e sem
dor”, teria dito há alguns dias: “Um dia vou partir (…) deixarei de existir
neste corpo. Um dia que desconheço, mas que está muito perto, esta longa viagem
terminará. A morte encontrar-me-á exausta de ter vivido tanto, mas quero que me
encontre sorridente, livre e satisfeita”.
A
mensagem foi publicada pouco antes das 11:30 (menos uma hora em Lisboa) pelos
seus próximos, que disseram querer lembrar-se dos “seus conselhos e gentileza”.
“Sinto-me
fraca. A minha hora aproxima-se. Não chorem, não gosto de lágrimas. E,
sobretudo, não tenham pena de mim. Para onde for, serei feliz”, podia ler-se na
segunda-feira na conta gerida pela sua família.
María
Branyas era a decana do mundo, segundo o Grupo de Investigação Gerontológica
(GRG), com sede nos Estados Unidos, e o Livro dos Recordes Guinness, tendo
sucedido à francesa Lucile Randon, que morreu em janeiro de 2023 aos 118 anos.
Agora
a pessoa mais velha do mundo é a japonesa Tomiko Itooka, nascida a 23 de maio
de 1908, contando assim 116 anos, segundo o GRG.
A
decana espanhola vivia há mais de 20 anos no lar de idosos Santa Maria del
Tura, em Olot, na Catalunha.
Nascida
a 4 de março de 1907 em São Francisco (oeste dos Estados Unidos), para onde a
sua família tinha emigrado, veio para Espanha em 1915.
Em
1931, casou com um médico, que morreu aos 72 anos, e teve três filhos (um dos
quais morreu aos 86 anos), 11 netos e vários bisnetos.
A sua
filha mais nova, Rosa Moret, octogenária, disse uma vez que a sua mãe nunca
tinha estado hospitalizada, nem tinha tido uma fratura.
Uma
equipa da Universidade de Barcelona estudou o seu ADN para determinar as causas
da sua longevidade e um dos investigadores, Manel Esteller, declarou-se
surpreendido com o seu bom estado de saúde, numa entrevista ao diário espanhol
ABC, divulgada em outubro de 2023.
"Está
completamente lúcida. Lembra-se com impressionante acuidade de momentos em que
tinha apenas quatro anos e não tem nenhuma doença cardiovascular, o que é comum
em pessoas mais idosas. Os únicos problemas que tem são de mobilidade e
audição. É incrível", disse o especialista em genética.
A francesa Jeanne Calment, que morreu em 1997 com 122 anos e 164 dias, é a pessoa mais velha conhecida até hoje. ANG/Lusa
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