Bélgica/Comissão
Europeia pede aos países da UE para doarem vacinas contra Mpox a África
Bissau, 23 Ago 24 (ANG) – A Comissão Europeia pediu hoje aos
Estados-membros da União Europeia (UE) para disponibilizarem vacinas e
medicamentos para África devido ao surto da nova variante, mais perigosa, de
monkeypox (mpox), indicando estar disponível para organizar as doações.
“Escrevi aos ministros
da Saúde da UE sobre os planos de doação de vacinas e terapêuticas contra o
vírus mpox. A solidariedade mundial é fundamental para enfrentar as ameaças
globais à saúde”, escreveu a comissária europeia da tutela, Stella Kyriakides,
numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
“Contamos com os
Estados-membros para apoiarem os nossos parceiros africanos na gestão do
surto”, sendo que “a Comissão está pronta a coordena” a mobilização,
acrescentou a responsável.
Na missiva, partilhada
na mesma rede social, Stella Kyriakides defendeu que, perante o surto em vários
países africanos, é necessário “agir em conjunto, de forma coordenada e
sustentada”.
Depois de o executivo
comunitário já ter organizado a mobilização de 215 mil doses de vacinas, a responsável
admite que “as doses necessárias para combater o atual surto são,
evidentemente, muito mais elevadas”.
“Vários Estados-membros
e países terceiros anunciaram a sua intenção de doar doses aos países afetados
e a África. As doações europeias terão um impacto mais imediato se forem
coordenadas e canalizadas com a abordagem da [iniciativa conjunta] Equipa
Europa, já testada e comprovada, como foi feito com sucesso durante a pandemia
de covid-19”, adiantou.
Com a carta, Stella
Kyriakides pede então que, até final de agosto, os países notifiquem Bruxelas
sobre a “intenção de doar vacinas e terapêuticas contra o vírus mpox e quais os
volumes disponíveis para doação”.
A posição surge depois
de uma reunião técnica na semana passada, em Bruxelas, em resposta à emergência
de saúde pública internacional declarada pela OMS face ao atual surto de mpox
na República Democrática do Congo, na qual não foram porém decididas novas
medidas.
Há uma semana e após um
primeiro caso importado na Europa, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das
Doenças estimou ser “altamente provável” que a UE tenha mais casos importados
de mpox, após a nova variante ter aparecido nesse caso detetado na Suécia
importado de África.
Ainda assim, segundo o
centro europeu, a probabilidade de transmissão sustentada na Europa é muito
baixa, desde que os casos importados sejam diagnosticados rapidamente e que
sejam aplicadas medidas de controlo.
Também nessa altura, a
Direção-Geral da Saúde esclareceu que nenhum dos casos de mpox reportados em
Portugal é da variante mais perigosa da doença (clade I).
Logo depois de a Suécia
ter registado o primeiro caso de uma variante mais contagiosa e perigosa da
doença, a OMS alertou para a possibilidade de serem detetados na Europa outros
casos importados de mpox.
A OMS já tinha
declarado, em meados de agosto, o surto de mpox em África como emergência
global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma
dezena de países e uma nova variante em circulação.
Esta é a segunda vez em
dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a
saúde internacional, um alerta que foi inicialmente levantado em maio do ano
passado, depois de a sua propagação ter sido contida e a situação ter sido
considerada sob controlo.
A nova variante pode ser
facilmente transmitida por contacto próximo entre dois indivíduos, sem
necessidade de contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante
de 2022.
O mpox transmite-se sobretudo pelo contacto próximo com pessoas infetadas, incluindo por via sexual. ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário