Venezuela/Exército declara “lealdade absoluta” a Maduro após decisão judicial
Bissau, 23 Ago 24 (ANG) - As Forças Armadas da Venezuela
confirmaram a “lealdade absoluta” ao Presidente Nicolás Maduro, após a última
instância judicial validar os resultados das presidenciais, rejeitados pela
oposição e parte da comunidade internacional.
O exército, “sempre fiel
à constituição e à lei”, indicou que “cumpre absoluta e categoricamente a sentença”
emitida pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ, na sigla em espanhol),
“validando os resultados anteriormente emitidos pelo Conselho Nacional
Eleitoral (CNE)”.
“Mais uma vez, o Estado
venezuelano, através das suas instituições legítimas, garante o respeito pela
vontade política do soberano, a preservação da paz e a estabilidade da nação”,
lê-se na nota.
No comunicado, Padrino
lamenta ainda que "grupos fascistas de extrema-direita" tenham
tentado alterar a situação.
Estes "tentaram
levar a cabo um golpe de Estado", recorrendo "à violência e ao
confronto entre venezuelanos, bem como a atos terroristas, de vandalismo e
cibernéticos, devidamente controlados pelos esforços da união
cívico-militar-policial, mas que infelizmente deixaram um saldo desastroso de vários
mortos e feridos, bem como danos materiais consideráveis”, referiu.
A Venezuela realizou
eleições presidenciais a 28 de julho, após as quais o CNE atribuiu a vitória a
Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu
candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos
votos.
A oposição venezuelana e
diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e
exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente,
o que o CNE diz ser inviável devido a um ciberataque de que alegadamente foi
alvo.
Os resultados eleitorais
têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de
segurança, com o registo de mais de 2.200 detenções, 25 mortos e 192 feridos.
A Câmara Eleitoral do
TSJ certificou “sem objeções” os resultados do CNE e, assim, considerou Maduro
como Presidente eleito da Venezuela para o período 2025-2031.
A decisão foi tomada em resposta a um pedido de Maduro para rever os totais de votos, depois de a oposição ter publicado registos de votação ‘online’ de 80% das cabines de voto, mostrando que Urrutia ganhou com mais do dobro dos votos do atual chefe de Estado. ANG/Lusa
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