quinta-feira, 12 de setembro de 2024


Cabo Verde
/Vera Duarte destaca Amílcar Cabral como um pensador e um visionário

Bissau, 12 Set 24(ANG) – A escritora Vera Duarte destacou hoje a figura de Amílcar Cabral como um "pensador e um visionário" que pensou coisas para além do seu tempo.

"É um líder, ao reunir todos os combatentes da pátria, tanto de Cabo Verde como da Guiné-Bissau para a luta pela independência desses dois países", disse, Vera Duarte, em entrevista à Inforpress, no âmbito do centenário de Cabral que se assinala hoje, 12 de Setembro.

Considerou que para ele a luta de libertação "não era apenas" conquistar a independência, mas sim conquistar a independência e tirar o povo do sofrimento e ajudá-los a se tornarem cada vez mais cultos, ou seja, a emancipação dos povos era uma das prioridades dele.

Acrescentou que no quesito cultura Amílcar Cabral trabalhou "muito bem" sobretudo a questão da identidade dos homens e mulheres de Cabo Verde e Guiné-Bissau, por considerar que a participação das mulheres na luta poderia ser importante e disse entender que a luta pela libertação, liderada por Cabral é, em si, um acto de cultura.

"Ele lutou para combater a submissão e a alienação dos povos coloniais. Esta é a maior dimensão ética da batalha dele, pois mostrou a sua luta, apesar de estarmos sob domínios coloniais", frisou.

Lembrou que Amílcar Cabral, enquanto homem da Cultura, foi fundador e colaborador da criação da Academia dos escritores e das actividades culturais quando estudava no liceu em São Vicente. Aos 15 anos publicou o seu primeiro caderno de poesia “nos intervalos da arte da minerva e quando cupido acerta no alvo".

"Ao longo dos tempos ele publicou vários pequenos cadernos de poesia, mas acredita-se que ainda há alguns que não foram publicados”, sublinhou.

A escritora lembrou, igualmente, o discurso que ele fez no dia 08 de Março de 1969, nas zonas libertadas sobre a emancipação da mulher, pelo direito à vida, ao trabalho, à dignidade e a ser considerado companheiro na luta.

"Ele é um testemunho que influenciou e inspirou o pensamento de várias pessoas no mundo para a tomada de posições com os seus discursos. Actualmente muitas universidades do mundo estudam o pensamento dele", disse.

Por outro lado, destacou também que a língua portuguesa que, segundo Cabral, “é uma das ‘melhores coisas’ que os portugueses deixaram”, referindo que a língua não é senão um instrumento para os homens se relacionarem uns com os outros, é um meio para falar, para exprimir as realidades da vida e do mundo.

 A mesma fonte mencionou um conjunto de pensamentos deste combatente, como a luta pelos direitos da mulher tanto a nível da educação, quanto à participação e ser dirigente de qualquer sector.

"Devemos a Amílcar Cabral o reconhecimento eterno por nos ter tirado das colónias", concluiu.

Amílcar Cabral, filho do professor Juvenal Lopes Cabral (cabo-verdiano de ascendência guineense) e de Iva Pinhel Évora (nascida na ilha de Santiago, Cabo Verde), nasceu a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá, na então Guiné portuguesa (hoje Guiné-Bissau) e foi assassinado a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, República da Guiné.

As comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Lopes Cabral, um político, agrónomo e referenciado como um “teórico marxista”, têm sido marcadas por diversos eventos académicos, culturais, políticos, desportivos, sociais em várias partes do mundo. ANG/ Inforpress


    Centenário A Cabral/Investigador Sumaila Jaló diz ser necessário resgatar o pensamento revolucionário de Cabral para as lutas de hoje"

Bissau, 12 Set 24 (ANG) - O investigador guineense, Sumaila Jaló, participou na mesa redonda sobre Cabral e a Juventude: um debate inter-geracional.

O estudante em doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra afirma ser preciso "resgatar o pensamento revolucionário de Amílcar Cabral - enquanto ideologia progressista - para as lutas de hoje".


RFI: Amílcar Cabral teve uma relação profunda com a juventude, tanto no contexto do movimento de libertação como em termos de inspiração política e ideológica. Esta relação entre o legado de Cabral e a juventude ainda existe?

Sumaila Jaló: Existe há uma transdimensão em que podemos falar dessa relação de Cabral com a juventude. Uma primeira dimensão que é a dimensão da ausência, que consiste nas tentativas de apagamento do legado da luta e da acção revolucionária de Amílcar Cabral e dos seus camaradas no espaço público, tanto no sistema educativo como no espaço dos partidos políticos para a mobilização pública. No próprio PAIGC que ele ajudou a fundar que, a partir do golpe de 14 de Novembro de 1980, se desligou com a sua base ideológica fundadora, pan africanista, socialista e que pugna pelo progresso do povo realizado pela mobilização do próprio povo, mas também uma tentativa muito actual de certos poderes políticos identificados no caso da Guiné-Bissau, que decretam a celebração do Dia da Independência a 16 de Novembro, dia das Forças Armadas e não 24 de Setembro, que é o dia da proclamação unilateral histórica da independência da Guiné-Bissau. Uma tentativa de militarização do poder, mas também, muito recentemente, através de um despacho que impede a fixação de cartazes no espaço público para a celebração do centenário. Primeiro esta ausência, depois a presença na cultura em toda a sua dimensão na produção cultural. A figura de Cabral e o legado da luta aparece e a partir da produção cultural que a juventude se conecta com o legado de Amílcar Cabral. Através disso, os movimentos sociais que, tanto na Guiné-Bissau como em Cabo Verde, assim como nas suas diásporas, se mobilizam com base no pensamento revolucionário de Amílcar Cabral, para a transformação. Finalmente, há uma dinâmica de resgate da figura de Cabral.

O que eu acredito é que essa dinâmica de resgate não seja no sentido de salvar o pensamento do Cabral, porque isso está salvo, 51 anos depois do seu assassinato, nós ainda falamos de Cabral e celebramos Cabral e o seu pensamento. O que nós precisamos é um resgate para o pensamento revolucionário de Cabral enquanto ideologia progressista e de transformação da realidade que nos sirva para as lutas de hoje, as lutas para a emancipação do povo guineense e cabo-verdiano, mas sobretudo para a construção de uma nova vida na paz e na dignidade em Cabo Verde, na Guiné-Bissau, em África e para toda a Humanidade.

E porque é que acontece esse distanciamento entre as classes políticas, com a sociedade civil e este legado de Amílcar Cabral?

Este desligar de entidades políticas, particularmente partidos políticos com as bases populares que mobilizam deu-se primeiro, como o próprio PAIGC, que é um movimento revolucionário de massas na sua origem. Mas a transição de sistema de partido único para a liberalização económica e depois para a abertura política. Não estou a dizer que estas aberturas não deviam ter acontecido, mas não são motivos para um partido dessa dimensão esvaziar do seu espaço o pensamento comprometido com a transformação dessas massas populares. O que aconteceu foi o aburguesamento das lideranças desses partidos políticos que repeliu a sua relação com as massas populares e essa desconexão começou a gerar desconfianças desse próprio povo que alimentou o surgimento do PAIGC com esta estrutura. Esta dinâmica se alastrou para todos os outros partidos criados com a abertura democrática: Em vez de o partido ser uma instituição ao serviço da população, o partido passou a transformar-se em entidades que se servem do erário público produzido pela população e pela massa popular.

Amílcar Cabral defendia a educação política dos jovens. Acreditava que o futuro da África dependia da formação das novas gerações conscientes e preparadas, Muitos jovens foram educados pela visão de auto-determinação e igualdade. O que é que aconteceu a estes jovens? Onde é que estão estes jovens hoje? E o que é que fizeram pelo país?

Há duas questões aqui: Quando o PAIGC e o resto dos outros partidos políticos se transformaram em espécies de castas para incorporar interesses pessoais e não interesses colectivos, quadros até formados por esses partidos, na linha progressista de servir para a transformação da realidade, para o benefício de todos. Quadros que não se inscreveram na lógica de instrumentalização do partido para agendas particulares tinham duas possibilidades ou continuar e acomodar-se na destruição da base ideológica fundadora do PAIGC, por um lado, dos outros partidos que queriam ser alternativas ou então vão fora do partido político. O que acontece? Por um lado, há uma fuga de quadros, aqueles que recusaram acomodar se no sistema para não ser cúmplice da destruição do nosso país, na Guiné-Bissau, também em Cabo Verde encontrou outros refúgios fora dos nossos países.

Mas há aqueles outros que se acomodaram nos espaços das ONGs ou arranjaram outra forma de sobrevivência, mais uma vez, para não fazerem parte do sistema a destruir o país. Só que nenhuma dessas opções funciona como alternativa a esses lugares de mobilização política. O que nós devemos começar a pensar em fazer é criar alternativas de todas as dimensões, tanto no espaço político quanto no espaço social e de mobilização cultural. Três dimensões fundamentais para construção de qualquer sociedade no mundo, disputarmos esses espaços, afirmarmos nos nesses espaços com novas agendas viradas para o progresso. O progresso nada mais é do que trabalhar colectivamente, consentir sacrifícios que são indispensáveis consentir para a melhoria das nossas vidas. Porque a luta de libertação, o legado de Amílcar Cabral e dos seus companheiros, se continuar só no domínio teórico e não for concretizado no domínio da transformação da vida das populações, não serve para nada que não seja teoria e que não encontra a prática que transforme a realidade das nossas mobilizações.

Este legado de Amílcar Cabral foi esquecido pelos nossos representantes?

Foi. Primeiro porque o pensamento de Amílcar Cabral é sólido e é um pensamento que não dialoga bem com demagogia, que não dialoga bem com traição, que não dialoga bem com corrupção, que não dialoga bem como mentir ao povo. É um legado assentado em princípios éticos, morais e de compromisso patriótico que as actuais lideranças políticas não têm na sua gramática política. Por isso, não estão interessados em conhecer Amílcar Cabral.

Amílcar Cabral e o seu pensamento inquietam. Amílcar Cabral e o seu pensamento fazem-nos perguntar onde estamos e por onde vamos caminhando. Lideranças políticas interessadas em construir castas, em consolidar burguesias para a captura do erário público, para interesses localizados e não colectivos, nunca estarão interessados na afirmação e consolidação do pensamento cabralista nas nossas sociedades. Por isso é que esse pensamento é repelido através de decretos e através de despachos que pretendem apagar do espaço público. Mas isso é impossível porque, mesmo que existam mais do que esses decretos, o pensamento de Cabral que já se consolidou 50 anos na academia, na cultura, nos movimentos sociais e mesmo nesses partidos políticos, apesar de uma lógica instrumentalizada e demagoga.

Amílcar Cabral tornou-se um símbolo de luta contra o colonialismo e a opressão. Nos últimos 50 anos surgiram líderes que foram ou são vistos hoje como mentores ou guias pelos mais jovens?

Não têm surgido muitos. Há líderes que nós podemos reconhecer que tenham feito esforço em Cabo Verde e também para a África. Nós devemos reconhecer a força, a resistência e a longevidade do compromisso patriótico do comandante Pedro Pires é um exemplo. Apesar de todas as dificuldades com que se confrontou no contexto em que foi primeiro-ministro de Cabo Verde e Presidente da República, manteve o vínculo com os valores da luta de construir o bem-estar dos nossos povos. Ensinou-nos a pensar na nossa unidade, que é um legado histórico, mesmo que essa unidade não exista numa dimensão binacional.

No caso da Guiné-Bissau, nós tivemos Presidentes da República, como o Luís Cabral, que herdou uma linha, se esforçou a afirmar nos primeiros anos da independência. Depois houve três Presidentes da República, a quais eu tenho muito respeito na Guiné-Bissau.

Malam Bacai Sanhá pelo seu carácter. Em tempos em que tipos de liderança que tivemos na altura não só se divorciaram destes princípios éticos e morais, mas se desafiaram com o próprio povo. Se nós olharmos para todos os Presidentes da República na Guiné-Bissau, podemos olhar para esta figura de Malam Bacai Sanhá como aquele que não teve muito tempo na Presidência, mas que nos ensinou a construir paz, estabilidade, mesmo que seja a fogo e ferro. Temos  o Serifo Nhamadjo e o Henrique Rosa, que mesmo no caso do Serifo Nhamadjo, tendo sido Presidente num contexto de golpe de Estado e tenha havido muitas interpretações dessa altura. A forma como foi Presidente da República.  Estamos a falar de um Presidente que chegou à Presidência da República através de um golpe de Estado, mas que teve um desempenho ético e moral de larga dimensão, melhor que a situação actual. São exemplos que não são perfeitos, exemplos criticáveis, mas exemplos aos quais nós podemos olhar para fazer melhor, sobretudo melhor, no sentido que eles não conseguiram, no sentido de recuperar o pensamento cabralista enquanto base ideológica para olhar para a realidade, compreender a realidade e transformar a realidade para o nosso bem-estar.ANG/RFI

 


Centenário  de  Cabral
/ PR destaca contribuições de Cabral para desenvolvimento das Ciências Sociais

Bissau, 12 set 24 (ANG)O Presidente da República enalteceu hoje as contribuições  de Amílcar Lopes Cabral para o desenvolvimento das Ciências Sociais.

Estas contribuições, segundo Umaro Sissoco Embaló  permitiram que Amílcar Cabral seja reconhecido pelas instituções académicas e organizações internacionais, nomeadamente a Universidade de Syracuse, de Nova Iorque, em Fevereiro de 1970, e a Academia de Ciências da antiga União Soviética ,em Julho de 1972.

O chefe de Estado discursava no acto central das comemorações do centenário de Amílcar Cabral, decorrido na Fortaleza da Amura em Bissau.

Acrescentou  que Cabral foi em 1972, convidado pela UNESCO(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) para numa reunião de peritos, desenvolver o tema :  O papel da cultura na luta pela independência.”

Umaro Sissoco Embaló considerou ainda Cabral como um homem de pensamento, com uma personalidade universal.

Disse que recordar Amílcar Cabral significa evocar a mais importante figura da história política da Guiné-Bissau. 

“ Amílcar Cabral cresceu e afirmou-se como  homem politico, cujas dimensões de líder do Movimento de Libertação Nacional,  do estratega militar e do teórico revolucionário, contribuiram para a sua reconhecida projeção internacional”, destacou.

De acordo com Umaro Sissoco Embaló Amílcar Cabral definia-se a si próprio como  “um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo, e viver a sua época”.

O  chefe de Estado guineense sublinhou que poucos dias antes da sua morte, Amílcar Cabral anunciou,  na sua mensagem de Ano Novo, em Janeiro de 1973,  a transformação política mais importante da nossa história.

“Vamos, no decurso deste ano,  e tão cedo quanto seja possivel, reunir a Assembleia Nacional Popular na Guiné, para que ela  cumpra a primeira missão histórica que lhe compete: a proclamação da existência do nosso Estado, a criação de um Executivo para esse Estado e a promulgação  de uma Lei Fundamental – a primeira Constituição da nossa história - a qual será a base da existência ativa da nossa nação africana”, referiu citando  as palavras proferidas por  Amílcar Cbarla.

Disse que os grandes sucessos que foram alcançados em todas as frentes no campo militar e na diplomacia, na ação política e na construção institucional do Estado garantiram a plena concretização da agenda estratégica que Amílcar Cabral tinha definido para  1973.

A conquista da independência pelos povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, diz o PR,  ficará para sempre associada ao seu nome.

Amílcar Cabral não viveu muitos anos. Morreu na Republica irmã da Guiné, assassinado em Conacri, na noite de 20 de Janeiro de 1973. Tinha 48 anos de idade. 

Umaro Sissoco Embaló disse que, na qualidade de Presidente da República da Guiné-Bissau, é com muito prazer que, hoje,  dia 12 de Setembro de 2024, deu início às comemorações do centenário de nascimento de Amílcar  Cabral, que a primeira Assembleia Nacional Popular, reunida nas Colinas do Boé,  a 24 de setembro de 1973,  atribuiu o título de Fundador da nossa Nacionalidade.

Amílcar Cabral tinha 36 anos de idade em 1960, quando decidiu interromper a sua carreira profissional,  para se entregar inteiramente à luta de libertação nacional para a independência da Guiné e de Cabo Verde.

Conhecendo essa decisão de Amílcar Cabral, de deixar a sua profissão de Engenheiro Agrónomo, um seu antigo professor, comentou : “a Agronomia  ficou mais pobre, mas o mundo ficou muito mais rico.” 

Amílcar Cabral  instalou-se, a partir de 6 de Maio de 1960 em Conacri, capital da vizinha República da Guiné, independente desde 1958, seria, com o apoio do Presidente Sekou Touré, a retaguarda segura que o PAIGC teve, durante quase 14 anos.

O aquartalamento da Amura abriu as suas portas e recebeu a população de Bissau para o centenário de Amílcar Cabral cujas ecelebrações vão prolongar até ao próximo mês de Novembro.

Presentes na cerimónia estiveram a segunda Vice-Presidente da Assembleia Nacional Popular,Adja Satú Caamará, Primeiro-ministro,Rui Duarte Barros Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Lima André António, Presidente do Tribunal de Contas, membros do Corpo Diplomático e Representantes dos organismos internacionais  e o  Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, General Biague Na Ntan. ANG/LPG//SG



Centenário de Cabral
/ Cineastas guineenses apresentam  documentário sobre Amílcar Cabral e processo de luta pela Independência da Guiné e Cabo Verde

Bissau, 12 Set 24 (ANG) – Os cineastas Flora Gomes, Sana Na N´hada e Suleimane Biai vão apresentar hoje as 19 horas, no Centro Cultural Franco Bissau guineense um documentário de 46 minutos sobre como Amílcar Lopes Cabral preparou e liderou a luta pela independência,intitulado “ Sou um Simples Africano”.

A iniciativa se realiza no quadro das celebrações do  centenário do nascimento daquele que é considerado pai da independencia da Guiné e Cabo Verde.

Segundo um spot publicitário fixado no Centro Cultural Francês em Bissau, a apresentação deste  primeiro documentário de Flora Gomes Sana Na N´hada e Suleimane Biai alusivo as celebrações dos centenário de Amílcar Cabral, que se assinala hoje (12) será seguida com djumbai dos cineastas com o publico.

“Ha mais de 50 naos, o líder da libertação africano Amílcar Cabral confiou a um grupo de quadro jovens cineastas guineenses a tarefa de documentar a guerra de independencia do país da africa ocidental. Mas antes de poderem terminar o filme, Cabral foi assassinado”, lê-se no cartaz alusivo ao evento.

Flora Gomes, Sana Na Nhada e Suleimane Biai faziam parte do grupo original de  jovens quadros escolhidos por Amílcar Cabral para  formação em Cuba visando a relização de  documentário sobre  a luta pela independencia e o custo da ocupação.

Simpose,título do filme a ser apresentado, combina documentário e ficção para contar a história do revolucionário da África Ocidental, Amílcar Cabral e como preparou e liderou a luta pela independencia da Guiné-Bissau e Cabo Verde.

ANG/LPG//SG

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Tráfico de Droga/ Governo diz que apreensão do avião traduz   sua determinaçãode travar combate sério contra trafico de drogas  no país

Bissau, 11 Set 24 (ANG) – O  Governo  disse hoje, em comunicado do Conselho de Ministros, que a apreensão da aeronave no aeroporto internacional Osvaldo Vieira demonstra a sua determinação de travar um “combate sério” contra o tráfico de drogas e de estupefacientes em toda extensão do territorio nacional.

Por via desse comunicado à que a ANG teve acesso hoje, produzido no final da sessão extraordinária dos plenário governamental,que decorreu  sob presidência do Chefe de Estado guineense,o Executivo felicitou  e encorajou as autoridades, nomeadamente a Guarda Nacional, a Polícia de Intervenção Rápida, a Polícia Judiciária e os Serviços de Informações e Segurança, pelo seu envolvimento direto na operação de apreensão da aeronave, no aeroporto internacional de Bissau, com 2.633, 1 kg de drogas tipo cocaína.

Ao abrir a sessão, o Chefe de Estado anunciou ao Plenário Governamental os resultados “bastante proficuos” do seu recente périplo à República Popular da China, no Fórum China-África, à República Socialista do Vietnam e aos Emiratos Árabes Unidos, em visita de Estado.

Congratulado com os resultados obtidos com esses países, no âmbito da cooperação bilateral, o Conselho de Ministros deliberou que os Passaportes Oficiais, emitidos pelas autoridades da República Popular da China, da República Socialista do Vietnam e dos Emiratos Árabes Unidos, sejam isentos de visto para a entrada no território da Guiné-Bissau,

Em relação as comemorações do Centenário de Amilcar Cabral, a Presidente da Comissão Interministerial instituída pelo Governo, considerou estarem reunidas todas as condições para o ato central que terá lugar, amanhã, dia 12 de Setembro, data de nascimento de Amilcar Cabral, Fundador da Nacionalidade Guineense, nas instalações da Fortaleza de Amura, em Bissau.

Em decorrência, o Conselho de Ministros deliberou conceder tolerância de ponto, amanhã, 12 de setembro, dia do Centenário de Amilcar Cabral, permitindo assim a participação dos funcionários públicos e a população em geral nesse grande evento.

O Conselho de Ministros ouviu do Ministro do Comércio e Indústria uma breve exposição sobre o quadro atual da campanha de exportação da castanha de cajú e  o stock de bens da primeira necessidade.

O Ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital anunciou a chegada ao país, para breve, de um navio e vários autocarros, no âmbito das comemorações do Centenário de Amilcar Cabral.

A Ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social, apresentou a estratégia para a mitigação de riscos que decorrem das intempéries nesta época de chuvas intensas e com muitas habitações danificadas, em vários cantos do país.

O Conselho de Ministros iniciou os trabalhos com a observância de um minuto de silêncio e de recolhimento, em memória do Senhor Filomeno Lobo de Pina, ex-membro do Governo que faleceu em Bissau, vítima de doença prolongada.

ANG/LPG//SG

Política/Presidente da República anuncia que não se recandidata  para  segundo mandato

Bissau,11 Set 24(ANG) – O Presidente da República anunciou hoje que não vai se recandidatar  ao segundo mandato , alegando que não é do nível e qualidade dos atuais políticos guineenses.

“Há dias estava a falar com a minha mulher no avião e ela disse-me que não vou fazer o segundo mandato e perguntei-lhe dos motivos  respondeu-me que não mereço todas as situações que estão a ser fabricadas contra a minha pessoa. Ontem, terça-feira, confirmei-lhe de que não ia candidatar para o meu segundo mandato”, revelou Umaro Sissoco Embaló, em declarações à imprensa, à saída da reunião do Conselho de Ministros.

O Presidente da República disse que  esta sua posição é oficial.

Umaro Sissoco Embaló disse entretanto que  não será substituído na cadeira presidencial, nem por Domingos Simões Pereira, nem por Braima Camará ou Nuno Gomes Nabiam, mas sim, por uma outra pessoa.

“Digo isso, porque a Guiné-Bissau merece ser dirigida por pessoas melhor preparadas de que nós os atuais dirigentes políticos”, sublinhou.

Abordado sobre a situação da aeronave apreendida com cerca de três toneladas de drogas, no passado dia 07 do corrente mês, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau, o Presidente da República respondeu que gostava que a imprensa lhe perguntasse sobre a sua recente visita à China, Vietnam e Emirados Árabes Unidos.

“Isso para mim é o mais importante do que estes teatros de apreensão de drogas”, sublinhou.

O Presidente da República disse contudo que não vai responder à nenhuma acusação de ser  traficante de drogas, tanto de Nuno Nabiam, Braima Camará ou de Domingos Simões Pereira.

Após a apreensão de um jato com drogas no aeroporto internacional de Bissau,na semana passada, organizações  da socieade civil e partidos políticos  criticaram o atual regime e alguns solicitaram investigações para  responsabilização criminal dos implicados.

As eleições presidenciais anda não não têm data de realização mas as  legislativaas  já foram marcadas para 24 de Novembro deste ano.

Umaro Sissoco Embaló foi investido no cargo de Presidente da República a 27 de Fevereiro de 2020, após uma renhida segunda volta das eleições presidenciais disputada com Domingos Simões Pereira, candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
ANG/ÂC//SG


Tráfico de drogas
/ECOSC repudia “ inação” das autoridades nacionais face ao aumento da criminalidade organizada

Bissau, 11 Set 24 (ANG) - O Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil(ECOSC),  repudia o que diz ser “a inação das autoridades políticas  e judiciárias”, face ao aumento da criminalidade organizada no pais e consequente financiamento ilícito da economia  na Guiné-Bissau.

A informação consta no Comunicado à Imprensa do Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil, tornado público, terça feira,  e à que a ANG teve acesso  hoje.

O ECOSC pede uma peritagem internacional especializada à aeronave apreendida com mais de duas toneladas de drogas no aeroporto de Bissau.

"O Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil condena vigorosamente este triste e vergonhoso acontecimento e exige das autoridades nacionais a abertura de investigações transparentes, céleres, abrangentes com vista a identificação e consequente responsabilização criminal dos verdadeiros autores e cúmplices nacionais envolvidos nesta teia de corrupção e da criminalidade organizada", lê-se no comunicado.

O comunicado refere citando a PJ que cinco cidadãos estrangeiros  foram detidos em conexão com este “ato criminoso”, que diz estar a abalar  a imagem e reputação da Guiné-Bissau ao nível internacional.

Ainda sublinha que vários relatórios internacionais de monitorização do fluxo de tráfico de drogas na África Ocidental têm denunciado o agravamento deste negócio ilicito na Guiné-Bissau nos últimos anos, sem que as medidas eficazes fossem adotadas para estancar este fenómeno que põe em causa a paz, a estabilidade governativa e o Estado de Direito.

Segundo o mesmo comunicado, aquela organização que conta com mais de 30 membros, refere que registou com “bastante estranheza e estupefacção, a escandalosa aterragem” e consequente apreensão de um jato privado com 2.633.1kg de cocaina, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, no dia 7 de Setembro de 2024, proveniente da Venezuela.

Para aquela organização, a aterragem de um jato privado com drogas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira em plena luz do dia, constitui uma prova inequívoca da existência de uma rede criminosa nas esferas do poder e nas forças de segurança, que protegem  estes grupos que “pretendem transformar a Guiné-Bissau numa República de narcotraficantes”.

Para o esclarecimento cabal e transparente sobre as circunstâncias que rodearam este caso  de criminalidade transnacional, o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil exorta as autoridades nacionais no sentido de solicitarem com urgência uma peritagem internacional especializada à aeronave.

Ainda o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil felicita e encoraja a Policia Judiciária e as Agências Internacionais de combate à droga, cujas pertinentes colaborações institucionais contribuiram para o sucesso da operação "Landing", e exorta as autoridades nacionais no sentido de se absterem de atos de interferências politicas nas investigações em curso, por forma a assegurar a transparência e integridade das mesmas. ANG/MI/ÂC//SG

Empreendedorismo / Jovem lança “Puder di Bentana” para combater insegurança alimentar

Bissau, 11 Set 24(ANG) - Combater a insegurança alimentar, reduzir o êxodo rural e mitigar as mudanças climáticas são os grandes objectivos do “Puder di Bentana”, um projecto recentemente criado na Guiné-Bissau por Dembo Mané.

“Puder di Bentana” significa o “poder da tilápia” e traduz-se na produção, processamento e comercialização de tilápia,  peixe ciclídeo de água doce. 

Em Dezembro de 2023, através do Programa de Jovens Líderes Africanos, Dembo Mané participou da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, COP 28, que decorreu no Dubai. Esse foi o ponto de viragem para este empreendedor de 31 anos, que já tinha frequentado uma acção de reforço de competências em agro-negócio voltada para a piscicultura, promovida pelo Pnud, no Benim, em 2022.

Em entrevista à RFI, Dembo Mané explica que “é um projecto que visa essencialmente combater a insegurança alimentar, o êxodo rural e as mudanças climáticas. Surgiu após a publicação do relatório das Nações Unidas, dizendo que a insegurança alimentar aumentou no continente africano devido a guerra na Ucrânia e os desafios da Covid-19. Lançaram o desafio aos jovens africanos no sentido de apostarem no agro-negócio como uma alternativa às mudanças climáticas e à insegurança alimentar. E logo eu, enquanto jovem, decidi começar a pensar numa alternativa e de poder ajudar a minha comunidade a combater a fome, com base neste projecto que visa criar transformação e comercialização do peixe."

A rampa de lançamento acabou por ser a COP 28, que aconteceu no final de 2023 no Dubai, Emirados Árabes Unidos. “Na COP foram abordados alguns assuntos ligados à alimentação, à agricultura e eu acho que é um desafio enorme. Após a minha participação, senti-me ainda mais motivado para poder fazer crescer o projecto, porque na COP tive a oportunidade de conhecer alguns parceiros e alguns jovens. Trocamos experiências e achamos que é importante cada um trabalhar na sua comunidade para poder impactar vidas e provocar mudanças.

Dembo Mané lembra que na sequência das alterações climáticas, aumenta a acidificação dos mares e, por isso, “a piscicultura é uma das alternativas. Fazer o cultivo dos peixes além do mar, para poder abastecer o mercado e combater a insegurança alimentar. Quando estamos a utilizar a piscicultura, não recorremos a nenhum componente químico e é também uma forma de reduzir a sobrepesca, a pressão dos oceanos, para que possamos ter mais comunidade saudável. Do outro lado, a insegurança alimentar, na minha aldeia, a comunidade não tem acesso aos recursos básicos para a sobrevivência e a minha comunidade não tem peixe de qualidade. Os peixes que lá consomem não são saudáveis. Eu acho que a produção de tilápia na comunidade poderá impactar e oferecer à comunidade peixes saudáveis, 100% bio que vão combater a insegurança alimentar. Porquê? Porque o peixe que nós estamos a cultivar, a tilápia, é uma das maiores fontes de proteína animal. Tem ómega três que reduz problemas cardiovasculares, é uma fonte de proteína. Consumir este produto poderá melhorar a qualidade de vida da população, porque é um produto 100% bio, muito saudável, muito acessível e de acordo com a possibilidade da própria comunidade.

A tilápia é comercializada fresca ou desidratada, em forma de farinha e passa por um processo laboratorial de controlo de qualidade.

O jovem guineense prepara-se agora para levar o projecto a Nova Iorque, Estados Unidos, onde vai participar na Cimeira do Futuro, vou participar como delegado jovem da Guiné-Bissau e da África para impulsionar a agenda em prol da juventude. Como é que a comunidade ou a juventude pode ser envolvida e como é que nós podemos influenciar agendas em prol da nossa comunidade? Porque o futuro depende da juventude, nós somos o presente e a continuidade. A minha participação é importante para poder dar mais força à minha geração, à minha juventude e ao meu país em geral."

A Cimeira do Futuro, um evento organizado pelas Nações Unidas, decorre de 22 a 23 de Setembro de 2024, em Nova Iorque, e reúne os líderes mundiais com o objectivo de desenhar um novo consenso internacional sobre como proporcionar um presente melhor e salvaguardar o futuro. O encontro de alto nível é precedido de múltiplas reuniões, entre elas, da juventude. ANG/RFI


Política
/Coligação PAI-Terra Ranka exige inquérito internacional para esclarecer contornos de narcotráfico no país

Bissau, 11 Set 24 (ANG) - A Coligação Plataforma de Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) exigiu a realização de um inquérito internacional independente, com o apoio da DEA e de outras agências internacionais de combate ao narcotráfico, para esclarecer cabalmente os contornos desta ação que assola o país .

A informação consta no Comunicado à Imprensa da Coligação PAI-Terra Ranka, produzido na sequência da apreensão de uma aeronave com cerca de 3 toneladas  de cocaína, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, no passado dia 07 de Setembro.

No comunicado, a Coligação PAI-Terra Ranka felicitou a Policia Judiciária pela apreensão da aeronave e da droga e pela detenção dos cinco tripulantes , tendo solicitado ainda uma peritagem internacional da mesma  aeronave e da sua caixa negra.

A  Coligação  exigiu igualmente a incineração imediata das drogas apreendidas na presença dos parceiros, conforme tem ocorrido em operações anteriores, tais como "Carapau" e "Navara".

PAI-Terra Ranka exorta o Governo e a Presidência da República a se absterem de qualquer tipo de interferência política no processo de investigação e apuramento de responsabilidades.

“Desde que o atual Presidente assumiu o poder em 2020, o desaparecimento de suspeitos e condenados por tráfico de drogas tornou-se recorrentes. Basta lembrar os casos das operações conhecidas como "Carapau" e "Navara", durante o mandato do PAIGC, onde os detidos foram levados à justiça, julgados e condenados. Contudo, com a ascensão de Umaro Sissoco Embaló ao poder, todos foram libertados ou fugiram do país de maneira misteriosa”, lê-se no documento.

O documento sustenta   que as aterragens e decolagens de aviões privados no aeroporto Internacional Osvaldo Vieira só é possível com o conhecimento e a devida autorização das autoridades governamentais, e que a  presença frequente de pessoas ligadas à Segurança e ao Gabinete do Presidente da República no aeroporto durante a chegada desses voos privados é uma prova irrefutável da ligação dessas instituições ao tráfico de drogas.

No comunicado, a Coligação PAI-Terra Ranka ressaltou que, embora a referida aeronave tenha pousado em plena luz do dia, supostamente sem autorização, ninguém foi responsabilizado por este “grave” incidente.

“O tráfico de drogas tornou-se um dos principais fatores de instabilidade politica na Guiné-Bissau, minando o tecido social guineense e prejudicando enormemente a imagem externa do país”, refere PAI-Terra Ranka no Comunicado à Imprensa.

A  Coligação, vencedora das legislativas de Junho do ano passado, é composta por partidos políticos: Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC),  União para a Mudança (UM), Partido Social Democrático (PSD) e  Partido da Convergência Democrática (PCD). ANG/AALS/ÂC//SG


Cooperação
/“Pedidos de agendamento de vistos na Embaixada de Portugal é inteiramente gratuito”, diz  Embaixador Portugal na Guiné-Bissau

Bissau, 11 Set 24 (ANG) – O Embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, Miguel Cruz Silvestre disse que os pedidos de agendamento para  vistos e  autentificação de documentos no Serviço Consular da Embaixada de Portugal é inteiramente gratuito.

 O novo embaixador de Portugal falava  à imprensa, à saída de um encontro,  terça-feira, com o Secretário de Estado das Comunidades Nelson Pereia.

A ocasião  serviu para  diplomata português cumprimentar ao governante guineense pelo sua assunção de funções, que diz ser muito importante em  matéria do trabalho que a Embaixada, sobretudo, o sector consular tem desenvolvido.

Miguel Cruz Silvestre disse que é um trabalho que permite dinamizar algo que interessa Portugal e Guiné-Bissau, que é a mobilidade dos cidadãos.

Disse que a comunidade guineense que vive e trabalha em Portugal está muito bem  integrada e contribui de forma significativa  em toda a sua dimensão económica e social e diz ser a  mesma coisa que acontece com a comunidade portuguesa que vive e trabalha na Guiné-Bissau.

“Falamos da questão de pedidos de vistos e autenticação de documentos, que é  um elemento importante no relacionamento entre os dois países”, enalteceu o diplomata português.

Revelou ter partilhado com o secretário de Estado os resultados relativos ao trabalho da Seção Consular que se alavancam num crescimento sustentado dos vistos processados ao longo dos últimos anos.

Quanto a questão do acesso aos pedidos de agendamento de vistos e autenticação de documentos  junto da

Cruz Silvestre salientou que a Embaixada de Portugal em articulação com as autoridades da Guiné-Bissau, nomeadamente a Policia Embaixada de Portugal, Miguel Silvestre disse que  é  um serviço inteiramente gratuito.

Sobre  as queixas que tem havido relativamente as quantias que são cobradas  aos utentes, afirmou que é feita de forma errada, porque essas verbas não são cobradas pelo Serviço da Embaixada, mas sim, por intermediários e redes de embargadores, que importa continuar a combater.

Judiciária e os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros têm trabalhado na identificação dos elementos  que  fazem  cobranças dessas verbas, que resultou em apreensão de passaportes na posse de algumas pessoas.

Contudo, disse que é necessário garantir a segurança para que qualquer pessoa que quer ter acesso ao Serviço Consular o possa ter de forma tranquila, sem pagar nenhuma  quantia em dinheiro, que diz ser  ilegais, porque a Embaixada não cobra nada.

Sobre o processamento de vistos, o embaixador luso disse que  informou ao secretario de Estado que neste momento a Embaixada está a processar os vistos de forma intensa dos pedidos de vistos dos estudantes guineenses que acederam ao ensino superior em Portugal através das universidade públicas.

“Já estamos na quinta lista compilada pela Direção Geral do Ensino Superior de Portugal e universo dos vistos processados até ao momento é na ordem dos 3 mil só para os estudantes guineense que vão estudar no presente ano lectivo em Portugal”, revelou Miguel Cruz Silvestre.

Lamentou a falta de capacidade da Embaixada em dar resposta célere de todas os pedidos requeridos pela parte guineenses.

Instado a falar sobre a revelação feita pelo Diplomata português, relativamente ao pagamento de agendamento de pedido de vistos e autenticação de documentos nos serviços consular da Embaixada de Portugal, Nelson Pereira  prometeu sensibilizar a população para  saber os seus direitos e deveres em relação as cobranças que são sujeitos para  pedidos de agendamento de vistos e de autenticação. ANG/LPG/ÂC//SG

CAN-2025/Guiné-Bissau perde com Moçambique e falha oportunidade de tornar líder isolado do grupo “I”

Bissau, 11 Set (ANG) – A Guiné-Bissau falhou, terça-feira, a oportunidade de  se tornar o líder isolado do grupo “I”, da eliminatória do Campeonato Africano das Nações Marrocos 2025,  ao perder por 2-1, no solo moçambicano, numa partida a contar para a abertura da segunda jornada deste grupo.

Ao derrotar por 2-1, “Os Djurtus” em casa, o Moçambique e o Mali que também venceu a Eswatine por 1-0, passam a somar 4 pontos e por razão de mais golos marcados, a Seleção Moçambicana, é, provisóriamente, o  líder do grupo “I”.

A Guiné-Bissau está na terceira posição com três pontos e a Eswatine no último lugar com 0 pontos.

OS “Djurtus”, apesar de entrarem a perder logo nos primeiros minutos da partida, através do golo apontado por inermédio do luso-moçambicano Guimarães, reagiram com alguns perigos na baliza do adversário, até que nos minutos 24 do jogo, na sequência de um cruzamento, Mama Baldé foi mais rápido do que a defesa moçambicana, e estabeleceu a igualidade de 1-1, antes do segundo tempo do encontro.

A segunda parte foi bastante equilibrada, e houve muitas perdas de bolas e passes desafiadas por ambas as equipas, houve ainda um falhanço flagrante do atacante guineense Mama Baldé na baliza adversária, e muito bem anulado pelo central moçambicano.

A turma nacional voltou a fazer pressão na área  adversária, numa pequena combinação de Biquel e Mama Baldé, obrigando o guardião moçambicano a defender um forte remate do goleador guineense Mama Baldé.

E já nos 73 minutos, Elias Macamo que havia entrado no segundo tempo do jogo, apontou o segundo golo dos moçambicanos, fixando assim o resultado final em 2-1.

Na conferência de imprensa, o selecionador Nacional Luís Boa Morte declara  que, apesar da derrota, nada está perdido, porque ainda restam alguns jogos que poderão levar Os Djurtus” ao próximo CAN-2025, que decorrerá nas terras marroquinas.

 Moçambique lidera o grupo, mas partilha o mesmo ponto com o Mali que se encontra em segundo lugar e ambos com (04) pontos, e a Guiné-Bissau ocupa  a terceira posição com (03) pontos, seguida de Eswatine, na última posição,0 ponto.ANG/LLA/ÂC//SG     

             

Moçambique/ Sala da Paz denuncia actos de violência e uso de bens públicos na campanha eleitoral

Bissau, 11 Set 24 (ANG) - A campanha eleitoral rumo às eleições gerais de 9 de Outubro em Moçambique está a ser marcada por actos de violência e pelo uso de bens públicos por parte de alguns partidos políticos.

 A avaliação dos primeiros 15 dias de campanha foi feita pelo mecanismo de monitoria e gestão de conflitos eleitorais, Sala da Paz. 

As situações mais comuns de violência nas primeiras duas semanas, foram registadas nas províncias de Nampula, Inhambane, Tete e Maputo e envolveram membros e simpatizantes de partidos diferentes durante o cruzamento entre caravanas. 

Preocupa a Sala da Paz relatos de tentativa de assassinato do chefe de mobilização do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em Tete. Preocupa, ainda, a Sala da Paz o esfaqueamento de dois membros do partido Frelimo e um da Renamo durante um confronto directo entre caravanas dos dois partidos, ocorrido no posto administrativo de Muite, no distrito de Mecuburi, na província de Nampula”, declarou a representante da Sala da Paz, Witney Sabino.

O responsável denunciou, ainda, o uso de bens públicos para fins de propaganda eleitoral. “Além de violar a legislação eleitoral, esta prática concorre para criar um ambiente de concorrência desleal e desequilibrada em que bens públicos”, acrescentou.

Nos primeiros 15 dias da campanha eleitoral que decorre até 6 de Outubro, a Sala da Paz verificou o uso pelos partidos políticos - sem revelar quais - de viaturas dos sectores da educação, de actividades económicas e de administradores distritais.ANG/RFI

               EUA/Debate histórico entre Kamala Harris e Donald Trump

Bissau, 11 Set 24 (ANG) - O primeiro debate televisivo entre Kamala Harris e Donald Trump foi marcado pelos temas da economia, aborto, imigração e política externa. O candidato republicano às presidenciais de Novembro voltou a negar a derrota nas últimas eleições e a adversária democrata acusou-o do “pior ataque à democracia desde a guerra civil”. Mas foram as declarações de Trump sobre “migrantes que comem animais de estimação” que causaram maior incredulidade.

O debate começou com um breve aperto de mãos, iniciado por Kamala Harris, que se apresentou pelo nome para lembrar que esta é a primeira vez que os dois políticos se encontram pessoalmente e para responder a todas as acusações de Donald Trump que lhe atribui tudo o que considera como falhanço do Presidente cessante Joe Biden. Foi também o primeiro aperto de mão num debate presidencial desde 2016, mas no final do duelo Donald Trump e Kamala Harris não repetiram o gesto porque foram 90 minutos de tensão, com ataques mútuos.

A candidata democrata, de 59 anos, acusou Donald Trump, de 78, de ter deixado o país com “o maior desemprego desde a Grande Depressão, a pior epidemia de saúde pública num século e o pior ataque à democracia desde a guerra civil” e defendeu que o que ela fez como vice-presidente, ao lado de Joe Biden, foi “limpar a porcaria” deixada por Trump.

A antiga procuradora-geral da Califórnia criticou Trump pelas suas condenações na justiça, denunciou as restrições impostas pelo Tribunal Supremo ao direito ao aborto durante o mandato do antigo Presidente e acusou-o de estar disposto a abandonar a Ucrânia para fazer um favor a Vladimir Putin que – disse ela - “o comeria vivo”.

Donald Trump declarou que Kamala Harris detesta Israel, algo negado pela própria, acusou-a de não ter políticas económicas e de ter copiado o plano de Joe Biden. Também a chamou de "marxista", o que suscitou sorrisos irónicos da adversária, os quais foram amplificados com incredulidade perante a declaração de que os migrantes haitianos em Springfield, no Estado do Ohio, "estão a comer os animais de estimação, cães e gatos", dos residentes. Algo negado pelo moderador do debate ao citar o autarca da cidade em questão que admitiu não ter qualquer informação credível que corroborasse o rumor.

Apontando Harris como a responsável máxima pela política migratória dos Estados Unidos, o candidato republicano insistiu que há “milhões de pessoas” a chegar aos Estados Unidos oriundas de prisões e instituições psiquiátricas"

Donald Trump também voltou a negar a derrota eleitoral nas últimas presidenciais, insistindo que foi vítima de "fraude" e abrindo terreno para uma possível contestação dos resultados eleitorais em caso de perder novamente em Novembro.

No final do debate, a candidata democrata recebeu um apoio de peso da estrela da pop norte-americana, a cantora Taylor Swift, que afirmou no Instagram que votará em Kamala Harris e Tim Walz a 5 de Novembro. ANG/RFI