quarta-feira, 30 de abril de 2025

China/ Governo aponta Estados Unidos como possível origem da pandemia da Covid-19

Bissau, 30 Abr 25 (ANG) - O Conselho de Estado da China (Executivo) publicou hoje um livro branco sobre a origem da pandemia de covid-19 no qual defende a transparência de Pequim e sugere que o vírus "pode ter surgido mais cedo" nos Estados Unidos.

publicação, divulgada pela imprensa estatal chinesa, inclui dois capítulos dedicados às contribuições da China para o estudo da origem do SARS-CoV-2 e para a luta global contra a pandemia, e um terceiro centrado na resposta "mal gerida" dos EUA à crise sanitária, sobretudo nos primeiros meses.

O surto da pandemia coincidiu com o último ano do primeiro mandato de Donald Trump, que, após regressar à Casa Branca em janeiro, lançou uma guerra comercial global sem precedentes, com a China como principal alvo.

Pequim alegou ter cooperado com a Organização Mundial da Saúde (OMS) no estudo das origens do vírus "com um forte sentido de responsabilidade global e transparência" e criticou no relatório os Estados Unidos como "um elo fraco na governação global da saúde".

No documento citam-se vários estudos que descartam a hipótese de a cidade de Wuhan - onde o SARS-CoV-2 foi inicialmente detetado - ter sido a origem do vírus, considerando "extremamente improvável" que este tenha escapado de um laboratório local.

O Instituto de Virologia de Wuhan, estabelecido em 1956, é uma instalação classificada com o nível mais alto de risco biológico onde se estudam, entre outros, vírus do mesmo tipo do SARS-CoV-2.

Pequim acusou Washington de estigmatizar a China, fazendo dela um "bode expiatório", e de "tentar desviar atenções" ao politizar a questão da origem do vírus.

No documento, alega-se que há indícios de uma possível circulação do vírus nos EUA antes da sua deteção oficial em Wuhan.

Entre esses indícios, são mencionados surtos de pneumonia e gripe em vários estados norte-americanos em 2019, casos de doenças pulmonares associadas ao uso de cigarros eletrónicos, estudos serológicos realizados por instituições dos EUA e "incidentes" documentados entre 2006 e 2020 em laboratórios que manipulam coronavírus e outros agentes patogénicos.

"Deve ser conduzida uma investigação aprofundada sobre as origens do vírus nos Estados Unidos", lê-se no livro branco, que apela a Washington para dar "uma resposta responsável" à comunidade internacional face a esta "preocupação razoável".

A publicação surge quase cinco meses depois de a OMS, no quinto aniversário do início da pandemia, ter renovado o apelo a uma maior transparência relativamente à origem da doença.

"Continuamos a apelar à China para que partilhe dados e permita o acesso necessário para compreendermos as origens da covid-19. Este é um imperativo moral e científico. Sem transparência e cooperação entre países, o mundo não estará preparado para futuras epidemias e pandemias", afirmou a agência de saúde num comunicado.

Missões da OMS visitaram a China por duas vezes com o objetivo de apurar a origem da doença. Especialistas reconhecem que todas as hipóteses continuam em aberto, incluindo a de uma eventual fuga laboratorial ou a hipótese de uma transmissão do vírus para humanos a partir de outras espécies animais.ANG/Lusa

 

Cultura/ Fundação Bienal MoAC Biss realiza  em Maio 1ª Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau/2025

Bissau, 30 abr 25 (ANG) -  A Fundação Bienal MoAC Biss prevê para o próximo mês de Maio, a realização da 1ª Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, sob o lema "Mandjuandadi: Identidades culturais".

 O evento que deve decorrer entre 1 e 31 de Maio, celebra a riqueza, a diversidade e a força da identidade cultural guineense, promovendo o diálogo entre tradições locais e expressões contemporâneas.

A Bienal propõe-se como um espaço de afirmação internacional das pessoas, do património coletivo, das referências e da expressão artística da Guiné-Bissau, inspirado nas Mandjuandadis, espaços tradicionais de criação coletiva e resistência sociocultural.

A programação integra mais de 50 atividades em áreas como: Música, literatura, artes plásticas e visuais, cinema e artes performativas, conferências sobre politicas públicas para a cultura e debates em torno da língua crioula, mobilidade artística, economia criativa e patrimónios culturais.

Entre os participantes, conforme o programa, contam-se, artistas plásticos: Sónia Gomes (Brasil), Abdoulaye Konaté (Mali), Mónica de Miranda (Angola/Portugal), Vhils (Portugal).

Escritores e pensadores: Abdulai Sila (Guiné-Bissau), Ondjaki (Angola), Tom Nascimento (Brasil).

Músicos: Alana Sinkey (Guiné-Bissau), Bia Ferreira (Brasil), Selma Uamusse (Moçambique).

Cineastas: Flora Gomes (Guiné-Bissau), Sana Na N'Hada (Guiné-Bissau) e Moussa Sene Absa (Senegal).

Teatro: Arus Femia de Zia Soares (Angola/Timor/Portugal).

O programa do evento indica que na cerimónia de abertura oficial será realizada uma exposição coletiva de artes plásticas, com artistas de renome internacional.

Em declarações à imprensa, o Coordenador da 1ª Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, Miguel de Barros diz ser um sonho a realização do evento na Guiné-Bissau, que considera de importância internacional, por permitir uma demostração da tradição cultural, a produção artística, mas também um espaço para diálogo sobre situação da cultura,  deferentes formas de produção e manifestação.

“É um espaço para os criadores promover os seus talentos e para que outras pessoas que atuam nessa área possam encontrar na Guiné-Bissau  um espaço para produção e divulgação dos seus trabalhos. Além disso, é um momento de intercâmbio com os artistas guineenses, na musica, na dança, cinema, artes plásticas e artes performativas”, disse Miguel de Barros.

Acrescentou que será igualmente um momento para construção do cominho favorável para desenvolvimento do sector cultural.

Por isso, disse que este Bienal não tem caraterística  de outros bienais, porque outros se realizaram só numa área, por exemplo, na literatura, artes plásticas, enquanto que este vai agrupar várias  áreas como possibilidades para construção das necessidades do país.

De B
arros apontou a criação de uma  lei do património, inventário do património, criação do Instituto do Património Cultural para língua crioula, como alguns dos  principais desafios do evento.

Segundo Miguel de Barros prevê-se  o lançamento de  livros em crioulo, com apresentação de obras inéditas que têm a ver com a tradição, por exemplo: historia de Kancuram, Cabaz e de Panu de Pinti.

“Tudo isso  para proporcionar uma grande oportunidade para o público local conhecer a cena artística internacional e público internacional da arte ver a produção artística da Guiné-Bissau”, disse Miguel de Barros.

ANG/LPG/ÂC//SG

Regiões/ Governador da região Biombo anuncia parceria com EDUCAFRICA no domínio  de formação  

Biombo, 30 Abr 25 (ANG) -  O Governador da região Biombo, norte do país, anunciou terça-feira o estabelecimento de uma parceria  com a Organização Não Governamental portuguesa EDUCÁFRICA  no domínio  de formação de capital humano.

Em declarações à ANG, Fernando Djú, que fazia o balanço da sua recente visita à Portugal, à convite da EDUCÁFRICA, disse  que a   parceria com  EDUCAFRICA vai ajudar a região a minimizar as suas  necessidades em termos de formação dos recursos humanos.

“A EDUCÁFRICA é instituição de utilidade pública criada desde 2012, com o estatuto atribuído pelo Instituto Camões por delegação do Ministério dos Negócios Estrangeiro de Portugal, no domínio de formação de recursos humanos”, disse.

Djú disse que recebeu uma formação durante a sua estada em Portugal com seu Administrador Aldo José Lima, na área de administração de território.

Acrescentou  que,  além da formação assinou um acordo com outra Organização Não Governamental denominada Décima Opinião Limitada, que deverá  apoiar na formação de recursos humanos e outras áreas .

No próximo dia 10 de Maio  estará  no país uma  equipa vinda de  Portugal para analisar as possibilidades de implementação dos   acordos assinados .

O Governador da região de Biombo anunciou ainda uma formação local para um  número significativo  de pessoas em diferentes áreas para depois servirão de formadores. ANG/MN/JD/ÃC//SG

Função Pública/Ministra diz que  incumprimento das normas administrativas está na origem  de bloqueio dos salários de 349 técnicos de saúde

Bissau, 30 Abr 25 (ANG) - A ministra da Administração Pública, Trabalho, Emprego e Segurança Social, Mónica Buaro Costa, disse, terça-feira, que o bloqueio dos salários de 349 técnicos do sector de saúde se deve ao  incumprimento das normas administrativas por parte dos mesmos profissionais.

De acordo com a Rádio Sol Mansi, Mónica Costa Buaró falava numa conferência de imprensa, em reação às alegações do coletivo dos 61 Técnicos de Saúde, que acusa o Governo de ter bloqueado, alegadamente sem justa causa, os salários dos referidos técnico, há cinco meses.

“Trata-se simplesmente de cumprimento de deveres e da necessidade de organizar uma administração pública que, ao longo do tempo, foi encarada por muitos como mero lugar para garantir sustento”, salientou.

A governante informou ainda que, após vários encontros com os técnicos de saúde, foi criada uma comissão técnica para averiguar a situação, e disse que  essa comissão constatou que, dos 349 funcionários com salários bloqueados, apenas 61 foram encontrados nos respetivos locais de trabalho.

“Todos os que foram encontrados nos seus locais de serviço não apresentaram problemas com os inspetores. Dos 349 casos de bloqueio, apenas 61 estavam efetivamente nos seus postos de trabalho”, explicou Mónica Buarò
Costa.

A ministra admitiu a necessidade de um controlo mais rigoroso dos funcionários, como forma de evitar a repetição de  problemas idênticas no futuro, e prometeu a instalação de um sistema de controlo eletrónico em todos os departamentos do Estado.

Mónica Buaró garantiu que o Ministério da Administração Pública está empenhado e determinado em continuar o trabalho de controlo dos funcionários públicos e que  com o apoio dos parceiros, vai, de novo, instalar o sistema de controlo eletrónico.

A Ministra assegurou que, dos 61 técnicos  encontrados nos seus locais de serviço, os processos de 26  deles já foram  concluídos e enviados ao Ministério das Finanças, tendo acrescentado que, até dia 02 de Maio próximo, os restantes 35 processos estarão prontos para permitir o processamento dos respetivos salários.

ANG/AALS/ÂC//SG

 

terça-feira, 29 de abril de 2025

Cultura/UE em parceria com outras instituições realiza “Festa da Juventude” nas áreas de gastronomia, cinema e música

Bissau, 29 Abr 25(ANG) –A União Europeia (UE) em parceria com outras instituições nomeadamente, embaixada de Espanha, França e Portugal, o Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense e o Centro Cultural Português vão realizar a  “Festa da Juventude”, nas áreas da gastronomia, cinema e música entre os dias 2 e 4 maio, na Rotunda da Baiana, em Bissau, com entrada livre.

A iniciativa foi tornada pública em  comunicado à imprensa, enviado  hoje à ANG, através do qual a UE reafirma o compromisso com a juventude Bissau-guineense e com o aprofundamento de uma parceria sólida, inclusiva e orientada para o futuro.

“A festa terá gastronomia, cinema, música, além da arte e o talento local, sobem ao palco para mostrar que a juventude guineense tem  muito para dizer e oferecer. É um espaço de celebração, criatividade e participação, onde as vozes dos jovens se fazem ouvir, onde a cultura ganha vida e onde se constroem pontes sólidas entre a Guiné-Bissau e o mundo", refere o comunicado.

A “Festa da Juventude” insere-se  nas comemorações  do Dia da Europa, 19 de Maio, marco do início do projeto de integração europeia que trouxe paz, e prosperidade ao continente.

O evento  popular com música, cultura e empreendedorismo, será coordenado pelo Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense, com apoio do Ministério da Cultura, Juventude e Desportos, Câmara Municipal de Bissau e da Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau(EAGB).

“O  evento celebra a diversidade cultural  e a vitalidade da juventude com programação de concerto de artistas de  todas as  gerações, cantores, MCs, DJs, grupos de dança contemporânea e de mandjuandade, num palco à pluralidade cultural e humor”, lê-se no comunicado.

Durante os três dias será apresentada a Feira de Produtos locais, com destaque para produtos apoiados por projeto de UE, barracas de gastronomia, organizadas por mulheres empreendedoras promovendo o empoderamento feminino e a economia solitária.

Prevê-se a presença da  Embaixadora Rita Laranja e Diretora Executiva África do Serviço Europeu para a Ação Externa(SAAE).ANG/JD/ÂC//SG

 

Sociedade/Insegurança alimentar sobe na Guiné-Bissau em 24% nos últimos 12 meses

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - O número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau aumentou em 24% nos últimos 12 meses, sobretudo devido às cheias, referiu o Programa Alimentar Mundial (PAM).

 

Em comunicado citado pela Lusa, a mesma fonte referiu que em março e maio de 2024, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau era de 23.671 e nos mesmos meses deste ano o número aumentou para 121.695 pessoas.

Até aos meses de julho e agosto deste ano, prevê-se que o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau ascenda a 146.034, o que representará a fase "de crise", correspondendo a um aumento para 26% em comparação com o período homólogo em 2024.

"Estes agregados familiares necessitarão de programas de reforço da resiliência para evitar que entrem em crise", adianta-se nos resultados de uma análise do PAM validados na reunião do mecanismo regional de prevenção e gestão de crise alimentar.

A reunião foi realizada no Togo nos dias 10 e 11 deste mês, juntando nove países da África subsaariana, entre os quais a Guiné-Bissau, cujos dados se referem a um total de 1.816.450 pessoas analisadas.

O documento destaca que a situação atual de insegurança alimentar é "mínima" nas regiões de Bissau, Bafatá e Quinará e "sob pressão" nas regiões de Biombo, Bolama, Cacheu, Gabu, Tombali e Oio.

Em setembro de 2024, a Guiné-Bissau sofreu "cheias de magnitude excecional", causadas por precipitações intensas e prolongadas que submergiram uma área total de 125.221 hectares, incluindo 5.813 hectares de terras agrícolas.

No estudo refere-se ainda que as inundações provocaram "impactos consideráveis" nos meios de subsistência das pessoas que seriam, entre outras, as causas da insegurança alimentar no país.ANG/Lusa

   Suíça/ONU preocupada com "redução do espaço cívico na Guiné-Bissau"

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - A ONU manifestou esta terça-feira preocupação com o que classifica como uma "redução do espaço cívico na Guiné-Bissau", exortando as autoridades a tomarem medidas para proteger os defensores dos direitos humanos e do ambiente, particularmente visados por ações de intimidação.

 

“Estamos preocupados com as numerosas alegações de intimidação, assédio e, em alguns casos, prisões e detenções arbitrárias de defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas na Guiné-Bissau. As organizações de mulheres e os defensores do ambiente parecem ter sido especificamente visados", declarou hoje a porta-voz das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Numa declaração emitida desde Genebra, Suíça, Liz Throssell vincou que "é fundamental que as vozes independentes sejam protegidas", apontando que "todos os defensores dos direitos humanos e do ambiente e todos os representantes da sociedade civil, incluindo os que criticam as autoridades, devem poder expressar os seus pontos de vista e empreender as suas atividades legítimas, sem receio de retaliação ou represálias por esse motivo".

"As pessoas detidas arbitrariamente por exercerem os seus direitos ou liberdades devem ser libertadas, enquanto as outras pessoas acusadas devem ter os seus direitos a um processo equitativo e a um julgamento justo respeitados", prosseguiu.

Liz Throssell apelou às autoridades guineenses para que aproveitem a oportunidade da "Revisão Periódica Universal" sobre a situação no país, que terá lugar na próxima sexta-feira no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, "para se envolverem de forma mais construtiva com a sociedade civil, tomarem medidas para proteger os defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas, e se comprometerem a implementar plenamente as recomendações feitas à Guiné-Bissau através do processo" da revisão. ANG/Lusa

 

China/Xi Jinping insta banco dos BRICS a assumir maior papel face a ordem internacional débil

 

Bissau, 29 Abr 25(ANG) - O Presidente chinês, Xi Jinping, instou hoje o banco dos BRICS a reforçar o seu apoio aos países em desenvolvimento e a assumir um papel mais importante num cenário global marcado por tensões geopolíticas e pela guerra comercial.

 

Xi visitou a sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) durante uma deslocação à metrópole oriental de Xangai, onde também se reuniu com a líder da instituição e ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, informou a imprensa estatal chinesa.

 

O Novo Banco de Desenvolvimento - fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - deve, segundo Xi, direcionar os seus esforços para uma nova fase de crescimento centrada na sustentabilidade, tecnologia e transição energética, sem se afastar da sua missão original de apoiar os países do Sul Global.

 

A instituição "deve alinhar-se com as necessidades reais de desenvolvimento e oferecer financiamento de alta qualidade e baixo custo", disse Xi, que defendeu ainda a melhoria da gestão interna do banco e a expansão da sua presença em áreas, como as infraestruturas digitais e os projetos verdes.

 

O líder chinês considerou que o bloco das economias emergentes representa uma parte crescente da economia mundial e sublinhou que os países em desenvolvimento devem ter uma maior participação na reforma do sistema financeiro internacional.

 

No entanto, evitou referir-se diretamente a tensões geopolíticas específicas ou a instituições como o FMI ou o Banco Mundial.

Dilma Rousseff garantiu que o Banco Mundial continuará a concentrar-se no apoio a projetos estratégicos nas economias emergentes e alertou contra o "unilateralismo e o protecionismo", que acusou de "corroer a autoridade do Direito internacional" e "minar a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento".

 

No seu discurso, Dilma destacou ainda o papel de Pequim num contexto global "turbulento", em que "a China defende firmemente os interesses do Sul Global" e é "um exemplo" na defesa do "multilateralismo, da equidade e da justiça internacional".

 

A antiga presidente brasileira, reeleita em março para um mandato de cinco anos à frente da organização, agradeceu o apoio dos países membros e defendeu o papel do banco como instrumento de cooperação multilateral.

A sua candidatura foi proposta pela Rússia e aprovada por consenso.

O Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como o banco dos BRICS, foi criado em 2014 e começou a funcionar um ano depois, com o objetivo de oferecer uma alternativa de financiamento aos países em desenvolvimento.

 

Nos últimos meses, alargou o número de membros com a incorporação do Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia, que formalizou a sua entrada em março, após uma visita de Rousseff a Jacarta.

 

A expansão do banco ocorre numa altura em que o grupo BRICS desempenha um papel mais proeminente nos fóruns multilaterais, no meio de debates sobre a reconfiguração da ordem económica mundial.

ANG/Inforpress/Lusa

 

EUA/África deve reduzir vulnerabilidades garantindo apoio às reformas - FMI

 

Bissau, 29 Abr 25(ANG) - O economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) que coordenou o relatório sobre a África subsaariana disse hoje que os governos da região devem reduzir as vulnerabilidades macroeconómicas, responder às necessidades de desenvolvimento e garantindo apoio às reformas estruturais.

 

"Para os decisores políticos, há três prioridades simultâneas: reduzir as vulnerabilidades macroeconómicas, mas ao mesmo tempo responder às necessidades de desenvolvimento e assegurar que as reformas são política e socialmente aceitáveis", disse Thibault Lemaire.

 

Em entrevista à Lusa no final dos Encontros da Primavera do Banco Mundial e do FMI, que terminaram no sábado em Washington, o economista vincou que "a turbulência económica na região não resulta diretamente das tarifas" impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao comércio com os países, mas sim através dos efeitos indiretos dessa medida.

 

"Os efeitos são principalmente indiretos; para a região o canal de transmissão mais importante, principalmente para os exportadores de petróleo como Angola e Nigéria, é a redução dos preços das matérias-primas", disse Thibault Lemaire, reconhecendo que as condições económicas globais também têm um impacto significativo na região.

 

"Os efeitos secundários devem-se ao abrandamento da procura mundial, aumento da restritividade das condições financeiras, potenciais pressões cambiais e, globalmente, maior incerteza económica", afirmou.

 

Na entrevista à Lusa no final dos Encontros, o economista do departamento africano do Fundo salientou que, apesar dos desafios, "há fatores de resiliência na região", que deverá abrandar o crescimento para 3,8% este ano, uma revisão que mostra um corte de 0,4 pontos percentuais face às previsões de outubro.

 

No ano passado, a região "excedeu as expectativas", tendo registado um crescimento de 4%, acima dos 3,6% registados em 2023, e abaixo dos 4,2% previstos para 2026.

 

"Havia sinais de aceleração do crescimento do crescimento no quarto trimestre do ano passado, devido a melhores políticas e uma redução dos desequilíbrios macroeconómicos, incluindo a desaceleração da inflação para 4,5%, em média, no início deste ano, e uma estabilização do rácio da dívida pública, para menos de 60% do PIB, disse o economista.

 

"A turbulência mundial traz vários choques e veio ensombrar as perspetivas económicas", afirmou Thibault Lemaire, salientando que "apesar dos fatores adversos a nível global, 11 dos 20 países com maior taxa de crescimento estão na África subsaariana, o que demonstra a resiliência e o potencial da região".

 

Entre os 45 países da África subsaariana, 24 têm programas de financiamento em vigor no FMI, que desde 2020 financiou os países com mais de 65 mil milhões de dólares, cerca de 57 mil milhões de euros, a maior parte concessional, salientou Lemaire, precisando que só no ano passado o financiamento foi de 8 mil milhões de dólares (7 mil milhões de euros), a que se juntam mais 800 milhões de dólares, mais ou menos 700 milhões de euros, já este ano.

 

"Para agora e para o futuro, queria lembrar que somos a instituição criada para ajudar os países a lidar com choques externos, e é exatamente esse o porquê de estarmos aqui; reiteramos sempre que estamos prontos para apoiar os países quando enfrentam choques exógenos, e esta disponibilidade vai continuar", concluiu.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Moçambique/MP  admite envolvimento de "magistrados e polícias" em raptos

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - O Procurador-Geral da República de Moçambique (PGR), Américo Letela, admitiu esta terça-feira dificuldades para identificar e neutralizar os mandantes dos crimes de raptos no país, denunciando o envolvimento de membros da polícia e de magistrados no crime.

 

“Continuamos a registar situações de algumas pessoas com responsabilidade na prevenção e combate deste crime, como por exemplo alguns agentes da Polícia da República de Moçambique, que se envolvem na preparação, facilitação e execução de raptos, bem como magistrados que, motivados por esquemas de corrupção, garantem a impunidade ou favorecem os infratores, por via das suas decisões", apontou Procurador-Geral, Américo Letela.

Ao apresentar aos deputados a informação anual do Ministério Público (MP) referente a 2024, Letela disse que os crimes de rapto estão agora a ocorrer "com mais ousadia dos autores", pedindo esforços adicionais do Estado e das comunidades, assim como a cooperação com países da região.

"Persiste a dificuldade de identificação e neutralização dos mandantes destes crimes, por um lado, devido ao modo altamente sofisticado e complexo em que as redes operam, por outro, devido a alguns deles atuarem estando fora do país", apontou o procurador.

Os dados apresentados pelo Ministério Público indicam que em 2024 foram instaurados 32 processos relativos a este tipo de crime, com o resgate de pelo menos 13 vítimas e detenção de 21 suspeitos, apreensão de seis armas de fogo e desmantelamento de três cativeiros.

"Julgamos oportuna uma reflexão sobre a adoção, no nosso ordenamento jurídico, dentre as várias medidas, as que prevejam o congelamento de fundos e bens das vítimas, suas empresas e de familiares próximos de modo a evitar pagamento de resgates para desencorajar o crime", avançou o procurador-geral.

Em 10 de abril, o ministro do Interior de Moçambique admitiu que o crime de rapto é complexo, organizado e transnacional, e propicia a fuga de capitais, além de criar sentimentos de "insegurança", apelando à sociedade para denunciar suspeitos de envolvimento.

A polícia moçambicana registou desde 2011 a março deste ano pelo menos 205 crimes de rapto, avançou o Governo, que admite "desafios" para travar estes acontecimentos.

Em conexão com os casos, a polícia moçambicana deteve pelo menos 302 pessoas, tendo sido desativados diversos locais usados como cativeiros e apreendidas armas de fogo, incluindo bens móveis e imóveis.

Desde 2011, uma onda de raptos afeta Moçambique e as vítimas são, sobretudo, empresários e os seus familiares, principalmente pessoas de ascendência asiática, um grupo que domina o comércio nos centros urbanos das capitais provinciais no país.

Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique, que defendeu que é tempo de o Governo tomar medidas para combater este tipo de crime.ANG/Lusa

 

Regiões UNICEF reforça capacidade técnica de 16 jornalistas das 05 Rádios Comunitários do Arquipélago dos Bijagós

Bolama, 29 Abr 25 (ANG) – O Fundo das Nações Unidas para Infância UNICEF promove desde segunda-feira, em Bubaque, uma ação de formação de reforço de capacidades técnicas de 16 jornalistas e técnicos das cinco  Rádios Comunitários do Arquipélago de Bijagós.

Segundo o despacho do Correspondente da ANG em Bolama Bijagós, a  formação  que deve durar  cinco dias realiza-se  no âmbito de uma  parceria estabelecida entre  as Nações Unidas e os órgãos da comunicação social das ilhas de Bijagós.

No ato de abertura, o Ponto Focal dessa parceria e igualmente Administrador da Rádio Djan-Djan, Filipe Cardoso, agradeceu ao UNICEF pelo financiamento dessa formação.

Cardoso pediu aos participantes maior aproveitamento dos ensinamentos administrados na formação, para mais tarde estarem a altura de fazer a sua restituição aos colegas que não poderem estar presentes, devido a limitação de participantes.

Cardoso disse que com essas formações anuais os jornalistas e técnicos vão adquirir  mais conhecimentos e melhorar as suas atividades diárias. “O jornalista ,se não souber utilizar as técnicas, pode provocar a guerra, em vez de promover a paz”, disse.

Em representação do ministro da Comunicação Social, a Diretora de Serviço Administrativo do Centro Multimédia do Ministério de Comunicação Social, Antonieta Rosa Fernandes, garante  que vai acompanhar  ação de formação para testernunhar e ajudar os jornalista e técnicos das Rádios Comunitárias do sector de Bubaque, em algumas dificuldades que podem ter durante os cinco dias de formação.

Rosa Fernandes disse que as Rádios Comunitárias têm um  impacto positivo junto das suas comunidades e que, por isso,  o UNICEF gasta anualmente muito dinheiro para poder juntar os jornalistas e técnicos das ilhas dos Bijagós numa formação.

ANG/SS/LPG/ÂC//SG

Regiões/Licenciados do Instituto Superior Horizonte de Canchungo recebem diplomas 

Canchungo, 29 Abr 25 (ANG)  - Os vinte e sete licenciados da Escola de Formação  de Canchungo, denominado Instituto Superior Horizonte receberam no fim-de-semana os  diplomas de formação nas áreas de  Contabilidade e Gestão, Administração e Gestão dos Recursos Humanos e Ciências de Educação.

De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na região de Cacheu, na ocasião, o Diretor Executivo do Instituto Superior Horizonte Olim Fernando Sá,

aconselhou  aos recém- licenciados à serem inovadores e empreendedores autónomos humildes, que empregam   outras pessoas que necessitam do trabalho.

 Aquele responsável disse  que o Instituto Superior Horizonte abriu o Polo Norte em Canchungo para reduzir aos pais ou encarregados da educação dos alunos os encargos financeiros de deslocação e alojamento dos seus educandos que recorrem a Bissau para  estudar, por falta de oportunidade de se formar localmente.

O porta-voz dos recém-licenciados Abdurame Malam Correia prometeu que vão aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante a formação.

Dos 27 recém-licenciados, seis  são da área de contabilidade e Gestão, dez da Administração e Gestão dos Recursos Humanos e 11 da área de Ciências de Educação. ANG/AG/AALS/ÂC//SG 

Regiões/Recém eleito Presidente de Associação “Plancan Batchur” promete concluir  projetos da antiga direção

Canchungo, 29 Abr 25 (ANG) – O recém-eleito Presidente da Associação Juvenil de secção de Bachil “Plancan Batchur”, do sector de Canchungo, região de Cacheu, norte do país, prometeu segunda-feira a conclusão de todos os projetos deixados pela  direção cessante.

Ao falar à imprensa depois de ser eleito, por  unanimidade, para um mandato de três anos, Jaque Frederic Mendy declarou que a nova direção se comprometerá a equipar as escolas com carteiras, construir furos de água potável nas diferentes tabancas daquela localidade, criar  um Cento de Saúde para todos,  entre outras iniciativas, que a antiga direção executava.

Jaque Mendy ainda prometeu trabalhar com os associados numa dinâmica de solidariedade coletiva, para o desenvolvimento social, económico e político das comunidades da secção de Bachil, que conta com cerca de 40 tabancas.

“Os filhos de Bachil residentes em Bissau e na diáspora serão sensibilizados pela Associação, para adesão , em massa, à Associação, dando as suas contribuições financeiras, para a implementação dos projetos previdos para três anos.

Jaque Frederic Mendy emigrante guineense residente em França, era  Vice-presidente desta  associação, cujo o  2º Congresso decorreu de 25 à 27 de corrente mês, juntando  400 associados, nativos de Bachil, provenientes de diferentes países, nomeadamente, África, Europa e América.ANG/AG/LLA/ÂC//SG

 

   Canadá/Mark Carney vence  numa eleição marcada por Donald Trump

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - Os liberais ganharam segunda-feira a eleição no Canadá, no entanto, o novo primeiro-ministro, Mark Carney, não deverá conseguir chegar à maioria dos eleitos, necessitando concertar posições com os outros partidos, numa altura em que o país está envolvido numa guerra comercial com os Estados Unidos.

Ao país, Mark Carney disse após a sua vitória que o Canadá "nunca deverá esquecer as lições da traição dos Estados Unidos". Foi com este discurso de oposição às pretensões de Donald Trump que os liberais ganharam aos conservadores, não conseguindo, no entanto, chegar à maioria.

Os meios de comunicação canadianos projectam uma vitória para os liberais com 168 deputados - precisam de 172 para ter a maioria -, enquanto os conservadores terão 144 eleitos. A noite de ontem representou ainda uma dura derrota para o terceiro partido canadiano, o NDP, com o seu líder Jagmeet Singh a não conseguir ser eleito. Também o líder do conservadores, que concorria a primeiro-ministro, Pierre Poilievre, perdeu o seu assento.

Foram eleitos como deputados quatro luso-canadianos. Entre eles está Charles Sousa, reeleito em Mississauga–Lakeshore, em Ontario. Para Sousa, está é uma vitória do Canadá e há agora necessidade de "trabalhar em conjunto para resolver os desafios” que o país enfrenta.

"O Canadá precisa de unidade, especialmente para proteger a nossa independência face aos Estados Unidos e para reforçar a nossa economia no mercado global", declarou Charles Sousa, que entre 2013 e 2018 foi ministro das Finanças de Ontário.

Este é o quarto mandato consecutivo para os liberais no Canadá, com Carney a apontar o dedo durante a campanha ao seu antecessor e companheiro de partido, Justin Trudeau, acusando-o de não se ter focado no crescimento da economia do país. Dos 41 milhões de eleitores, cerca de 29 milhões foram na segunda-feira às urnas. ANG/RFI

segunda-feira, 28 de abril de 2025

   Regiões/Pescadores de Quinará sem meios para conservação de pescado

Quinará, 28 Abr 25 (ANG) – Os pescadores da região de Quinara, sul do país dizem que estão  a enfrentar várias dificuldades para práticas das suas atividades, nomeadamente a falta  de gelo e contentor frigorífico para conservação de pescado.

Em entrevista concedida no último fim de semana ao Correspondente da ANG na região de Quinara, o Delegado Regional de Pesca ,  Abú Dabo disse que a situação é desanimadora. “Não existem condições para prática de pesca na região devido falta de fábrica de gelo e contentor frigorífico para a conservação de grande quantidade dos pescados capturados do mar para mercado local.

Dabo lamentou o facto de grande quantidade pescado ter sempre que ser levado para outra região para sua comercialização, devido falta de condições para sua conservação em Quinará.

Disse que tem estado a receber reclamações de citadinos de Quinará, que protestam que não consomem peixes de qualidade da região porque são levados para outras zonas do pais.

Aquele responsável disse que agora enfrentam outro problema que é a falta de combustível , e que tem estado a impossibilitar atividade de pesca à muitos praticantes, e em consequência, a provocar escassez de pescado nos mercados locais.

Perante essa situação, o responsável máximo da pesca para a região de Quinará apela diligências das autoridades competentes para que a região possa dispor de fábrica de gelo e contentores frigoríficos
para conservação do pescado.

ANG/RC/MI/ÂC//SG