terça-feira, 22 de julho de 2025

Justiça/”O Estado deve assumir o setor como prioridade da sua agenda diária” diz  Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) – O Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau (OAGB), disse, hoje, que o Estado deve assumir o setor da justiça como prioridade da sua agenda diária.

Januário Pedro Correia  falava, hoje, em conferência de imprensa, alusiva ao 34º aniversário da  Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau,   celebrada  sob o lema, “Acesso ao Direito e à Justiça, Como Prevenir e Combater a Corrupção e Crimes Baseados no Género, Crianças e Pessoas com Deficiência”.

“A nossa Ordem dos Advogados tem vindo a apostar em levar os advogados para o interior do país, a fim de  conhecerem   a realidade que se vive lá, em termos de justiça. Sabemos que todos os escritórios de advogacia estão centrados em Bissau, e é importante estendê-las para o interior do país”, disse  Correia.

Segundo o responsável, sem advogacia no interior do país, há inexistência da  justiça nestas localidades.

Disse que é responsabilidade  do Estado criar condições, para que os magistrados da justiça possam trabalhar no interior do país.

“No ano passado, fizemos um trabalho nas regiões, comcluímos  que a maioria delas, não  dispõe  de centros de justiça, e para aqueles que têm, o edifício apresenta um estado avançado de degradação, e sem condições para um magistrado o utilizar como gabinete de atendimento”, revelou o Bastonário da Ordem dos Advogados .

Januário Correia defende que é preciso a colaboração de todos para combater a corrupção no sistema da justiça guineense.

Segundo o programa, as atividades comemorativas  dos 34 anos da Ordem dos Advogadoso vão decorrer de  01 à 04 de Agosto, em  Gabu e Bafatá,  e contarão com a participação do pessoal da justiça afectas à zona leste, norte e sul do país,para além de representantes  das entidades tradicionais, religiosas, administrativas e poder local.

Durante quatro dias, os participantes  vão abordar  temas  tais como “Acesso ao Direito e à Justiça no Leste, Norte e Sul do país”.

Jenuário Correia disse que as atividades  vão continuar  em Bissau, nomedamente com formações no domínio de Direito à Justiça, realização de  marcha desportiva e   de um  torneio de futebol entre os Advogados, o pessoal do Ministério da Justiça e de outras intituições que trabalham ligados ao setor.

 No final do evento, de acordo com o programa da celebração dos 34º aniversário da criação da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, serão entregues as “Estatueta da Justiça”, às instituições e personalidades que se destacaram em defesa do  direito à justiça, da cidadania e dos Direitos Humanos.ANG/LLA//SG  

 

Saúde/ “Uma equipa médica de voluntários francesas está no país para fazer consultas  médicas grátis na região de Gabu” diz assessor de imprensa do deputado da Nação

Gabu, 22 Jul 25 (ANG) -  O assessor de imprensa do Deputado Alfucene Djaló,  Sana Djaló revelou  segunda-feira que uma missão  médica de voluntários  franceses está no país para, entre quarta e quinta-feira,  realizar consultas médicas gratuitas em diferentes patologias, na região de Gabu.


Em declarações ao correspondente regional da ANG de Gabu, Sana Djaló  disse que os trabalhos dessa equipa serão  feitos  em colaboração com os médicos e enfermeiros nacionais, através do hospital regional de Gabu.

“Esta ação solidária, enquadra-se nas atividades realizadas pelo deputado  Alfucene Djaló e sob alto patrocínio do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

As consultas médicas gratuitas deverão ocorrer num altura em que o sector sanitário guineense observa mais uma greve, desta de 10 dias, iniciada segunda-feira.

À população da região de Gabu, Sana Djalo informa que as consultas vão iniciar as 07H00 de quarta-feira e durante dois dias médicos franceses e nacionais vão garantir tratamento médico e medicamentosa à todos os pacientes assistidos.

ANG/SS/LPG//SG     

Suíça/Human Rights Watch denuncia as condições de detenção dos migrantes nos Estados Unidos

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) -  A ONG Human Rights Watch teceu, num relatório publicado segunda-fera, um alerta sobre as "práticas abusivas" dos Estados Unidos em centros de detenção para migrantes situados na Flórida, no sul do país, desde o regresso ao poder de Donald Trump, que fez da luta contra a imigração uma das suas prioridades.

"Devíamos comer como cães" é o desabafo de um dos migrantes detidos e também o título do relatório publicado ontem pela Human Rights Watch, um documento em que a ONG de defesa dos Direitos Humanos dá conta de celas superlotadas, mergulhadas num frio glacial, e migrantes que dormem no chão debaixo de luzes continuamente acesas, privados de higiene básica, em três centros de detenção todos situados na Flórida: o Krome North Service Processing Center, o Broward Transitional Center e o Centro de Detenção Federal de Miami.

Neste relatório baseado nos testemunhos de oito homens e três mulheres que lá estiveram ou estão ainda em detenção, bem como de familiares de sete migrantes e de 14 advogados especializados, a Human Rights Watch detalha condições de detenção qualificadas de "degradantes e desumanizantes" que constituem "uma violação flagrante das normas internacionais de Direitos Humanos".

"Havia apenas uma sanita e estava coberta de excrementos", diz uma antiga detida ao descrever a cela onde permaneceu juntamente com dezenas de outras mulheres, sem cama ou privacidade. "Era preciso inclinar-se e comer com a boca, como os cães", conta por sua vez um homem que foi forçado a comer com as mãos algemadas nas costas.

De acordo com outros testemunhos igualmente citados no relatório, as celas eram mantidas deliberadamente frias, os detidos eram tratados "como lixo" pelos guardas prisionais e ninguém podia queixar-se sob pena de ser colocado no isolamento durante duas semanas.

Para além disto, a Human Rights Watch refere igualmente que os presos são privados de tratamento médico, mesmo que sofram de doenças crónicas como diabetes, asma ou problemas renais, esta entidade indicando que esta situação "poderia estar na origem de duas mortes" nos três centros de detenção mencionados.

Estas denúncias surgem numa altura em que os Estados Unidos, em particular a Califórnia, acabam de ser abalados por uma onda de protestos contra as condições de detenção dos migrantes severamente reprimida.

Donald Trump colocou a luta contra a imigração na dianteira das suas prioridades, tendo feito aprovar pelo Congresso um orçamento dedicando 45 biliões de Dólares para a criação de 100 mil lugares em centros de detenção para migrantes.

Segundo a Human Rights Watch, a média diária de migrantes detidos nos Estados Unidos passou de um pouco mais de 37 mil no ano passado para mais de 56 mil nos primeiros seis meses de 2025, sendo que um dos centros citados pela organização chegou ultimamente a acolher três vezes mais presos do que a sua capacidade máxima. ANG/RFI

 

 Irão/ Governo declara que não vai abandonar enriquecimento de Urânio apesar das ameaças americanas

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) - A diplomacia de Teerão reconhece que o programa nuclear está parado mas não o podem abandonar, trata-se de uma "questão de orgulho nacional".


O  direito de continuar a enriquecer urânio foi assim reivindicado  um mês depois de os Estados Unidos bombardearem o país, entrando na guerra desencadeada pelo aliado israelita.

Há praticamente um mês que não se ouvem bombas no Irão. A guerra lançada por Israel para destruir o programa nuclear do regime de Teerão começou a 13 de Junho. Os ataques visaram instalações científicas, investigadores e altas patentes militares. Teerão ripostou lançado salvas de mísseis sobre Israel. Os ataques terão feito um milhar de mortos no Irão e, pelo menos, 28 em Israel.

A "Guerra dos 12 dias", como lhe chamou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culminou com o bombardeamento americano às instalações de Ispahan, Natanz e Fordo, há precisamente um mês.

Trump anunciou de imediato a destruição do programa nuclear iraniano, embora muitas vozes tenham afirmado que seria difícil de avaliar o verdadeiro impacto dos bombardeamentos.

Ontem à noite, o ministro dos negócios estrangeiros do Irão, Abbas Araghciafirmou à estação norte-americana Fox News que o programa nuclear está "parado, porque os estragos são graves e sérios." No entanto, sublinhou que o seu país "não pode abandonar o enriquecimento de urânio porque se trata de um feito dos [seus] cientistas ", além de ser, agora "uma questão de orgulho nacional".

Para o final da semana está agendada para Istambul, na Turquia, uma ronda de negociações com alemães, britânicos e franceses. Em cima da mesa está um eventual regresso das sanções europeias. Mas Teerão pode também abrir um canal de comunicação com Washington. Abbas Araghci disse à Fox News que a diplomacia iraniana estava disponível para conversações com os Estados Unidos, mas "por agora" apenas de forma indirecta. ANG/RFI

Moçambique/Mondlane acusado de cinco crimes incluindo desobediência e terrorismo

Bissau, 22 Jul (ANG) - O político Venâncio Mondlane foi acusado pelo Ministério Público moçambicano de cinco crimes, no âmbito das manifestações pós-eleitorais, incluindo incitamento à desobediência coletiva e instigação ao terrorismo, revelou o próprio, à saída da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Perante um forte aparato policial, com a sede da PGR, em Maputo, interdita à circulação automóvel e pedonal, e com elementos do Ministério Público a receberem-no à entrada com coletes antibala, o ex-candidato presidencial explicou, após 30 minutos no interior para receber a notificação, que vai para julgamento, com o apoio de uma "equipa internacional" de advogados, de "consciência tranquila".

"Pelo contrário, eu prestei um grande serviço a esta nação. É a primeira vez em 30 anos de democracia em que nós conseguimos levar até ao extremo a questão de desvendar, tirar o véu da fraude. Tiramos a máscara da fraude e levamos até a extrema resistência contra um regime ditatorial que se mantém com base nas armas, com base nos assassinatos e nos sequestros", disse aos jornalistas Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais de 09 de outubro.

"Eu prestei um grande serviço a este país. E não só. É a primeira vez desde a independência nacional que o povo moçambicano durante uma semana canta o hino nacional e sente o sentimento pátrio, sente que pertence a uma pátria, sente que tem orgulho de ser moçambicano, tudo isto para mim configura um grande serviço prestado à pátria", afirmou ainda, aludindo aos vários meses de protestos pós-eleitorais em Moçambique.

O trânsito na avenida Vladimir Lenine, na baixa da cidade e único acesso à sede da PGR, foi fechado cerca das 09:00 (menos uma hora em Lisboa), após terem sido posicionados meios de dissuasão da polícia na zona, como um tanque de água, e algumas dezenas de agentes, incluindo da Unidade de Intervenção Rápida e brigadas cinotécnicas, que impediam a aproximação de apoiantes de Venâncio Mondlane à PGR.

Venâncio Mondlane foi hoje chamado à PGR, pela terceira vez, no âmbito dos processos das manifestações pós-eleitorais, tendo o Ministério Público mantido o Termo de Identidade e Residência ao político, como medida de coação, segundo disse o político, à saída.

Moçambique viveu desde as eleições de outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder, como quinto Presidente da República.

Segundo organizações não-governamentais que acompanham o processo eleitoral, cerca de 400 pessoas perderam a vida em resultado de confrontos com a polícia, além de destruição de património público e privado, saques e violência, conflitos que cessaram após encontros entre Mondlane e Chapo em 23 de março e em 20 de maio, com vista à pacificação do país.ANG/Lusa

 

Médio Oriente/Hamas agradece apoio a Gaza de 25 Estados e pede medidas práticas

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) - O Hamas agradeceu hoje a declaração conjunta de 25 países, incluindo Portugal, a pedir o fim da ofensiva israelita e a entrada de mais ajuda em Gaza, e solicitou "medidas práticas" para atingir esses objetivos. 


Instamos os Estados signatários a traduzir o conteúdo (do apelo) em medidas práticas para pôr fim a tragédia humanitária provocada pela ocupação na faixa de Gaza.

para exercer pressão direta e eficaz para travar a brutal guerra de extermínio contra o povo [palestiniano] e para garantir o fluxo imediato de ajuda humanitária", refere o grupo em comunicado hoje publicado.

Os Ministérios dos Negócios Estrangeiros de 25 países, incluindo de Portugal, Espanha, Reino Unido, Bélgica ou Canadá, pediram, numa declaração conjunta divulgada na segunda-feira, o fim da guerra na Palestina e opuseram-se a qualquer alteração territorial ou demográfica na região.

O conjunto de países critica "o plano de colonização anunciado pela Administração Civil" que, "a ser aplicado, dividiria o Estado palestiniano em dois, constituindo uma violação flagrante do direito internacional e comprometendo gravemente a solução de dois Estados".

 “A construção de colonatos em toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalêm Orienatal, acelerou,enquanto a violência dos colonos contra palestinianos disparou. Esta situação tem de acabar”, acrescentaram os signatários.

A declaração surgiu numa altura em que a Faixa de Gaza enfrenta um dos momentos humanitários mais críticos desde o início da ofensiva israelita, com o aumento vertiginoso do número de mortes por subnutrição e fome.

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, mais de 100 palestinianos morreram de subnutrição, 80 dos quais eram crianças.

Assim, para o grupo palestiniano, esta declaração "representa um novo reconhecimento internacional da magnitude das violações generalizadas cometidas pelo Governo de ocupação fascista contra civis inocentes, incluindo a política sistemática da fome".

"A declaração afirma que a política de fome implementada pela ocupação sionista constitui uma violação flagrante do direito internacional humanitário", afirma o Hamas.

Os representantes dos 25 países em causa também manifestaram a sua oposição ao projeto de deslocalização de 2,1 milhões de palestinianos para Rafah - como foi recentemente defendido pelo Governo israelita - dado que a deslocação forçada permanente é uma violação do direito internacional humanitário.

Israel, por sua vez, rejeitou esta declaração e responsabilizou o Hamas pelos ataques contínuos na devastada Faixa de Gaza.

 “Todas as declarações e reivindicações devem ser dirigidas ao único responsável pela falta de um acordo para a libertação de reféns e de um cessar-fogo: o Hamas, que iniciou esta guerra e s está a prolongar”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, em comunicado.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 59 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Israel também impôs um bloqueio de bens essenciais a Gaza, como alimentos, água potável, medicação e combustível e, depois de muitos apelos para que abrisse portas à ajuda humanitária, permitiu apenas que uma entidade controlada pelo país, e apoiada pelos Estados Unidos, distribua alimentos no terreno, mas a operação é muito insuficiente.ANG/RFI

 

   Espanha/Governo  começa a regular sigilo profissional dos jornalistas

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) - O Governo espanhol deu os primeiros passos para regular o sigilo profissional dos jornalistas e dos prestadores de serviços de comunicação social, aprovando hoje um projeto de Lei Orgânica para proteger o trabalho dos profissionais da informação.

anúncio foi feito pelo ministro da Presidência, Justiça e Relações Parlamentares, Félix Bolaños, que garantiu que, com este regulamento, casos como o que ocorreu em Palma de Maiorca, quando um tribunal ordenou a apreensão dos telemóveis e computadores de dois jornalistas, não se vão repetir.

Conforme avança a agência EFE, esta situação, segundo Bolaños, foi "um gatilho" para a necessidade de elaboração desta lei, pendente desde 1978.

O responsável considerou que se trata de um avanço "muito substancial", que vai evitar que situações como a que causou "tanta angústia" aos jornalistas se repitam.

A regulamentação estará em consonância com o Regulamento Europeu sobre a liberdade de imprensa aprovado pela União Europeia (UE) e com o consenso das federações e associações de jornalistas.

Estará também em conformidade com a doutrina do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e do Tribunal Constitucional, e com as recomendações do Comité de Ministros aos Estados-membros do Conselho da Europa.

Após este primeiro passo,sera agora realizada uma consulta pública para recolher opiniões sobre como aumentar a eficácia do direito ao sigilo profissional para jornalistas e prestadores de serviços de comunicação social.

A lei regula quem detém aquele direito: os profissionais da informação, os prestadores de serviços de comunicação social e as suas redações e as pessoas singulares que, por relação privada, habitual ou profissional com os mesmos, possam também identificar as fontes destes jornalistas.

Regula também aquilo em que consiste o segredo profissional e tudo o que ele abrange, como o direito de não revelar as fontes, o canal através do qual a iformação foi transmitida ou qualquer outra informação que possa levar à identificação da fonte do jornalista. A norma inclui ainda limites a este exercício do direito e fá-lo em consonância com a regulamentação europeia, pelo que os juízes e os tribunais podem determinar procedimentos para identificar uma fonte de informação quando haja um dano grave e iminente que afete a vida, a integridade física ou a segurança de uma pessoa, ou quando haja um risco grave e iminente para a segurança nacional ou para elementos fundamentais do sistema constitucional.

Também regula os casos em que os juízes e os tribunais podem determinar a instalação de Software de vigilância intrusiva nos dispositivos daqueles que têm direito ao sigilo. ANG/Lusa

 

 França/Diretora da UNESCO lamenta "profundamente" saída dos EUA da organização

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) - A diretora-geral da UNESCO, a francesa Audrey Azoulay, lamentou profundamente a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar o seu país da organização, mas garantiu que estavam preparados para isto, inclusive em termos orçamentais. 

“Embora lamentável, este anúncio era revisível e a UNESCO preparou-se para ele”, disse Azoulay em comunicado após a decisão norte-americana, anunciada por um porta-voz do Departamento de Estado de Washington.

A Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), com sede em Paris, explicou que a contribuição dos Estados Unidos representa 22% do seu orçamento regular, mas apenas 8% do seu orçamento total, que é sustentado, para além das contribuições obrigatórias dos membros, por contribuições voluntárias de países, organizações sociais e doadores.

Estes contributos duplicaram desde 2018, o que significa que a agência está "protegida" e "não está a considerar despedimentos", indicou o diretor-geral, uma vez que a situação é menos dramática do que para outras entidades da ONU mais dependentes de Washington.

A ausência de contribuições dos EUA não impediu grandes projetos como a reconstrução da cidade antiga de Mossul (Iraque), iniciada em 2018.

Em relação aos argumentos dos Estados Unidos, que justifiquem esta medida,  o Departamento de Estado indicou que “não é do interesse nacional”, dado que a UNESCO promove”causas sociais e culturais divisórias”,notícia a agência noticiosa espanhola Efe.

Os norte-americanos citaram especificamente a natureza "globalista" e "ideológica" dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e reiteraram também a sua oposição ao estatuto da Palestina, que foi admitida como membro em 2011.

A entrada da Palestina levou o Governo norte-americano, então liderado pelo Presidente Barack Obama, a congelar as suas contribuições para a UNESCO, e depois Trump finalizou a retirada em 2017 (embora só entrasse em vigor no ano seguinte) em protesto contra as alegadas tendências anti-israelitas da organização e citando também a necessidade de reformas.

Em 2023, quando os Estados Unidos regressaram como membro de pleno direito por iniciativa do Presidente Joe Biden, fizeram-no com um plano de liquidar gradualmente os pagamentos pendentes do período de 2011 a 2018, que totalizaram 619 milhões de dólares.

As razões para a retirada, "são as mesmas de há sete anos", referiu hoje Azoulay, apesar de a situação dentro da organização "ter mudado profundamente" desde então.

Sobretudo porque as decisões são atualmente tomadas por consenso - incluindo em relação a Israel e à Palestina - para evitar atritos e acusações de politização.

Segundo fontes da organização, esta é, de facto, uma "decisão política bastante pessoal" sobre a qual a agência não tinha falsas esperanças, especialmente tendo em conta que o regresso em 2023 tinha sido uma iniciativa pessoal do Presidente Biden.

A situação atual da organização também não foi sujeita a uma revisão completa, de acordo com as mesmas fontes, que não atribuem o momento do anúncio a nenhum fator específico, notícia a Efe.

A UNESCO enfatizou ainda que a posição da administração Trump contradiz valores chave como o combate ao antissemitismo e a educação sobre o Holocausto, duas áreas que fazem parte do mandato da UNESCO.

O seu trabalho nestas áreas, recordou a diretora-geral, é aplaudido por importantes organizações internacionais e norte-americanas que lutam contra o antissemitismo e preservam a memória judaica, como o Congresso Judaico Mundial e a sua secção norte-americana, e o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington.

"A UNESCO continuará a cumprir estas missões, apesar da inevitável redução de recursos", prometeu Azoulay, referindo que a missão da agência é acolher todas as nações e que os Estados Unidos "são e serão sempre bem-vindos".

Azoulay fez ainda questão de referir os sítios monumentais indicados para o estatuto de Património Mundial e outros reconhecimentos, pois "podem ser os primeiros a sofrer as consequências" desta decisão "contrária aos princípios do multilateralismo".

Esta é a terceira vez que os Estados Unidos se retiram da UNESCO, organização da qual foram um dos membros fundadores em 1945 e um dos primeiros signatários da sua constituição, que entrou em vigor a 4 de novembro.

A primeira retirada, além das duas de Trump, ocorreu em 1984, na administração do Presidente Ronald Reagan, em protesto contra o que considerou ser má gestão económica e "politização" excessiva - no contexto da Guerra Fria - quando contribuiu com um quarto do seu orçamento.

O país só regressou em outubro de 2003, durante a presidência de George W. Bush. ANG/RFI

 

Sociedade/ ANEJ  capacita mais de 40 mulheres empreendedores em matéria de gestão empresarial

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) – A Agência Nacional de Empreendedorismo Juvenil (ANEJ), em colaboração com a ONG Kau Criar reforçaram a capacidade de mais de 40 empreendedores e potenciais empreendedores guineenses em Gestão Empresarial, na sua maioria  mulheres.

Segundo a página oficial desta ONG na Facebook, a formação realizou-se no  âmbito do projeto “Empreendedorismo, Jovens e Mulheres, que perspetiva o reforço das capacidades de desenvolvimento das pequenas e médias empresas".

Trata-se de uma iniciativa  financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e implementada localmente pela FUNDEI.

“O projeto serve para promover o espírito empresarial e fortalecer o tecido económico da Guiné-Bissau, apostando na capacitação de jovens e mulheres como motores do desenvolvimento sustentável”, refere a Página da ANEJ.

Durante duas as sessões de formação, foram abordados temas como  o conceito de empresa, o seu funcionamento, estratégias de gestão e formalização de negócios na Guiné-Bissau, combinando a teoria e prática, com exercícios aplicados, visando a facultação aos formandos das  capacidades técnicas  para  criação e consolidação de Pequenas e Médias Empresas (PMEs). ANG/MI//SG

 

 Política/ Coordenador de uma das alas do MADEM-G15 deseja que  Presidência de USE na CPLP seja aproveitada com “inteligência  estratégica”

Bissau, 22 Jul 25(ANG) – O Coordenador de uma das alas do  MADEM-G15, Braima Camará  disse desejar  que a Presidência de Umaro Sissoco Embaló  na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) seja aproveitada com inteligência estratégica  para abrir portas, criar parcerias e mobilizar os recursos necessários ao desenvolvimento sustentável do país.

Braima Camará manifestou o desejo na sua página de Facebook, na qual defende  que a  assunção da Presidência rotativa da CPLP pela Guiné-Bissau e por Umaro Sissoco Embaló, Presidente da República da Guiné-Bissau, representa um momento de prestígio e responsabilidade para a Guiné-Bissau e para todos os guineenses. 

“Saúdo este marco com orgulho patriótico, reconhecendo nele uma oportunidade para afirmar o lugar da Guiné-Bissau no seio das nações que promovem a cooperação, o diálogo e  desenvolvimento sustentável”, disse

O Coordenador de uma das alas de MADEM-G15 disse que a  centralidade atribuída ao tema “ Soberania Alimentar” na Cimeira  de Bissau é, a seu  ver, um sinal claro de que o futuro da  Nação guineense está intrinsecamente ligado à valorização dos  recursos, à proteção da  terra e ao fortalecimento das capacidades produtivas do  povo.

Para Camará , a  Segurança Alimentar é hoje um imperativo de soberania, dignidade e paz social.

disse que chegou o momento de fazer convergir a diplomacia com a Constituição, e o prestígio internacional com o retorno pleno à legitimidade constitucional.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló assumiu na passada sexta-feira a Presidência rotativa da CPLP, para uma mandato de dois anos que vai ser exercido sob o lema “A CPLP Soberania Alimentar - Um Caminho para o Desenvolvimento Sustentável”, ANG/JD//SG

 Sociedade/ Pessoas desconhecidas vandalizam estação elétrica de Safim

Bissau, 22 Jul 25 (ANG) – Pessoas desconhecidas vandalizaram no fim de semana, uma estação elétrica incluindo um gerador no setor de Safim, arredores de Bissau ,deixando parte da população sem energia elétrica.

De acordo com à Rádio Sol Mansi, que cita o Diretor-geral da Energia, Carlos Alberto Handen, o ato  que ocorreu no passado  domingo, na segunda entrada de Fátima, em Safim ,fez danos que atingiram equipamentos fundamentais da estação ,incluindo um gerador, o que  forçará  à uma interrupção temporária do fornecimento de luz pública na zona afetada.

Carlos  Handem fez estas denúncias depois de uma visita à zona afetada acompanhado do Diretor-geral da Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB).

Para Handem o problema não se limita apenas a iluminação ,mas também coloca em risco permanente o património público .

Segundo o DG da Energia, a área afetada ficará, temporariamente, às escuras e face a gravidade da situação, a administração do setor de Safim  pede a compreensão da população de Safim

“Solicitamos igualmente ao administrador que incentive o reforço do patrulhamento policial nos locais mais vulneráveis ,com o objetivo de prevenir futuros incidentes e salvaguardar os bens públicos”,disse Handem

Handem qualificou o acontecimento de “preocupante” ,salientando que ,além de afetar diretamente o sistema de iluminação pública, .põe em causa a imagem e a segurança da nova estrada construída naquela zona.

De acordo ainda com a Rádio Sol Mansi, a equipa técnica que visitou o local recomendou a reposição urgente dos cabos danificados ,a revisão completa do gerador vandalizado ,bem como a implementação de medidas de segurança.

ANG/MSC//SG

Saúde/Trabalhadores iniciam greve geral de 10 dias entre 21 à 31 de Julho em curso

Bissau, 22 Jul 25 (ANG)- A Frente Social(FS) decreta greve geral  de 10 dias (21 à 31 de Julho) para trabalhadores da área de saúde revindicando entre outros, o  pagamento de retroativos, subsídios de vela e de isolamento.

O pré-aviso para o efeito entregue ao patronato desde o dia 04 de Julho, e  à que a ANG teve acesso esta terça-feira, indica  ainda que a FS exige  o pagamento de 18 meses de salário aos novos ingressos, o desbloqueio de salários, a reclassificação e efetivação de agentes da saúde  reintegrados, a observância da lei nas nomeações de diretores dos hospitais e dos centros de saúde, e a melhoria das condições de trabalho .

A organização sindical que integra sindicatos da Saúde e Ensino, refere no pré-aviso que desta  vez não quer “promessas falsas” e que as negociações devem ser feitas apenas  na base de “respeito e da verdade”. ANG/AALS//SG

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Ambiente/ Arranca hoje no Brasil VIIIº  congresso Internacional de Educação Ambiental da CPLP

Bissau, 21 jul 25 (ANG) - O VIIIº Congresso Internacional da Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa(CPLP), considerado o maior evento da lusofonia voltado à temática socioambiental, inicia hoje em Manaus, no Brasil.

A informação foi avançada pelo Gabinete da Comunicação da Rede Luso Guiné Bissau, em comunicado , segundo o qual o evento decorre Sob o tema "Educação Ambiental e Ação Local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver".

o VIII Congresso Ambiental, conforme o documento,  contará com mais de 1,6 mil participantes de dez países da lusofonia, incluindo a Guiné-Bissau.

“O evento bienal que termina no dia 25 do mês em curso tem como objetivo promover a divulgação de projetos de investigação científica, a troca de experiências pedagógicas, bem como a partilha de projetos comunitários e o reforço das redes nas áreas da educação ambiental, cooperação e desenvolvimento”, lê-se no documento.

Refere ainda  que pretende-se  com iniciativa promover a cooperação entre atores educativos das comunidades lusófonas capacitando-os para atuar a nível das políticas de responsabilidade ambiental e de justiça social.

A delegação guineense  é chefiada pelo coordenador nacional da organização, Fernando Saldanha .

O VIIIº congresso Ambiental da CPLP vai ter painéis, mesas redondas, feira de sabores, arte e cultura da CPLP, visita à projetos e distribuição de materiais de segurança marítima, entre outras ações previstas. ANG/LPG//SG

Política/API-Cabas Garandi felicita  Presidente da República pela assunção  da presidência da CPLP

Bissau, 20 Jul 25 (ANG) – A coligação  Aliança Patriótica Inclusiva “Cabas Garandi” felicita, em comunicado, ao  Presidente da República pela assunção da presidência rotativa  da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).


API-Cabas Garandi considerou o ato  de “feito  prestigiante” que projeta, a nível internacional, a imagem de um pais que, apesar dos seus desafios, continua empenhado no diálogo, na cooperação e no desenvolvimento partilhado no espaço da lusofonia.

A coligação integrada por  uma ala do PRS, outra do Madem G-15, o APU-(PDGB) e a Frepasna, realça  que a presidência da CPLP pela Guiné-Bissau representa não apenas uma honra, mas também uma grande responsabilidade, porque é uma oportunidade para demonstrar a maturidade institucional, capacidade de diálogo e sentido de Estado, valores que a coligação diz serem  particularmente importantes num momento em que o país se prepara para eleições presidenciais e legislativas decisivas para o seu futuro.

"Enquanto líder da Coligação API-Cabas Garandi, reitero o nosso compromisso com a estabilidade,  legalidade democrática e o respeito pelas instituições. Que esta presidência sirva de inspiração para um novo ciclo político nacional baseado na inclusão,  dignidade e no progresso do nosso povo. E desejamos, por isso, que a Guiné-Bissau exerça este mandato com visão estratégica, espírito de cooperação e elevação diplomática."referiu Nuno Gomes  Nabiam.

ANG/MI//SG

 XVª Cimeira da CPLP/ Chefes de Estado e de Governo nomeiam Embaixadores de Boa Vontade da Comunidade

Bissau, 21 Jul 25 (ANG) – A Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) decidiu, sexta-feira(18),  em Bissau, nomear O Grupo musical os Calema, como Embaixador de Boa Vontade da CPLP, na área da música e cultura, para um mandato de quatro anos, suscetível de renovação por iguais períodos.

Para a área de cultura e inclusão social a  conferência nomeou Maria de Fátima Palha Figueiredo “Fafa de Belém” como embaixadora de Boa Vontade da CPLP.

A XVª Conferência reconduziu, para um novo mandato de quatro anos,três outros embaixadores de Boa Vontade da CPLP. São eles, Filipe Silvino de Pina Zau, na área da língua portuguesa; Nelson Évora, nas áreas da juventude, do desporto e da igualdade de género e  Patrícia Mamona, nas áreas da juventude, do desporto e da igualdade de género.

A figura de “Embaixador de Boa Vontade da CPLP” foi instituída “com vista a promover amplamente os objetivos e  as atividades da CPLP”.

A XVª conferência de chefes de Estado e de Governo decorreu sexta-feira(18) em Bissau e ficou marcada pela a assumção da Presidência rotativa da organzação pela Guiné-Bissau, para um mandato de dois anos.

ANG/LPG//SG

Cooperação/  Embaixadora de Hungria para Guiné-Bissau entrega cartas credenciais

Bissau, 21 Jul 25 (ANG) – A Embaixadora extraordinária e plenipotenciária da  Hungria admitiu no fim de semana as possibilidades de o seu país abrir, no futuro, uma embaixada em Bissau.


Emília Fabián, falava à imprensa após proceder a entregar de cartas   credenciais que a habilitem a exercer essas funções diplomáticas ao chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.

A diplomata reiterou o compromisso do seu país de aprofundar as relações de amizade e cooperação com o Estado guineense.

Questionada se a Hungria vai ter embaixada fixa no país respondeu que neste momento ela não é residente, mas que no futuro poderá ser possivel a abertura de uma embaixada do seu país na Guiné-Bissau.

Emília Fábiam reside atualmente  em Portugal mas  garante que terá mais deslocações à Guiné-Bissau, com o objetivo de reforçar os laços bilaterais de cooperação entre os dois países.ANG/JD//SG

Desporto: CAN Feminino/África do Sul e Gana nas meias no CAN

Bissau, 21 Jul 25 (ANG)  - O CAN de futebol feminino decorre em território marroquino até 26 de Julho, e Gana e África do Sul são  as duas seleções já apuradas  para as meias-finais.

Nos quartas-de-final, a África do Sul venceu por 4-1 na marcação das grandes penalidades após o empate sem golos frente ao Senegal, enquanto o Gana triunfou por 4-2 igualmente na marcação das grandes penalidades após o empate sem golos perante a Argélia.

Nas meias-finais, a Nigéria vai medir forças com a África do Sul, enquanto Marrocos vai defrontar o Gana.

De notar que em 2022, as sul-africanas tinham arrecadado o título continental.

Recorde-se que a Nigéria com nove títulos, em 12 edições, é a selecção com o maior número de triunfos no CAN de futebol feminino. ANG/RFI