segunda-feira, 28 de julho de 2025

Saúde Pública/Frente Social responsabiliza ao Governo pela continuidade da greve no setor

Bissau,  28 Jul 25 (ANG) – A Frente Social (FS),organização sindical que  engloba sindicatos do setor da saúde e educação acusou hoje ao Governo de  “falta de sensibilidade” em relação aos problemas sociais do país.


A acusação foi feita pelo porta-voz da organização, Sene Djassi ,numa conferência de imprensa, de balanço da 8ª vaga de paralisação laboral no setor da saúde pública, que cumpriu uma semana.

Djassi disse que o Governo, mais uma vez, não cumpriu o que  prometeu na  assinatura do Memorando do Entendimento, essencialmente no que tange ao pagamento de salário aos novos ingressos da área da saúde, que não recebem, alguns há 20 meses, ou seja desde que começaram a trabalhar.

“O Governo está a pagar à conta gotas, devido a pressão dos sindicatos e a forma como está a pagar é de lamentar uma vez que as pessoas com dívidas de quase 20 meses recebem um mês . E  vimos que não havia seriedade para cumprir o acordo, exemplo disso foi foi no encontro que tivemos com o Presidente da República, onde estavam o Ministro das Finanças e a da Função Pública", explicou.

Segundo o sindicalista, no encontro ficou decidido que no dia seguinte haveria uma outra reunião entre os referidos governantes  e o sindicado para se entender melhor o assunto e encontrar a forma de o resolver.

“Os dois governantes se ausentaram do encontro “, disse Djassi.

O sindicalista disse que deram tempo ao Executivo com a convocação da greve no dia 04 de Julho para iniciar a paralisação no dia 21 mas que não houve nenhum contacto por parte do Executivo.

Djassi lamentou o que considerou “comportamento incorreto do Ministro da Saúde” que acusa de tentar  dividir a Frente Social.

“ Pedro Tipote não vai conseguir o seu intento, estamos  sempre disponíveis para negociar”, disse.

Djassi disse  que a primeira semana da greve teve uma adesão de  mais de 90 por cento na área da saúde .

O porta-voz da FS declarou que , doravante, vão reivindicar mais problemas do setor da saúde , porque não houve adesão dos professores à esta 8ª onda de greve.

“Os seus problemas serão levados em conta dependendo do  caso, não coletivamente, até quando ganharem a consciência de que a luta é para o bem de todos”, disse em alusão a não adesão à greve por parte de professores.

No Caderno Reivindicativo a Frente Social exige o pagamento de salário aos técnicos novos ingressos da área da saúde, pagamento de subsídios de velas e de isolamento, bem como a melhoria das condições de trabalho .

A 8ª vaga da greve de 10 dias que iniciou no passado dia 21 de Julho vai terminar no próximo dia 01 de Agosto. ANG/MSC//SG

 

  

 Desporto/ Massaf FC de Cacine sagrou-se  campeão da segunda divisão guineense

Bissau, 28 Jul 25 (ANG) -  A equipa de Massaf FC de Cacine " Os Gazelas" conquistaram no sábado(26), o título de campeã nacional da II Divisão guineense da época 2024/2025, ao derrotar o Cupelum Futebol Clube por 5-4, na marcação de grandes penalidades.


No tempo regulamentar as duas equipas  empataram (0-0),numa partida   disputada  no Estádio Lino Correia, em Bissau, mas na lotaria de grandes penalidades a formação de Cacine concretizou 5 penaltis contra 4 de Cupelum Futebol Clube.

As duas equipas que lideraram as séries (A-B), nacional da segunda liga guineense da epoca 24/25, subem para o primeiro escalão de futebol nacional para a próxima época. ANG/ In Sol Mansi

 Cultura / CPLP lança 3ª edição do programa CPLP audiovisual no dia   01 de agosto

Bissau, 28 Jul 25 (ANG) – As inscrições para 3ª edição do Programa  Audiovisual (PAV III)  da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) iniciam a partir de 01 de agosto e decorrem até  25 de setembro de 2025, anunciou organização no seu site.

A iniciativa, segundo o site, integra uma política multilateral de estímulo à criação, circulação e difusão de conteúdos audiovisuais em língua portuguesa, promovendo a cooperação técnica e cultural no setor.

O lançamento oficial da 3ª edição do Programa CPLP AudiovisuaL (PAV III)  conta  com vários  eventos programados nas nove capitais dos Estados-Membros da comunidade, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A comunidade chama a atenção aos profissionais de que os regulamentos do concurso podem ser consultados através do www.cplp.org. ANG/LPG//SG

 

Angola/Luanda abre-se a 14 países africanos ao isentar visto para estimular economia turística

Bissau, 28 Jul 25 (ANG) - Angola vê a isenção de vistos de viagem a cidadãos de 14 países africanos como uma medida para estimular o turismo e criar emprego.

 A iniciativa visa, dizem as autoridades, simplificar o acesso ao país para turistas e investidores da região.


ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, revela que a Angola está a reabilitar as infra-estruturas aeroportuárias, atendendo o desafio que tem com o sector turístico.

Estamos a reabilitar e as expandir a nossa infra-estrutura aeroportuária, mas continuamos a introduzir melhoria no Aeroporto Internacional de Luanda, no Aeroporto de Catumbela (Benguela) e ainda na construção do novo Aeroporto na província de Cabinda”, explicou o também economista.

O governante anunciou a expansão da rede hoteleira, com a entrada de cadeias internacionais de hotéis.

A rede hoteleira e oferta turística no geral tem-se expandido um pouco no país. Devemos crescer mais ainda com os anúncios, recentemente, efectuados dos novos investimentos por cadeias hoteleiras internacionais, como a Hilton, a Marriot e o grupo Mélia”, disse.

Segundo José de Lima Massano, neste momento, o país isentou visto a vários países, incluindo 14 africanos, com medida para a alavancar a criação de empregopromovendo a economia nacional.  

Adoptou-se o sistema de E-visa, com o processamento até 72 horas e implementou-se a isenção de vistos para cidadãos de um conjunto de países, incluindo de 14 países africanos”, referiu o  ministro de Estado para a Coordenação Económica. 

Da lista de países beneficiários constam 14 países africanos, 35 europeus, oito países do continente americano, 14 da Oceânia e 16 das Caraíbas.

Os países africanos abrangidos são o Reino de Eswatini, Marrocos, Lesoto, Guiné Equatorial, Ilhas Maurícias, República das Seychelles, Cabo Verde, Botswana, Madagáscar, Malawi, Ruanda, Zimbabué, Argélia, Tanzânia.ANG/RFI

 

             ONU/Arranca uma conferência  sobre o futuro da Palestina

Bissau, 28 Jul 25 (ANG) – Uma conferência da ONU sobre o futuro dos territórios palestinianos decorre a partir desta segunda-feira e durante mais dois dias em Nova Iorque , por iniciativa da Arábia Saudita e da França.


Este encontro no qual participam os representantes de mais de cem países, mas sem Israel e os Estados Unidos, será o prelúdio de uma cimeira a decorrer em Setembro sobre este assunto. Nestes próximos dias, as discussões articulam-se à volta de três eixos: reformas na Alta Autoridade Palestiniana, o desarmamento do Hamas e a normalização das relações com Israel por parte dos países árabes que ainda não o fizeram.

Muito embora os países organizadores da cimeira não alimentem expectativas quanto a evoluções imediatas por parte dos países árabes no que tange às suas relações com Israel, o ministro francês dos negócios estrangeiros, cujo país anunciou na semana passada a intenção de reconhecer o Estado da Palestina, disse que outros países europeus iriam confirmar uma decisão semelhante durante a conferência desta semana.

Sabe-se, contudo, que a Alemanha não encara isso "a breve trecho" e que o Reino Unido disse ainda na sexta-feira que um reconhecimento "deveria inserir-se num plano global".

Apesar de esta conferência acontecer num momento em que Israel decidiu fazer uma pausa parcial da sua ofensiva em Gaza de modo a deixar passar alguma ajuda humanitária para junto de uma população cujos níveis de malnutrição são considerados "preocupantes" pela ONU, o cepticismo predomina do lado palestiniano, nomeadamente para Mustafa Barghuthi, secretário-geral do partido "Moubadara", baseado na Cisjordânia.

"Tudo isso é bom, é útil, mas não é suficiente. Enquanto as pessoas morrem de fome em Gaza no século XXI por causa do bloqueio israelita, o que precisamos da comunidade internacional são sanções. Sem ameaçar Israel com sanções, o país não mudará seu comportamento", considera o líder político.

Enquanto Israel observa uma pausa na Faixa de Gaza, habitantes da Cisjordânia deram conta de um ataque ainda esta noite de colonos israelitas contra uma aldeia cristã do centro desse território que, na semana passada, o parlamento israelita apelou Telavive a anexar integralmente. Algo que não escapou a Rami, jovem habitante da Cisjordânia.

"Houve na quarta-feira a votação do parlamento israelita a favor da anexação total da Cisjordânia. O que implica o abandono de uma solução com dois Estados. É um texto apenas simbólico que não tem valor legal. Mas na realidade há muito tempo que Israel ocupa e anexa partes da Cisjordânia", comenta o jovem.

O receio de que a criação de um Estado palestiniano se torne factualmente impossível dadas as investidas israelitas está a ganhar terreno.

Apesar de 142 dos 193 países-membros da ONU reconhecerem a Palestina, em termos concretos, a Faixa de Gaza foi reduzida a ruínas e, segundo dados considerados fidedignos, foram mortos quase 60 mil palestinianos desde o começo da guerra no enclave em Outubro de 2023, sendo que as Nações Unidas contabilizaram cerca de mil palestinianos mortos na Cisjordânia na sequência de ataques de colonos ou de militares israelitas.

De referir ainda que depois de a ONU declarar recentemente que se está perante uma situação em Gaza "com características de um genocídio", foi a vez de duas organizações não-governamentais israelitas, a B'Tselem e a Physicians for Human Rights - Israel (PHRI), afirmarem hoje que Israel está a cometer um "genocídio" naquele territóroi palestiniano.

"Nada nos prepara a encarar o facto de fazer parte de uma sociedade que comete um genocídio. Este é um momento profundamente doloroso para nós", disse em comunicado Yuli Novak, directora executiva da B'Tselem, em paralelo com a apresentação pública em Jerusalém dos relatórios elaborados pelas duas ONGs nesta segunda-feira.ANG/RFI

 

 Escócia/Acordo com Estados Unidos sobre taxas aduaneiras de 15% para a UE

Bissau,28 Jul 25 (ANG) -O presidente norte-americano Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen alcançaram no domingo em Turnberry, Escócia,um acordo comercial em que a União Europeia fica com as taxas aduaneiras de 15 por cento.

Ao sair da reunião com Ursula von der Leyen, Donald Trump anunciou ter chegado ao maior acordo de sempre”.

Os dois dirigentes alcançaram um acordo que aumenta de 15 por cento as taxas aduaneiras para a importação de produtos europeus. Do outro lado, a União Europeia compromete-se a pagar 750 mil milhões de dólares para o fornecimento de energia e 600 mil milhões de investimento adicional nos Estados Unidos.

Ursula von der Leyen também anunciou que as duas potências económicas decidiram acabar com as taxas aduaneiras ligadas a produtos estratégicos, como os equipamentos aeronáuticos. A chefe da Comissão Europeia declarou que era um “bom acordo, que vai trazer uma “forma de estabilidade.

No entanto, este acordo não é bem visto por todos os dirigentes europeus.

François Bayrou, primeiro-ministro francês, lamentou esta manhã um “dia sombrio e considerou que o acordo era uma "submissão aos Estados Unidos. Num live no Facebook, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban declarou que a Ursula von der Leyen tinha sido, citamos, "comida ao pequeno-almoço por Donald Trump".

Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, comentou por seu lado que o acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos evita um cenário devastador. ANG/RFI

 Moçambique/Governo quer entrar na produção de medicamentos e reduzir dependência

Bissau, 28 Jul 25 (ANG) - O Governo moçambicano está a trabalhar com investidores e investigadores, nacionais e estrangeiros, para garantir a produção local de medicamentos, reduzindo a dependência externa, anunciou o chefe de Estado.

nosso Governo está profundamente empenhado em incentivar a produção local de medicamentos e produtos de saúde, não como um gesto simbólico, mas como uma verdadeira prioridade nacional, para que Moçambique reduza a dependência externa na importação de fármacos essenciais para servir a nossa população", disse Daniel Chapo.

A posição foi assumida pelo Presidente moçambicano ao antecipar a realização, em Maputo, da conferência internacional sobre produção local de medicamentos e produtos de saúde, de 30 a 31 de julho, no âmbito da Expo Internacional de Saúde de Moçambique 2024, organizada pela Autoridade Nacional Reguladora de Medicamentos (Anarme).

"Estamos a trabalhar em estreita colaboração com investidores nacionais e estrangeiros e investigadores nacionais e estrangeiros, reguladores e o setor privado, para criar incentivos, políticas e infraestruturas adequadas para tornar esta visão uma realidade a curto prazo", disse ainda o chefe de Estado.

"Chegou o momento de investir no que somos capazes de produzir, de reforçar o que conseguimos inovar e de proteger aquilo que jamais devemos externalizar, que é a saúde do nosso povo", afirmou, garantindo que "Moçambique está pronto" para este processo.

"Nós estamos prontos. Através desta conferência, abrimos as portas aos investidores, empreendedores, investigadores e parceiros globais que acreditam no potencial de África não como um continente dependente, mas como construtores de soluções permanentes no acesso à disponibilidade de medicamentos seguros, eficazes e de qualidade", disse ainda.

A MIH Expo-24, segundo os promotores, "é uma plataforma abrangente para apresentar um esforço internacional unificado para fortalecer os sistemas de saúde contra os riscos relacionados com o clima, ao mesmo tempo que promove iniciativas que impulsionam o setor para um impacto ambiental líquido zero".

O evento vai reunir em Maputo as principais partes interessadas internacionais do setor, decisores políticos, profissionais e inovadores com o objetivo de facilitar o intercâmbio de conhecimentos, partilhar melhores práticas e mostrar a inovação de ponta na região.

"Esta é uma plataforma estratégica que espelha o compromisso inabalável da nossa nação em construir um setor de saúde resiliente, inclusivo e preparado para responder aos desafios do presente e do futuro. Depois da pandemia da covid-19, testemunhámos a fragilidade dos sistemas de saúde a nível global. Aprendemos a importância e urgência de termos um sistema de saúde robusto e com capacidade de responder em tempo útil às mais variadas situações", disse o chefe de Estado.

Acrescentou que a "saúde e o bem-estar" da população "é e será sempre uma prioridade", esperando que esta conferência "marque o início de novas alianças, novos empreendimentos e novas vias de conhecimento que sirvam não apenas dos interesses nacionais, mas também da região."

"Juntos, construímos uma nação onde nenhum moçambicano ficará para trás e o poder de proteger a vida estará fielmente nas nossas mãos", concluiu Daniel Chapo, na sua mensagem sobre a MIH Expo-24. ANG/Lusa

 

             Israel/Pela primeira vez, ONG local acusam Israel de genocídio

Bissau, 28 Jul 25 (ANG) - As organizações israelitas B'Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos Israel acusaram hoje o Governo israelita de cometer genocídio na Faixa de Gaza, sendo a primeira vez que organizações não-governamentais (ONG) locais caracterizam desta forma a ofensiva israelita.


"Neste momento, é especialmente importante chamar as coisas pelo nome", disse a representante da Médicos pelos Direitos Humanos Israel (PHRI, na sigla em inglês) Daphna Shochat, numa conferência de imprensa em Jerusalém para apresentação de um relatório do grupo que analisa a situação médica no enclave.

De acordo com a análise, as consequências médicas da ofensiva israelita cumprem os requisitos para que a situação seja considerada como um genocídio segundo a Convenção de Genebra.

Também a diretora executiva da B'Tselem, Yuli Novak, considerou que a realidade "não deixa outra alternativa senão reconhecer a verdade: Israel está a cometer genocídio contra os palestinianos da Faixa de Gaza".

Novak descreveu a sociedade israelita como "capaz de apagar a humanidade das pessoas e perder toda a empatia e obrigações morais" através de um "longo processo de desumanização dos palestinianos".

"É uma combinação aterradora de circunstâncias que nos leva à realidade que todos vemos hoje", adiantou.

A B'Tselem também publicou um relatório, no qual documenta declarações de políticos e altos responsáveis militares a apelar à destruição da sociedade palestiniana em Gaza.

Além disso, a organização, que se concentra em denunciar a ocupação dos territórios palestinianos e os efeitos das políticas israelitas nos seus residentes, alertou que Israel está a replicar na Cisjordânia ocupada aquilo que aprendeu em Gaza, embora em menor escala.

O grupo afirma que existe o risco de o genocídio se propagar a toda a população palestiniana.

Algumas organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, já tinham denunciado que Israel está a cometer genocídio ou "atos genocidas" em Gaza, e a África do Sul levou a acusação ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em dezembro de 2023, num caso que ainda está em curso.

Na sua conferência de imprensa, as organizações não-governamentais (ONG) locais afirmaram que os líderes israelitas são os principais responsáveis pelo que está a acontecer, mas também acusaram a comunidade internacional de não fazer o suficiente para impedir a guerra.

Quase 60.000 palestinianos morreram e dezenas de milhares ficaram feridos durante a ofensiva israelita contra Gaza, que se seguiu aos ataques do grupo islamita Hamas, a 07 de outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Os ataques desse dia causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de pessoas foram feitas reféns.

A retaliação de Israel incluiu a imposição de um bloqueio de bens essenciais a Gaza, como alimentos, água potável, medicação e combustível.

Apesar de ter recentemente permitido a distribuição de ajuda humanitária, a assistência é dada apenas por uma entidade controlada por Telavive, apoiada pelos Estados Unidos, e em locais específicos.

Essa distribuição é considerada por várias ONG e pela ONU como insuficiente e tem sido marcada por episódios de desespero, caos e de violência por parte das forças israelitas. Mais de mil pessoas foram mortas e vários outros milhares sofreram ferimentos enquanto tentavam obter comida.ANG/Lusa

  

Literatura / “A literatura guineense precisa deixar de ser apenas resistência para se tornar…. património nacional e eixo estratégico da educação”, diz escritora Suaila Cá.

Bissau, 28 Jul 25– A Casa das Letras e Artes Vasco Cabral  reafirma o seu compromisso com a formação cultural da juventude guineense e promete continuar a organizar novas oficinas, encontros literários e ações de incentivo à leitura e escrita em diferentes regiões do país.

A reafirmação foi feita na voz da escritora Suaila Fonseca Cá,  no fim dos trabalhos de mais uma oficina de Escrita Criativa destinada aos jovens, estudantes apreciadores de literatura, promovida no passado fim de semana, em Bissau,  pela  ONG Casa das Letras e Artes Vasco Cabral.

A escritora Suaila Cá foi quem animou os trabalhos da  oficina , no fim dos quais foram lidos textos produzidos pelos próprios participantes.

“Queremos incentivar os jovens a contarem as suas histórias com liberdade e consciência. A escrita é uma ferramenta poderosa para pensar o mundo e imaginar futuros melhores”, destacou Suaila Fonseca Cá.

Lamentou  que são poucos os livros publicados, escassas as editoras, raras as livrarias, mas que  continuam a nascer poetas, cronistas, contadores de histórias e romancistas, como se a própria terra  pedisse que não deixasse morrer a memória.

Suaila Fonseca Cá sustenta que a   literatura guineense é marcada pelo espírito da liberdade e diz que foi assim desde   desde os tempos da luta de libertação, com a poesia engajada de Vasco Cabral, de Amílcar Cabral, António Baticã Ferreira e os textos que circularam em panfletos e rádios, até aos autores contemporâneos que ousam questionar os novos silêncios e as velhas feridas.

“Escrever sempre foi um gesto político, uma forma de existir quando tudo tenta nos apagar”, disse.

Os participantes dessa oficina de Escrita Criativa de passado fim de semana, desenvolveram exercícios de escrita, leitura e partilha de textos, explorando temas como identidade, memória, justiça e sonhos. A metodologia adotada promoveu a liberdade criativa, o pensamento crítico e a construção coletiva de narrativas.

Suaila Cá disse que  ser escritor na Guiné-Bissau é também enfrentar o esquecimento, que não é apenas a ausência de estruturas, é a falta de reconhecimento, de políticas públicas de incentivo, de espaços de leitura nas escolas, de bibliotecas que façam da literatura uma presença viva no quotidiano.

Acrescentou que ainda assim, há sinais de mudança, a ser desenvolvida por ativistas culturais através de oficinas de escrita criativa, projetos culturais independentes,  organizadas por quem acredita que a leitura transforma.

“Há uma juventude que escreve, lê, declama e partilha. E isso é, sem dúvida, uma centelha de futuro”, disse.

 De acordo com a página desta ONGs na  Facebook, visitada hoje pela ANG, a oficina tem como objetivo estimular a expressão artística e valorizar a palavra escrita como instrumento de transformação social.

“Cada livro publicado na Guiné-Bissau é uma vitória. Cada leitor conquistado é uma revolução. E cada criança que aprende a amar a leitura é uma promessa de que a palavra, entre nós, continuará a resistir”, disse. 

A literatura guineense, diz Suaila, precisa deixar de ser apenas resistência para se tornar também política pública, património nacional, eixo estratégico da educação. “Porque um país sem livros é um país sem espelhos, e um povo que não se lê corre o risco de se esquecer de si mesmo”, vincou a escritora Cá

ANG/ LPG//SG

Caso Waldir Araújo/SINJOTECS exige  investigação para  responsabilização criminal dos autores da agressão ao Delegado da  RTP-África em Bissau

Bissau, 28 Jul 25 (ANG)- O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social (SINJOTECS) exigiu que seja feita uma “investigação célere e rigorosa” pelas autoridades competentes, para a  identificação  e responsabilização criminal dos autores da agressão ao jornalista e Delegado da RTP-África na Guiné-Bissau Waldir Araújo, ocorrida no dia 26 de Julho, em Bissau.


A exigência do SINJOTECS foi feita em Nota à Imprensa da organização, à que a ANG teve acesso hoje.

O Sinjotecs reagia assim ao alegado ato de agressão e roubo de que foi alvo Waldir Araújo, na rotunda da baiana em Bissau, no centro da cidade de Bissau.

De acordo com o documento, o SINJOTECS condena com veemência a alegada  agressão e considera inaceitável que, em pleno século XXI, profissionais da comunicação social continuem a ser “alvo de intimidações e violência pelo exercício legítimo na função de  informar com verdade e responsabilidade”.

“Reafirmamos a nossa total solidariedade com o colega Waldir Araújo, à RTP-África e todos os profissionais de Comunicação Social que continuam a exercer o seu trabalho com coragem e compromisso mesmo em contexto adversos”, refere a Nota.

O SINJOTECS reafirma ainda o seu compromisso com a defesa intransigente da liberdade de imprensa e  dos cidadãos à  informação livre, plural e independente.

Para a organização da classe jornalística na Guiné-Bissau, ato violento não só constitui uma grave violação dos direitos humanos, mas também representa uma ameaça direta à liberdade de imprensa no país”.

“A impunidade não pode continuar a alimentar o medo e a censura entre os jornalistas guineenses. A Comunicação Social não pode ser silenciada, a  verdade não se camufla”, refere o Comunicado de Imprensa do SINJOTECS.

De acordo com relatos, a vítima foi abordado por indivíduos ainda não identificados, que o insultaram, acusando-o  de divulgar imagens negativas da Guiné-Bissau na estação televisiva em que trabalha.

Waldir Araújo é luso-guineense, para  além de espancamento que sofreu foi-lhe retirado à força  algumas pertenças. ANG/AALS//SG

 

Desportos/ Emiliano Té é o novo treinador da seleção de Futebol da Guiné-Bissau

Bissau, 28 Jul 25(ANG) – A Federação de Futebol da Guiné-Bissau anunciou no fin de semana,  o nome do sucessor de Luís Boa Morte no camando da seleção nacional, na pessoa do  guineense Emiliano Té.


Segundo á Rádio TV Bantabá, o  anúncio foi feito pelo Vice-Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau Rivaldo Cá,  à margem do jogo de apuramento do campeão da II Liga da época 2024/25, vencido pelo Massaf FC Cacine.

“É bom que fique claro, Emiliano Té, será o selecionador nacional interino e  Terá como Adjunto Anaxímenes e vai trabalhar com o preparador físico, o mister Luís António Mango  vulgo Dutur”, afirmou Rivaldo Cá  ao ser questionado pelos jornalistas no estádio Lino Coreia sobre  a não nomeação do novo selecionador, dois meses após a saída de Luís Boa Morte.

“Naturalmente, temos que trabalhar com os quadros nacionais. Optamos por um técnico nacional e quase toda a estrutura será nacional”, reforçou o dirigente.

Na mesma ocasião, o vice-presidente do órgão  gestor do futebol nacional anunciou que brevemente será divulgada a lista oficial e completa de todos os elementos que vão integrar à nova equipa técnica liderada pelo antigo selecionador da seleção local.

“Desta vez, vamos fazê-la com a máxima organização onde será conhecida uma lista das pessoas que acompanham a seleção e voltam para evitar  interferências constantes”, garantiu Cà , em alusão à última exigência dos jogadores.

Emiliano Té, foi por vários anos  adjunto selecionador de Baciro Candé no comando técnico dos Djurtus tendo participado na qualificação da Guiné-Bissau para as  fases finais do (CAN Camarões e Côte d'Ivoire), como adjunto de Baciro Candé.

A Federação de Futebol da Guiné-Bissau, tinha emitido um comunicado na sua página oficial para negar informações avançadas pela imprensa desportiva guineense, segundo as quais,  Emiliano Té seria o próximo selecionador de futebol da Guiné-Bissau.ANG/JD//SG

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Ambiente/Tribunal Internacional de Justiça abre caminho para "reparações" face à inação climática

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) - O Tribunal Internacional de Justiça emitiu nesta quarta-feira um parecer considerado "histórico" sobre a necessidade de todos os países, especialmente os mais industrializados, adoptarem medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Solicitado após uma campanha lançada em 2019 por estudantes das ilhas Vanuatu, no oceano Pacífico Sul, directamente ameaçadas mudanças climáticas, o Tribunal Internacional de Justiça estabeleceu que a ausência de medidas contra o aquecimento global é um "acto ilícito" e que abre o direito a compensações para os países lesados.

Para além de constituir um alerta sobre a urgência climática, a decisão de Tribunal Internacional de Justiça consagra o "direito a um ambiente limpo" como sendo um "Direito Humano".

Apesar de este parecer não ser vinculativo, ele não deixa de suscitar reacções pelo mundo fora, nomeadamente e em primeiro lugar por parte do Vanuatu cujo titular do pelouro do ambiente, Ralph Regenvanu, garantiu que "utilisaria evidentemente estes argumentos nas discussões com os países que emitem mais" gases com efeito de estufa.

Igualmente satisfeito, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, considerou ontem que "se trata de uma vitória para o nosso planeta, para a justiça climática e para a capacidade de os jovens fazerem mudar os acontecimentos".

A França que em 2015 envidou esforços para que se assinasse o chamado "Acordo de Paris" estabelecendo objectivos concretos neste aspecto, mas que internamente tem sido alvo de críticas de militantes ambientalistas pela falta de medidas a favor da protecção da natureza, também aplaudiu a decisão do Tribunal Internacional, falando em "decisão histórica" e em "vitória para o clima".

No mesmo sentido, a China, país considerado como sendo um dos principais poluidores a nível mundial, também saudou este parecer "positivo" e garantiu que "não iria diminuir os seus esforços no sentido de responder activamente às mudanças climáticas".

Para Erica Tavares, bióloga e coordenadora na organização ambientalista angolana EcoAngola, considera que esta decisão é importante porque vai "proteger principalmente as pessoas".

"Nós já sabemos que há aqui uma desigualdade na forma como as alterações climáticas impactam os diversos países, as pessoas. E, portanto, nós cada vez mais aceitarmos que as alterações climáticas são uma realidade e que nós precisamos de criar mecanismos para tentarmos, não vamos dizer, equalizar, mas tentarmos compensar o impacto que alguns países mais industrializados têm sobre os países com mais ou mais impactados pelas alterações climáticas tem. É muito importante porque nós vamos estar a proteger principalmente as pessoas", considera a bióloga.

"Temos, infelizmente, muitos países a nível global que já são impactados pelas alterações climáticas de forma extrema. Temos muitos migrantes climáticos também ao redor do mundo e Angola também não é diferente. Nós, olhando para o sul de Angola, temos aqui muitas secas a acontecerem e, portanto, nós aceitarmos que isto é uma realidade e começarmos a criar mecanismos de compensação, definitivamente podemos, quem sabe, criar uma realidade diferente", diz a activista ambiental.

"Já existem alguns mecanismos que têm sido difíceis de serem executados. Há aqui um todo o processo de aprendizado, tanto por parte dos governos, da sociedade civil, da academia, para nós começarmos a aceitar e a incorporar soluções mais realistas para a realidade que vivemos hoje e também para os próximos anos", remata Erica Tavares.

Refira-se que esta decisão que gerava muitas expectativas entre os defensores do meio ambiente, é a primeira alguma vez emitida por um órgão desta importância que esclarece as obrigações de cada país em matéria de luta contra o aquecimento global independentemente de terem ou não assinado tratados ambientais, como por exemplo o "Acordo de Paris".

Com efeito, o Tribunal Internacional de Justiça diz que o incumprimento de qualquer obrigação climática por parte de um Estado constitui "um acto internacionalmente ilícito que implica a sua responsabilidade" e que, neste sentido, podem ser exigidas "garantias e promessas de não-repetição", bem como a "reparação total ao Estado afectado, sob a forma de restituição, indemnização ou satisfação", que será estudada "caso a caso", dependendo das circunstâncias de cada situação.ANG/RFI

 

Tailândia/Homem morre após um mês a alimentar-se apenas com cerveja

 Bissau, 25 Jul 25 (ANG) - Um homem da Tailândia morreu depois de ter passado o último mês a alimentar-se só à base de cerveja.

Thaweesak Namwongsa, de 44 anos, foi encontrado sem vida pelo seu filho, de 16 anos. O jovem encontrou o pai a sofrer um ataque epiléptico na cama, quando alertou as autoridades de emergência médica.

Segundo reporta o 20 minutos, só dentro do quarto do homem, existiam 100 garrafas de cerveja vazias, que estavam cuidadosamente organizadas à volta da cama.

Refere a mesma publicação que apesar de o filho cozinhar para o pai, este decidira deixar de comer há alguns meses e apenas bebia líquidos. Na origem desta decisão, estaria o facto de se ter divorciado há pouco tempo. 

Quando a equipa de salvamento da Fundação Siam Rayong chegou para ajudar o homem, este já estava morto.

O 20 minutos lembra que embora a cerveja seja rica em calorias, carece de nutrientes e, por conseguinte, não pode ser utilizada como substituto de uma alimentação saudável. 

Uma dieta saudável tem de incluir todos os tipos de alimentos dado que cada tipo de alimento fornece um elemento essencial para o funcionamento do corpo humano. Por conseguinte, a falta de uma vitamina pode ser um golpe grave, e a falta total pode levar à morte. ANG/Lusa

 China/Governo reafirma apoio à solução de dois Estados palestinianos

Bissau, 25 Jul 25 (ANG) -  O Governo chinês defendeu hoje que a "única opção realista" para resolver o conflito entre Israel e Palestina é a solução de dois Estados e manifestou apoio à reunião de alto nível que terá lugar na próxima semana nas Nações Unidas.

"O assunto palestiniano está no núcleo da questão do Médio Oriente. A solução de dois Estados continua a ser a única via realista para resolver o conflito", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.

Guo reagia ao anúncio do Presidente francês, Emmanuel Macron, de que França reconhecerá formalmente o Estado palestiniano em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU.

A China "apoia a realização da reunião de alto nível na ONU sobre a aplicação da solução de dois Estados" e continuará a trabalhar com a comunidade internacional "para pôr fim ao conflito em Gaza, aliviar a crise humanitária e avançar para a implementação do enquadramento de dois Estados", acrescentou.

O porta-voz reiterou que Pequim defende uma solução "abrangente, justa e duradoura" para a questão palestiniana.

O anúncio de Macron gerou reações divergentes: Israel condenou a decisão por considerar que "recompensa o terrorismo", enquanto os Estados Unidos a classificaram como "irresponsável" e prejudicial para a paz.

Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, saudou a decisão francesa, afirmando que reforça o reconhecimento europeu da Palestina, e o grupo islamita Hamas considerou a medida "positiva e na direção correta".

A China tem mantido historicamente uma posição favorável ao reconhecimento do Estado palestiniano e defende uma solução diplomática que garanta os direitos de ambas as partes. ANG/RFI