quarta-feira, 26 de novembro de 2025

China/Xi Jinping defende que Faixa de Gaza fique sob controlo palestiniano

 

Bissau, 26 Nov 25(ANG) - O Presidente chinês pediu que a reconstrução da Faixa de Gaza seja realizada sob o princípio “palestinianos governam a Palestina” e exortou a comunidade internacional a promover um “cessar-fogo abrangente e duradouro”.

Xi Jinping afirmou que a questão palestiniana “afeta a equidade e a justiça internacionais” e constitui “um teste à eficácia do sistema de governação global”, referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

 

Numa mensagem enviada para uma reunião da ONU, na terça-feira, o líder chinês defendeu que a comunidade internacional deve “assumir responsabilidades, corrigir injustiças históricas e defender a justiça”.

Por ocasião do Dia internacional de solidariedade com o povo palestiniano, Xi sublinhou que qualquer estrutura pós-guerra deve respeitar “a vontade do povo palestiniano” e ter em conta as preocupações legítimas dos países da região. 

 

O líder chinês insistiu que os esforços devem “ancorar-se na solução de dois Estados”, para alcançar um acordo político “abrangente, justo e duradouro”.

 

O Presidente chinês referiu que a prioridade imediata é melhorar a situação humanitária e aliviar o sofrimento dos civis em Gaza, e reiterou que Pequim, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança, “continuará a apoiar a causa justa do povo palestiniano para restaurar os seus direitos nacionais legítimos”.

 

A mensagem surge poucos dias depois de o Conselho de Segurança ter aprovado uma resolução, baseada em um plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estabelece uma força de segurança internacional para Gaza até 2027. 

A China absteve-se na votação, afirmando que o texto "é vago" em aspetos fundamentais e não reflete suficientemente a soberania palestiniana, críticas também partilhadas pela Rússia.

 

Pequim tem insistido, nas últimas semanas, que qualquer acordo pós-guerra deve evitar fórmulas de tutela externa e ser reforçado por um processo político que dê protagonismo aos palestinianos.

 

O porta-voz chinês Fu Cong advertiu no Conselho de Segurança que, na abordagem aprovada, “a Palestina é pouco visível” e os mecanismos de governação propostos carecem de clareza.

 

O conflito continua ativo, apesar do cessar-fogo declarado há mais de um mês. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza divulgados esta semana, mais de 350 palestinianos foram mortos desde então por fogo israelita.

 

Israel afirma ter atuado em resposta a incursões de militantes que atravessaram a chamada 'linha amarela', a área do enclave palestiniano para onde o exército israelita se retirou no início da trégua.

 

Paralelamente, as organizações israelitas de defesa dos direitos humanos denunciaram uma grave deterioração das condições dos prisioneiros palestinianos.

 

Ao mesmo tempo, avolumam-se as disputas internas entre o Governo e o exército israelitas sobre a gestão da guerra e as investigações sobre as falhas anteriores ao ataque do movimento islamita palestiniano Hamas de 07 de outubro de 2023.

ANG/Inforpress/Lusa

 

 

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Eleições Gerais/ CNE exorta juventude e comunidade guineense para não deixarem ser instrumentalizados

Bissau, 25 Nov 25(ANG) – A Comissão Nacional das Eleições (CNE) exortou hoje a  juventude e a comunidade guineense para não deixarem ser instrumentalizados com base em desinformações  veiculadas nas redes sociais, por “pessoas perturbadoras e de má-fé” que tendem, de forma dolorosa, “provocar distúrbios por interesses inconfessos”.

A exortação da CNE vem expressa numa nota à imprensa, à  que a ANG teve acesso, na qua a instituição  apela a população em geral para se manterem calmos e serenos, e   permitir a conclusão efetiva dos trabalhos e posterior divulgação dos resultados.

A CNE refere que a  exortação  aconteceu depois de terem sido verificados atos de vandalismo, praticados por um grupo de jovens, na sede da Comissão Regional de Eleições de Tombali, e que  originaram a retirada dos membros da CRE e outras partes interessadas, das instalações, e a  suspensão dos trabalhos de conclusão do apuramentos dos resultados finais naquela região.

Também nas CREs de Oio e de Bolama/Bijagós  houve tentativa de vandalizações que foram prontamente evitadas por  intervenções das Forças de Segurança e  Ordem Pública. ANG/JD/ÂC//SG

Eleições Gerais/Missão de Observação Eleitoral da ROJAE-CPLP declarou como “livre, justa e transparente”, o pleito eleitoral na Guiné-Bissau

Bissau, 25 Nov 25 (ANG) – A Missão de Observação e Cooperação Eleitoral da “Rede dos Órgãos Jurisdicionais e de Administração Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (ROJAE-CPLP)”, classificou hoje o pleito eleitoral de 23 de Novembro de “livre, justa e transparente”, e sustenta que respeitou todos os padrões internacionais de eleições.

Em conferência de imprensa sobre o desenrolar do processo eleitoral na Guiné-Bissau, o Chefe da Missão da ROJAE-CPLP e igualmente  vice-presidente da Comissão Nacional de Eleição de Moçambique, Carlos Alberto Cauio, disse que a missão  tinha na sua agenda, dar  iniciou dos trabalhos no dia 21 de Novembro e terminar os mesmos no dia 25 do mesmo mês.

Segundo Alberto Cauio, a Missão baseou a sua atuação nos princípios da imparcialidade, independência e  objetividade, internacionalmente aceites para a observação eleitoral, de forma a respeitar a soberania do país e o quadro jurídico vigente.

Nesse quadro, a Missão promoveu reuniões com intervenientes no ato eleitoral nos dias que antecederam a votação e acompanhou a contagem direta dos votos.  

“A Missão de Observação Eleitoral também participou e promoveu encontros com  alguns atores, nomeadamente com candidatos, partidos políticos, observadores internacionais e a CNE da Guiné-Bissau, para se inteirar de procedimentos relativos à preparação do processo eleitoral”, disse o Chefe da Missão.

No que diz respeito à observação, no dia das eleições, a  equipa de observadores da ROJAE-CPLP acompanhou os trabalhos de votação no Setor Autónomo de Bissau, na Região de Biombo, nos setores eleitorais de Prábis, Safim e Quinhamel, tendo no total observado, 26 mesas de voto.

“Relativamente a campanha eleitoral, a Missão apenas observou dois comícios de enceramento, e por essa razão, não se pronuncia sobre os aspetos relacionados com a campanha eleitoral e a sua cobertura mediática, não obstante, não pode deixar de realçar a forma ordeira e o ambiente de festa vividos nos referidos comícios, onde não foram observados quaisquer incidentes”, declarou Carlos Alberto Cauio.

Confirmou por outro lado, a presença de delegados dos candidatos e partidos políticos concorrentes, em todas as Assembleias de voto.

O Chefe da Missão fez saber que, em todas as mesas de voto foram respeitados os procedimentos legais na sua instalação, na abertura e no decurso da votação nas mesas de voto visitadas.

Tiveram ainda a oportunidade de observar que as pequenas questões surgidas nas mesas de voto foram, prontamente, resolvidas e ultrapassadas.

Para terminar, o Chefe da Missão Carlos Alberto Cauio disse que será elaborado posteriormente o relatório
final da Missão, e no quadro da colaboração institucional serão elencadas um conjunto de recomendações com vista ao aperfeiçoamento do processo eleitoral no país.

A CNE prevê para quinta-feira a divulgação dos resultados eleitorais de domingo(23).ANG/LLA/ÂC//SG     

Eleições Gerais/Chefe da missão da CEDEAO declara  que o processo decorreu bem

Bissau, 25 nov 25(ANGg) – O chefe da missão de observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o ganês, Issufu Baba Braimah Kamara, declarou hoje que o ato eleitoral de 23 de Novembro, na Guiné-Bissau, decorreu bem.

Issufu Baba Kamara falava, segunda-feira, em conferência de imprensa sobre o balanço da votação de Domingo na Guiné-Bissau.

“As primeiras observações confirmaram o início pontual das operações, a presença de mandatários acreditados dos partidos, a disponibilidade dos materiais essenciais de votação e um nível de disciplina cívica que demonstrou elevada confiança pública no processo”, disse.

 O embaixador Kamara disse que os partidos políticos guineenses têm a responsabilidade de trabalhar na educação cívica para ensinar as pessoas como votar, tendo frisado que alguns partidos e candidatos não têm possibilidades de pagar os fiscais para observar o processo de votação nas mesas e que alguns até partilham fiscais.

Acrescentou que, com o apoio de uma cobertura nacional em tempo real assegurada pelos observadores de curto e médio prazo, a Missão constatou que a situação dos agentes eleitorais, do pessoal de segurança e dos eleitores, permaneceu alinhada com as normas exigidas para eleições credíveis no espaço da CEDEAO.

Issufu Baba Kamara afirmou que estas constatações preliminares reforçam o compromisso contínuo da organização, em salvaguardar os processos democráticos, promover a estabilidade e garantir que os resultados eleitorais reflitam, fielmente, a vontade do povo.

Mais de 200 observadores internacionais estão no país para monitorizar o processo eleitoral, entre os quais se destacam 120 observadores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), 30 da União Africana, 22 da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), 10 do G7+, 10 da Organização de Juízes da CPLP, 10 do Fórum de Anciãos da CEDEAO, 10 da ONG Suíço –  Nouvelle Perspective Suisse e 17 observadores da República Federal da Nigéria. ANG/ÂC//SG

 

        Brasil/COP30 encerra sem plano para abandonar as energias fósseis

Bissau, 25 Nov 25 (ANG) - A COP30 encerrou, neste sábado(22), com um acordo
modesto sobre a acção climática e sem plano para abandonar as energias fósseis.

 O Brasil, que acolheu a cimeira do clima em plena Amazónia, esperava mostrar que a cooperação climática não estava morta e “infligir uma nova derrota aos negacionistas”, como prometeu o presidente basileiro José Inácio Lula da Silva no início da conferência, mas não conseguiu convencer os países petrolíferos do Norte e do Sul, nem as economias emergentes, a enviarem uma mensagem colectiva ambiciosa para acelerar o abandono das energias fósseis.

O texto adoptado por consenso pelos 194 países membros do Acordo de Paris e pela União Europeia faz apenas uma referência não explícita à saída das energias fósseis, recordando a decisão da COP28 no Dubai, Emirados Árabes Unidos. 

Os países em desenvolvimento obtiveram um apelo para triplicar a ajuda financeira destinada à adaptação a um clima mais violento até 2035.

Não vencemos em todas as frentes, mas obtivemos o triplo dos financiamentos para a adaptação até 2035. Era a nossa prioridade, tínhamo-la estabelecido como linha vermelha”, declarou Evans Njewa, representante do grupo dos 44 países menos avançados do mundo.

O presidente brasileiro da COP30, André Corrêa do Lago, anunciou entretanto a intenção de lançar uma iniciativa própria sobre o abandono gradual das energias fósseis, bem como outra contra a desflorestação, para os países voluntários. Todavia, não se trata de uma decisão geral dos países da COP.

Acho que uma das grandes coisas que vai nos animar nos próximos meses vai ser esse exercício de desenvolver um mapa do caminho sobre a redução da dependência de combustíveis fósseis e também de como é que nós vamos acelerar o combate ao desmatamento.

A presidente da delegação do Parlamento Europeu à 30.ª Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, Lídia Pereira, saudou o acordo alcançado, sublinhou que a "Europa conseguiu garantir avanços concretos e evitou um não-acordo, que seria desastroso para o clima e para o multilateralismo a nível global".

A União Europeia voltou a enfrentar um bloco muito coeso, os BRICS, o grupo do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, também, dos países árabes e, ao mesmo tempo, uma presidência brasileira pouco diligente em propor ou aceitar novas propostas em particular na área da mitigação, ou seja, nos compromissos de redução das emissões de gases com efeito de estufa. Que, aliás, foi sempre a nossa prioridade número um.

Apesar de tudo, a União Europeia conseguiu alguns resultados importantes. Por exemplo, no pilar da mitigação houve finalmente um reconhecimento claro do défice que existe entre aquilo que está prometido e acordado e o que é realmente necessário para manter 1,5°C, dentro do quadro do Acordo de Paris. O texto final inclui uma referência ao Consenso dos Emirados Árabes Unidos da COP28, no Dubai.

Foi também lançada uma iniciativa bilateral para a transição no abandono dos combustíveis fósseis. Não é a solução ideal. Não é aquilo que pretendíamos, mas é um passo relevante no pilar da adaptação. O financiamento fica protegido dentro daquilo que foi definido nas COP’s anteriores. E há uma novidade é que os países recomendaram, pelo menos, triplicar o financiamento até 2035. 

ONG ambientalistas denunciaram a ausência de um roteiro concreto para a saída dos combustíveis fósseis, “mais uma vez continuou a falhar o essencial”, referem as ong’s portuguesas Zero, Oikos e FEC - Fundação Fé e Cooperação.

Francisco Ferreira, presidente da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, sublinha que a conferência ficou muito aquém daquilo que aqui se esperava”.

Esta era, supostamente, a COP da verdade e da implementação. E no que diz respeito à verdade, continuamos, infelizmente, numa trajectória de aquecimento de 2,5°C em relação à era pré-industrial. 

No que respeita à implementação, aí é talvez a maior desilusão, porque a queima de combustíveis fósseis - onde está a principal responsabilidade pelo aquecimento da atmosfera - e  daqui tinha que sair um roteiro, que agora é apenas uma promessa fora da convenção por parte da presidência brasileira para os próximos meses. Quando a mitigação é crucial para garantir que alteramos esta trajectória de aquecimento, esta conferência está longe realmente da acção da implementação prometida. 

Como balanço final feito pela ZERO, Oikos e FEC, termos aqui, em Belém, conseguido aprovar textos e o Mutirão, o grande documento-chave com um conjunto de linhas orientadoras, nomeadamente um acelerador global de implementação, são avanços, mas esta COP30 falhou naquilo que era essencial. 

Acabou por valer a pena, sem dúvida, mas é sempre triste chegarmos ao fim e percebermos que as necessidades do planeta e dos compromissos, principalmente dos países desenvolvidos, ficaram muito aquém daquilo que aqui se esperava.

A Amnistia Internacional acusa os líderes mundiais de serem “incapazes de colocar as pessoas à frente dos lucros”. André Julião, Coordenador Editorial e Assessor de Imprensa da Amnistia Internacional Portugal mostra-se ainda chocado com a presença e participação dos lobistas do sector petrolífero no encontro. 

Houve aqui questões que ficaram muito abaixo das expectativas. Desde logo, porque os líderes da COP30 não conseguiram chegar a um acordo para colocar as pessoas acima dos lucros. Houve uma enorme falta de unidade, responsabilidade e transparência. Isso prejudicou a implementação de medidas climáticas urgentes.

A principal decisão da COP30 evitou qualquer menção aos combustíveis fósseis, que são, como se sabe, o principal motor das alterações climáticas.

Como agravante, houve um número recorde de lobistas de combustíveis fósseis. Esses lobistas tiveram acesso às negociações, nomeadamente através dos Estados que os representam e, portanto, deixaram a humanidade à mercê das consequências mortais dos seus planos de continuar a expansão dos combustíveis fósseis. 

O Brasil, porém, cumpriu a palavra: a sua COP30  foi a COP “dos povos”. Dezenas de milhares de militantes do clima, indígenas, sindicalistas e outros simpatizantes manifestaram-se pacificamente nas ruas de Belém. A sociedade civil não o fazia desde Glasgow, em 2021. ANG/RFI

 

   África do Sul/G20 encerra  com compromissos climáticos e diplomacia dividida

Bissau,25 Nov 25(ANG) - O G20 terminou no domingo, em Joanesburgo, com um debate centrado na capacidade do grupo para actuar num contexto que vários dirigentes descreveram como fragmentado.


A sessão abriu com a discussão sobre “como o G20 pode sobreviver num mundo em fragmentação”, segundo o resumo dos trabalhos divulgado no local.

O encontro decorreu sem a presença dos Estados Unidos, cujo governo rejeitou a reunião alegando que as prioridades da presidência sul-africana, incluindo a cooperação em comércio e clima, contrariavam a sua política. Também não participaram o presidente argentino, Javier Milei, nem a presidente do México, Claudia Sheinbaum.

Dezenas de líderes de economias da Europa, China, Índia, Japão, Turquia, Brasil e Austrália estiveram presentes na primeira reunião do G20 realizada em África. O grupo reúne 19 países, a União Europeia e a União Africana, que representam cerca de 85% do PIB mundial e dois terços da população global.

No sábado, 22 de novembro, os dirigentes adotaram uma declaração conjunta onde afirmam que se reuniram “em um contexto de crescente competição e instabilidade geopolítica e geoeconómica, intensificação de conflitos e guerras, profundização da desigualdade e aumento da incerteza económica mundial e fragmentação”. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, reconheceu “desafios”, mas considerou que o grupo “sublinha o valor da relevância do multilateralismo”.

Em entrevista à RFI, André Julião, porta-voz da Amnistia Internacional em Portugal, afirmou:

“Os países do G20 têm, com raros compromissos internacionais, de colocar a humanidade em primeiro lugar e priorizar uma liderança global baseada em princípios, para que os direitos humanos sejam assegurados. Até porque assistimos cada vez mais a práticas autoritárias em todo o mundo, desde guerras que devastam a vida de milhares de pessoas a um número alarmante e crescente de líderes mundiais que estão a arrastar a humanidade por um caminho perigoso, e espera-se que não sem retorno.

Portanto, o que nós esperamos é que o G20 dê um passo em frente, faça o que está certo, combata as crises globais, nomeadamente as alterações climáticas induzidas pelo homem.

Por outro lado, um aumento massivo do financiamento climático para os países de rendimentos mais baixos, que são os que mais sofrem com as alterações climáticas e os que menos contribuem para elas. Nós precisamos que os líderes mundiais estabeleçam caminhos claros para a eliminação total, rápida, justa e financiada dos combustíveis fósseis.

Por fim, que protejam os defensores dos direitos humanos, nomeadamente dos direitos humanos ambientais, e combatam as crises globais derivadas das alterações climáticas, sobretudo nesses países de baixos rendimentos que estão, infelizmente, sujeitos a ameaças globais crescentes.”

A organização Oxfam declarou que “a África do Sul deu um exemplo ao mundo ao garantir que o G20 mantivesse uma declaração comum apesar da poderosa oposição. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que “o G20 poderá estar a chegar ao final de um ciclo”.

A presidência rotativa do G20 passa agora para os Estados Unidos, que vão organizar a próxima reunião em Miami, em 2026. ANG/RFI

 

Emirados Árabes Unidos/Rússia e EUA em negociações desde segunda-feira em Abu Dhabi

Bissau, 25Nov 25 (ANG) - Negociadores dos Estados Unidos e da Rússia iniciaram na segunda-feira reuniões em Abu Dhabi sobre um acordo para terminar a guerra na Ucrânia, noticiaram hoje meios de comunicação social norte-americanos e britânicos.

As discussões decorrem enquanto Kyiv e Moscovo disseram hoje ter sofrido ataques aéreos, com três mortos na região russa de Rostov e seis no lado ucraniano, cujo setor energético e a capital foram novamente visados.

Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, não confirmou nem desmentiu a realização das reuniões em Abu Dhabi.

"Não tenho nada para vos dizer. Estamos a acompanhar as informações dos meios de comunicação", declarou Peskov aos jornalistas dos 'media' estatais, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

O canal de televisão norte-americano ABC News e o diário britânico Financial Times (FT), noticiaram que o secretário do exército, Dan Driscoll, lidera a delegação dos Estados Unidos em Abu Dhabi.

O FT disse ainda, com base em duas fontes próximas das discussões, que o líder dos serviços de informações militares ucranianos (GUR), Kyrylo Budanov, participa nas negociações.

O diário referiu não poder precisar se se trata de discussões tripartidas ou de encontros separados.

Paralelamente, os países da Coligação de Voluntários, que reúne os aliados da Ucrânia, deverão retomar hoje as discussões por videoconferência sobre o plano norte-americano para acabar com a guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.

O encontro de Abu Dhabi surge após um fim de semana de negociações em Genebra sobre o plano de 28 pontos do Presidente Donald Trump, entre ucranianos, norte-americanos e europeus.

Segundo o FT e a ABC, as discussões incidem agora sobre um plano de 19 pontos.

A ABC disse que, entre os pontos eliminados, figuram a futura dimensão do exército ucraniano e a amnistia de princípio concedida às partes em conflito.

Trump pareceu regozijar-se na segunda-feira com o resultado do encontro em Genebra.

"Será realmente possível que grandes progressos estejam a ser feitos nas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia? Acreditem apenas no que veem, mas algo de bom poderá muito bem acontecer", escreveu nas redes sociais.

Em Genebra, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, tinha-se manifestado "muito otimista" sobre a possibilidade de concluir "muito rapidamente" um acordo sobre a Ucrânia.

"Os pontos que permanecem em aberto não são intransponíveis", afirmou sobre as conversações de domingo.

O negociador ucraniano Andrii Yermak, "braço direito" do presidente ucraniano, também se referiu a "muito bons progressos", depois de Volodymyr Zelensky ter indicado que a nova versão do plano norte-americano refletia "já a maioria das prioridades-chave" de Kyiv.

Durante um contacto telefónico na segunda-feira entre Vladimir Putin e o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, o líder russo reiterou que o plano inicial dos Estados Unidos poderia "servir de base a um acordo de paz final".

Trump disse anteriormente que queria que Zelensky assinasse o acordo de paz até quinta-feira, Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.

Já hoje, o principal negociador ucraniano, Rustem Umerov, admitiu uma deslocação de Zelensky aos Estados Unidos ainda em novembro, mês que termina no domingo, para conversações sobre o plano.

"Ansiamos por organizar a visita do Presidente da Ucrânia aos Estados Unidos o quanto antes, em novembro, para finalizar as etapas restantes e alcançar um acordo com o Presidente Trump", escreveu Umerov nas redes sociais.ANG/Lusa

 

Bélgica/ UE mobiliza 143 milhões de dólares para ajuda humanitária de alguns países Subsariana

Bissau, 25 Nov 25 (ANG) – A União Europeia está mobilizando 143 milhões de euros em ajuda humanitária para determinados países da África Subsaariana, anunciou a Comissão Europeia nesta segunda-feira.

Este financiamento, que visa responder à crescente pressão sobre as operações de socorro em diversas zonas de crise, tem como objetivo apoiar a ajuda alimentar, o acesso à água e ao saneamento, os serviços de saúde, bem como a cobertura das necessidades essenciais das populações mais vulneráveis, afirmou a Comissão Europeia em comunicado.

Em detalhe, a ajuda alocada é de 38 milhões de euros para os países do Sahel central, 35 milhões de euros para o Sudão do Sul, 30 milhões de euros para a Somália e o mesmo para a Etiópia, 8 milhões de euros para a Nigéria e 2,5 milhões de euros para a República Centro-Africana.

Segundo a Comissária Europeia para a Igualdade, Preparação e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, este financiamento demonstra o compromisso contínuo da UE em situações de crescente pressão e quando o apoio é crucial. "Continuaremos a apoiar os nossos parceiros, que trabalham em condições extremamente difíceis", acrescentou.

Diversas regiões da África continuam a enfrentar crises agudas, alimentadas por conflitos, deslocamentos em massa e o colapso dos serviços básicos, forçando milhões de pessoas a fugir de suas casas, lembra a Comissão Europeia, observando que a UE permanece um dos principais doadores humanitários no continente. ANG/Faapa


Marrocos/Assembleia-geral da Interpol pede criação de estruturas conjuntas contra cibercrime

Bissau, 25 Nov 25 (ANG) – O Diretor-Geral de Segurança Nacional e Vigilância Territorial do Reino de Marrocos, Abdellatif Hammouchi, defendeu , segunda-feira, em Marrakech, o estabelecimento de estruturas de segurança comuns e indivisíveis, baseadas na estreita coordenação entre as forças policiais nacionais, a INTERPOL e as organizações regionais relacionadas, a fim de combater o cibercrime.

Ao discursar na abertura da 93ª Assembleia Geral da Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL), realizada de 24 a 27 de novembro, o Sr. Hammouchi afirmou que a realização desta Assembleia Geral em Marrocos reflete um firme compromisso com o reforço da segurança coletiva, recordando que os serviços de segurança nacional do Reino implementaram uma estratégia de segurança integrada, que combina a preservação da segurança e o respeito pelos direitos humanos, onde a ação policial e a comunicação em segurança são indissociáveis, a serviço do cidadão.

Para garantir a segurança coletiva, é importante não apenas desenvolver as instituições de segurança nacional, mas também modernizar seus mecanismos operacionais para atender às crescentes expectativas dos cidadãos, prosseguiu ele, defendendo a consolidação da cooperação internacional e da assistência mútua entre os Estados.

Por sua vez, o presidente da INTERPOL, major-general Ahmed Naser Al-Raisi, elogiou o apoio consistente de Marrocos à segurança internacional, destacando a experiência do Reino em matéria de abertura e cooperação em segurança.

Ao apresentar um relatório sobre os resultados do seu mandato, marcado pela modernização do sistema de trabalho policial e das técnicas utilizadas nas operações da INTERPOL, pelo reforço dos mecanismos de troca de informações e pela consolidação da confiança entre os Estados-membros, o Major-General Al-Raisi destacou o grande sucesso alcançado na área da troca de dados.

"A INTERPOL está agora adotando uma cultura de inovação", disse ele, observando que esta é a primeira vez na história que a Assembleia Geral está sendo realizada inteiramente em formato digital.

O Secretário-Geral da Organização, Valdecy Urquiza, por sua vez, expressou sua gratidão às autoridades marroquinas pelo seu "valioso" apoio, lembrando que o Reino é um país membro "muito ativo e muito comprometido" dentro da INTERPOL.

Como órgão máximo de governo da Interpol, a Assembleia Geral é o maior encontro mundial de líderes policiais. Ela proporciona aos países membros a oportunidade de construir relacionamentos e compartilhar experiências. ANG/Faapa

 

Eleições Gerais/Ministério Público nega  ter dado instruções para afastar seus representantes  no processo de apuramento dos resultados eleitorais nas CREs

Bissau, 25 Nov 25 (ANG) - O Ministério Público negou hoje em comunicado ter dado instruções aos seus representantes para suspenderam as suas atividades  no processo de apuramento de resultados eleitorais  nas  Comissões Regionais de Eleições(CREs).

A instituição que fiscaliza a legalidade do processo eleitoral reage assim ao comunicado da diretoria de campanha do candidato presidencial Fernando Dias da Costa, segundo o qual, o Ministério Público mandou os seus representantes suspenderem o acompanhamento do apuramento de resultados eleitorais  nas CREs.

 “Alias, já o Blogue de um ativista da rede social, Gervásio Silva Lopes tinha refletido que o PGR tinha dado instruções ao magistrado Lassana Camara para expulsar da sala todos os representantes dos partidos políticos e dos candidatos às eleições e que o próprio candidato Fernando Dias, na sua comunicação à imprensa voltou a fazer a mesma insinuação”, refere o comunicado.

O Ministério Público refere que as referidas informações  são totalmente falsas, e reitera que  atua estritamente no quadro legal, para a garantia da legalidade democrática, a defesa do interesse público e o respeito pelas normas eleitoras.

O comunicado acrescenta que compete às comissões regionais de eleições e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) a gestão e organização de todas as fases do processo de votação e do apuramento.

“A presença de delegados de candidaturas é um direito legalmente consagrado, cuja observância deve ser assegurada pelas entidades  eleitorais competentes. Qualquer violação desses direitos deve ser comunicada às autoridades competentes para apuramento de responsabilidades”, lê-se no comunicado.

A Procuradoria-Geral da República diz tratar-se de disseminação de informações  falsas que visam criar instabilidade e descrebilizar as instituições da República, e apela à Comunicação Social para que verifique a veracidade dos factos antes de os divulgar.

O Ministério Público reafirma ainda o  seu compromisso com a transparência, o Estado de Direito e o regular funcionamento
das instituições democráticas da Guiné-Bissau.ANG/AALS/ÂC//SG

Eleições gerais/ Presidente da CRE de Bolama/Bijagós nega  alegada tentativa de transferência de urnas para Bissau

Bissau, 25 Nov 25 (ANG) - O Presidente da Comissão Regional de Eleições (CRE) da região de Bolama/Bijagós, Amarante Miranda negou esta terça-feira qualquer tentativa de transferência de urnas para Bissau, contrariando informações que circularam nas redes sociais.

Em declarações exclusivas à Rádio Sol Mansi, Miranda reagiu às alegações de que um grupo de homens armados teriam saído de Bissau em direção ao setor de Bubague com a intenção de recuperar urnas.

O responsável afirmou que a situação divulgada não corresponde à realidade.

Segundo explicou, as informações disseminadas nas plataformas digitais levaram um grupo de jovens a cercar as instalações da CRE de Bubaque situação que acabou por ser controlada graças à intervenção das forças de segurança.

“Todos os trabalhadores encontram-se dentro da CRE a exercer as suas funções sem qualquer problema”, garantiu.

O presidente da CRE manifestou surpresa com a mobilização dos jovens e apelou à calma a população.

Miranda disse que qualquer cidadão com dúvidas sobre o processo eleitoral deve procurar esclarecimentos junto dos responsáveis da CRE regional, lembrando que os eleitores têm esse direito.ANG/LPG/ÂC//SG

Eleições gerais/Populares de Bubaque em vigília e protestos em frente à CRE local para proteger os votos

Bissau, 25 Nov 25(ANG) - A população do sector de Bubaque, região de Bolama/ Bijagós, permanece mobilizada desde as 21h de segunda-feira,  em frente à sede da Comissão Regional de Eleições (CRE), num protesto que se prolonga pela madrugada e marcado por cânticos em crioulo: “urna kana bai Bissau” (as urnas não vão para Bissau).

De acordo com a Rádio Sol Mansi, o objetivo dos manifestantes é impedir o transporte de urnas eleitorais para Bissau, ação que, segundo relatos locais, é vista como uma possível manobra para alterar os resultados.

Pneus foram incendiados e as forças policiais recorreram ao lançamento de gás lacrimogéneo na tentativa de dispersar os jovens que receiam por  alteração  ilegal dos resultados eleitorais. Os manifestantes mantêm-se firmes, afirmando que não abandonarão o local e que irão “vigiar os seus votos até ao fim”.

O correspondente da RSM em Bubaque, que acompanha a situação no terreno, falou com o presidente da CRE local. Este refutou, categoricamente, as alegações que motivaram a revolta popular e garantiu que a equipa está apenas a trabalhar na contagem de votos, sem qualquer intenção de movimentar urnas.

A tensão mantém-se elevada, enquanto os residentes reiteram a sua determinação em permanecer no local.

Uma situação semelhante ocorreu  na cidade de Catió, região de Tombali, sul do país,  onde a população também se mobilizou para impedir a eventual retirada de urnas da CRE local. Também na CRE de Oio, em Mansoa, jovens continuam determinados e mantêm vigília para assegurar a integridade dos votos.ANG/RSM

Eleições Gerais/Missão de Observadores Eleitorais da União
Africana apela à calma enquanto país aguarda resultados

Bissau, 25 Nov (ANG) – O chefe da Missão de Observadores Eleitorais da União Africana apelou, segunda-feira, à população guineense para manter a calma enquanto se aguarda a divulgação oficial dos resultados das eleições gerais realizadas no domingo(23).

Filipe Jacinto Nyussi disse no primeiro briefing com a imprensa que a vitória, seja qual for, “será absolutamente dos guineenses”, sublinhando a importância de esperar serenamente pelo anúncio da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Segundo Nyussi, antigo presidente moçambicano,  as organizações internacionais presentes — União Africana, CEDEAO, CPLP, Organização Islâmica e o G7 — decidiram, numa reunião, a harmonização das suas comunicações num relatório conjunto sobre o processo eleitoral.

Informou que, os comunicados finais deverão ser apresentados esta terça-feira, entre as 13h e as 15h.

As missões de  observação eleitoral estiveram distribuídas por todas as regiões do país, recolhendo informações diretas do terreno.

Questionado sobre  declarações antecipadas de vitória por parte de algumas candidaturas, Nyussi reforçou que qualquer comentário só deve ser feito após o anúncio da CNE.

“O resultado nunca é conhecido antes do apito final, e, caso alguém não fique satisfeito, existem mecanismos próprios para gerir essas situações”, afirmou.

O chefe da missão da União Africana destacou ainda o comportamento pacífico da população no pós-eleições, sublinhando que, o mais importante é que o país está calmo e que sentiram que o povo da Guiné-Bissau não quer confusão, e que há uma adesão absoluta ao bom senso eleitoral, o que representa um passo importante e uma mensagem forte que o país transmite ao mundo.

A comissão Nacional de Eleições prevê para quinta-feira o anúncio dos resultados das eleições gerais de domingo.ANG/MI/ÂC//SG

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Eleições gerais / Comando Conjunto de asseguramento das eleições de domingo pede para ninguém se manifestar antes da divulgação de resultados eleitorais pela CNE

Bissau, 24 Nov 25 (ANG) - O Comando Conjunto de asseguramento das eleições gerais, do Ministério do Interior e da Ordem Pública, apelou hoje  à população para se abster de qualquer manifestação de vitória eleitoral enquanto se aguarda pela divulgação de resultados eleitorais pela Comissão Nacional de Eleições(CNE).


O pedido foi feito pelo Comissário Nacional da Policia da Ordem Pública Salvador Soares, numa conferência de imprensa, em que felicitou as forças destacadas no terreno pelo trabalho desenvolvido.

Salvador Soares manifestou preocupação quanto ao ambiente de segurança após o encerramento das urnas.

 “Todos ouvimos o apelo do Chefe de Estado, após exercer o seu direito cívico, sobre a necessidade de se manter a calma até o pronunciamento oficial da CNE. Depois disso, todos terão o direito de manifestar livremente os seus contentamentos”, afirmou.

Salvador Soares revelou  que um grupo de apoiantes do MADEM-G15 tentou realizar uma manifestação, tendo sido intercetado pelas forças de ordem. Perante a resistência dos participantes, a polícia recorreu ao uso de gás lacrimogéneo para dispersar o grupo.

Por isso, alertou que qualquer saída às ruas antes do anúncio oficial dos resultados será considerada desordem pública.

“Não haverá tolerância para ninguém”, reforçou o Comissário da Polícia de Ordem Pública, apelando à calma e ao respeito pelas orientações das autoridades competentes.

O responsável concluiu que, caso os avisos não sejam cumpridos, as forças de segurança recorrerão aos meios necessários para restaurar a ordem.

Soares lembrou que  o Secretário Executivo Adjunto da Comissão Nacional de Eleições (CNE),Idrissa Djaló afirmou que, o ato de votação decorreu de forma ordeira em todo o território nacional, sem registo de incidentes de grande relevo e que deseja que a situação continuasse assim até ao fim do processo.ANG/LPG/ÂC//SG