segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Golpe de Estado/CEDEAO envia missão a Bissau para mediar crise política após eleições gerais

Bissau 01 Dez 25 (ANG) – Uma Missão de Alto Nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO),liderada pelo seu presidente Julius Maaba Bio, está em Bissau a tentar  mediar a crise politica instalada com a tomada de poder pelos militares , na véspera da publicação dos resultados  das eleições-gerais de 23 de Novembro.

De acordo com a página da estação alemã DW-África no Facebook consultada pela ANG a delegação integra ainda os Presidentes do Senegal Bassirou Diomaye Faye, de Cabo Verde José Maria Neves  e do Togo Faure Essizimna Gnassingbé.

Segundo a DW África a delegação da CEDEAO vai reunir-se com o Presidente de Transição Horta Inta-A , lideres dos partidos políticos e a sociedade civil.

A organização quer que o processo eleitoral seja concluído com a divulgação dos resultados eleitorais do passado dia 23 de Novembro para que se saiba quem realmente venceu, bem como a libertação dos políticos detidos incluindo o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.

A CEDEAO exige que a ordem constitucional seja restabelecida e segundo  a DW-África, encontra no país com mesmo objetivo uma delegação das Nações Unidas que em paralelo com a CEDEAO vão tentar mediar o diferendo.

No passado dia 26 de Novembro, nas véspera da divulgação dos resultados provisórios das eleições gerais de 23 de Novembro pela Comissão Nacional de Eleições, os militares assumiram o poder através de um Golpe de Estado suspendendo  o processo eleitoral em curso, tendo os militares nomeado um novo Chefe de Estado de Transição, novo primeiro-ministro e respetivo governo  e um novo Chefe de Estado-maior General das  Forças Armadas.ANG/MSC/ÂC//SG

 

     Cabo Verde/PR cabo-verdiano distancia-se da mediação na Guiné-Bissau

Bissau, 01 Dez 25(ANG) - O presidente cabo-verdiano distanciou-se hoje de um grupo de chefes de Estado que deverá deslocar-se à Guiné-Bissau, para tentar mediar a crise no país, justificando-se com as relações históricas entre os dois países.

"Alguns chefes de Estado deverão deslocar-se à Guiné-Bissau. Nós, fazendo uma avaliação mais fina da situação, decidimos distanciar-nos da comissão de mediação, tendo até em conta as relações históricas entre Cabo Verde e Guiné-Bissau, mas desejamos o melhor para que se consiga ultrapassar este momento de crise política", afirmou José Maria Neves, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV).

"Vamos continuar a dar a nossa contribuição no quadro da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] para a resolução desta situação de golpe de Estado", acrescentou.

O chefe de Estado recordou, tendo em conta a "sensibilidade da questão", que Cabo Verde mantém relações muito próximas com a Guiné-Bissau e os dois países partilharam uma luta de libertação do regime colonial português.

Por isso, "convém que Cabo Verde, nesta fase, não esteja muito envolvido nesta questão, de modo a poder dar uma contribuição mais ampla no quadro da CEDEAO. No dia 14 deverei estar em Abuja, para participar na cimeira da comunidade e nessa ocasião daremos, com certeza, a nossa contribuição, relativamente aos resultados dessa primeira deslocação dos chefes de Estado à Guiné-Bissau", disse.

"Não queremos imiscuir-nos nos assuntos internos da Guiné-Bissau, nem comentar ou analisar esta situação, até para não complicar o quadro negocial (...). Houve um golpe, já há um Presidente de transição, um novo Governo nomeado e são esses os dados com que devemos trabalhar", acrescentou.

José Maria Neves disse ainda desejar "o melhor para o povo da Guiné-Bissau" e esperar que a situação se resolva "de forma pacífica, através de negociações entre as partes", prometendo contribuir para o diálogo e para que se alcancem soluções.

A crise na Guiné-Bissau começou quando um grupo de militares tomou o poder a 26 de novembro, destituindo o presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu a divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

O general Horta Inta-A foi empossado presidente de transição pelo período de um ano, após o golpe, e nomeou Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló, como primeiro-ministro e ministro das Finanças.

As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a participação do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, que foram excluídos da disputa.

Simões Pereira apoiou Fernando Dias da Costa, outro candidato opositor, que reivindicou a vitória na primeira volta.

A detenção de Domingos Simões Pereira e a tomada de poder pelos militares estão a ser denunciadas pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

O golpe militar foi condenado pela comunidade internacional, e a Guiné-Bissau foi suspensa da CEDEAO e da União Africana (UA) até que a ordem constitucional seja restabelecida. ANG/Lusa

 

Indonésia/Mais de mil mortos devido a fortes intempéries no sudeste asiático

Bissau, 01 Dez 25 (ANG) - Uma parte da Ásia, em plena época das monções, está a enfrentar as consequências da passagem de potentes ciclones ou tempestades que resultaram em inundações.

A Indonésia, o Sri Lanka, a Malásia e a Tailândia totalizam mais de mil mortos e varias centenas de desaparecidos devido às intempéries.

O ciclone Ditwah no Sri Lanka e uma potente tempestade na Tailândia, Malásia e Indonésia, especialmente na grande ilha de Sumatra, provocaram chuvas torrenciais na região que causaram pelo menos 593 mortos e 468 desaparecidos, segundo um balanço provisório das autoridades.

Esta manhã, no norte da ilha e Sumatra, o Presidente indonésio Prabowo Subianto anunciou que "a prioridade do governo é enviar imediatamente a ajuda necessária", sendo que ele ordenou o envio de aviões e helicópteros para operações de resgate, além dos três navios militares já enviados às áreas mais afectadas, onde muitas estradas permanecem impraticáveis devido à lama e aos destroços.

Apesar de estar sob forte pressão na sequência daquela que é considerada a pior catástrofe no pais desde o terramoto e tsunami que resultou em mais de 2 mil mortos em 2018 no seu país, o Presidente indonésio optou por não pedir ajuda internacional, contrariamente ao seu homologo do Sri Lanka que decretou o estado de emergência.

Desde ontem, o país enfrenta as inundações e deslizamentos de terra provocados pela passagem do ciclone Ditwah na zona de Colombo, a capital do Sri Lanka. De acordo com as autoridades que mandaram helicópteros militares para as operações de socorro, o balanço provisório ascende a pelo menos 335 mortos e 366 desaparecidos.

No sul da Tailândia, as chuvas torrenciais provocaram as piores inundações dos últimos dez anos e pelo menos 176 mortos, sendo que na Malásia, as intempéries são responsáveis de inundações no Estado de Perlis, no noroeste do país, com um balanço de pelo menos dois mortos.ANG/RFI

 

Suíça/OMS alerta que cortes no financiamento comprometem combate ao VIH

Bissau, 01 Dez 25 (ANG) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que os cortes do financiamento internacional estão a comprometer a prevenção e tratamento do VIH, fazendo com que a resposta ao vírus esteja numa encruzilhada, após décadas de progresso.

"Enfrentamos desafios significativos, com cortes no financiamento internacional e a estagnação da prevenção", salientou o diretor-geral da organização das Nações Unidas, Tedros Ghebreyesus, num comunicado para assinalar o Dia Mundial da Luta Contra a Sida.

Segundo a OMS, as reduções "drásticas e repentinas" no financiamento de doadores internacionais durante este ano levaram a que programas essenciais, como a profilaxia pré-exposição (PrEP) e a redução de danos para as pessoas que injetam drogas, fossem reduzidos ou totalmente encerrados em alguns países.

"Após décadas de progresso, a resposta ao VIH [vírus da imunodeficiência humana que ataca o sistema imunitário e causa a Sida] encontra-se numa encruzilhada", com os esforços de prevenção a estagnarem em 2024, com 1,3 milhões de novas infeções, "impactando desproporcionalmente as populações-chave e vulneráveis", alertou a organização com sede em Genebra.

A nível global, a OMS estima que 40,8 milhões de pessoas viviam com VIH e 630 mil pessoas morreram por causas relacionadas com a infeção.

Embora a dimensão total do impacto dos cortes na ajuda externa ainda esteja a ser avaliada, a organização acredita que o acesso à PrEP tenha "diminuído drasticamente".

Adiantou que, uma estimativa de outubro deste ano, indica que 2,5 milhões de pessoas que utilizaram a PrEP em 2024 tenham perdido o acesso aos seus medicamentos devido exclusivamente a cortes no financiamento dos doadores.

"Estas interrupções podem ter consequências de longo alcance para a resposta global ao VIH, comprometendo os esforços para acabar com a SIDA até 2030", avisou a OMS.

No comunicado hoje divulgado, a OMS apelou ainda aos governos e parceiros para alargarem rapidamente o acesso a novas terapias aprovadas, como o lenacapavir (LEN), com o objetivo de reduzir as infeções e combater a perturbação dos serviços de saúde essenciais causada pelos cortes na ajuda externa.

Segundo referiu, o LEN, aprovado recentemente, constitui uma alternativa de prevenção altamente eficaz e de longa duração aos comprimidos orais e outras opções terapêuticas.

Em Portugal, segundo um estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado recentemente, foram registados o ano passado 997 casos de infeção por VIH, menos que em 2023, mas mais de metade (53,9%) dos diagnósticos ocorreram tardiamente, sobretudo em pessoas com 50 ou mais anos. ANG/Lusa

 

Marrocos/Rabat acolhe 1ª Conferência Internacional dedicada às vítimas africanas de terrorismo

Bissau, 01 Dez 25 (ANG) – Marrocos acolherá, nos dias 2 e 3 de dezembro de 2025, a primeira Conferência Internacional dedicada às vítimas africanas do terrorismo, um evento importante que visa destacar as consequências humanas do terrorismo em África e reforçar os mecanismos de apoio e resiliência a nível continental.

Organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Africana e Marroquinos Residentes no Estrangeiro, com o apoio do Escritório das Nações Unidas de Combate ao Terrorismo (UNOCT), este encontro é uma iniciativa inédita que coloca as vítimas africanas do terrorismo no centro dos debates estratégicos sobre a prevenção e o combate ao extremismo violento.

A Conferência reunirá em Rabat representantes de governos africanos, organizações internacionais e regionais, bem como associações de vítimas africanas do terrorismo, pesquisadores e especialistas.

As discussões também se concentrarão no papel essencial que os sobreviventes podem desempenhar nas iniciativas de prevenção e resiliência, por meio de seus testemunhos, suas experiências e sua participação na reconstrução das comunidades afetadas.

Os participantes trocarão pontos de vista sobre temas importantes, incluindo as consequências humanas do terrorismo e os desafios legais, institucionais e socioeconômicos relacionados ao apoio às vítimas.

Este evento faz parte da parceria entre o Reino de Marrocos e o Escritório das Nações Unidas de Combate ao Terrorismo, materializada, em particular, pela instalação em Rabat do Escritório do Programa do UNOCT para África.

Este Gabinete, que se tornou uma plataforma continental de referência, trabalha para promover uma abordagem africana à luta contra o terrorismo, baseada na solidariedade, no desenvolvimento de capacidades e na apropriação nacional das respostas e das políticas públicas.ANG/Faapa

  

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Golpe de Estado/Presidente de Transição nomeia Ilídio Vieira Té Primeiro-ministro e ministro das Finanças

Bissau, 28 nov 25(ANG) - O Presidente de Transição, Horta Inta-a, nomeou nesta sexta-feira, Ilídio Vieira Té  Primeiro-ministro e cumulativamente ministro das Finanças.

Segundo o Decreto Presidencial n.º 2/2025, o General Inta-a, no uso das suas atribuições e competências, decidiu nomear Ilídio Vieira Té como chefe do Governo, assumindo também a pasta do Ministério das Finanças.

Vieira Té, antigo ministro das Finanças de Sissoco Embaló, foi diretor de campanha eleitoral da Plataforma Republicana-Nô Cumpu Guiné que apoiou a candidatura do Presidente deposto Umaro Sissoco Embaló, que disputou as eleições legislativas de 23 de Novembro.ANG/ÂC//SG



        Portugal/ Embaló culpa Portugal por golpe de Estado na Guiné-Bissau

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - O presidente deposto , Umaro Sissoco Embaló, afirmou em entrevista a um canal africano que lamenta que Portugal tenha um comportamento hostil, sempre que o seu líder se chame "Mamadou, Omar ou Ibrahim".

presidente destituído da Guiné-Bissau afirmou, em entrevista ao canal 1Africa TV, que Portugal tem culpa no golpe de Estado ocorrido esta quarta-feira.

Umaro Sissoco Embaló, que aterrou na quinta-feira à noite ao  Dakar num avião fretado pelo Governo do Senegal, acusou Portugal de um comportamento hostil.

"Sempre que há um presidente muçulmano na Guiné-Bissau, Portugal é muito hostil", acusou, num momento que é possível ver num excerto da entrevista partilhada no Facebook do canal africano. 

Embaló lamenta, na mesma entrevista, esta hostilidade, dando conta que "60% da população" do seu país é muçulmana, mas reforça que sempre que o presidente do país se chama "Mamadou, Omar ou Ibrahim", as relações com o nosso país alteram-se.

As suas declarações contradizem com aquela que foi mensagem transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa que afirmou anteriormente ter entrado em contacto o seu homólogo guineense, que lhe disse estar bem de saúde e teve uma "reação agradecida, positiva e simpática".

As últimas horas na Guiné-Bissau foram marcadas por críticas, que sublinham a inação por parte da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), mas também de Portugal, da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e da própria União Africana (UA). 

Tanto a CPLP, como a CEDEAO, marcaram de imediato reuniões de emergência para debater os últimos acontecimentos e tomar uma posição e o presidente da missão de observação eleitoral da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, o ex-presidente moçambicano Filipe Nyusi, disse que o ambiente no país estava calmo, mas com "alguma timidez na movimentação da população".

Por seu lado a União Europeia disse estar a acompanhar "com preocupação os desenvolvimentos na Guiné-Bissau", e pediu o "regresso célere à ordem constitucional" do país e contenção para evitar mais violência.

A entrevista surge depois um grupo de militares ter anunciado na quarta-feira ter tomado o poder na Guiné-Bissau e deposto o presidente, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

Os militares anunciaram a destituição do presidente, Umaro Sissoco Embaló, suspenderam o processo eleitoral, os órgãos de comunicação social e impuseram um recolher obrigatório, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

A ação dos militares visou, segundo descrevem, estancar "uma ameaça crescente que podia por em causa a democracia e a estabilidade política do Estado guineense", explicou, referindo-se a "uma ameaça portadora de ingerência do Estado, de desordem pública e da própria desintegração das instituições do Estado de direito democrático, ameaça essa que era preciso prevenir e travar".

Este foi o 10.º golpe de Estado no continente africano desde 2020. Os governos da Guiné-Conacri, do Sudão, do Níger, do Gabão e de Madagáscar sofreram um golpe de Estado nos últimos cinco anos, enquanto os do Mali e do Burkina Faso tiveram esse desfecho por duas vezes.ANG/Lusa

 

                          Hong Kong/ Incêndio faz mais de 100 mortos

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - As operações de resgate em Hong Kong terminaram nesta sexta-feira, 28 de Novembro, após um incêndio que consumiu vários edifícios residenciais, fazendo pelo menos 128 mortos e cerca de 200 desaparecidos.

O incêndio, que começou no complexo residencial Wang Fuk Court, composto por oito edifícios com cerca de 2 mil apartamentos, foi praticamente controlado pouco depois do amanhecer desta sexta-feira.

De acordo com as autoridades o último balanço aponta para pelo menos 128 pessoas perderam a vida, mas há ainda cerca de 200 desaparecidos.

Em conferência de imprensa, o responsável pela segurança da cidade, Chris Tang, explicou que não estão a descartar a possibilidade “que mais corpos sejam encontrados quando a polícia entrar nos edifícios para investigações detalhadas”acrescentando que “os alarmes de incêndio do complexo não estavam a funcionar corretamente”.

A polícia deteve três homens, funcionários da empresa de manutenção do complexo, por suspeita de homicídio voluntário em ligação com o incêndio.

De acordo com a BBC, existiram dezenas de queixas prévias contra os trabalhos de renovação que decorriam nestes prédios. Entre as preocupações dos moradores estavam a segurança dos materiais em caso de incêndio.

Hong Kong é um dos últimos locais do mundo onde o bambu é ainda muito utilizado para andaimes na construção civil. O Departamento de Desenvolvimento Urbano indicou que havia discutido a substituição gradual dos andaimes de bambu por estruturas metálicas na cidade, como medida de segurança.

Em Março, o Governo local iniciou um processo para restringir o uso deste material a andaimes, anunciando que 50% dos estaleiros de obra deveriam passar a ser equipados com estruturas metálicas. ANG/RFI

 

África do Sul/Recrutar para combater pela Rússia Deputada filha de Zuma demite-se

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - A filha do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma demitiu-se do parlamento após acusações de recrutamento de sul-africanos para combaterem pela Rússia na Ucrânia, anunciou hoje o diretor do partido MK.

"A camarada Duduzile Zuma-Sambudla declarou que cooperará plenamente com a investigação em curso das autoridades competentes" e "apresentou a sua demissão da Assembleia Nacional e de todas as suas funções de representação pública, com efeito imediato. A liderança do partido aceitou a sua decisão", informou o dirigente do MK, Nkosinathi Nhleko, durante um conferência de imprensa em Durban, na África do Sul.

Nem Duduzile Zuma-Sambudla nem o seu pai - Jacob Zuma, Presidente entre 2009 e 2018 -, presentes na sala durante a conferência de imprensa, se pronunciaram.

A própria irmã de Zuma-Sambudla acusou-a, na semana passada, de estar envolvida no recrutamente de 17 sul-africanos que lançaram pedidos de socorro ao atual Presidente, Cyril Ramaphosa, alegando estar encurralados na região ucraniana do Donbass.

"Umkhonto we Sizwe [nome completo do MK], enquanto partido, não está envolvido no caso russo-ucraniano que afeta estes jovens", garantiu Nkosinathi Nhleko, sendo que Jacob Zuma é conhecido pela proximidade ao Governo russo.

"Até onde sabemos, esta demissão não tem nada que ver com uma admissão de culpa ou um reconhecimento da sua culpa por parte do partido", afirmou Magasela Mzobe, outro dirigente do movimento.

A demissão de Zuma-Sambudla tratou-se de uma forma de "se concentrar totalmente na sua cooperação com todos os serviços do Estado", de acordo com Magasela Mzobe.

De acordo com o Governo ucraninano, 1.426 cidadãos de 36 países africanos foram identificado entre as fileiras russas, mas o número de combatentes estrangeiros poderá ser muito mais elevado.

Muitas mulheres africanas também são atraídas pela promessa de contratos lucrativos na Rússia, acabando em fábricas de produção de drones, sobretudo na região central do Tartaristão, de acordo com várias investigações de meios de comunicação internacionais.

Duduzile Zuma-Sambudla tinha sido eleita para o parlamento sul-africano em junho de 2024, concorrendo sob a sigla do partido fundado pelo pai.

A filha do ex-Presidente sul-africano já está a ser processada por icitamento aos motins de julho de 2021, desencadeados após a detenção do pai, que recusara testemunhar em processos de corrupção que o visavam. Cerca de 350 pessoas morreram nos motins. ANG/RFI

 

OMS/Mortes por sarampo caíram 88% desde 2000, mas aumentam número de casos

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - As mortes por sarampo caíram 88% desde 2000 graças à vacinação, mas os casos estão a aumentar mundialmente, totalizando cerca de 11 milhões em 2024, alertou hoje a OMS, apelando ao reforço da cobertura vacinal para evitar novos surtos.

"Os esforços globais de imunização levaram a uma queda de 88% nas mortes por sarampo entre 2000 e 2024", tendo perto de 59 milhões de vidas sido salvas pela vacina, revela um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, a OMS estima que 95.000 pessoas, a maioria crianças com menos de cinco anos, morreram devido ao sarampo em 2024.

"Embora este seja um dos números anuais mais baixos registados desde 2000, todas as mortes por uma doença que poderia ser prevenida com uma vacina altamente eficaz e de baixo custo são inaceitáveis", salienta a OMS no relatório.

Apesar do menor número de mortes, os casos de sarampo estão a aumentar mundialmente, com cerca de 11 milhões de infeções em 2024, quase mais 800.000 do que os níveis antes da pandemia em 2019.

"O sarampo é o vírus mais contagioso do mundo, e estes dados mostram mais uma vez como ele explora qualquer lacuna nas nossas defesas coletivas", afirma o diretor-geral da OMS, citado em comunicado.

Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinha que "o sarampo não respeita fronteiras", mas, realça, "quando todas as crianças em todas as comunidade são vacinadas, surtos dispendiosos podem ser evitados, vidas podem ser salvas e esta doença pode ser eliminada em nações inteiras".

Segundo o relatório, os casos de sarampo em 2024 aumentaram 86% na Região do Mediterrâneo Oriental da OMS, 47% na Região Europeia e 42% na Região do Sudeste Asiático em comparação com 2019.

"Notavelmente, a Região Africana registou uma queda de 40% nos casos e 50% nas mortes durante este período, em parte devido ao aumento da cobertura vacinal", refere o relatório.

A OMS alerta que, embora recentes surtos de sarampo estejam a ocorrer em países e regiões onde as crianças têm menos probabilidade de morrer devido a uma melhor nutrição e ao acesso a cuidados de saúde, as pessoas infetadas continuam em risco de complicações graves e permanentes, como cegueira, pneumonia e encefalite (infeção que causa inchaço cerebral e potenciais danos cerebrais).

Estimativas da OMS/Unicef referentes a 2024 apontam que 84% das crianças receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo, e apenas 76% receberam a segunda, "uma ligeira melhoria" em relação ao ano anterior, com mais dois milhões de crianças imunizadas.

De acordo com as orientações da OMS, é necessário pelo menos 95% de cobertura com duas doses da vacina contra o sarampo para impedir a transmissão e proteger as comunidades contra surtos.

O relatório indica que mais de 30 milhões de crianças continuaram desprotegidas contra o sarampo em 2024, três quartos das quais vivem nas regiões africana e do Mediterrâneo Oriental, muitas vezes em contextos frágeis, afetados por conflitos.

A Revisão Intercalar da Agenda de Imunização 2030 (IA2030), também divulgada hoje, salienta que o sarampo é frequentemente a primeira doença a ressurgir quando a cobertura vacinal diminui.

"Os crescentes surtos de sarampo estão a expor as fraquezas nos programas de imunização e nos sistemas de saúde globalmente, ameaçando o progresso em direção às metas do IA2030, incluindo a eliminação do sarampo", alerta.

Em 2024, 59 países relataram surtos grandes ou disruptivos de sarampo, quase o triplo do número registado em 2021 e o maior desde o início da pandemia de covid-19.

Todas as regiões, exceto as Américas, tiveram pelo menos um país que enfrentou um grande surto em 2024. A situação mudou em 2025, com vários países das Américas a combater surtos.

Os esforços para intensificar a vigilância do sarampo melhoraram a capacidade da OMS e dos países de identificar e responder aos surtos e, para alguns países, de alcançar a eliminação, refere a IA2030.

Contudo, a meta mundial de eliminação continua distante. Até ao final de 2024, 81 países (42%) haviam eliminado o sarampo, apenas mais três países do que antes da pandemia.

Para alcançar a sua eliminação, é necessário "um forte compromisso político" e um investimento sustentado para garantir que todas as crianças recebam duas doses da vacina e os sistemas de vigilância possam detetar rapidamente surtos, defende a IA2030, convocando os países e parceiros a fortalecerem as capacidades rotineiras de imunização, vigilância e resposta rápida a surtos. ANG/Lusa

 

 Golpe de Estado/ Alto Comando Militar levanta recolher obrigatório ie restrições a circulação nas vias públicas impostos desde quarta-feira 

Bissau, 28 Nov 25(ANG) - O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública (ACM) levantou por volta das 00 horas desta sexta-feira,  o recolher obrigatório imposto desde quarta-feira, após o anúncio do golpe de Estado.

A decisão consta num comunicado à imprensa do Alto Comando Militar, à que a ANG teve acesso, e segundo o  qual já   é permitida a circulação das populações e dos transportes públicos (táxis e toca-tocas) em todo o país.

“Com a designação e empossamento do Presidente da República de Transição e do Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública, estão criadas assim condições para a circulação de pessoas e bens, bem como a retoma do normal funcionamento das instituições públicas e privadas”, disse o comunicado.

Informa que, depois de análise da situação em curso, o Comando Militar decide comunicar o levantamento das medidas de restrição de circulação e recolher obrigatório anteriormente impostas a partir desta sexta-feira(28).

O comunicado ainda refere que o Comando  ordena a imediata abertura  e retoma de funcionamento normal das escolas  e centros de formação públicos e privados, mercados, centros comerciais e todas as instituições privadas enquanto que as restantes instituições públicas, ministérios sobretudo, aguardam pela formação do governo   de transição.

O Alto Comando proibiu, entretanto,  as marchas  de protestos, manifestações, greves e todas as “ações perturbadoras da  paz,  e estabilidade no país”.ANG/ÂC//SG

Golpe de Estado/Major-general Tomás Djassi nomeado Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas

Bissau, 28 Nov 25(ANG) - O Presidente da República de Transição, General Horta Inta-a, nomeou na tarde de  quinta-feira, o Major-general Tomás Djassi, como  Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.  

“O Presidente de Transição, no uso das suas atribuições e competências, decreta que é o Major-General Tomás Djassi, nomeado Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas”, refere o Decreto Presidencial n.°1/2025, à que a ANG teve acesso.

O Major-general Tomás Djassi  ocupava as funções do Chefe de Segurança da Presidência da República deposto.  

Tomás Djassi foi Comandante da Guarda Nacional. Depois desempenhou também a função de Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública e depois de ser exonerado pelo governo do PAIGC, em 2023, foi nomeado pelo presidente deposto como Comandante-geral de Segurança da Presidência da República e promovido a patente do Major-general.

Com a nomeação do novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, o General Biaguê Na N’Tan, deixa assim essa função que assumia há 11 anos, ou seja, desde o ano 2014, nomeado por então Presidente da República, José Mário Vaz e reconduzido por Umaro Sissoco Embaló. ANG/ÂC//SG

Golpe de Estado/ CEDEAO condena e cria Comissão de Mediação da crise na Guiné-Bissau

Bissau, 28 Nov 25(ANG) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou, quinta-feira, de forma veemente, o golpe de Estado ocorrido na Guiné-Bissau, na véspera da proclamação dos resultados eleitorais.

A posição foi assumida durante a Cimeira Extraordinária do Conselho de Mediação e Segurança a Nível dos Chefes de Estado e de Governo, realizada por videoconferência.

A organização sub-regional condenou  o golpe  de Estado perpetrado em 26 de Novembro e apela a restauração incondicional e imediata da ordem constitucional  e rejeita quaisquer acordo que suspende, ilegalmente, do processo democrático e a subversão da vontade do povo da Guiné-Bissau.

A CEDEAO exige que os líderes do golpe respeitem a vontade do povo e permitam que a Comissão Nacional de Eleições proceda a declaração dos resultados das eleições de 23 de Novembro de 2025.

 Instou as Forças Armadas da Guiné-Bissau a regressarem aos quartéis e a mantiverem o seu papel constitucional.

A CEDEAO apelou à restauração imediata da ordem constitucional e ao respeito integral pelo processo eleitoral guineense.

A organização instou ainda as novas autoridades a libertarem todos os líderes políticos e altos funcionários que permanecem detidos, sublinhando a necessidade de salvaguardar a paz, a democracia e o Estado de Direito no país.

A CEDEAO decide que, em conformidade com as disposições do protocolo da organização sobre a Democracia e Boa Governação número 2001 (A/SP/12/10), suspender a Guiné-Bissau de todas as instâncias decisórias da CEDEAO até que a ordem constitucional plena e efetiva no país seja restabelecida.

Segundo a declaração final, a CEDEAO criou uma Comissão de Mediação para acompanhar a crise, composta pelo Presidente da CEDEAO e Chefe de Estado da Serra Leoa, e pelos Chefes de Estado de Cabo Verde, Senegal e Togo, além do Presidente da Comissão da organização.

As autoridades do Senegal confirmaram, em comunicado, a receção em Dacar do ex-presidente, Umaro Sissoco Embaló.

Em Bissau, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, segundo Dinísio Pereira, dirigente do PAIGC, ainda se encontra detido, contrariamente as informações segundo as quais Simões Pereira terá sido posto em liberdade.

ANG/ÂC//SG

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Faixa de Gaza/Amnistia acusa Israel de "manter genocídio" apesar do cessar-fogo

Bissau, 27 Nov 25 (ANG) - A organização Amnistia Internacional acusou hoje Israel de "continuar o genocídio contra palestinianos na Faixa de Gaza", apesar do cessar-fogo com o movimento islamita Hamas anunciado a 09 de outubro.

Autoridades de Israel continuam a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza ocupada, infligindo deliberadamente condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física", alegou a organização em comunicado.

A Amnistia Internacional reporta que, desde o anúncio do cessar-fogo, "pelo menos 327 palestinianos, incluindo 136 crianças, foram mortos em ataques israelitas", e acusa Israel de manter "restrições severas" à entrada de ajuda humanitária essencial, violações que considera em incumprimento com ordens do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).

A secretária-geral, Agnès Callamard, afirmou que o cessar-fogo "corre o risco de criar uma ilusão perigosa" sobre a situação em Gaza.

Segundo a responsável, Israel continua a limitar a chegada de alimentos, medicamentos, combustível e materiais necessários para reparar infraestruturas fundamentais, bem como a restringir a distribuição de ajuda no terreno.

A organização publicou em dezembro de 2024 uma análise jurídica em que concluía que Israel estava a "cometer genocídio em Gaza", invocando três atos proibidos pela Convenção sobre o Genocídio: assassinatos, provocação de danos físicos ou mentais graves e imposição deliberada de condições de vida que poderiam levar à destruição da população.

A organização acrescentou que a população de Gaza permanece "retida em menos de metade do território", em zonas "menos capazes de sustentar a vida", entre as quais eram continuamente obrigadas a deslocar-se.

Agnès Callamard acusou ainda Israel de não investigar nem responsabilizar dirigentes políticos por incitações ou atos relacionados com o que a organização classifica como genocídio, criticando o que considera ser uma redução recente da pressão internacional.

Entre os exemplos citados estão o levantamento pelo Governo alemão, de restrições a licenças de exportação de armas e o cancelamento de uma votação sobre a suspensão do acordo comercial entre a UE e Israel.

A Amnistia apelou aos Estados para que mantenham a pressão sobre Israel, suspendam transferências de armas e exijam acesso para observadores de direitos humanos e jornalistas, defendendo que "o cessar-fogo não se deve tornar uma cortina de fumo" sobre a situação em Gaza.

O cessar-fogo, iniciado no dia 10 de outubro, tinha como objetivo pôr fim a dois anos de guerra no Médio Oriente, desencadeada pelo ataque de 07 de outubro de 2023 do Hamas a Israel, no qual 1.200 pessoas foram mortas e mais de duas centenas raptadas.

Em dois anos de guerra, mais de 69.000 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, segundo dados confirmados pela ONU.ANG/Lusa

 

Nigéria/ Declarado “estado de emergência de segurança” em resposta aoaumento de sequestros

Bissau, 27 Nov 25 (ANG)- O presidente nigeriano Bola Ahmed Tinubu declarou estado de emergência de segurança em todo o país em resposta a uma onda de ataques e a uma recente série de sequestros em massa que abalaram o país mais populoso da África.

Para combater os grupos terroristas e criminosos por trás desses ataques, o chefe de Estado nigeriano também ordenou o reforço das forças do exército e da polícia em várias regiões do país, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira pela presidência nigeriana.

O Sr. Tinubu afirmou que a polícia contratará 20.000 agentes adicionais e observou que "esta é uma emergência nacional e estamos respondendo com o envio de mais policiais para o terreno, principalmente em áreas que enfrentam desafios de segurança".

Para acelerar o fortalecimento das forças de segurança, as autoridades autorizaram o uso de acampamentos do Serviço Nacional da Juventude como locais de treinamento temporários, bem como a redistribuição de policiais retirados de unidades de proteção VIP para funções policiais básicas.

Como parte dessas medidas de emergência, os serviços de inteligência do país estão autorizados a mobilizar imediatamente guardas florestais treinados e a recrutar mais para "caçar terroristas e bandidos" escondidos nas florestas.

A Nigéria foi recentemente assolada por sequestros em massa de centenas de pessoas, incluindo mais de 300 alunos e professores de uma escola católica em Papiri, no estado de Níger (centro-oeste), 25 meninas do ensino médio em Maga, no estado de Kebbi (noroeste) e 13 meninas no estado de Borno (nordeste), o que levanta sérias preocupações sobre a eficácia das medidas de segurança destinadas a proteger os estudantes do país. ANG/Faapa