Saúde Pública/”As doações de sangue não satisfazem as necessidades da Guiné-Bissau”, diz Bacar Mané
Bissau, 14 Jun 24 (ANG) – O Secretário-geral do Ministério da Saúde Pública, disse hoje que as doações voluntárias de sangue que se fazem no hospital Nacional Simão Mendes não satisfazem a demanda, razão pela qual esta maior instituição sanitária do país se depara sempre com falta de sangue .
Bacar Mané que falava a margem da celebração do Dia Mundial dos doadores de sangue que se assinala hoje, acrescentou que as doações familiares representam 80 por cento de sangue recolhido.Aquele responsável disse que, segundo o relatório do Banco de Sangue do
HNSM de 2023, esta instituição está longe de atingir a meta de 80 por cento de
sangue disponível vindos de doadores voluntários não remunerados.
Bacar Mané disse que
é fundamental incentivar e criar
compromissos e a vontade de doar sangue, regularmente, pelo que se pede a colaboração da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e outros parceiros.
Sublinhou que o Governo, através de Ministério da Saúde
Pública continuará a fazer esforços e a tomar engajamento para o desenvolvimento de políticas à saúde de doadores e qualidade dos cuidados que lhes são
oferecidos.
A Representante Interina
da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Guiné-Bissau, Chantal Kambire Diarra
disse que, nas últimas décadas, os países da sub região africana da organização
têm registado progressos em termos de doação de sangue mas que mesmo assim
ainda persistem desafios quanto a disponibilidade de sangue.
A título de exemplo,
destacou que atualmente, os países africanos apenas conseguem recolher 5.2 unidades
de sangue, por cada 1000 pessoas abaixo de 10 por 1000 pessoas recomendados
pela OMS e longe de 33 unidades por cada 1000 pessoas recolhidas nos países desenvolvidos.
Referiu que, além
disso, apenas 18 dos 47 países da região africana da OMS têm atingido a meta
regional, pelo menos 80 por cento de sangue disponíveis vindos dos doadores de
sangue voluntários não remunerados.
Kambire Diarra
declarou que a OMS vai continuar a apoiar os Estados membros, incluindo a
Guiné-Bissau, para melhorarem a disponibilidade de qualidade e
segurança de sangue e dos seus produtos derivados, incluindo a avaliação de
serviço de Banco de Sangue, o desenvolvimento de políticas, padrões e
regulamentos de fortalecimento dos sistemas e capacitação dos prestadores de serviços
de transfusão de sangue.
Recomenda ao Ministério de Saúde Pública o reforço dos serviços do Centro de Sangue e a promoção de
campanhas nacionais para inspirar os
cidadãos a doarem sangue.
Segundo o Presidente da Associação Guineense dos
Doadores Voluntários de Sangue (AGUIDAVS), Gentil da Silva o desafio da
Guiné-Bissau é conseguir que 80 por cento
das pessoas voluntárias doassem sangue.
Para fazer face a
problemática de falta de sangue seguro disponíveis nos serviços sanitários, a Organização Mundial de Saúde recomenda que um terço da população de cada
país participe na doação voluntária de sangue, de forma regular, para possibilitar a criação de estoques suficientes e seguros, a fim de evitar o sofrimento dos
mais vulneráveis, e reduzir a doação
familiar.
Gentil da Silva exortou
ao Governo o investimento ou adoção de uma política em benefícios aos doadores de
sangue .
Para Gentil da Silva dar
sangue é um ato de heroísmo e ser dador de sangue é um gesto de solidariedade
que ajuda a aliviar a pressão sobre sistemas de saúde, e salvar vidas.
"Agradecemos à todos
os dadores voluntários de sangue do mundo, principalmente os do nosso país, que
doam sangue para o tratamento médico. Encorajamos-lhes
a unirem forças para garantir o acesso ao
sangue seguro para todos”, frisou.
O dia mundial dos
doadores de sangue foi assinalado este ano sob
o lema: "20 anos de doação, obrigado doadores de sangue". ANG/MI/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário