Cidade da Praia/Cabo Verde sem apresentar relatórios à Comissão dos
Direitos Humanos da União Africana há cerca de 20 anos - responsável (c/áudio)
Bissau, 20 Set 24(ANG) –
Cabo Verde não apesenta relatório à Comissão dos Direitos Humanos da União
Africana há cerca de 20 anos, segundo a comissária que se encontra de visita ao
país, para contacto com autoridades visando a resolução deste problema.
A informação foi revelada
à imprensa pela comissária junto da Comissão Africana dos Direitos Humanos e
dos Povos e relatora para Cabo Verde, Maria Teresa Manuela, momentos antes da
abertura do seminário de sensibilização sobre o mandato da Comissão Africana
dos Direitos Humanos e dos Povos.
O evento enquadra-se
numa visita de promoção dos direitos humanos a Cabo Verde com a finalidade,
segundo a responsável, de verificar e constatar os avanços e a desaceleração
que Cabo Verde tem em relação à implementação dos direitos humanos constantes
da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.
Sobre a apresentação dos
relatórios dos direitos humanos junto à Comissão Africana, disse que o país
está em atraso, tendo apresentado o último há cerca de 20 anos.
“Depois disto não
apresentou nenhum. Então estamos em contato com o Estado cabo-verdiano para
percebermos as razões e então podermos conciliar e dar os nossos conselhos
sobre como as coisas devem ser resolvidas”, avançou.
Conforme a comissária, a
apresentação dos relatórios é uma obrigação que os Estados assumem quando
ratificam a Carta e consta do artigo 62 da Carta Africana dos Direitos Humanos
e dos Povos.
Entretanto reconhece que
existem muitos desafios que estão também sendo apresentados durante esta visita
ao país e que serão dados a conhecer posteriormente, para quem é preciso que
haja uma equipa treinada para poder preparar os relatórios para serem
discutidos e apresentados.
“Porque o relatório vai
falar sobre os vários tipos de direitos que constam na Carta Africana. São direitos
civis e políticos, são direitos econômicos e sociais e nós ainda temos os
direitos dos povos, que é uma especificidade da Carta Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos”, precisou.
Maria Teresa Manuela
realçou as responsabilidades cumpridas por Cabo Verde para com as Nações Unidas
afirmando que estão, por isso, a tentar encontrar um meio termo para que possa
também cumprir com a União Africana.
Por seu lado, no seu
discurso de abertura do seminário, a presidente da 1ª Comissão Especializada
dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado,
Carmem Martins, assinalou que a ratificação da Carta Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos pelo país, em 1986, simboliza uma clara determinação em
alinhar as suas políticas e práticas aos padrões internacionais de direitos
humanos.
Embora o caminho à frente “apresente desafios”, assegurou que Cabo Verde está posicionado para enfrentá-los, sempre com a esperança de construir um futuro onde os direitos humanos sejam plenamente respeitados e protegidos por todos e para todos. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário