Irão/Guarda
Revolucionária promete resposta a
explosões
Bissau, 20 Set 24(ANG) – O comandante da
Guarda Revolucionária do Irão garantiu que Israel vai enfrentar “em breve” uma
“resposta esmagadora”, na sequência da explosão de milhares de aparelhos de
comunicação usados pelo grupo xiita pró-iraniano Hezbollah.
"Condeno este crime terrorista do regime
de ocupação [Israel], que levou ao martírio e a ferimentos maciços ao querido
povo libanês e aos 'mujahideen' [guerreiros santos] do Hezbollah. Em breve
encontrarão uma resposta esmagadora da frente de resistência", disse
Hossein Salami, na quinta-feira.
Os ataques no Líbano, atribuídos por diversas
fontes a Israel, causaram 37 mortos.
O embaixador do Irão em Beirute, Mojtaba
Amani, foi uma das mais de 3.200 pessoas que, de acordo com as autoridades
libanesas, ficaram feridas pelas explosões, na terça e na quarta-feira no
Líbano.
"Em breve assistiremos à completa destruição
deste regime cruel e criminoso”, afirmou Hossein Salami, num comunicado citado
pela agência de notícias Tasnim, ligada à Guarda da Revolução iraniana.
O dirigente descreveu as explosões como um
sinal de desespero face aos “sucessivos fracassos” de Israel tanto na Faixa de
Gaza, como na fronteira com o Líbano, onde as forças israelitas "não
atingiram nenhum dos objectivos de guerra".
O representante do Irão junto da ONU, Amir
Saed Iravani, disse na quarta-feira ao Conselho de Segurança que Teerão se reserva
o direito a responder “ao abrigo do direito internacional” ao ataque ao
embaixador, o qual descreveu como “um crime hediondo”.
A Embaixada iraniana em Beirute afirmou, em
comunicado, na quarta-feira, que o tratamento de Amani estava a progredir
favoravelmente e descreveu como falsas as informações sobre “o estado dos
olhos” do diplomata.
Horas antes, o jornal norte-americano The New
York Times tinha divulgado informações de fontes da Guarda da Revolução
iraniana, de acordo com as quais a explosão teria feito Amani perder um olho e
danificado gravemente o outro.
De acordo com as primeiras investigações
libanesas, os aparelhos de comunicação ligados ao Hezbollah transportavam uma
carga explosiva oculta.
O caráter indiscriminado do ataque, que se
fez sentir com explosões em locais não militares ou com muita gente, foi
criticado pelas Nações Unidas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres,
apelou para que os objectos civis não fossem utilizados como armas.
Israel não se pronunciou sobre o assunto.
O recrudescimento dos combates entre Israel e
o Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irão com um peso militar e político
significativo no Líbano, suscitou o receio de uma expansão do conflito no Médio
Oriente.
O Hezbollah tem atacado posições no norte de
Israel, a partir do sul do Líbano, em apoio ao movimento islamita palestiniano
Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza há 11
meses.
ANG/Inforpress/Lusa
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