Reuno Unido/Países lusófonos melhoram nas classificações de
relatório sobre estado da democracia
Bissau, 17 Set 24(ANG) - A maioria dos países lusófonos
registou progressos nas avaliações feitas pelo Relatório Global sobre o Estado
da Democracia 2024, publicado hoje, com destaque para o Brasil, apesar da
turbulência criada nas eleições presidenciais de 2022.
O estudo, publicado hoje
pelo Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral
(International IDEA), refere como os tribunais sancionaram o ex-Presidente
Bolsonaro devido às tentativas para se manter ilegalmente no poder e por fazer
alegações infundadas contra o sistema de votação eletrónica do país.
Apesar de o estudo
registar um declínio em vez de uma melhoria no desempenho democrático global há
oito anos consecutivos a nível mundial, o país sul-americano é visto como um
exemplo onde as eleições mostraram capacidade para "reforçar a democracia
face à adversidade".
O Brasil verificou
melhorias nos quatro parâmetros usados pelos autores do relatório, subindo
cinco lugares na classificação relativa à Representação política para o 42.º,
subiu 17 para 63.º em Direitos civis, ascendeu 38 posições para a 53.ª em
Estado de Direito e galgou 29 lugares em Participação política e civil,
chegando à 4.º posição num total de 173 países.
O relatório referiu
Angola num grupo de países com progressos em matéria de ausência de corrupção,
juntamente com a Bulgária, Quénia e Maldivas.
Mesmo assim, constatou
pouca alteração nos diferentes parâmetros em 2023 relativamente ao ano
anterior, retendo o 121.º lugar no 'ranking' de Representação, subindo um lugar
tanto em Direitos (119.º) e Estado de Direito (118º) e três em Participação
(134.º).
Os autores do relatório
referem o "entusiasmo" criado pela emergência de uma nova geração de
líderes políticos em Moçambique e Senegal, "tendo em conta o fosso extremo
entre a demografia da sociedade e a demografia dos atuais chefes de Estado e de
Governo em África".
Moçambique observou
alguma deterioração pois, apesar de manter o 118.º lugar no 'ranking' em
Representação, desceu quatro posições para a 121ª. em Direitos, caiu nove para
116º. na classificação geral sobre Estado de Direito e desceu três para 129.º
em Participação.
No Relatório hoje
publicado, que analisa os dados relativos a 2023, Cabo Verde está entre os 32
países, juntamente com Portugal, que registaram um retrocesso na eficácia do
parlamento nos últimos cinco anos.
Apesar de se considerar
que tem um desempenho elevado, tal como Portugal, o país africano tem vindo a
deteriorar o desempenho neste índice.
Nos diferentes
parâmetros, Cabo Verde subiu três lugares em Representação para 32.º,
manteve-se em 54.º em Direitos, desceu um para 49.º em Estado de Direito e
subiu três em Participação (120.º).
A Guiné-Bissau subiu um
lugar em Representação (112.º), dois em Direitos (129.º) e Estado de Direito
(137.º) e três em Participação (66.º)
Timor-Leste sobressai no
relatório como tendo feito progressos gerais no desempenho democrático, com
destaque para a taxa de participação eleitoral média de 79%, valor elevado
apesar de o voto não ser obrigatório.
O país asiático subiu
cinco lugares no critério de Representação política (51.º), quatro em Direitos
(95.º), dois em Estado de Direito (65.º) e sete em Participação (79.º)
A Guiné Equatorial
também observou melhorias, subindo dois lugares em Representação (144.º),
manteve o 163.º em Direitos, ascendeu seis em Estado de Direito (157.º) e
cresceu três em Participação (161.º).
O Relatório Global sobre
o Estado da Democracia, é produzido anualmente pelo Instituto Internacional
para a Democracia e Assistência Eleitoral (International IDEA), com sede em
Estocolmo.
Segundo o estudo mais
recente, 2023 foi o oitavo ano consecutivo em que mais países apresentaram um
declínio em vez de uma melhoria no desempenho democrático global, a queda
consecutiva mais longa em 48 anos.
ANG/Inforpress/Lusa
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