quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Greve de transportes públicos


Citadinos  exigem  entendimento entre o governo e a Confederação de Sindicato de Motoristas 

Bissau, 19 Dez 18 (ANG) – Alguns citadinos guineenses exigiram hoje o entendimento entre o governo  e a Confederação Nacional das Associações dos Sindicatos de Motoristas e Transportadores da Guiné-Bissau (CNASMTGB), como forma de permitir a retoma de funcionamento normal dos transportes públicos.

Numa auscultação feita pela ANG, o funcionário público Carlos dos Reis disse que se tudo continuar assim, o próprio país perde economicamente, devido a fraca produtividade dos funcionários públicos assim como nas pequenas actividades comerciais que geram receitas para o Estado. 

Disse que o governo deve procurar uma maneira legal de negociar com a CNASMTGB para que a referida paralisação não afecte ainda mais a população nas suas actividades de dia a dia.  
    
Por seu turno, a peixeira Irene Gomes realçou que a  paralisação dos transportes públicos está á afectar muito os trabalhos diários das mulheres peixeiras, assim como daqueles que produzem  noutros sectores para sobreviverem com os familiares.

Para o estudante Universitário Nuno da Silva, morador do bairro de Cuntum Quelelé, não foi nada fácil hoje o percurso que fez para chegar à escola, acrescentando  que muitos não conseguiram ir para as aulas devido a paralisação dos transportes públicos, o que o estudante classificou de  mau para o rendimento do país em todos os aspectos.

Salinha Midana Fonseca, pequena comerciante de água de saco de plástico, lamentou a paralisação dos transportes públicos nomeadamente “Toca-Tocas”, “Taxis” .

Salinha disse que,  com a movimentação dos transportes públicos é que consegue vender a água a assegurar a  sua sobrevivência.  

A greve foi convicada para três dias, e as partes, o governo e representantes da Confederação de motoristas estão em negociações para se chegar a um entendimento que possa levar a suspensão da greve.

Os motoristas reinvindicam o cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo nomeadamente sobre a criação de um guiché único de pagamento das multas, a redução das operações Stop e das taxas de impostos que incidem sobre os transportes públicos.    ANG/LLA/ÂC//SG

Saúde pública


ANAPROFAR recomenda pessoal qualificado nas farmácias 

Bissau,19 Dez 18 (ANG) – O secretário-geral da Associação Nacional dos Proprietários das Farmácias (ANAPROFARM), recomendou hoje aos proprietários das farmácias a contratação de pessoal qualificado, para assegurar melhor atendimento aos clientes.

Em entrevista exclusiva à ANG, Amed Akdhar que é também proprietário da farmácia Moçambique, disse que a organização tem recebido queixas de familiares de pacientes sobre vendas de medicamentos que não correspondem aos indicados em receitas médicas.

Sustenta que as farmácias que operam no país devem possuir um diretor técnico para se ocupar de controlo de vendas de medicamentos através de receitas.

.“Para banir a referida prática, a ANAPROFAR vai apostar nos próximos tempos na formação dos seus associados como forma de prestar melhor serviço. Posteriormente vamos desencadear ações de fiscalização e controle de serviços farmacêuticos para verificar se as normas estipuladas pela ANAPROFAR estão a ser aplicada”, dissse Amed Akdhar. 

ANG/ÂC//SG

Greve de motorista


Paralisação afecta serviços de Estado e privados

Bissau, 19 Dez 18 (ANG) – Os transportes públicos iniciaram hoje uma greve de três dias convocada pela  Confederação Nacional das Associações dos Motoristas e Transportadores da Guiné-Bissau (CNAMT-GB).
 
A paralisação afectou serviços públicos e estatais devido a utilização pela maioria de servidores públicos  dos transportes semi-urbanos chamados de “Toca-Toca”.
Os grevistas reivindicam o cumprimento de um memorando de entendimento de 18 pontos assinado com o governo.

Uma ronda negocial entre membros da Confederação das associações de motoristas e de governo teve lugar  terça-feira mas os resultados da reunião não foram sufcientes para se evitar a paralisação, apesar do optismo sobre o levantamento da greve manifestado pelo Director-geral dos Serviços de Viação e Transportes Terretres, Bambo Banjai.

As partes prevêm para esta quarta-feira nova ronda de negociações.

Entre as reivindicações constam a criação de um guiché único de pagamento das multas, redução das taxas que incidem sobre os transportes públicos, redução de “operações stop” levadas a cabo por agentes de Polícia de Trânsito.

Elementos da Confederação na pessoa de Caran Lamine Camará , numa recente delcração à Radio Nacional acusou o governo de falta de vontade na resolução dos compromissos assumidos com a assinatura  do Memorando.

 Numa ronda a cidade de Bissau um repórter da ANG constatou a circulação apenas de carros de particulares e de Estado  e ausência completa de Táxis, Toca-tocas e Candongas que fazem ligações com o interior do país.

ANG/MSC/ÂC//SG

Ensino

Líderes sindicais  detidos pela Polícia Judiciária
 

Bissau, 19 Dez 18 (ANG) – Os quatros líderes sindicais que receberam carros de marca RAV 4, Honda, Mazda e Renault por parte do Chefe de Estado foram presos terça-feira pela Polícia Judiciária, depois de cinco horas de audição individual.

Segundo a Rádio Sol Mansi, tratam-se de Laureano Pereira da Costa e Eusébio Có ambos presidente e vice do Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF), Domingos Sami presidente do Sindicato dos Funcionários de Saúde e Malam Ly, secretário geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau(CGSI-GB).

Depois de audição, os quatros foram encaminhados para a cela da prisão da Polícia Judiciária de Bandim em Bissau tendo os seus advogados tentado, sem sucesso, impedir a detenção, alegando a falta do mandado que determina a cadeia de seus clientes.

A referida audição aconteceu um dia depois dos dois sindicatos de professores recusarem de assinar o acordo para o  levantamento da greve em curso no sector de ensino público, depois de o Primeiro-ministro, Aristides Gomes e o ministro da educação , Camilo Simões Pereira o ter assinado.

O caso tratado como “suspeita de  corrupção”, despoletou depois de um blogue ter publicado  documentos com assinatura dos referidos líderes sindicais que confirma a recepção de viaturas doados pelo Presidente da República.

Alguns analistas relacionam o caso com as acusaões do Primeiro-ministro, Aristides Gomes, segundo as quais os sindicatos do sector de ensino andam a fazer “greves politicas” , o que torna difícil a resolução das suas reivindicações.

ANG/JD/ÂC//SG
   

Política



Bissau,19 Dez 18 (ANG) – O partido político, Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), ameaça pôr na rua centenas de guineenses para protestar a decisão do governo de terminar hoje, 19 de dezembro,o recenseamente eleitoral.

Em declarações a rádio Voz de Alemanha, Djibril Baldé, dirigentes deste partido disse que o Movimento vai mostrar com esses protestos  que uma boa parte de potenciais eleitores não foi recenseada, e diz  que, “se o Governo anunciar o fim do processo irá criar mais  problemas no país”.

Djibril Baldé, disse à DW África que o recenseamento está longe de atingir o número de pessoas com condições para adquirir a capacidade eleitoral ativa tanto no país, como no estrangeiro e acusa o primeiro-ministro Aristides Gomes de estar a conduzir o país para um grande problema com  tentativa de fraude eleitoral:

Contestado desde o início, em setembro do corrente ano, o processo de recenseamento até chegou a ser interrompido pelo Ministério Público por alegadas irregularidades denunciadas por um grupo de partidos políticos que insistia na nulidade do mesmo e na demissão da ministra de Administração Territorial, Ester Fernandes, que coordena o departamento que se ocupa do recenseamento eleitoral.

"Nós temos a consciência de que temos defendido a verdade e que o primeiro-ministro e a ministra da Administração Territorial estão a empurrar o país para uma situação complicada. O recenseamento eleitoral não tem condições de terminar na quarta-feira (19.12.). Pelo que sabemos muita gente ainda está por recensear e muitos dos que já se encontram recenseados foram mal recenseados. Há cartões com dupla identidade, tripla identidade, muitas irregularidades que nos indicam que estamos perante uma gigantesca tentativa de fraude eleitoral”, disse Baldé.

Segundo os dados do Governo avançados na segunda-feira (17.12.) à imprensa pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, o recenseamento atingiu 95% dos 900 mil potenciais eleitores previstos.
No entender do Madem g-15, partido formado essencialmente por militantes dissidentes do PAIGC, os recenseados não chegam a metade dos números que o Governo tem anunciado. Madem alega que as máquinas estão a duplicar os dados e questiona como é que são divulgados números sem que se tenha feito a sincronização dos mesmos.

"Estamos numa situação gravíssima que o Madem-G15 não vai deixar passar. Terminar na quarta-feira o recenseamento vai trazer grandes problemas para o país, porque vão sair para as ruas todos aqueles que não foram recenseados. Nós vamos apelar aos nossos militantes e ao povo para saírem à rua e mostrar que não foram recenseados e estão descontentes com a atual situação”, disse.

O partido recentemente fundando em Bissau, já não pede a nulidade do processo mas exige que seja feita uma auditoria independente ao processo de recenseamento e que sejam corrigidos todos os erros detectados, tudo isto sob fiscalização do Ministério Público, e com a presença de informáticos, representantes  de  partidos políticos.

Para o analista político guineense, Luís Petit, não é surpresa que haja contestações ao processo, tendo em conta o nível de desconfiança política que tem reinado na Guiné-Bissau durante a atual legislatura. E lembra que a lei guineense é muita clara nesta matéria:

"Desde que o recenseamento atingisse o número superior ao recenseamento precedente aí já existem condições para o processo de votação decorrer normalmente. Se realmente foram atingidos 95% dos potenciais eleitores é um dado importante e isso vai permitir a participação de grande maioria dos guineenses no processo” explica o analista.

À DW África, Luís Petit, lembra que muitos guineenses devido às querelas políticas e as constantes instabilidade que o país tem vivido nos últimos tempos, recusaram comparecer nos postos de recenseamento em protesto à forma como a política é feita na Guiné-Bissau.

"Há uma grande parte de população guineense que tem levantado a voz e que ainda não se recenseou porque está cansada de todo este processo que começou bem mas não chega ao fim. Na minha opinião, é essa massa eleitoral que está a demonstrar a sua revolta quanto ao exercício do poder por parte das autoridades guineenses. Não propriamente porque alguma parte ficou de fora devido à inúmeras falhas no processo, mas porque está contra as crises políticas cíclicas que têm fustigado o nosso país", sustentou.

O Governo guineense fixou o dia 19 de Dezembro de 2018 como data limite do recenseamento eleitoral no território nacional e na diáspora, e o chefe do executivo Aristides Gomes já propôs a realização do pleito a 17 de Fevereiro.

Cabe agora ao Presidente guineense, José Mário Vaz, fixar, através de um decreto, uma nova data para as legislativas, que ao que tudo indica será anunciada oficialmente durante a cimeira da CEDEAO-Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, a ter lugar em Abuja, na Nigéria no próximo sábado 22 do corrente.ANG/DW

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Dia Internacional das Migrações


União Europeia reafirma compromisso de proteger os direitos humanos dos migrantes
Bissau, 18 dez 18 (ANG) -  A União Europeia reafirmou  em mensagem alusiva a celebração do dia Internacional de migrações que hoje se assinala o seu compromisso de proteger os direitos humanos dos migrantes, evitar jornadas perigosas e irregulares e de garantir oportunidades por vias legais e seguras.
“Para isso, estamos a trabalhar com todos os nossos parceiros no mundo - países de origem, trânsito e destino e organizações internacionais. A migração requer alianças globais e cooperativas: nenhum país pode abordar a migração individualmente - nem na Europa nem em qualquer outra parte do mundo”, refere a mensagem enviada à ANG.
Segundo a UE , existem actualmente 258 milhões de migrantes internacionais em todo o mundo.
Refere  que a história da humanidade é uma história de migração. Por milhares de anos, as pessoas migraram de um lugar para outro, por diversas razões, e continuam a fazê-lo.
No Dia Internacional das Migrações, a União Europeia reafirma o seu compromisso permanente de proteger os direitos humanos dos migrantes, de evitar jornadas perigosas e irregulares, e de garantir oportunidades por vias legais e seguras.
Recentemente foi adoptado em Marraquexe, em Marrocos um “Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular”, que fornecerá a estrutura global para melhorar a gestão da migração.
Os subscritores desse pacto defendem que é trabalhando juntos, no espírito de responsabilidade compartilhada, que se pode , em conjunto, transformar a migração de um desafio comum para uma oportunidade compartilhada.
Em mensagem , a União Europeia salienta que a sua abordagem sobre a migração é construída na mesma linha: procurando abordar os impulsionadores da migração irregular; combater o contrabando de migrantes e o tráfico de seres humanos; assegurar uma proteção adequada aos mais necessitados, gerir melhor as fronteiras externas da Europa, permitindo simultaneamente canais de migração legais, para  benefício comum.
Segundo  comunicado, na Guiné-Bissau, decorre a iniciativa conjunta da União Europeia e da Organização Internacional para as Migrações (OIM) sobre a proteção e a reintegração dos migrantes retornados. Esta iniciativa se desenvolve  em três dimensões  da gestão das migrações:
assistência ao retorno voluntário e à reintegração dos migrantes retornados através de oportunidades variadas que compreendem a formação profissional e a criação de emprego;  informação  e sensibilização da população sobre os riscos e as oportunidades das migrações; recolha  de dados e ampliação de conhecimentos sobre os fluxos, rotas e tendências migratórias, e as necessidades e vulnerabilidades dos migrantes, permitindo assim apoiar o desenvolvimento de políticas e programas baseados nestas evidências.
Esta iniciativa conjunta, segundo o comunicado,  já apresenta resultados concretos: de maio de 2017 até à presente data, 369 migrantes receberam assistência para retornar à Guiné-Bissau de forma voluntária e segura, perspetivando-se, agora, para eles, um leque de oportunidades de reintegração que terá em conta as suas necessidades e interesses, bem como os das suas comunidades.  ANG//SG