segunda-feira, 8 de junho de 2020



Bissau,08 Jun 20(ANG) - A Guiné-Bissau registou mais quatro vítimas mortais devido à covid-19, totalizando agora 12 vítimas mortais, e mais 29 novos casos positivos, aumentando o total acumulado para 1.368, segundo as autoridades.

De acordo com o coordenador do Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) da Guiné-Bissau, Dionísio Cumba, entre segunda-feira e quinta-feira da passada semana, foram detetadas mais 29 novas infeções por covid-19 no país.

"A Guiné-Bissau tem 1.368 casos confirmados desde o início da pandemia", afirmou o médico guineense em conferência de imprensa sobre a evolução da covid-19 no país.

Dionísio Cumba disse ainda que foram confirmadas mais quatro mortes por causa do novo coronavírus, elevando para 12 o número de vítimas mortais.

Em relação aos recuperados, Dionisío Cumba destacou um aumento substancial: "Há 153 pessoas recuperadas da covid-19", afirmou.

O médico guineense precisou também que há 38 pessoas internadas, 22 das quais no hospital de Cumura, a cerca de 10 quilómetros de Bissau, e 16 no Hospital Nacional Simão Mendes, que continua a registar problemas em relação ao fornecimento de oxigénio.

No âmbito do combate à pandemia, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, decretou, pela quarta vez, o estado de emergência até 10 de junho.

Em África, há 4.756 mortos confirmados em quase 170 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.368 casos e 12 mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), Cabo Verde (536 casos e cinco mortes), São Tomé e Príncipe (499 casos e 12 mortos), Moçambique (352 casos e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados (mais de 614 mil, atrás dos Estados Unidos) e o terceiro de mortos (34.021, depois de Estados Unidos e Reino Unido).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Lusa



           EUA-Floyd/ Polícia acusado de morte por asfixia vai hoje a tribunal

Bissau, 08 jun 20 (ANG)  – O polícia acusado de ter morto o afro-americano George Floyd, asfixiando-o com o joelho, em Minneapolis, nos Estados Unidos, deve comparecer hoje em tribunal naquela cidade.
Dereck Chauvin é acusado de assassinato em segundo grau (intencional, mas não premeditado), depois de inicialmente apenas ter sido acusado de assassinato em terceiro grau (involuntário).
Dois dos outros polícias que estavam no local onde George Floyd foi assassinado foram já presentes a tribunal, na quinta-feira, tendo-lhes sido aplicada uma caução de pelo menos 750 mil dólares (cerca de 700 mil euros).
Dereck Chauvin enfrenta a possibilidade de uma pena até 40 anos de prisão, depois de os procuradores terem revisto a acusação ao polícia responsável por ter asfixiado, durante de cerca de oito minutos, o afro-americano.
A presença de Chauvin em tribunal coincide temporalmente com a chegada do corpo de George Floyd a Houston, no Texas, a sua cidade de origem, onde será feito um serviço fúnebre público, no Cape Fear Conference, depois de uma série de outras cerimónias, que se realizam desde quinta-feira.
Floyd será enterrado em Houston, na terça-feira, numa cerimónia reservada aos familiares.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de Maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de actos de pilhagem.
Pelo menos nove mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja. ANG/Inforpress/Lusa





Bissau, 08 jun 20 (ANG) - A Alta Comissária para a Luta Contra a Covid-19 na Guiné-Bissau, Magda Robalo Correia e Silva, disse no último fim de semana que não vai ser fácil, mas  que é possível travar a pandemia do novo coronavírus no país.

"Não vai ser fácil, mas é possível com várias atividades e com várias medidas de contenção", afirmou a antiga ministra da Saúde guineense, após a cerimónia de tomada de posse, quando questionada pelos jornalistas sobre se é possível travar a evolução da pandemia no país, que regista 1.368 casos e já causou 12 mortos.

"Temos de identificar focos de infeção, temos de aumentar a prevenção, temos de melhorar o entendimento da população sobre aquilo que são as medidas de confinamento", disse.

Magda Robalo Correia e Silva salientou também que nunca é tarde para combater a pandemia do novo coronavírus.

"Se não o fizermos vamos continuar a ver os números de casos e as mortes a aumentarem", sublinhou.

A antiga representante da Organização Mundial de Saúde na Namíbia e no Gana disse também que o seu primeiro trabalho vai ser uma "análise rápida da situação, perceber a dinâmica da pandemia na Guiné-Bissau para ajustar estratégias" para que o país possa estar à frente do novo coronavírus e não correr atrás dele.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, nomeou na sexta-feira Magda Robalo Correia e Silva para o cargo de Alta Comissária para a Luta Contra a Covid-19 no país.

Segundo um decreto presidencial, divulgado à imprensa, além da nomeação da antiga ministra da Saúde do Governo de Aristides Gomes, demitido na sequência da sua tomada de posse como Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló nomeou também Tumane Balde para o cargo de coordenador-adjunto e Plácido Monteiro Cardoso para secretário.

O Alto Comissariado para a Luta Contra a Covid-19 terá como principal objetivo reformular o plano estratégico, coordenar parcerias e redinamizar o combate contra o novo coronavírus.

Magda Robalo Correia e Silva tinha sido nomeada em maio para presidir ao Comité de Ética e Governação do Fundo Global de Luta Contra a Sida, Tuberculose e Malária, cargo que vai acumular com as novas funções.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.368 casos e 12 mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), Cabo Verde (536 casos e cinco mortes), São Tomé e Príncipe (499 casos e 12 mortos), Moçambique (354 casos e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).ANG/Lusa



        Covid-19/Cuba declara pandemia controlada e prepara desconfinamento
Bissau, 08 jun 20 (ANG) - Cuba registou o oitavo dia sem vítimas mortais ligadas ao novo coronavírus e prepara-se para anunciar medidas de desconfinamento gradual ao longo da próxima semana, anunciou hoje o presidente da república Miguel Diaz-Canel. 
Cuba, com 11,2 milhões de habitantes, contabilizou 2.191 casos de infecção e 83 mortes, mas contando com as 1.862 recuperações e os dois pacientes estrangeiros evacuados para os respectivos países, conta com apenas 244 casos positivos.
"Faz uma semana que não temos vítimas mortais, o que significa que a pandemia está sob controlo", disse Miguel Diaz-Canel.
O líder cubano lamentou que a curva descendente de novos casos tenha sido interrompida a 28 de Maio com o aparecimento de vários surtos, nomeadamente numa loja, num laboratório, num centro de transportes e num petroleiro cubano que regressava do México com 22 tripulantes infectados.
"Devemos continuar a concentrar-nos na forma de eliminar os casos que restam, sobretudo os que estão ligados à incompetências ou mau funcionamento de uma instituição, o que deu origem a um crescimento da epidemia", acrescentou.
Até agora Cuba não levantou qualquer medida de restrição. As escolas e fronteiras continuam fechadas, os transportes públicos estão suspensos e é obrigatório o uso de máscaras nas ruas.
"Ao longo da próxima semana poderemos informar a população sobre medidas de desconfinamento e qual o melhor momento para o fazer", afirmou.
Com uma economia que depende essencialmente do turismo internacional e do comércio externo, Cuba enfrenta agora o desafio de relançar essas actividades, mantendo o controlo da epidemia. ANG/Angop

sexta-feira, 5 de junho de 2020


  Covid-19/Magda Robalo nomeada Alta Comissária para Luta Contra a pandemia

Bissau,05 Jun 20(ANG) – Magda Robalo, ex. ministra de Saúde do governo de Aristides Gomes, foi nomeada hoje para as funções da Alta Comissária para a Luta contra a Covid-19 pelo  Decreto Presidencial número 20/2020.

De acordo com o Decreto, Umaro Sissoco Embalo nomeou ainda Tumane Baldé e Plácido Monteiro Cardoso para respectivamente, Coordenador Adjunto e Secretário do Comissariado de Luta contra a Covid-19.

Segundo o decreto,o Alto Comissariado de Luta contra o Covid-19 terá como função principal de, entre outras,  reformular o plano  estratégia de Luta contra Covid-19 coordenação de parcerias e de redinamização do combate ao coronavirus e sua respectiva contenção.

O Comissariado vai funcionar na dependência directa do Presidente da República, devendo regulamentar o seu funcionamento.

Magda Robalo Correia e Silva, antiga representante da Organização Mundial de Saúde na Namíbia e no Gana, foi nomeada em maio para presidir ao Comité de Ética e Governação do Fundo Global de Luta Contra a Sida, Tuberculose e Malária sediado em Suiça.

Tumane Balde é médico e já fazia parte do Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) guineense.

Plácido Monteiro Cardoso é o antigo diretor do Instituto Nacional de Saúde Pública.ANG/ÂC//SG




Política/Presidente da República confere posse aos membros do Conselho de Estado

Bissau, 05 Jun20 (ANG) – O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló conferiu hoje posse aos novos membros do Conselho de Estado.

Todos os cinco membros do Conselho de Estado nomeados na passada semana pelo Presidente da República, foram hoje investidos nas suas funções. São eles: o ex. Presidente interino da República, Raimundo Pereira, Fransual Dias, Saliatu da Costa, Canjura Injai e Aladje Mamadu Culabiu Bá respectivamente.

A cerimonia de tomada de posse dos membros do órgão político de consulta do chefe de Estado guineense decorreu na presença do Presidente do Tribunal de Contas Dionisio Cabi.

O  acto ficou marcada pela ausência do Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP) Cipriano Cassamá, do Presidente do Supremo Tribunal da Justiça, Paulo Sanhá.

Para além dos cinco empossados ainda fazem parte do Conselho de Estado, o o Presidente da Assembleia Nacional Popular, o primeiro-ministro, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o representante de cada um dos partidos políticos representados no parlamento.ANG/LPG/ÂC//SG

Prevenção contra Coronavírus

Não permita que o Medo, Pânico ou a Negligência te entregue ao Coronavírus. Sair sem necessidade pode te levar a isso. Fique em Casa.

O Cronovírus anda de pessoa à pessoa. Não consegue viver para fazer estragos(matar) fora do ser humano. Evita a contaminação, lavando sempre as mãos bem com sabão.

Beba sempre água para evitar que sua garganta fique seca.

Garganta húmida leva o vírus directamente para o estômago, aí morre, por força de sucos gástrico produzidos pelo estômago.

Evite lugares onde haja muita gente. Afaste-se de alguém que tosse.

Recomendações médicas de Prevenção contra Coronavírus//ANG

Covid-19/Unicef doa materiais de combate a pandemia ao Ministério da Saúde Pública

Bissau, 5 Jun. 20 (ANG) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef), doou hoje um lote de materiais, constituído por medicamentos, acessórios, equipamentos médicos e cinco concentradores de oxigénio  ao Ministério da Saúde Pública para responder e aumentar  a resposta nacional no combate a pandemia.

O donativo doado está orçado em mais 90 milhões de francos CFA  e tem por base a analise da situação de saúde no país e as prioridades indicadas a respeito dos equipamentos e medicamentos essenciais à resposta da pandemia do coronavírus.

Em declarações no acto, o representante da Organização Mundial de Saúde no país, Jean Marie Kipela louvou o esforço que as  autoridades nacionais  estão a levar a cabo no âmbito da prevenção e tratamento do coronavírus.

Realçou que  as Nações Unidas tudo deve fazer no sentido de assegurar que cada criança, mulher e homem guineense beneficie dos mais elevados cuidados de saúde.

"Todos nós precisamos seguir as recomendações das autoridades nacionais de saúde, nomeadamente no que diz respeito a lavagem frequente das mãos com água e sabão, limitação das saídas das nossas residências,o uso das máscaras em locais públicos, á observância do distanciamento físico social, assim como, o recolher obrigatório no horário definido”, frisou Jean Marie Kipela.

Aquele responsável recomenda ainda a utilização adequada dos medicamentos e equipamentos ora doados, endereçando ao  Povo guineense uma mensagem para terem atenção aos sintomas de coronavírus, tanto a nível pessoal como ao nível dos familiares, bairros e comunidades, e não recusar a fazer teste quando apropriado.

Para o representante da OMS, o coronavírus existe e está a infectar milhares de pessoas no mundo causando  perdas de vidas humanas  assim como diversas consequências socioeconómicos à escala global.

Por sua vez, a Secretaria de Estado da Gestão Hospitalar, Cornélia Aleluia Lopes  agradece o gesto e disse que os materiais doados são bem-vindos e ajudam a colmatar as dificuldades com que se depara o governo e em particular o Ministério de Saúde.

Para a governante, a semelhança de outras  doações recebidas estes donativos vão ser encaminhadas  aos destinatários da mesma forma.

Cornélia Lopes garante que os materiais recebidos serão bem aplicados. ANG/MI/ÂC//SG         



Covid-19/Director-Geral do  Simão Mendes apela aos técnicos recuperados da doença para voltarem para os postos de trabalho

Bissau, 05 Jun 20 (ANG) – O Director-geral do Hospital Nacional Simão Mendes apelou hoje aos técnicos de saúde afectos aquela instituição que tinham contraído o coronavirus, mas que já se encontram recuperados da doença a voltarem para os seus postos de trabalho.
Agostinho Semedo

Agostinho Semedo, em entrevista exclusiva à  ANG, disse que felizmente os técnicos daquela instituição infectados e que estão confinados nos hotéis ou em casa, a maioria já está bem de saúde tendo desejado para breve as suas recuperações em termos de confirmação das análises que os liberta da doença.

Semedo lamentou que os técnicos que lidam directamente com os doentes de Covid-19 são mais vulneráveis à esta pandemia do que os outros, frisando que como combatentes de bata branca estão neste momento a lutar com um inimigo invisível.

Aquele responsável acrescentou que, como já conhecem a doença, vão saber futuramente  lidar da melhor forma com ela.

“Por isso apelo aos técnicos a terem contensão e calma porque a terra é nossa, os doentes são os nossos irmãos, temos de os ajudar cumprindo o nosso dever de salvar vidas como juramos, embora temos de proteger a nossa pessoa”, aconselhou.

Agostinho Semedo disse que pediram  materiais de protecção para os técnicos de saúde para que possam trabalhar afincadamente para vencer este inimigo que ninguém pode ver.

O Director do maior centro hospitalar do país disse que têm limitações em termos materiais devido a grande procura dos mesmos ao nível mundial, salientando que mesmo nos países em que estes materiais para covid-19 são fabricados não chegam para satisfazer todas as demandas. ANG/MSC/ÂC//SG




Bissau, 05 jun 20 (ANG) - Um médico do Hospital Nacional Simão Mendes, principal estabelecimento sanitário da Guiné-Bissau, onde estão internados doentes infetados com covid-19, disse quinta-feira à Lusa que todos os dias os profissionais da saúde estão a ser contaminados com a doença.
 
Almame Sissé, médico dos cuidados intensivos, mas que atualmente trabalha nos serviços da urgência, precisou que vários técnicos do Simão Mendes deixaram de comparecer no hospital por estarem infetados com a covid-19.

"Hoje, quando um técnico quer fazer qualquer procedimento num doente, tem medo de tocar no doente. Todos os dias há técnicos a contaminarem-se", disse Sissé.

Logo nos primeiros momentos em que as autoridades anunciaram que a covid-19 tinha chegado à Guiné-Bissau, em finais de março, alguns médicos e enfermeiros do Simão Mendes, por desconhecimento, ficaram infetados quando deram assistência a um paciente, revelou o médico.

Almame Sissé disse que mais de 30 técnicos foram isolados em dois hotéis de Bissau, depois de recuperados alguns ficaram em casa e outros, como o próprio, voltaram ao serviço.

O médico lamenta que volvidos mais de dois meses desde que foram diagnosticados os primeiros casos da covid-19 na Guiné-Bissau, ainda não haja "equipamentos indispensáveis" para os profissionais do Simão Mendes.

"A nossa situação é triste. Não podemos estar a tapar o céu com as mãos. Não há um mínimo de condições para exercer no hospital. Vê-se muito pó no chão do hospital e sabe-se que o vírus da covid-19 pode viver no chão", sublinhou Almame Sissé.

O médico notou que foram disponibilizadas máscaras aos técnicos (médicos e enfermeiros) que tratam diretamente com casos da covid-19, mas também enfatizou que alguns profissionais chegam a usar a mesma máscara durante todo o dia, "porque não há outra", disse.

Almame Sissé afirmou ser urgente disponibilizar "pelo menos" mais máscaras, batas, avental, óculos e viseiras sob pena, disse, de alguns profissionais deixaram de comparecer nos serviços por receio de contaminação.

"Porque há doentes assintomáticos que dão entrada noutros serviços, por exemplo no banco das urgências. A covid é uma doença que engana", defende Sissé que antevê "um desastre" no Simão Mendes, onde, refere, todos os técnicos acabam por ter contacto com os doentes da covid.

A Guiné-Bissau registou desde março mais de 1.300 infeções por covid-19, que já provocou oito vítimas mortais no país.

Em África, há 4.606 mortos confirmados em mais de 162 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 385 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Lusa



             Covid-19/ Mais de 200 detidos em manifestações no Senegal

Bissau, 05 jun 20 (ANG) -  Mais de 200 pessoas foram detidas nos últimos dois dias, no Senegal, em protestos violentos contra as restrições impostas para conter o coronavírus, anunciou quinta-feira o ministro do Interior senegalês, Aly Ngouille Ndiaye.
Presidente do Senegal 
Desde terça-feira, várias cidades senegalesas têm sido palco de manifestações contra o estado de emergência, o recolher obrigatório e a proibição de circulação entre regiões, medidas decretadas para conter a covid-19 no país, que regista 3.923 casos, 45 mortes e 2.063 doentes recuperados.
As manifestações começaram nas cidades de Thiès, Touba e Mbacké, onde jovens que afirmam ser transportadores queimaram pneus e ergueram barricadas nas principais estradas para apelar ao fim das medidas de proibição dos transportes entre cidades e manifestar a sua revolta por terem ficado sem meios de subsistência.
Durante a noite, os protestos, em que houve confrontos com a polícia, também se espalharam por Dacar, e outras cidades como Mbour, Saly, Tambacounda, Kaffrine ou Kaolack.
"Estamos cansados de ficar em casa", foi uma das frases gritadas durante as manifestações contra o recolher obrigatório, que tiveram lugar nos bairros mais populosos de Dacar e onde a polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
"Estamos fartos. As autoridades viajam de noite porque partilham os passes. Entretanto, nós, os pobres, somos obrigados a fechar-nos nas nossas casas das nove da noite às cinco da manhã", disse um manifestante, citado pelo jornal Sud Quotidien.
"Nós nem sequer temos o suficiente para comer, ou para sustentar as nossas famílias. Não somos funcionários públicos. Isto tem de acabar e (...) o Presidente da República tem de falar com o povo", disse outro dos manifestantes ao mesmo jornal.
Segundo o jornal Tribune, em Kaolack, um jovem de 23 anos foi gravemente ferido pelo impacto de um veículo policial e corre risco de vida no hospital.
Em Touba e Mbacké, as instalações da Companhia Nacional de Electricidade do Senegal e as da estação de rádio RFM de Mbacké, que pertence ao grupo de comunicação fundado pelo cantor Youssou N'Dour, foram vandalizadas.
Do mesmo modo, em Touba, três veículos de intervenção policial e uma ambulância foram queimados e um centro de tratamento de doentes da covid-19 atacado, segundo um funcionário senegalês, citado na rádio sob condição de anonimato.
Hoje, o Governo senegalês anunciou o alívio do recolher obrigatório nocturno e o reinício dos transportes entre cidades.
O início do recolher obrigatório, anteriormente estabelecido para as 21h00 (locais e GMT), foi adiado para as 23h00.
"A partir de hoje(quinta-feira), será aplicado o levantamento das restrições aos transportes em todo o território nacional com a manutenção do recolher obrigatório das 23:00 às 05:00 da manhã", anunciou o ministro do Interior, Aly Ngouille Ndiaye, num discurso transmitido na televisão pública deste país, que faz fronteira com a Guiné-Bissau.
"As reuniões em locais públicos ou privados, restaurantes, pavilhões desportivos e casinos beneficiarão das mesmas medidas de relaxamento", acrescentou.
No Senegal, as medidas adoptadas desde Março para conter a propagação do novo coronavírus tem vindo a gerar um descontentamento crescente, afectando particularmente as camadas mais desfavorecidos, num país onde 40% da população vive abaixo do limiar de pobreza e onde muitos vivem da economia informal, segundo o Banco Mundial.
O Senegal é o quarto país da África Ocidental com maior número de casos confirmados.
No total dos 15 países, a África Ocidental regista 758 mortos e 37.690 infecções.
O número de mortos em África devido à covid-19 subiu hoje para 4.601, mais 108, em mais de 162 mil casos, nos 54 países, segundo os dados da pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de mortos passou de 4.493 para 4.601 (+108), enquanto o de infectados subiu de 157.322 para 162.673 (+5.351).
Os mesmos dados referem que o número de doentes recuperados passou os 70 mil (70.475), mais 3.468 do que no dia anterior.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de Fevereiro e a Nigéria foi o primeiro da África subsaariana a registar casos de infecção, em 28 de Fevereiro.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 382 mil mortos e infectou mais de 6,4 milhões de pessoas.
Mais de 2,7 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Angop





Bissau,05 Jun 20(ANG) - O advogado do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Pinto Pereira, considerou quinta-feira que o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, não está interessado em nomear um novo Governo na Guiné-Bissau.

Ùmaro Sissoco Embaló não está interessado em nomear um novo Governo, como já ouvimos os seus correligionários afirmarem alto e a bom som”, afirmou Carlos Pinto Pereira, que coordena a equipa de advogados do partido, vencedor das legislativas de 2019, numa declaração na rede social Facebook.

Em abril, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reconheceu Umaro Sissoco Embaló como vencedor das eleições presidenciais da Guiné-Bissau, quando decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça do país apresentado por Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, e deu um prazo, até 22 de maio, para ser nomeado um Governo, que respeitasse os resultados das legislativas de 2019.

O prazo de 22 de maio não foi cumprido e o chefe de Estado guineense pediu ao presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, para mediar e encontrar, juntamente com os partidos com assento parlamentar, uma solução para a formação do novo Governo, até 18 de junho.

Findo o prazo, o PAIGC, o Governo destituído de Aristides Gomes, formado na sequência das legislativas de março de 2019, e o candidato dado como derrotado das presidenciais Domingos Simões Pereira, apresentaram duas ações no Tribunal de Justiça da CEDEAO para anular a decisão de reconhecimento de Umaro Sissoco Embaló como vencedor das eleições e impedir que quatro países possam interferir nos assuntos do país.

“Quisemos deixar claro que embora duvidássemos desde o início que Umaro Sissoco Embaló fosse respeitar a decisão da CEDEAO, nós quisemos sempre deixar uma porta aberta para que aquela decisão não caísse em saco roto”, disse Carlos Pinto Pereira.

Segundo o advogado, o candidato Domingos Simões Pereira deu “sinais de patriotismo” e “estava na disposição de pôr em causa a luta que travava para o reconhecimento do Supremo Tribunal de Justiça e da decisão que viesse a ser tomada”.

“Mas sabemos desde o início que Umaro Sissoco Embaló ia aproveitar a parte da CEDEAO que lhe interessava e rejeitar tudo o que não lhe interessava e as nossas suspeitas confirmaram-se”, disse.

Para Carlos Pinto Pereira, fica “mais uma vez demonstrado que a CEDEAO, se não reagir, prestará um mau serviço à própria comunidade, à própria organização, a África e muito em particular à Guiné-Bissau”.

“Mostra que aquela decisão que tomou foi uma fantochada”, salientou, lamentando que os chefes de Estado da organização sub-regional que acreditaram na decisão “sejam ludibriados por Umaro Sissoco Embaló”.

Sobre a mediação que está a ser realizada por Cipriano Cassamá, dirigente do PAIGC, Carlos Pinto Pereira afirmou que não põe em causa a sua capacidade para mediar um conflito, mas não aceita que a CEDEAO tenha sido afastada do processo.

“Se a CEDEAO está no processo desde o seu início, se assumiu um compromisso perante a comunidade internacional e nacional, por que razão a CEDEAO sem dar satisfações a ninguém vai lavar as mãos deste processo”, afirmou.

Para Carlos Pinto Pereira, Umaro Sissoco Embaló adotou aquela estratégia “aconselhado pelos seus padrinhos da CEDEAO”.
“Que lhe devem ter dito se você nos retirar do processo, nós saímos calados sem dizer nada”, afirmou.
O presidente do parlamento prossegue hoje as audiências com os partidos políticos com assento parlamentar para tentar encontrar uma solução para a situação política no país.

Umaro Sissoco Embaló admitiu na terça-feira a possibilidade de dissolver o parlamento caso não seja encontrada uma solução.

O PAIGC venceu as legislativas de março de 2019 sem maioria e fez um acordo de incidência parlamentar com a Assembleia do Povo Unido — Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Partido da Nova Democracia e União para a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no parlamento.

Logo no início da legislatura, o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian, que ocupava o cargo de primeiro vice-presidente do parlamento, incompatibilizou-se com o PAIGC e aliou-se ao Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), segunda força política do país, com 27 deputados, e Partido da Renovação Social (PRS), que elegeu 21 deputados.

Apesar da nova aliança, quatro dos cinco deputados da APU-PDGB mantiveram a sua lealdade ao acordo de incidência parlamentar assinado com o PAIGC.

Os dois blocos alegam ter a maioria no parlamento.

A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.


Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo do PAIGC liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da APU-PDGB, que formou um Governo com o Madem-G15, o PRS e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, não aceitou a derrota e considerou que o reconhecimento da vitória do seu adversário é “o fim da tolerância zero aos golpes de Estado” por parte da CEDEAO.

A União Europeia, União Africana, ONU, Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Portugal elogiaram a decisão da organização sub-regional africana por ter resolvido o impasse que persistia no país, mas exortaram a que fossem executadas as recomendações da CEDEAO, sobretudo a de nomear um novo Governo respeitando o resultado das últimas legislativas.

O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país, declarado no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.ANG/Lusa