quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Covid-19/China envia 10 milhões de doses da vacina a países em desenvolvimento

 

Bissau, 04 Fev 21 (ANG) – A China anunciou quarta-feira um plano para fornecer 10 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus aos países em desenvolvimento, através da iniciativa Covax.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, afirmou que a China está a responder a um pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto os países em desenvolvimento procuram suprir a escassez de vacinas.

Wang considerou que a iniciativa constitui uma “importante decisão política” da China, para garantir a distribuição equitativa de vacinas e promover a cooperação internacional nos esforços contra a pandemia.

A Covax, programa coordenado pela OMS e pela Aliança Global para as Vacinas (GAVI, na sigla em inglês), visa garantir que os países de baixo e médio rendimento tenham vacinas contra o coronavírus suficientes, já que as nações ricas absorveram a totalidade dos primeiras milhões de doses produzidas.

“Esperamos que os países da comunidade internacional com capacidade entrem em acção, apoiem a Covax por meio de acções práticas, apoiem o trabalho da Organização Mundial da Saúde, ajudem os países em desenvolvimento na obtenção de vacinas em tempo útil e contribuam para a sociedade internacional vencer a pandemia o mais cedo possível”, afirmou Wang, em conferência de imprensa.

A China já exportou grandes quantidades de vacinas desenvolvidas internamente para os países em desenvolvimento e a OMS está em processo de aprovação de vacinas chinesas para uso de emergência.

Isto é visto como uma tentativa de aumentar a reputação da China, face a preocupações sobre a sua crescente influência militar e económica além-fronteiras.

A China também quer evitar críticas sobre a forma como lidou com os estágios iniciais do surto de covid-19, inicialmente detectado na cidade de Wuhan, no centro do país, no final de 2019.

Uma equipa de especialistas da OMS está actualmente em Wuhan para recolher dados e pistas que possam servir para encontrar as origens do vírus.

O Governo chinês promoveu teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.

Embora as vacinas chinesas sejam consideradas uma alternativa mais barata e possivelmente mais abundante, farmacêuticas internacionais também estão a fornecer vacinas através da Covax.

A norte-americana Pfizer comprometeu-se, no mês passado, a disponibilizar até 40 milhões de doses da sua vacina este ano. ANG/Inforpress/Lusa

 


Covid-19
/Colectivos de técnicos envolvidos no combate a pandemia inicia  greve de cinco dias

Bissau, 04 Fev. 21 (ANG) – O porta voz do colectivo dos técnicos de saúde envolvidos no combate a pandemia da Covid-19 anunciou hoje  que vão iniciar  a partir de amanha, 5 de Fevereiro, uma paralisação de   todos os trabalhos no país, até que sejam atendidas as suas exigências.

Undiga Mendes falava  em conferencia de imprensa na qual revelou as suas   indignações face a falta de pagamento dos subsídios de serviço a que diz terem direito.

Disse que tentaram um encontro de trabalho desde de Janeiro  com a Alta Comissária para Covid-19 mas que não surtiu nenhum efeito, pelo que na última sexta-feira deram entrada uma nota de aviso de  paralisação das suas actividades.

"Em algumas regiões os técnicos foram pagos até o mês do Maio do ano passado, com excepção dos técnicos de Bissau que foram pagos até o mês de Agosto 2020. De resto, até hoje, não pagaram nada”,  explicou aquele responsável.

Mendes disse que, só vão voltar ao trabalho quando forem pagos seus subsídios na totalidade. ANG/MI/ÂC//SG         

 

Covid-19/Rússia e China expandem seu domínio pelo mundo com produção de vacinas

Bissau, 04 Fev 21(ANG)  - Os governos protagonizam agora, depois da batalha das máscaras, a guerra pelas vacinas contra a Covid-19.

Moscovo eu e Pequim aproveitam o atraso na produção de imunizantes pelos labor
atórios americanos e europeus, a situação de urgência em vários países em desenvolvimento, além da chegada de novas variantes, para expandir sua influência pelo planeta por meio de suas vacinas contra o novo coronavírus.

 A vacina russa Sputnik V saiu na frente na corrida para a produção de um imunizante contra a Covid-19. Ao ser anunciada, em agosto de 2020, foi alvo de fortes críticas por parte dos países ocidentais, que alegaram precipitação e falta de transparência da parte de Moscou. Na época, a Rússia não revelou informações científicas sobre seus ensaios clínicos. Alguns meses depois, em dezembro, a Pfizer/BioNTech lançou seu produto como “a primeira vacina contra o coronavírus”, sabendo que a Sputnik V já estava sendo inoculada na Rússia.

Em novembro de 2020, o Centro de Pesquisas Gamaleya de Moscou, apontou que a vacina russa tinha uma eficácia de 91,4 por cento 28 dias após a primeira dose e 95 por cento após 42 dias – um efeito similar ao produto da Pfizer/BioNTech.

No entanto, nem países europeus ou os Estados Unidos confiaram na informação, dando preferência aos imunizantes fabricados por laboratórios ocidentais.

O aparecimento de novas variantes do coronavírus – que disparou o número de contaminações e mortes em diversos países –, aliado ao atraso na produção e nas entregas das doses pelos gigantes farmacêuticos, vem mudando o discurso sobre a Sputnik V. Na terça-feira (2), a revista científica The Lancet publicou um estudo realizado por pesquisadores independentes que confirma a eficácia anunciada Centro de Pesquisas Gamaleya.

O artigo destaca que  o imunizante russo é, de facto, um dos produtos com maior efeito contra as formas sintomáticas da doença.

A constatação deve abrir caminho para que as agências reguladoras de medicamentos dos países desenvolvidos deem seu aval positivo ao fármaco russo. Antecipando-se a uma homologação pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) requisitada por Moscou, a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou: “Toda vacina aprovada por esse órgão será bem-vinda na Alemanha”. A líder também ofereceu ajuda do país para uma eventual produção conjunta da Sputnik V.

Nesta quarta-feira (3), o governo espanhol se disse igualmente “aberto” e “entusiasta” com a ideia de utilizar a vacina russa. “A única condição”, segundo a ministra espanhola da Saúde, Carolina Darias, é a aprovação do fármaco pela EMA.

O mesmo posicionamento foi expressado pelo governo francês. Paris está disposta a distribuir o produto na França se “ele corresponder às normas científicas e às exigências europeias”, declarou nesta quarta-feira (3) o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

A Rússia exibe, assim, um sucesso no campo científico, mas também no âmbito econômico: o imunizante poderia gerar uma receita de € 25 bilhões ao país. Não por acaso, o Kremlin anunciou nesta quarta-feira que tem o objetivo de aumentar a produção da Sputnik V no exterior “para responder à demanda cada vez maior dos países”.

O fármaco já foi homologado por cerca de 15 nações, incluindo ex-repúblicas soviéticas, como Belarus e Armênia, pelos aliados Venezuela e Irã, além de Argentina, Bolívia, Argélia, Tunísia e Paquistão.

 

Na União Europeia, por enquanto, a Hungria – que recebeu 40 mil doses na terça-feira(2) – autorizou o produto sem esperar o aval da EMA..

Mais do que exportar, Moscou também tem interesse em assinar parcerias para a produção da Sputnik V. Atualmente, o Cazaquistão, a Índia, a Coreia do Sul e o Brasil fabricam o imunizante, mas nem todos o estão utilizando. A Argentina, que aposta alto na Sputnik para proteger a população, já assinalou seu interesse em produzi-la.

O presidente Vladimir Putin vê o avanço científico russo como um sucesso pessoal. Na televisão pública do país, o líder afirmou que o produto desenvolvido na Rússia “funciona com precisão, formando anticorpos e uma imunidade celular estável”. Segundo ele, uma de suas filhas teria, inclusive, sido vacinada com a Sputnik V.

Apontada como  o primeiro berço da pendemia de Covid-19, a China foi o primeiro país a enfrentar a doença, a registrar o primeiro óbito e a impor o primeiro lockdown. Foi também a nação que ditou as regras da “diplomacia das máscaras” em meados de 2020, já que domina boa parte da produção mundial do equipamento.

Para Pascal Boniface, diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas da França (IRIS) e autor do livro “Geopolítica da Covid-19” (editora Eyrolles), a pandemia resultou em “rotas da seda sanitárias”. “Os países não avaliam a ‘cor política’ das nações que desenvolvem as vacinas, mas a eficácia e a disponibilidade do imunizante. Como a China o produziu em massa, ela protagoniza um grande avanço”, observa.

Segundo o pesquisador, embora a crise sanitária tenha origem no território chinês,  atualmente é Pequim que recolhe os maiores benefícios.

 “O mundo está em crise e a China ainda está em um período de crescimento econômico. Efetivamente, eles expandiram sua influência por meio de ajuda sanitária e, agora, o fazem com o fornecimento de vacinas”, analisa.

Boniface também destaca que Pequim ofereceu ao Egito e ao Marrocos a possibilidade de implantação de usinas de produção de vacinas. No Oriente Médio, vários países já encomendaram o imunizante da Sinopharm: Iraque, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan – inimigo declarado da Rússia – também já expressou publicamente sua preferência pelo fármaco chinês. “Há aqueles que confiam na vacina russa, porque eles produziram 'vacinas soviéticas'. Há aqueles que refletem sobre essa questão em termos ideológicos, preferindo o Oeste ao Leste. Eu penso que os chineses conhecem o vírus há mais tempo, então, estou esperando a minha vez. Se eu puder escolher, vou pedir a vacina chinesa”, declarou.

China ou Rússia, a demonstração de força dos dois países mostra, para o diretor do IRIS, uma nova perda de influência do Ocidente no mundo.

“A ausência dos Estados Unidos nesta crise sanitária foi cruelmente sentida, mas esse é também o jogo das evoluções tecnológicas e econômicas. Os ocidentais perderam o monopólio do poder que tiveram durante quase cinco séculos.

No plano das vacinas, como em outros, é preciso ceder o lugar. Aliás, como podemos ver, a Rússia e a China se convidaram, por conta própria, a se sentar na ‘mesa dos grandes’”, conclui o especialista.ANG/RFI

COVID-19/TAXA DE LETALIDADE EM ÁFRICA "MUITO PREOCUPANTE" ACIMA DA MÉDIA MUNDIAL

Bissau, 04 Fev 21 (ANG) - O director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) , John Nkengasong, disse quarta-feira que a taxa de letalidade do continente "está a tornar-se muito preocupante", já ultrapassando a taxa registada a nível mundial.

Em declarações aos jornalistas , John Nkengasong disse que a taxa de letalidade do continente está nos 2,6%, ao passo que a taxa registada a nível mundial está nos 2,2%.

De acordo com a AP, há 20 países africanos, incluindo a África do Sul, Sudão e República Democrática do Congo, têm taxas maiores que a média global, devido ao aparecimento de uma segunda vaga que está a ser mais mortífera que a vaga inicial de infecções no ano passado.

O número de mortes confirmadas devido à pandemia está a aproximar-se perto dos 100 mil, com mais de 3,6 milhões de casos no total.

Repetindo uma mensagem frequentemente salientada, Nkengasong disse que "seria uma tragédia se estas mortes começassem a ser normalizadas".

Sobre as vacinas, o director do África CDC diz que já houve 16 países que fizeram pedidos para um total de 114 milhões de doses, das 670 milhões que a União Africana diz ter garantido de várias fontes.

"Esperamos que dentro de duas ou três semanas esses países já tenham as vacinas", concluiu o responsável, sem os nomear.

África registou nas últimas 24 horas mais 703 mortes por covid-19 para um total de 93.071 óbitos, e 14.644 novos casos de infecção, segundo os mais recentes dados oficiais da pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infectados nos 55 Estados-membros da organização é de 3.609.519 e o de recuperados nas últimas 24 horas é de 39.879, para um total de 3.114.033 desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.ANG/Angop

 

 

Caso Catchura/Dois médicos detidos pela Policia Judiciária serão hoje apresentados ao Ministério Público

Bissau, 04 fev 21 (ANG) – Os dois médicos detidos pela Policia judiciaria, na sequência da morte do jurista Bernardo Catchura serão esta quinta-feira apresentados ao Ministério Público.

A informação foi avançada a Agência de Notícias da Guiné (ANG) pelo gabinete de comunicação da PJ guineense.

Segundo a Lusa que cita fonte judicial, a Polícia Judiciária (PJ) guineense deteve quarta-feira "para mais averiguações" dois médicos que atenderam o antigo presidente do Movimento dos Cidadãos Inconformados (MCCI), Bernardo Catchura, que faleceu na passada sexta-feira.

De acordo com a fonte, a PJ da Guiné-Bissau deu ordens de prisão aos médicos Arlindo Quadé, do hospital nacional Simão Mendes, e Lassana Ntchassó, dono de uma clínica privada onde Bernardo Catchura acabou por morrer, aos 39 anos.

A fonte judicial indicou à Lusa que a PJ concluiu "de forma preliminar" que Catchura, um conhecido ativista social, advogado e músico, morreu devido "a uma suposta negligência médica".

Da acareação feita aos dois médicos, a PJ apurou que Bernardo Catchura saiu do Hospital Militar de Bissau, onde lhe foi diagnosticado que estava com uma oclusão intestinal, com uma guia de urgência médica a sugerir que fosse imediatamente submetido a uma intervenção cirúrgica.

O médico no serviço de urgência no dia em que o ativista chegou ao Simão Mendes, Arlindo Quadé, explicou, em conferência de imprensa na segunda-feira, que ao constatar que havia alguns doentes à espera de serem atendidos, Bernardo Catchura preferiu ir para uma clínica.

Acabou por falecer na clínica de Lassana Ntchassó.

Fonte da PJ assinalou que os dois médicos deverão ser entregues ao Ministério Público para a efetivação ou não da sua prisão.


Arlindo Quadé
 e Lassana Ntchassó foram conduzidos da sede da PJ, no centro de Bissau, para as celas da mesma corporação situadas no bairro de Reno. ANG//Lusa

 

 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

 Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

 

Marinha mercante/Capitão dos Portos  diz desconhecer a proibição de circulação à  quatro vedetas do PAIGC

Bissau, 03 fev 21 (ANG) – O Capitão dos Portos da Guiné-Bissau disse que não tem nenhum documento oficial e nem orientação por parte do governo e nem de outras entidades judiciais, nomeadamente dos tribunais e Ministério Público no sentido de proibição à circulação de quatro vedetas do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Siga Batista que falava esta quarta-feira em entrevista exclusiva à ANG acrescentou que a sua instituição, até este momento, não tem nenhum documento que mostra que essas videtas estão retidas e nem  informações de que não estão a trabalhar.

“Não posso confirmar e nem posso desmentir essa informação mas oficialmente desconhecemos dessa informação. E quando desconhecemos, nós como autoridades marítimas, digamos que esta situação não existe porque se existia, quer o tribunal ou outras entidades que as impedem a circulação, seriamos os primeiros a serem informados, e a nós é que caberia  tomar diligências de as proibir circular”, sustentou Batista.

Aquele responsável afirmou ainda que o proprietário das vedetas também não apareceu na sua instituição para informar sobre o ocorrido, sublinhando que ninguém intervém no mar mesmo que alguma entidade governamental pretende proibir algo deve ser  através da sua instituição.

“Estamos a falar do mundo de especulação e não queremos continuar a promover esta especulação. Mas se é verdade talvez o PAIGC  pode confirmar isso e explicar a razão disso, e também quem as proibiu pode explicar melhor, mas nós cá não sabemos. Temos essa informação como outras pessoas a têm através da internet, mas eu como entidade máximo que executa todas as medidas quer do governo ou outras entidades, não tenho essa informação”, frisou.

O portal online Capital NEWS na sua edição de 02 de Fevereiro, anunciou que, o Ministério do Interior terá proibido a circulação marítima de quatro vedetas rápidas do Partido Africano da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), segundo o que disse apurar  junto da fonte próxima do assunto.

Adiantou que, decisão terá sido tomada para evitar a eventual fuga do ex-chefe do governo, Aristides Gomes, que se encontra ainda refugiado nas instalações da ONU, em Bissau.

 “A ordem (de parar videtas) que está a ser minuciosamente executada pelo Comando Geral da Guarda Nacional (GN) através da sua Brigada Costeira em Bissau, não tem justificativos administrativos e nem legais”, referiu a fonte.

 
Falando das suas actividades, Siga Batista pediu ao Estado a criação de condições para melhor vigilância no  mar , que segundo ele, alberga  toda a riqueza do país e é duas vezes maior do que a terra firme.

De acordo com aquele responsável a sua instituição não tem vedetas, e Siga diz que, se houver uma situação no mar, vão ficar como um simples espectadores.

Batista apela aos transportadores marítimos a cumprirem as regras adoptadas para salvar vidas no mar, nomeadamente o transporte de metade das lotações, quer para passageiros como para cargas e aquisição e utilização de coletes salva-vidas durante a viagem.

Salientou que não vai abdicar dessas medidas porque são as que a quatro anos estão a dar fruto, informando que existem recursos humanos com vontade para fazer os seus trabalhos mas que estão limitados devido falta de meios.

 “Não morreram muitas pessoas no ano passado em relação ao ano 2019 e o  mérito de tudo isso deve aos utentes do mar que aceitaram acatar as medidas assim como aos jornalistas que ajudaram muito na sensibilização. Se não fosse isso não íamos chegar à esse resultado”, frisou.

Apela às pessoas a se absterem de ir as praias enquanto não houver novas  orientações que anulam a decisão do  governo que proíbe a aglomeração de pessoas. ANG/DMG/ÂC//SG 


EUA/ TRUMP VAI SER JULGADO POR "TRAIÇÃO DE PROPORÇÕES HISTÓRICAS"

Bissau, 03 Fev 21(ANG)- O ex-presidente dos Estados Unidos de América, Donald Trump é acusado de “traição de proporções históricas”,segundo revelações de procuradores democratas para juízo político que inicia na próxima semana.

A acusação no julgamento político de Donald Trump alega que o ex-presidente colocou em risco a vida de todos os membros do Congresso, quando impeliu uma multidão de apoiantes, "como um canhão carregado", em direcção ao Capitólio.

"O Presidente incitou uma multidão violenta para atacar o Capitólio dos Estados Unidos", dizem os procuradores, que consideram que o desejo de Trump de "permanecer no poder a qualquer custo é uma traição de proporções históricas, que requer uma condenação" no Senado.

Os democratas consideram que Trump deve ser condenado no julgamento político que se inicia no Senado, na próxima terça-feira, e impedido permanentemente de se recandidatar ao cargo de Presidente dos EUA.

A acusação vincula os esforços infundados de Trump para reverter os resultados das eleições presidenciais de 03 de Novembro, que perdeu contra o democrata Joe Biden, ao tumulto de 06 de Janeiro no Capitólio, que provocou cinco mortes, dizendo que o ex-presidente carrega a culpa "inconfundível" por ações que ameaçaram directamente os alicerces da democracia norte-americana.

Assim, os democratas argumentam que Trump deve ser considerado culpado, sob a acusação de "incitamento à insurreição".

"A sua conduta prejudicou a transição pacífica de poder e comprometeu a nossa segurança nacional", escreveram os democratas na sua acusação de 'impeachment' contra Donald Trump - o documento legal que apresenta os argumentos do processo de destituição aprovado na Câmara de Representantes.

Os republicanos já reagiram a este documento, respondendo que os democratas estão a usar o julgamento de 'impeachment' de Donald Trump como "arma política", para impedir o ex-presidente de tentar uma recandidatura, num caso que consideram ser "antidemocrático" e inconstitucional.

"É a acção legislativa mais imprudente que vi na minha vida", disse David Schoen, um dos advogados que representará Trump no julgamento político no Senado, ao lado de Bruce Castor, um ex-procurador da Pensilvânia.

Numa recente entrevista ao jornal The Atlanta Journal-Constitution, Schoen disse que não tencionava argumentar que Trump perdeu as eleições por causa de uma fraude, como foi muitas vezes repetido pelo ex-presidente, mas preferirá alegar que este julgamento é "inconstitucional".

Schoen também disse que argumentará que as palavras dirigidas por Trump aos seus apoiantes - no comício em frente à Casa Branca que antecedeu o ataque ao Capitólio - estão protegidas pela primeira emenda da Constituição (que protege a liberdade de expressão) e não podem ser consideradas um incitamento ao motim.ANG/Angop

Ensino/Fundação João XXIII doa materiais escolar  para biblioteca do liceu Nacional Kwame N'krumah

Bissau, 03 Fev. 21 (ANG) -  A Fundação João XXIII / Casa do Oeste de Portugal
 entregou hoje um donativo constituído por materiais escolares para a biblioteca do Liceu Nacional Kwame N'krumah.

Na ocasião, o delegado da Fundação, e igualmente  Director da Cooperativa Escolar São José, Raul Daniel Silva disse que a tarefa de ensino aprendizado é para todos os guineenses e que não estão lá para particularizar as escolas, acrescentando que devem ser criadas as condições, tanto para os professores como para alunos que possam ser proporcionado cada vez mais ensino de qualidade.

"O Liceu Nacional Kwame N'krumah tem, a partir de hoje, condições para  criar matérias para alunos e professores, a exemplo da Escola São José. Convidamos aos responsáveis do Liceu e governantes no sentido de apoiarem este Liceu porque nenhum agricultor vai para o campo sem arado”, disse.

Raul Silva frisou que a Guiné-Bissau ratificou o acordo autográfico a nível de Países Africanos da Língua Oficial Portuguesa(PALOP) mas  que, até hoje, cada um continua a escrever a sua maneira, e que o Liceu Nacional, enquanto referência e património nacional deve ser  capaz de levar os professores e alunos a respeitarem as regras deste acordo que estão nos livros entregues.

Disse ainda que, os responsáveis do Liceu devem solicitar o bom uso dos livros  doados .

Idrissa Cassamá, Director do Liceu Nacional Kwame N'krumah agradeceu  a Fundação pelo gesto e disse que é com enorme prazer que a direcção da sua instituição recebeu estes donativos em livros de todos os níveis para reequipar a biblioteca que deixou de funcionar há muitos anos.

Aquele responsável disse que esses materiais vão mudar significativamente o desempenho de todos os servidores daquela casa assim como a comunidade escolar pelo que promete fazer o bom uso dos mesmos.

O Director-geral do Ensino, Beto Gomes Lopes Embassa, em representação do governo agradeceu a Fundaçâo João XXIII e seu delegado Raul Silva pela resposta rápida ao pedido do Director do Liceu Nacional Kwame N'krumah  Idrissa Cassamá.

Disse crer que essa cooperação entre duas partes terá pernas  para andar tendo em conta a resposta rápida e sabia do representante da Fundação Raul Silva, em disponibilizar materiais que vão servir de suporte para professores, alunos e toda a  comunidade  educativa do país.

Beto Embassa louvou  a iniciativa e pediu que não ficasse só no Liceu Kwame NKrumha  já que a Fundação  tem  capacidade para responder às necessidades de acordo com as espectativas dos directores das escolas.

Os materiais escolares entregues ao Liceu Nacional resultaram de  solidariedade de diversos professores de agrupamentos escolares do Conselho da Mafra e Sobral de Agraço de Portugal.ANG/MI/ÂC//SG          

 

     

 CEDEAO/ senegal proposta PARA PRESIDÊNCIA DA UA

Bissau, 03 Fev 21 (ANG) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) propôs nesta terça-feira a candidatura do Senegal para presidente da União Africana (UA), num consenso alcançado após desistências das candidaturas do Gana e do Togo, anunciou terça-feira o Presidente cabo-verdiano.

Sede da CEDEAO em Abuja

O consenso foi alcançado durante uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, que aconteceu por videoconferência, tendo Jorge Carlos Fonseca revelado que os representantes escolheram o Presidente do Senegal, Macky Sall, para ser o candidato da organização à presidência da União Africana.

 Para Jorge Carlos Fonseca, a apresentação de duas outras três candidaturas "enfraquece" a posição negocial, pelo que tem que se chegar a consensos.

"A CEDEAO representa 15 Estados e haver um consenso sobre uma candidatura fortalece a sua posição no confronto com as outras sub-regiões", sublinhou.

A cimeira da CEDEAO destinava-se ainda a preparar as posições da organização para a reunião da União Africana (UA), que se vai realizar no fim-de-semana, também por videoconferência, onde será decidido o novo presidente da organização continental.

Os Estados-membros chegaram ainda a consenso sobre a apresentação de candidaturas nigeriana para comissário de Assuntos Políticos, Paz e Segurança e de uma candidatura do Burkina Faso para comissária de Saúde, Assuntos Humanitários e Desenvolvimento Social, após desistência da Costa do Marfim.

Relativamente ao candidato nigeriano para comissário de Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Jorge Carlos Fonseca disse que conta com o apoio de Cabo Verde.

Na reunião extraordinária, chegou-se ainda a consenso que, para juiz do Tribunal Africano de Direitos Humanos e dos Povos, que haja apenas uma candidatura do Mali.

Numa cimeira marcada por muitos consensos, um ponto divergente foi a questão da presidência da CEDEAO, detida pelo Gana, com o Presidente da Cotê d’Ivoire a sugerir a renovação excepcional do mandato do Gana para prosseguir a reforma institucional da instituição.

Mas essa ideia foi prontamente contestada pelo chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pedindo respeito pelos procedimentos e rotatividade, lembrando que os presidentes da CEDEAO têm sido sempre anglófonos e francófonos e que nunca houve um lusófono.

O Presidente de Cabo Verde disse que isso "gerou algum debate", mas na sua intervenção sugeriu que não se tomasse uma decisão agora e que houve diálogo no sentido de aguardar por Junho, altura em que se tem que tomar uma decisão sobre essa matéria.

Além disso, chegou-se a um consenso para a criação de um comité ministerial que vai prosseguir a avaliação do estado de implementação da reforma institucional da CEDEAO.

Só depois dessa avaliação é que se irá discutir a questão da presidência da organização, explicou Jorge Carlos Fonseca, na conferência de imprensa na cidade da Praia.

"Se continuará o Presidente do Gana ou será o Presidente de um dos países de língua oficial portuguesa, Guiné-Bissau ou Cabo Verde", continuou Jorge Carlos Fonseca, que deixa essa decisão para o próximo Governou ou para o próximo Presidente, já que está em fim de mandato.

Criada em 1975, a CEDEAO agrupa 15 países da Costa Ocidental de África e totaliza mais de 300 milhões de habitantes.

Além dos lusófonos Cabo Verde e Guiné-Bissau, integram a organização regional o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.ANG/Angop

 

 

Saúde/Secretária de Estado da Gestão Hospitalar promete melhorar o sistema de saúde pública

Bissau, 03 Fev 21 (ANG) – A Secretária de Estado da Gestão Hospitalar disse hoje que a mudança do sistema de saúde pública guineense como  desejável, deve ser feita de uma forma gradual e paulatina, envolvendo a todos.

Cornélia Aleluia Lopes Man falava numa entrevista exclusiva à ANG sobre os projectos em manga para dotar o Hospital Nacional Simão Mendes de meios materiais e humanos, de forma a aumentar a sua capacidade de atendimento de pacientes.

“Apesar de esta unidade hospitalar ser a maior do país, não é o único na Guiné-Bissau onde as pessoas podem recorrer e receber assistência, ou seja quando se fala da saúde tem que ser ao nível nacional”, disse aquela responsável.

Cornélia Man afirmou que, em termos dos recursos humanos, têm em manga a colocação de  novos técnicos qualificados neste estabelecimento de saúde pública de forma a dotá-lo de mais capacidade de atendimento.

“Em termos de equipamentos todos nós sabemos que estamos na Guiné-Bissau e assistimos a atenção dada à este hospital pelo actual Governo. O certo é que um sistema débil ao longo de décadas por mais vontade de fazer algo para mudar o que  existe, não seria possível fazê-lo  nos 11 meses”, disse.

A secretária de Estado da Gestão Hospitalar disse que a melhoria de condições tem o seu processo e que quando se  trata dos recursos humanos o processo torna ainda mais longo, uma vez que, hoje em dia, em qualquer que seja a área não basta só formar as pessoas, mas sim, é necessário a sua capacitação ou reciclagem permanente, caso contrário ficam desatualizadas.

Salientou que existem poucas especialistas no sector de saúde, acrescentando que,  por isso a responsabilidade é acrescida e tudo isso está em carteira.

“Ou seja ainda não se deve falar da revolução, mas sim, de um processo que passa ainda fundamentalmente pela  mudança de mentalidade”, considerou.

Segundo Lopes Man, esta mudança deve envolver a todos ou seja deste os técnicos até aos utentes das estruturas sanitárias, frisando que o sistema das finanças do país ainda não consegue cobrir, na totalidade, as despesas  do sistema de governação e o que Estado tem de recorrer aos parceiros para poder cobrir as suas despesas .

“Apesar de tudo não sinto desmotivada no exercício das minhas funções uma vez que na minha perspetiva a Guiné-Bissau e as populações estão em primeiro, como sempre digo que estamos nesta função como guineenses e que, em certa altura, foram dadas uma certa responsabilidade e vamos o assumir enquanto povo e dirigente”, disse.

Cornélia Aleluia Lopes Man pede aos profissionais de saúde e terem em conta, em primeiro lugar, o profissionalismo e depois o dinheiro como conta as teorias administrativas, ou seja o dinheiro satisfaz as necessidades, mas não motiva os trabalhadores, salientando que,  o que conta é o reconhecimento.

defendeu que, para as pessoas serem reconhecidas, têm, acima de tudo,
de  ser um “profissional de verdade”.

“E os utentes das estruturas sanitárias devem saber que a Gestão Hospitalar como tutela não é só da responsabilidade da Secretaria de Estado. Significa implicação e envolvimento de todos, ou seja os utentes devem saber como usar as estruturas de saúde”, referiu. ANG/MSC/ÂC//SG

 

Rússia/TRIBUNAL DE MOSCOVO CONDENA OPOSITOR RUSSO A DOIS ANOS E OITO MESES DE PRISÃO

Bissau, 03 Fev 21 (ANG) - Alexei Navalny, opositor do Governo russo, foi condenado a dois anos e oito meses de prisão, de acordo com o Guardian.

O opositor foi condenado por violar a liberdade condicional depois de uma sentença a três anos e meio de prisão, suspensa, emitida em 2014.

A audiência, que decorre num tribunal de Moscovo, foi presidida pela juíza Natalia Répnikova, que decidiu converter a pena suspensa em tempo real de encarceramento, naquilo que Navalny considera ser uma acção politicamente motivada.

O político e activista anti-corrupção de 44 anos é também acusado de ter violado a "ordem pública em mais de 50 ocasiões", o que "constitui uma violação das condições da sua liberdade condicional".

Tinha-lhe sido aplicada uma pena de mais de três anos, mas a juíza subtraiu os 10 meses que ele já passou em prisão domiciliária. ANG/Angop

Caso Catchura/“Oxigénio existente no Hospital Simão Mendes é controlado pelo Centro de Covid-19”, revela Serifo Abdulai Bá  

Bissau, 03 Fev 21 (ANG) - O Director do Serviço da Manutenção Técnica e Biomedicina do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM) revelou esta quarta-feira que o  oxigénio existente naquele maior centro hospitalar do país é controlado pelo Centro de Covid-19.

Serifo Abdulai Bá fez a referida revelação em entrevista exclusiva à ANG, face a recente situação de morte do Jurista, artista, activista e ex- presidente do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, por alegada falta de oxigénio para uma intervenção cirúrgica  naquele hospital.

O Alto Comissariado para Covid-19, disse em comunicado divulgado no passado dia 01 de Fevereiro, que não havia falta de oxigénio no HNSM para salvar vidas, e aponta que a  gestão do hospital, incluindo seu serviço de urgência, ou de qualquer outro do país não está sob a responsabilidade do Comissariado, pelo que desconhece os acontecimentos relacionados com a visita do malogrado à essa e outras estruturas sanitárias.

 “Para o uso do oxigénio que existe no HNSM, o bloco operatório precisa da autorização de Centro de Covid-19. De modo que, uma vez não autorizada, não podemos o ter no nosso alcance”, afirmou o Director do Serviço de Manutenção Técnica e Biomedicina daquele hospital.

Sublinhou que o Centro de Produção de Oxigénio do HNSM está com problemas e que actualmente trabalham com concentradores, instrumento esse que segundo ele, serve para produzir o oxigénio directamente através de captação do ar, tendo acrescentado que isso é utilizado apenas para os pacientes de asma ou os que se deparam com a falta de oxigénio.

“Normalmente, no bloco operatório o tipo de oxigénio usado é o de garrafa, mas actualmente, dependemos da autorização de um outro serviço para o uso do mesmo. Mas nem sempre se utiliza oxigénio para fazer operação, porque existem casos que não necessitam disso Só que é fundamental o ter no nosso alcance para possível possibilidade de convulções que um paciente pode ter ao longo do processo”, explicou.

Por outro lado, informou que, estão para receber ainda hoje os materiais para fazer funcionar a fábrica do oxigénio do Hospital Nacional Simão Mendes.ANG/AALS/ÂC//SG

 

 

COVID-19/CIENTISTAS DESCOBREM POTENCIAL TRATAMENTO ANTIVIRAL

Bissau, 03 Fev 21 (ANG) – Uma nova propriedade antiviral de um medicamento,
a tapsigargina, que é “altamente eficaz” contra o novo coronavírus, foi descoberta por uma equipa internacional de investigadores, anunciou hoje a Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

O estudo que levou à descoberta, publicado no boletim científico Viruses, mostra que a tapsigargina é um promissor antiviral de amplo espectro e considerado “altamente eficaz” contra o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, mas também contra o vírus da gripe comum, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o vírus influenza A.

Os investigadores defendem que a descoberta pode ter enormes implicações na forma como vão ser geridas as futuras epidemias e pandemias, incluindo a pandemia de covid-19.

“Uma vez que as infecções respiratórias agudas causadas por vírus diferentes são clinicamente indistinguíveis na apresentação, um amplo espetro de eficácia (dos medicamentos), que possa atingir diferentes tipos de vírus ao mesmo tempo, pode melhorar significativamente a gestão clínica”, referem os investigadores, citados num comunicado da Universidade de Nottingham, sublinhando que um antiviral deste tipo pode ser disponibilizado para uso comunitário de forma a controlar uma infecção activa e a sua disseminação.

O projeto de investigação foi liderado por Kin-Chow Chang, que contou com outros especialistas da Universidade de Nottingham (Escolas de Medicina Veterinária e Ciências, Biociências, Farmácia, Medicina e Química), e com a colaboração de peritos da Agência de Saúde Vegetal e Animal (APHA) do Reino Unido, da Universidade Agrícola da China e do instituto britânico Pirbright, especializado em virologia.

A equipa multidisciplinar de cientistas descobriu que o antiviral derivado de uma planta tóxica, a 'Thapsia garganica', desencadeia uma resposta imune inata antiviral de amplo espectro centrada no hospedeiro. O composto revelou-se eficaz contra três tipos principais de vírus respiratórios nos humanos, incluindo o novo coronavírus.

De acordo com o comunicado da universidade de Nottingham, experiências realizadas em células e em animais demonstram que a tapsigargina é um antiviral promissor, sendo eficaz contra a infecção quando usada antes ou durante uma infecção activa.

Também é capaz de impedir que o vírus reproduza cópias de si mesmo nas células durante pelo menos 48 horas após uma única exposição de 30 minutos.

Como a substância é estável em ph ácido, como o que se encontra no estômago, pode ser tomada por via oral, evitando as injecções ou o internamento hospitalar.

Outra característica descrita pelos autores é que a tapsigargina não é sensível à resistência do vírus, sendo, “pelo menos, centenas de vezes mais eficaz do que as actuais opções antivirais”.

Também foi concluído que é tão eficaz no bloqueio de uma infecção combinada de coronavírus e vírus influenza A, quanto de uma infecção por vírus único, e que é “segura” como antiviral, tendo os investigadores realçado que um derivado da tapsigargina já foi testado em tratamentos contra o cancro da próstata.

“Embora ainda estejamos nos estágios iniciais da pesquisa sobre este antiviral e a sua ação sobre os vírus como o que provoca a covid-19, estas descobertas são extremamente significativas”, destacou Kin-Chow Chang.

O académico acrescentou que “a actual pandemia destaca a necessidade de antivirais eficazes para tratar infecções activas, bem como vacinas, para prevenir a infeção”, vincando que “as futuras pandemias serão, provavelmente, de origem animal”.

“Uma nova geração de antivirais, como a tapsigargina, poderia desempenhar um papel fundamental no controlo e tratamento de infecções virais importantes em humanos e animais”, assinalou Kin-Chow Chang.

O vírus da gripe, o coronavírus SARS-CoV-2 e o RSV são patógenos globais de humanos e também de animais, e os cientistas consideram que a tapsigargina representa um composto líder no desenvolvimento de uma nova geração de poderosos antivirais centrados no hospedeiro (em oposição aos medicamentos antivirais convencionais que visam directamente os vírus), podendo mesmo ser adoptada numa abordagem holística de ‘saúde única’ para controlar vírus nos humanos e nos animais.

"Embora mais testes sejam claramente necessários, as descobertas actuais indicam fortemente que a tapsigargina e os seus derivados são tratamentos antivirais promissores contra a covid-19 e o vírus da gripe comum, e têm o potencial de nos defender contra uma próxima pandemia", concluiu o professor Chang.ANG/Angop