CEDEAO/ senegal proposta PARA PRESIDÊNCIA DA UA
Bissau, 03 Fev 21
(ANG) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) propôs
nesta terça-feira a candidatura do Senegal para presidente da União Africana
(UA), num consenso alcançado após desistências das candidaturas do Gana e do
Togo, anunciou terça-feira o Presidente cabo-verdiano.Sede da CEDEAO em Abuja
O consenso foi
alcançado durante uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo
da CEDEAO, que aconteceu por videoconferência, tendo Jorge Carlos Fonseca
revelado que os representantes escolheram o Presidente do Senegal, Macky Sall,
para ser o candidato da organização à presidência da União Africana.
Para Jorge
Carlos Fonseca, a apresentação de duas outras três candidaturas
"enfraquece" a posição negocial, pelo que tem que se chegar a
consensos.
"A CEDEAO
representa 15 Estados e haver um consenso sobre uma candidatura fortalece
a sua posição no confronto com as outras sub-regiões", sublinhou.
A cimeira da CEDEAO
destinava-se ainda a preparar as posições da organização para a reunião da
União Africana (UA), que se vai realizar no fim-de-semana, também por
videoconferência, onde será decidido o novo presidente da organização
continental.
Os Estados-membros
chegaram ainda a consenso sobre a apresentação de candidaturas nigeriana para
comissário de Assuntos Políticos, Paz e Segurança e de uma candidatura do
Burkina Faso para comissária de Saúde, Assuntos Humanitários e Desenvolvimento
Social, após desistência da Costa do Marfim.
Relativamente ao
candidato nigeriano para comissário de Assuntos Políticos, Paz e Segurança,
Jorge Carlos Fonseca disse que conta com o apoio de Cabo Verde.
Na reunião
extraordinária, chegou-se ainda a consenso que, para juiz do Tribunal Africano
de Direitos Humanos e dos Povos, que haja apenas uma candidatura do Mali.
Numa cimeira marcada
por muitos consensos, um ponto divergente foi a questão da presidência da
CEDEAO, detida pelo Gana, com o Presidente da Cotê d’Ivoire a sugerir a
renovação excepcional do mandato do Gana para prosseguir a reforma
institucional da instituição.
Mas essa ideia foi
prontamente contestada pelo chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco
Embaló, pedindo respeito pelos procedimentos e rotatividade, lembrando que os
presidentes da CEDEAO têm sido sempre anglófonos e francófonos e que nunca
houve um lusófono.
O Presidente de Cabo
Verde disse que isso "gerou algum debate", mas na sua intervenção
sugeriu que não se tomasse uma decisão agora e que houve diálogo no sentido de
aguardar por Junho, altura em que se tem que tomar uma decisão sobre essa
matéria.
Além disso,
chegou-se a um consenso para a criação de um comité ministerial que vai
prosseguir a avaliação do estado de implementação da reforma institucional da
CEDEAO.
Só depois dessa
avaliação é que se irá discutir a questão da presidência da organização,
explicou Jorge Carlos Fonseca, na conferência de imprensa na cidade da Praia.
"Se continuará
o Presidente do Gana ou será o Presidente de um dos países de língua oficial
portuguesa, Guiné-Bissau ou Cabo Verde", continuou Jorge Carlos Fonseca,
que deixa essa decisão para o próximo Governou ou para o próximo Presidente, já
que está em fim de mandato.
Criada em 1975, a
CEDEAO agrupa 15 países da Costa Ocidental de África e totaliza mais de 300
milhões de habitantes.
Além dos lusófonos
Cabo Verde e Guiné-Bissau, integram a organização regional o Benim, Burkina
Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Libéria, Mali, Níger, Nigéria,
Senegal, Serra Leoa e Togo.ANG/Angop
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