MYANMAr/PROJECTO DE RESOLUÇÃO NA ONU PEDE LIBERTAÇÃO DE SUU
KYI
BISSAU, 12 Fev 21(ANG) - Os europeus apresentaram quinta-feira ao Conselho de Direitos Humanos da ONU um projecto de resolução a condenar o golpe militar em Myanmar (antiga Birmânia), a pedir a libertação de Aung San Suu Kyi e a restauração do governo civil.
O texto, que vai ser
debatido na sexta-feira numa sessão extraordinária do Conselho de Direitos
Humanos (CDH), pede "a libertação imediata e incondicional de todos os
detidos arbitrariamente", incluindo a chefe do governo civil deposto, Aung
San Suu Kyi, e o Presidente da República Win Myint, bem como o levantamento do
estado de emergência.
O documento pede
também o "restabelecimento do governo democraticamente eleito" em
Novembro passado, mas não reclama sanções.
O exército de
Myanmar tomou o poder a 01 de Fevereiro, detendo Aung San Suu Kyi e muitos
outros responsáveis políticos.
Desde então,
centenas de milhares de habitantes desceram às ruas em várias cidades
desafiando a proibição de reuniões e apesar das inúmeras detenções.
O projecto de texto,
proposto pela União Europeia e Reino Unido, apela ao exército e a todas as forças
de segurança birmanesas que "se abstenham de qualquer recurso à violência
contra manifestantes pacíficos", e exigem também o "levantamento
imediato e permanente" das restrições à Internet, redes sociais e
telecomunicações.
No texto pede-se
ainda ao Relator Especial da ONU sobre a situação dos Direitos Humanos em
Myanmar que avalie rapidamente 'in loco' a situação.
No entanto, há
poucas hipóteses de que Myanmar aceite, já que o país não coopera com esse
relator especial desde o ano passado, segundo a ONU.
Em Genebra, alguns
diplomatas esperam que a resolução possa ser adotada por consenso, mas não há
certezas, pois tanto Pequim como Moscovo apoiam habitualmente o exército
birmanês, pelo que a posição destes países na ONU será acompanhada com atenção.
Myanmar viveu sob o jugo do exército há cerca de 50 anos desde a sua independência em 1948. O golpe de 01 de Fevereiro encerrou um breve parêntese democrático de uma década.
O exército contesta a validade das eleições legislativas de Novembro, vencidas de forma esmagadora pela Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla em inglês), o partido de Aung San Suu Kyi, embora os observadores internacionais não tenham referido nenhuma irregularidade.
Alvo de críticas recentes a nível internacional pela sua passividade durante o genocídio dos militares contra a minoria muçulmana rohingya, Suu Kyi, laureada em 1991 com o Nobel da Paz, passou 15 anos em prisão domiciliar por se opor à junta militar, mas continua a ser apoiada pela maioria da população. ANG/Angop
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