COVID-19/CHINA OCULTOU INFORMAÇÃO À OMS NA RECENTE MISSÃO A
WUHAN
Bissau, 19 Fev 21 (ANG) – A China ocultou informação sobre os primeiros casos de covid-19 há um ano, o que favoreceu os contágios, e fê-lo novamente na recente missão da Organização Mundial de Saúde (OMS) a Wuhan, denunciou hoje a Human Rights Watch (HRW).
“A China claramente
quer evitar ser acusada de ser o lugar onde começou a pandemia”, disse o
director executivo da organização de defesa dos direitos humanos, Kenneth Roth,
numa conferência de imprensa organizada pela Associação de Correspondentes das
Nações Unidas (ACANU).
Segundo Roth,
durante a missão dos especialistas da OMS a Wuhan, que terminou na semana
passada, Pequim “recusou partilhar informação anónima sobre os primeiros
casos”, quando apenas metade dos 174 identificados inicialmente estavam
relacionados com o famoso mercado Huanan, em Wuhan, o que indicia encobrimento.
Do mesmo modo, “houve
em Wuhan 92 doentes hospitalizados com sintomas semelhantes aos da covid em
Outubro e Novembro de 2019, mas a China só deu à OMS testes de anticorpos muito
posteriores, sem radiografias ou análises de sangue, exames que teriam mostrado
que o surto estava presente um ou dois meses antes do admitido”, disse, citado
pela agência noticiosa espanhola EFE.
Além disso, “Pequim
continua a promover a teoria maluca de que a covid-19 pode ter sido causada
pelo contacto com alimentos congelados, apesar de não haver provas de alguém em
qualquer parte do mundo ter sido infectado desse modo”, sublinhou o responsável
máximo da HRW.
Roth também criticou
a missão de especialistas da OMS e outras organizações associadas por “darem
crédito àquela teoria dizendo que a estão a investigar”, adiantando que
significa “dar uma injecção de propaganda a Pequim”, numa altura em que o foco
deveria ser “o que está a esconder”.
O activista disse
ainda que a missão não integrava “elementos de destaque da OMS”, salientando
que a “supressão de informação é má para a saúde pública” porque “saber o que
aconteceu é fundamental para evitar uma próxima pandemia covid-22 ou covid-23”.
O responsável da HRW
admitiu não haver provas de que o SARS-CoV-2 tenha sido criado em laboratório,
mas sublinhou que a opacidade chinesa ajuda a alimentar este tipo de suspeitas.
“Quanto mais a China
esconde, mais credibilidade dá a essas teorias, porque as pessoas questionam-se
sobre o que esconde… embora possa significar apenas que quer evitar ser
apontada como o lugar onde começou outra doença infecciona, como aconteceu há
quase 20 anos com o SARS”, frisou Roth.
A pandemia de
covid-19 provocou, pelo menos, 2.430.693 mortos no mundo, resultantes de mais
de 109,8 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência
francesa AFP.
Em Portugal,
morreram 15.649 pessoas dos 790.885 casos de infecção confirmados, de acordo
com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.
A doença é
transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em
Wuhan, uma cidade do centro da China.ANG/Angop
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