COVID-19/151 MILHÕES DE VACINAS DADAS COM EFICÁCIA EM CAUSA
Bissau, 11 Fev 21 (ANG) - Cerca de 151 milhões de doses de vacinas para a covid-19 foram dadas em todo o mundo, enquanto algumas das principais entidades envolvidas na vacinação analisam a eficácia das vacinas perante novas variantes do vírus.
Em 91 países ou
territórios, segundo um balanço feito pela AFP, foram administradas até agora
151 milhões de doses de vacinas para a covid-19, desenvolvidasantes do
surgimento das variantes britânica, brasileira e sul-africana, resultantes de
mutações do coronavírus e potencialmente mais contagiosas.
Desde final de
Dezembro de 2019, a pandemia causou mais de 2,34 milhões de mortes em todo o
mundo, registando-se os mais elevados totais de vítimas mortais nos Estados
Unidos (468.203), Brasil (233.520), México (168.432), Índia (155.252) e Reino
Unido (113.850).
Mas, no seu
conjunto, os países da União Europeia (UE), em que se inclui Portugal,superam
mesmo o marco simbólico de 500 mil mortes, estando portanto acima do total
norte-americano.
Os últimos dados
europeus indicam que foram 103.250 os novos casos de covid-19 nos 27 países
membros da UE na semana de 03 a 09 de Fevereiro, uma descida de 16 por cento em
relação ao anterior período semanal.
Também o número de
mortes recuou na UE, 7% para 3.137, enquanto se acumulam sinais de frustração
da Comissão Europeia relativamente ao andamento da vacinação.
Ursula Von der
Leyen, presidente da Comissão, disse hoje que a UE foi "demasiado
optimista" quanto ao ritmo de produção de vacinas contra a covid-19,
apelando à indústria farmacêutica para "se adaptar ao ritmo acelerado da
ciência".
"Demorámos mais
tempo na autorização e fomos demasiado otimistas na produção de vacinas e
talvez tenhamos mostrado uma confiança de que o produto iria chegar
atempadamente e, portanto, temos de tirar ilações", declarou
Enquanto prossegue a
recolha e análise de dados sobre as diferentes vacinas - e respetiva eficácia
perante as novas variantes - à palavra de ordem vacinação junta-se
confinamento.
Com a maior economia
da zona euro, a Alemanha vai prolongar o confinamento até 07 de Março, na sequência
de um acordo entre a chanceler Angela Merkel os líderes regionais, apesar de
estar previsto um regresso gradual desde o início desse mês ao ensino
presencial.
O prolongamento
acordado resultou de um consenso entre a intenção de Merkel de manter as restrições
até 14 de Março e o de diversos estados federados (Länder) que pretendiam
reabrir as escolas e creches a 01 de Março.
Também hoje, a
Agência Europeia de Medicamentos (EMA) admitiu "preocupações" sobre a
eficácia das vacinas desenvolvidas contra a covid-19 para combater as novas
variantes do vírus, estando a desenvolver orientações para os fabricantes,
nomeadamente os já autorizados.
"Há
preocupações de que algumas destas mutações possam ter impacto em diferentes
graus na capacidade das vacinas de proteger contra infecções e doenças",
informa o regulador europeu em comunicado.
A EMA aprovou três
vacinas para utilização na UE: Pfizer-BioNTech, Moderna e AstraZeneca.
"A fim de
considerar opções para testes adicionais e desenvolvimento de vacinas eficazes
contra novas mutações de vírus, a agência solicitou a todos os criadores de
vacinas que investiguem se a sua vacina pode oferecer protecção contra
quaisquer novas variantes, por exemplo, as identificadas no Reino Unido, África
do Sul e Brasil, e apresentem dados relevantes", explica a EMA.
Ainda assim, A EMA
vinca que "uma redução na proteção contra doenças leves não se traduz
necessariamente numa redução na protecção contra formas graves da doença e das
suas complicações", estando antes em causa a necessidade de "recolher
mais provas".
No final de Janeiro,
numa audição no Parlamento Europeu, a directora da EMA disse que as vacinas da
Pfizer-BioNtech e da Moderna contra a covid-19 são eficazes para a variante
britânica, mas admitiu que a mutação da África do Sul é "mais
complicada".
O Grupo Consultivo
Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE, na sigla em inglês) da Organização
Mundial de Saúde (OMS) defendeu hoje que a vacina AstraZeneca pode ser
administrada a pessoas com mais de 65 anos.
Vários países, incluindo
Portugal, recomendaram que a vacina não fosse administrada a pessoas com mais
de 65 anos, por haver dúvidas sobre a eficácia nesse grupo etário.
Nas recomendações,
provisórias, os peritos da OMS notam que a eficácia da vacina AstraZeneca tende
a ser maior quando o intervalo entre a primeira e a segunda dose é mais longo,
e sugerem um intervalo entre oito a 12 semanas entre as duas doses.
A vacina
AstraZeneca, importante para a OMS porque é uma das que vai ser distribuída
(mais de três centenas de milhões de doses) pelo mecanismo COVAX (iniciativa
para uma distribuição global e equitativa de vacinas), ao contrário de outras
pode ser conservada numa rede normal de frio.
Um estudo feito na
semana passada na África do Sul, onde circula uma das novas variantes, indicou
que a eficácia da vacina AstraZeneca era muito limitada, podendo ser apenas de
22%, o que levou o país a adiar a distribuição.
A eficácia da vacina AstraZeneca está estimada em 70%, enquanto as vacinas Pfizer/BioNTech ou Moderna têm uma eficácia superior a 90%.ANG/Angop
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