Venezuela/Expulsão de embaixadora
da UE”agrava isolamento do país” -
Portugal
Bissau, 25 Fev 21 (ANG)
– A decisão do Governo venezuelano de dar 72 horas à embaixadora da União
Europeia (UE) em Caracas para abandonar o país, irá “agravar o isolamento
internacional da Venezuela”, afirmou quarta-feira à Lusa o Ministério dos
Negócios Estrangeiros (MNE) português.
“Portugal lamenta a
decisão das autoridades venezuelanas, que apenas irá agravar o isolamento
internacional da Venezuela”, afirmou à Lusa fonte oficial do MNE, após o
anúncio de Caracas de que a embaixadora da UE, a diplomata portuguesa Isabel
Brilhante Pedrosa, foi declarada ‘persona non grata’.
A UE adicionou na
segunda-feira 19 pessoas à lista de sanções que visam personalidades do regime
venezuelano, devido ao seu “papel em actos e decisões que minam a democracia e
o Estado de Direito” no país.
A decisão prende-se com
as eleições legislativas que tiveram lugar em Dezembro de 2020 na Venezuela e
que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se recusaram a reconhecer como
“credíveis, inclusivas e transparentes”.
Com o acrescento destes
19 indivíduos, o pacote de sanções contra a Venezuela visa agora um total de 55
personalidades, que estão proibidas de viajar para a Europa e têm os seus bens
congelados no espaço europeu.
Em reacção,
o Governo venezuelano notificou hoje a chefe da delegação da UE em Caracas
de que foi declarada ‘persona non grata’ e deverá abandonar o país nas próximas
72 horas, anunciou o executivo, que reagiu deste modo à decisão tomada na
segunda-feira pelos chefes de diplomacia europeus de alargarem a lista de
personalidades ligadas ao regime venezuelano alvo de sanções.
A notificação foi feita
pelo ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, durante um
encontro em Caracas.
Jorge Arreaza disse que
“hoje, por decisão do Presidente da República”, Nicolás Maduro, o Governo
entregou “à senhora Isabel Brilhante, que nos últimos anos foi chefe da
delegação da União Europeia na Venezuela, a declaração como ‘persona non
grata'”.
O parlamento
venezuelano, de maioria “chavista”, aprovou na terça-feira, por unanimidade,
uma resolução pedindo ao Governo do Presidente Nicolás Maduro que declarasse ‘persona
non grata’ a embaixadora da União Europeia, um pedido formulado pelo presidente
do parlamento, Jorge Rodríguez, depois de a UE adicionar 19 pessoas à lista de
sanções contra personalidades do Governo venezuelano, uma decisão que Caracas
diz ser “errática” e atribui ao “fracasso dos planos intervencionistas”
europeus.
Esta é já a segunda vez
que a Venezuela declara a representante da União Europeia na Venezuela, a
diplomata portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, ‘persona non grata’.
Em 29 de maio de 2020, o
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a sua expulsão, dando-lhe 72
horas para abandonar o país.
A decisão de Nicolás
Maduro foi tomada poucas horas depois de Bruxelas ter sancionado mais 11
funcionários de Caracas.
A 02 de Julho, Nicolás
Maduro saudou um acordo entre Bruxelas e Caracas para suspender a expulsão da
diplomata e instou a UE a mudar a relação com o Estado sul-americano.
Após o anúncio da
decisão de Caracas, um porta-voz comunitário disse que a UE exorta as
autoridades venezuelanas a “reverter esta decisão”, notando que a mesma
prejudica “directamente” os esforços no sentido de, através do diálogo, ser
encontrada uma saída para a crise actual.
“A Venezuela só ultrapassará a sua crise actual através da negociação e do diálogo, com o qual a UE está plenamente comprometida, mas que esta decisão prejudica directamente”, complementou o mesmo porta-voz.ANG/Inforpress/Lusa
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