Golpe
de Estado/G7, EUA e UE
aumentam pressão sobre a junta birmanesa
Bissau, 24 Fev
21 (ANG) - Os dirigentes do G7, dos
Estados Unidos e os chefes da diplomacia europeia condenaram
"fortemente" as violências cometidas pelas forças de segurança birmanesas
contra os manifestantes, numa altura e que continuam os protestos contra o
golpe de Estado militar perpetrado há 3 semanas no Myanmar
Até ao momento, três civis foram abatidos
em violências envolvendo militares, nomeadamente um homem que estava a
patrulhar na rua no intuito de evitar detenções massivas no seu bairro, em
Rangum.
"O uso de munições reais contra pessoas desarmadas é inaceitável", declararam nesta terça-feira os dirigentes do G7
referindo que os militares serão "responsabilizados".
Ao pedir o "pleno acesso humanitário" aos mais
vulneráveis, os lideres das 7 maiores potências mundiais reiteraram o seu apelo
para a libertação "imediata e incondicional" da
líder Aung San Suu Kyi e do presidente birmanês Win Myint, ambos detidos desde
o dia 1 de Fevereiro, dia em que a junta militar retomou o poder no Myanmar.
No mesmo sentido e na senda do que já
tinha sido anunciado há 10 dias pela administração Biden, os Estados Unidos
anunciaram sanções contra dois oficiais superiores do exército birmanês, o
general Maung Maung Kyaw, chefe da Força Aérea, e o Tenente General Moe Myint
Tun, depois de já ter anunciado sanções contra outras figuras da junta militar.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken indicou ainda que os Estados
Unidos "não hesitariam em
tomar novas medidas contra aqueles que cometem violências e reprimem a vontade
do povo".
Esta declaração surgiu numa altura em que
a União Europeia também anunciou a sua decisão de aplicar sanções contra os
interesses económicos e financeiros dos militares golpistas. "Toda a ajuda financeira directa aos
programas de reforma do governo está suspensa" declarou
ontem o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Apesar de muitos peritos questionarem a
eficácia das sanções contra a junta militar, a comunidade internacional volta a
tomar este tipo de medidas.
No caso da União Europeia que aplicou sanções contra o regime militar birmanês entre 1996 e 2012, até se abrir o parêntese do poder civil naquele país, observadores apontam que estas medidas não travaram o comércio e os investimentos de certos países europeus, nomeadamente a França através da petrolífera Total, ao ponto de se tornarem, entre 1995 e 2005, alguns dos principais investidores do país. ANG/RFI
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