Níger/Eleições marcam primeira transição democrática desde independência em 1960
Bissau, 22 Fev
21 (ANG) - O Níger foi no Domingo às urnas para a segunda volta da eleição
presidencial num escrutínio que devia criar as condições para a
primeira transição democrática, desde que o país da África
Ocidental,ex-colónia francesa, obteve a sua independência em
1960.
A primeira volta
da eleição, decorreu no dia 27 de Dezembro.
Tido como um dos países mais pobres do
mundo, o Níger foi no Domingo às urnas para eleger o
sucessor de Mahamadou Issoufou, que decidiu renunciar à uma
nova candidatura, após dois mandatos de cinco
anos.
Os dois candidatos à sucessão de
Issoufou, são Mohamed Bazoum de 61 anos, antigo braço direito do
presidente cessante, e Mahamane Ousmane de 71 anos,
primeiro chefe de Estado nigerino a ser eleito democraticamente em 1993,
mas derrubado num golpe de Estado três anos depois.
Bazoum, que obteve 39,3 % dos votos na
primeira volta, é o grande favorito do escrutínio. Ousmane, com 17% dos
sufrágios no primeiro esrcutínio, beneficia do apoio de doze pequenos
partidos e de ex-candidatos. Em caso de vitória
ele promete uma mudança , bem como lutar contra a corrupção.
Segundo os analistas, entre as
prioridades do futuro presidente do país com 24 milhões de habitantes,
estão o combate à pobreza, exacerbada pelos períodos de seca,
e a emergência de duas rebeliões.
De acordo com o politólogo nigerino Elhadj
Idi Abou, não obstante a diferença de votos registada na
primeira volta, o escrutínio de Domingo é aberto. Idi Abou, considerou
que tanto Mohamed Bazoum, como Mahamanoe Ousmane, podem
ganhar a eleição.
Um total de 7,4 milhões de nigerinos
estavam inscritos nas listas eleitorais. Segundo
também Elhadj Idi Abou, espera-se uma forte participação dos eleitores no
escrutínio.
Na primeira volta, 69,7% dos
eleitores deslocaram-se às urnas.
Para além do
relançamento da economia, consideravelmente afectada pela
queda das exportações de urânio e a pandemia de
Covid-19, o novo chefe de Estado do Níger, deverá neutralizar
a rebelião jihadista no oeste do país, assim
como pôr um termo aos ataques do movimento islamista
nigeriano, Boko Haram, no sudoeste.
Uma das dificuldades da
organização do escrutínio presidencial em todo o
território nigerino, é a consequência dos ataques
levados tanto por grupos jihadistas associados à rede
Al Qaeda, como pelos islamistas do Boko Haram.
Várias delegações de
observadores estrangeiros acompanharam o desenrolar do
escrutínio, nomeadamente uma da Comunidade Económica da
África Ocidental ( CEDEAO).
A Comissão Eleitoral Independente
(CENI) denunciou por intermédio de
um comunicado " a circulação de falsos buletin de voto,
em várias regiões do Níger.
Segundo o Partido Nigerino
para a Democracia e o Socialismo ( PNDS ), de
Mohamed Bazoum, todas as condições foram criadas para
que o escrutínio de domingo decorra na normalidade.
As últimas informações
apontam para a morte de sete membros locais da Comissão
Eleitoral Nacional Independente, na região de Tillabéri, no oeste do
Níger, próxom da fronteira com o Mali.
Segundo Tidjani Ibrahim Katiella,
governador do distrito de Tillabéri, a morte das sete pessoas
ocorreu, quando a viatura em que circulavam explodiu ao passar
sobre uma mina anti-pessoal. Entre os mortos estão os
presidentes das mesas de voto locais, assim como os seus assessores.
Desde que o Níger,
ex-colónia francesa, obteve a sua independência em 1960, a
vida política do país oeste-africano foi marcada
por uma sucessão de golpes de Estado.ANG/RFI
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