segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Níger/Eleições  marcam primeira transição democrática desde independência em 1960

Bissau, 22 Fev 21 (ANG) - O Níger foi no Domingo às urnas para a segunda volta da eleição presidencial num escrutínio que devia  criar as condições  para  a  primeira  transição democrática, desde que o país da  África Ocidental,ex-colónia francesa, obteve a sua  independência  em 1960. 

A primeira volta da eleição, decorreu no dia  27 de Dezembro.   

Tido como um dos países mais pobres do mundo, o  Níger  foi no  Domingo às urnas para eleger o  sucessor de Mahamadou  Issoufou, que decidiu renunciar  à  uma nova  candidatura, após  dois  mandatos  de  cinco anos.

Os dois candidatos à sucessão de Issoufou,  são Mohamed Bazoum de 61  anos, antigo braço direito do presidente cessante, e  Mahamane  Ousmane  de 71  anos, primeiro chefe de Estado nigerino a ser eleito democraticamente em 1993,  mas derrubado num  golpe de Estado três  anos depois.

Bazoum, que obteve 39,3 % dos votos na primeira volta, é o grande favorito do escrutínio. Ousmane, com 17% dos sufrágios no primeiro esrcutínio, beneficia  do apoio de doze pequenos partidos   e  de  ex-candidatos. Em caso de  vitória ele promete uma  mudança , bem como lutar contra a corrupção.  

Segundo os analistas, entre as  prioridades do futuro presidente do país com 24 milhões de  habitantes, estão  o combate  à pobreza, exacerbada pelos períodos de seca,  e a emergência de duas rebeliões.

De acordo com o politólogo nigerino Elhadj Idi Abou, não obstante  a diferença  de votos registada  na primeira volta, o escrutínio de Domingo é aberto. Idi  Abou, considerou que  tanto Mohamed  Bazoum,  como  Mahamanoe Ousmane, podem ganhar  a  eleição.

Um total de 7,4 milhões de nigerinos  estavam inscritos  nas  listas  eleitorais. Segundo  também  Elhadj Idi Abou, espera-se uma forte participação dos eleitores no escrutínio.

Na  primeira volta, 69,7%  dos eleitores deslocaram-se às  urnas. 

Para  além  do  relançamento  da  economia, consideravelmente afectada pela queda  das  exportações de  urânio e a pandemia  de Covid-19, o novo chefe de Estado do Níger, deverá  neutralizar  a  rebelião  jihadista  no oeste  do  país, assim como  pôr  um termo aos  ataques do movimento  islamista nigeriano, Boko Haram, no sudoeste. 

 

Uma  das dificuldades da  organização  do escrutínio presidencial  em todo  o  território nigerino,  é  a consequência  dos   ataques levados tanto  por  grupos  jihadistas  associados  à rede Al Qaeda, como pelos  islamistas    do Boko  Haram.

 Várias  delegações de observadores  estrangeiros acompanharam o  desenrolar  do escrutínio,  nomeadamente uma da  Comunidade  Económica  da África Ocidental ( CEDEAO).

 A  Comissão Eleitoral Independente (CENI)  denunciou  por  intermédio  de   um comunicado  " a circulação de falsos buletin de  voto,  em  várias   regiões  do  Níger.

 Segundo   o Partido Nigerino para a Democracia e o Socialismo ( PNDS ), de  Mohamed Bazoum, todas as  condições  foram  criadas  para que o escrutínio de domingo decorra  na normalidade.

 As últimas  informações  apontam  para a  morte  de sete membros locais  da Comissão Eleitoral Nacional Independente, na  região de Tillabéri, no oeste do Níger, próxom  da fronteira com o Mali.

Segundo  Tidjani Ibrahim Katiella, governador  do distrito  de Tillabéri, a  morte das sete pessoas ocorreu, quando a  viatura em que circulavam explodiu ao passar sobre  uma mina anti-pessoal. Entre os mortos  estão os presidentes  das mesas de voto locais, assim como os seus assessores.  

 Desde  que o Níger, ex-colónia  francesa, obteve a sua  independência  em 1960, a vida política do  país  oeste-africano  foi  marcada por  uma  sucessão  de golpes  de Estado.ANG/RFI

 

 

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