quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Um ano de mandato PR/Umaro Sissoco Embaló apostou na ofensiva diplomática para resgatar a boa imagem do país no exterior

Bissau,25 Fev 21(ANG) – Os 12 meses do Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo foram marcados com acções de ofensiva diplomática visando o resgate da boa imagem externa da Guiné-Bissau .

Em jeito de retrospectiva sobre os principais feitos, nas vésperas dos seus 12 meses na Presidência
da República, que se assina no dia 27 de Fevereiro,  a Agência de Notícias da Guiné(ANG), destaca a vinda ao país, de sete chefes de Estados durante a vigência de Sissoco Embaló.

Dos chefes de Estados que visitaram o país, tanto no âmbito das celebrações dos 47 anos da independência da Guiné-Bissau à 24 de Setembro de 2020, como no quadro das relações bilaterais, destacam-se os Presidente do Senegal, da Nigéria, Mauritánea, Burkina Faso, Niger, Cabo Verde e Congo Brazzavile.

Os 12 meses da estadia de Umaro Sissoco Embalo na Presidencia foram ainda marcados com várias ações dentre as quais, a chamada de atenção feita pelo Chefe de Estado aos Estados membros da CEDEAO sobre a importância do acompanhamento da evolução sociopolitica e de segurança nos países da sub-região, em particular na República da Guiné  Conacri, tendo em conta a crescente situação de tensão que se vivia  naquele país vizinho.

“É verdade que a situação do Mali é complicada, mas temos outros problemas muito grave na República da Guiné Conacri onde sempre que há manifestações políticas populares acontecem registos de vitimas mortais. Por isso, é importante sanear esta situação”, disse no discurso proferido no âmbito da cimeira extraordinária, por videoconferência, de chefes de Estados e de Governos da  CEDEAO sobre a situação no Mali, realizada no dia 27 de Julho de 2020.

Tendo em conta a pandemia de covid-19, que assola o mundo em particular a Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolongou no dia 26 de Julho de 2020, o estado de emergência no país até 24 de agosto do mesmo ano, no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Umaro Sissoco Embaló decidira prolongar, pela sétima vez, o estado de emergência, “considerando a evolução da situação epidemiológica no país, traduzida pelo aumento do número de casos confirmados.

O sexto estado de emergência na Guiné-Bissau iniciado desde o passado dia 26 de Junho, terminou no dia 26 de julho.

O chefe de Estado teve também em consideração o facto de o país estar na época das chuvas, altura em que se regista “aumento de morbilidade e mortalidade na população” e aumento significativo de infeções respiratórias e paludismo.

Em meados de Julho de 2020, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) felicitou o Presidente  Umaro Sissoco Embaló, pela aprovação do programa do Governo, liderado por Nuno Nabian.

"Gostaria de aproveitar esta oportunidade para endereçar-lhe as minhas calorosas felicitações pelo grande sucesso que acabou de obter, poucos meses após a sua eleição para a suprema magistratura do seu país", refere a carta assinada pelo chefe de Estado do Níger, Issoufou Mahamdou, que assumia a presidência rotativa da CEDEAO.

Ainda em Julho concretamente no di 08, o Chefe de Estado  garantiu  que nenhum cidadão esta acima da lei, salientando que não haverá imunidade nem privilégios para quem for  indiciada pela Policia Judiciaria(PJ) e Ministério Público (MP), principalmente no âmbito da luta contra a corrupção.

Umaro Sissoco Embalo que falava aos jornalistas no balanço dos 100 dias como o Primeiro magistrado da Nação, disse que mesmo sendo ele a lei deve agir, frisando que já falou com a Directora da PJ de que mesmo na Presidência, se houver alguém que praticou acto de corrupção deve ser chamado para responder e se não acatar, deve ser preso assim que esteja fora dos recintos do Palácio da República .

“Isso vale para o parlamento também ou seja, não há imunidade porque os bandidos devem estar no seu lugar, só assim podemos dignificar o Povo da Guiné-Bissau e já dei  orientação para a mudança do nosso passaporte e quando isso acontecer vamos ter também isenção de vistos com Portugal ,Espanha ,França e outros porque vão compreender que os passaportes estão a ser dados à pessoas que os merecem ter ,não o contrário”,disse.

O Presidente da República prometeu  ainda no mesmo mês de Julho, que iria  haver, brevemente, mudanças nas leis das pescas, e anunciou que, dentro de um mês, qualquer navio que for apanhado na pesca ilegal nas águas territoriais da Guiné-Bissau vai pagar uma multa de 350 milhões de francos cfa.

Umaro Sissoco Embalo, em conferência de imprensa sobre o balanço dos 100 dias na Presidência da República, adiantou  que já falou com o governo à esse respeito , dando exemplo do Senegal onde, segundo disse, qualquer barco apanhado a roubar peixes  paga  uma multa de 400 milhões de francos cfa e  a embarcação é confiscada, enquanto que na Guiné as mesmas infracções são sancionadas com 10 ou 20 milhões de cfa.

Uma visita, de algumas horas, ao Níger teve lugar em Julho, em declarações conjuntas à imprensa, em Niamey, o Presidente Issoufou Mahamadou,na qualidade de  Presidente em exercício da Conferência dos Chefes de Estado e Governo da CEDEAO, afirmou que "é com muita alegria" que recebe o Presidente Embaló que está a fazer "um excelente trabalho na Guiné-Bissau".

 "A CEDEAO sempre tentou apoiar este país irmão, em crise desde 2012, e é com grande satisfação que vejo que estão sendo tomadas medidas para sair definitivamente da crise neste país", disse.

Ao governo, neste mesmo mês, o Presidente de República (PR) dirigiu uma exortação  no sentido de se traduzir o programa de governação em instrumento de promoção de desenvolvimento e de atendimento das necessidades básicas dos guineenses.

A exortação foi feita numa reunião do Conselho de Ministros, presidida  pelo chefe de Estado.

Outra orientação dada ao executivo na ocasião foi a de se realizar um  levantamento exaustivo sobre os salários em vigor nos Institutos Públicos e nos diversos Conselhos de Administração em ordem de harmonização dos mesmos naqueles serviços.

No dia 27 de Agosto, o Presidente Umaro Sissoco Embaló, afirmou que a única Constituição que será aplicada no país é aquela que será proposta pela comissão de revisão constitucional, que o próprio criou.

 O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas no ato da entrega das alterações a serem feitas na Constituição da Guiné-Bissau pela Comissão Técnica para a Revisão Constitucional liderada por Carlos Vamain.

"O trabalho da comissão não termina aqui. Vão trabalhar até à realização do referendo constitucional na Guiné-Bissau. Este parecer será enviado aos demais órgãos de soberania, em particular a Assembleia Nacional Popular", relatou.

"Reafirmo, não haverá nenhuma outra comissão a par da comissão que eu criei. A única Constituição que será aplicada na Guiné-Bissau é a que vocês propõem," sublinhou o Presidente.

No final de Agosto, no dia  25 prolongou  o estado de emergência pela oitava vez, por mais 15 dias em todo o território nacional , com  início as 00 horas desse dia e termino as 24 horas do dia 8 de Setembro do ano em curso, sem prejuízos de eventual renovações caso for necessário.

O decreto presidencial nº42/20 sustenta  que a prorrogação do estado de emergência se deve ao facto de  o estado de emergência decretado no dia 25 de Julho de 2020 termina hoje, 25 de Agosto, às 24 horas.

Biague Na Ntan, actual Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, foi empossado, após a sua recondução nas funções, em Agosto, na mesma cerimónia em que o Ch
efe de estado deu posse ao novo Director-geral do SIS, Serviço de Informação e Segurança, na pessoa de Arsénio Lassana Baldé.

Dias antes,  numa reunião do Conselho Superior de Defesa, o Chefe de Estado anunciara que a retoma do serviço militar obrigatório, para acabar com “recrutamento sem critério” de pessoas para as Forças Armadas.

Ainda no dia 20 de Agosto, o Presidente da República , Umaro Sissoco Embaló, anunciou que o país vai retomar brevemente o serviço militar obrigatório (SMO) para acabar com o "recrutamento sem critério" de pessoas para as Forças Armadas.

Disse na ocasião  que o país tem de reintroduzir critérios objetivos para a incorporação de cidadãos nas Forças Armadas.

"Isso é que é o dever de cidadania. Não se pode pegar nas pessoas, um sobrinho ou o filho que não tem trabalho para o colocar nas Forças Armadas. Não. Tem de haver critério nas Forças Armadas para quem quer ser militar tem que ter no mínimo 12.º ano", observou Sissoco Embaló.

Setembro ficou marcado pela celebração da festa de independência, a qual participaram vários chefes de Estados da sub-região. Presentes na cerimónia estiveram Muhammadu Buhari da Nigéria, Macky Sall do Senegal , cujos nomes foram imortalizados com batismo de duas Avenidas da capital Bissau, os presidentes do Togo, Burkina Faso e da Mauritânia.

 O presidente Umaro Sissocó Embaló foi condecorado com Medalha Amílcar Cabral, a mais alta distinção da Guiné-Bissau, e ainda galardoado  com o patente de General de Exercito.

Foram igualmente condecorados, a título póstumos, com  medalhas Amílcar Cabral os antigos Presidentes da República da Guiné-Bissau, João Bernardo Nino Vieira , representado pela viúva Isabel Romano Vieira, Malam Bacai Sanhá representado pela viúva Mariama Sanha, Koumba Yala representado pela viúva Elisabete Yala e José Mário Vaz , presente na cerimónia.

Com medalhas Colinas de Boé foram condecorados os ex-Presidentes de República de Transição, Henrique Pereira Rosa, representado pela viúva, Maria Rosa Robalo Rosa, Manuel Serifo Nhamadjó representado pela filha Aua Nhamadjó, Raimundo Pereira que recebeu pessoalmente a sua condecoração.

O primeiro chefe de Estado da Guiné-Bissau pós independência, Luís Cabral será condecorado com a medalha Amílcar Cabral, numa cerimónia a ser realizada em Portugal, numa data a anunciar através da Embaixada da Guiné-Bissau naquele país.

Em mensagem à Nação por ocasião da comemoração dos 47 anos da independência, cuja cerimónia decorreu no Estádio nacional 24 de Setembro ,em Bissau, Sissoco Embaló sustentou que as eleições acabaram, pelo que  cada guineense deve superar as linhas dos partidos políticos e questionar o que é que eu posso fazer para o país e não o que o pais pode fazer para mim.

 “A reconciliação nacional só pode ser significativa se a
população tiver acesso as necessidades básicas, tais como a educação adequada, cuidados de saúde e segurança alimentar. A minha presidência será dedicada à isso”, prometeu.

Fora do país, no âmbito da 75ª assembleia Geral da ONU, por videoconferência, o Presidente da República defendeu a renovação de compromissos e fortalecimento do multilateralismo para se ter Nações Unidas desejada, capaz de lidar e combater as adversidades globais da actualidade.

“Só assim poderemos avançar com agenda humanitária tendo em contas as vulnerabilidades”, sustentou Umaro Sissoco Embaló no discurso apresentado no dia 25 de setembro na ONU, duas semanas depois de se despedir do contingente das Forças de Interposição da CEDEAO na Africa Ocidental(Ecomib), que se encontra em missão na Guiné-Bissau há oito anos.

.O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló exortou os representantes do poder tradicional guineense no sentido de se abdicarem de assuntos políticos para que possam ajudar ao governo na resolução dos problemas que existem nas comunidades.

A exortação  do Chefe de Estado  foi feita no dia 28 de Outubro durante o encontro que decorreu numa unidade hoteleira, em Bissau, com o poder tradicional, que  serviu para os régulos  manifestarem ao Presidente da República os seus descontentamentos por não terem sidos convidados para participar nas cerimónias da sua tomada de posse e das celebrações de 24 de Setembro, Dia da Independência nacional.

O chefe de Estado disse que um bom régulo é aquele que representa a sua comunidade e não  partidos políticos.

Umaro Sissoco Embaló reconheceu  o erro em não ter convidado aos representantes do poder tradicional para participar nas duas cerimonias.

 A Nigéria e o Senegal vão ajudar a Guiné-Bissau no âmbito de  um programa de emergência e na formação a quadros do setor da defesa, segurança e dos Negócios Estrangeiros.~

"Estive na Nigéria. O Presidente Buhari convidou-me  e ao Presidente senegalês para vermos formas de ajudar a Guiné-Bissau", afirmou Umaro Sissoco Embaló aos jornalistas no dia 19 de Outubro, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, momentos depois de ter aterrado em Bissau.

Umaro Sissoco Embaló viajou no dia 18 de Outubro, para o Senegal e para a Nigéria, tendo mantido  encontros de trabalho com os chefes de Estado nigeriano, Muhammadu Buhari, e senegalês, Macky Sal.

"A Nigéria é um dos acionistas do Banco Africano de Desenvolvimento, o Senegal tem grandes relações no mundo e nós na Guiné-Bissau precisamos de facto de relançar o país, que nos últimos 20 anos passou por situações muito complicadas", disse.

No dia 25 de Novembro reuniu-se com sete novos embaixadores aos quais transmitiu  novas diretrizes da diplomacia guineense com o objetivo de dinamizar o setor e proporcionar ganhos para Guiné-Bissau.

No final do encontro, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e das Comunidades, Suzi Barbosa, confirmou  que a reunião com o Presidente da República serviu  para comunicar a nova política externa aos novos embaixadores e demonstrar a expetativa do Chefe de Estado perante o setor.

O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló garantiu  que as Forças Armadas jamais serão usadas para desestabilizar o país.

 Sissoco Embaló  discursava durante as celebrações do Dia das Forças Armadas da Guiné-Bissau, que celebra a 16 de Novembro, cuja cerimónia  foi antecedida da transladação dos restos mortais do ex-Presidente João Bernardo Vieira, assassinado há 11 anos ou seja a 02 de março de 2009, do Cemitério Municipal de Bissau para a Fortaleza de Amura – Estado-maior General das Forças Armadas.

Embaló afirmou que as Forças Armadas têm uma missão muito importante, mas também um grande desafio, porque hoje a paz e o desenvolvimento da Guiné-Bissau dependem dos militares, tendo reafirmado o seu compromisso de continuar a assumir a sua missão Constitucional.

As celebrações do dia das FARP ocorreram três dias depois de Sissoco Embaló ter promulgado o decreto do Governo  que determina a atribuição do título póstumo de Herói da Luta Armada de Libertação Nacional ao antigo chefe de Estado, João Bernardo "Nino" Vieira.

A decisão de Umaro Sissoco Embaló foi tomada na sequência de uma reunião de Conselho de Ministros, realizada em 05 de novembro, e "visou o  reconhecimento ao  João Bernardo Vieira como um dos mais destacados combatentes da liberdade da pátria" e que Amílcar Cabral "reconheceu e consagrou como Chefe de guerra, em 1970".

O Presidente da República considerou de “vergonhoso” as condições laborais na Polícia Judiciária há quase 50 anos da independência, e garante que o Primeiro-ministro vai criar condições para que esta instituição judicial possa ter melhores condições.

Umaro Sissoco Embaló que falava à imprensa após um encontro de concertação com o Primeiro-ministro, Ministro do Interior, Procurador-geral da República, Diretora Nacional da Polícia Judiciária, Comandante de Guarda Nacional e Comandante da Polícia da Ordem Pública,  reiterou que o lema principal da sua governação é o combate à “corrupção-coronavírus social”.

“Para nós, a corrupção é pior do que o coronavírus e a nossa geração deve ser a geração que vai combater esse mal na nossa sociedade. Hoje ficou claro de que a Polícia Judiciária tem um papel fundamental neste sentido”
frisou. 

Disse  que ao Primeiro-ministro foi dado  orientações para criar condições a fim de apoiar a PJ, dotando-a de meios.

Em mensagem à Nação por ocasião de  fim de ano dissera que vai negar ser apenas mais um presidente de turno, entregue à sua rotina, à velha tradição de um exercício presidencial “muito próximo de irrelevância”.

“Ganhei a disputa eleitoral. Mas não é para me tornar, simplesmente, mais um presidente de turno, entregue à sua rotina, à velha tradição de um exercício presidencial muito próximo da irrelevância”, disse Umaro Sissoco Embalo na  tradicional mensagem à Nação de  fim de ano.

O Presidente da República disse que ganhou para mudar, para reformar, para retirar a Guiné-Bissau do ponto-morto em que se encontrava há décadas, respeitando os preceitos constitucionais.

 “Posso afirmar, sem qualquer exagero, que os meus dez primeiros meses de mandato já forneceram bastantes provas de que a situação está a mudar e vai continuar a mudar para corresponder as legítimas aspirações dos guineenses”, destacou o Chefe de Estado.ANG/ÂC//SG

 

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