quarta-feira, 2 de julho de 2025

                                  Senegal/ País africano mais endividado

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) - Um relatório do banco britânico Barclays avaliou a dívida do Senegal a 119% do PIB em 2024, e os mercados financeiros sancionaram de imediato o país devido a essa informação.

No Senegal, a dívida pública, estimada pelo tribunal de contas em 99,7% do PIB (ndr: Produto Interno Bruto) em 2023, acabou por ser agora avaliada em 119% do PIB segundo um relatório do banco Barclays.

O Senegal é o país mais endividado em África e um dos três a ultrapassar os 100% com a Zâmbia e Cabo Verde.

Estes números preocupam visto que houve um salto de quase 20%, um aumento vertiginosoPara calcular esta taxa de endividamento, o banco britânico baseou-se sobre a dívida estimada por Dacar que era de 23 500 mil milhões de francos CFA no fim do ano passado, não havendo indicações sobre o PIB em 2024.

A Barclays não é a primeira instituição a vincar este problema: no mês de Abril, o FMI (ndr: Fundo Monetário Internacional) estimou a dívida em 111,4% do PIB.

A primeira consequência é a sanção nos mercados financeirosApós a divulgação desse relatório, as obrigações senegalesas perderam 9,1% do seu valor, isto significa mais do que a Ucrânia com 8,6%.

Concretamente, isto significa que o país vai ter de pedir empréstimos com taxas mais elevadas nos próximos meses, enquanto o empréstimo do FMI, avaliado em 1,8 mil milhões de dólares, continua suspenso.

O FMI espera uma maior visibilidade no que diz respeito às finanças senegalesas antes de libertar a ajuda financeira.

Do lado do Governo senegalês, a única reacção foi que há um estudo em curso sobre a dívida pública de 2019 a 2024 e que os números não podem ser apresentados por não serem ainda fiáveis. ANG/RFI

 

                      França/Onda de calor está a sufocar a Europa

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) - O sul da Europa está confrontado neste momento com uma onda de calor, com registo de temperaturas de 46 graus em Espanha nesta segunda-feira. Portugal, Itália e França também batem recordes de temperatura.

As temperaturas estão a disparar nestes últimos dias um pouco por toda a EuropaEm França a temporada mais alta cifra-se nos 38°C para a região parisiense.

Esta onde de calor está a ter várias consequências para os habitantes em França. A nível nacional, 1 350 escolas públicas foram parcial ou totalmente encerradas nesta terça-feira, num total de 45 000 estabelecimentos escolares.

Todos os serviços de emergência estão preparados em França e em alerta máximo para reagir a qualquer incidente.

Em França, esta é a 50ª vaga de calor desde 1947, e a 33ª desde que entrámos no Século XXI, isto num contexto de mudanças climatéricas que aumenta o número desde acontecimentos.

De referir que a causa deste calor intenso é uma abóbada de calor que impede o ar de circular, impedindo a entrada de perturbações.

De notar que em Portugal, em Mora, a cem quilómetros a Leste da capital portuguesa, Lisboa, registou um novo recorde de temperaturas, no mês de Junho, no domingo, 29 de Junho, com 46,6°C.

O precedente recorde tinha sido 44,9°C registado em Alcácer do Sal a 17 de Junho de 2017.

Carlos Pereira, climatologista no Instituto português do mar e da atmosfera, admitiu que as ondas de calor se têm estado a intensificar nas últimas décadas.

Carlos PereiraDe facto, nas últimas décadas, as ondas de calor têm-se intensificado bastante. A frequência, principalmente das ondas de calor, tem-se verificado cada vez mais. Portanto, nós temos exemplos recentes do século XXI. Por exemplo, em 2003, a grande onda de calor na Europa, que afectou também a França de forma bastante significativa, com muitas mortes associadas. Temos também a onda de calor em 2010, que afectou mais o Leste europeu e a zona da Rússia, mas também nos últimos anos bastante recentes. Por exemplo, em 2019, em 2022 ou em 2023. E também aqui na Península Ibérica, em 2018 e em 2022, tivemos ondas de calor que quebraram recordes de extremos de temperatura. Portanto, as ondas de calor, de facto, têm se tornado mais frequentes e mais intensas. Quando olhamos para estas últimas décadas, em comparação com aquilo que sabemos que aconteceu no passado, nas décadas de 70, 80 e 90, elas também ocorriam, mas não com a frequência que tem ocorrido nos últimos anos.

RFI: Isto significa que porventura, vamos ter que aprender a lidar melhor com estas situações, poder co-existir, co-habitar com elas?

Sim, de facto. E agora falando um pouco em sustentação científica, não é ? Aquilo que a ciência nos mostra, portanto, todos os artigos científicos, muitos deles publicados em revistas de grande factor de impacto. Portanto, todos esses artigos e a ciência assim o indica que o futuro passará por ondas de calor com uma maior duração, portanto mais intensas, E este tipo de fenómeno climatológico que se repita de forma cada vez mais frequente. Portanto, isto claro que acontece devido ao aquecimento do planeta. Portanto, e o aquecimento do planeta, no fundo, é o homem que o vai provocando no fundo de nós próprios como humanidade e que escolhemos o caminho que queremos seguir. Portanto, ou queremos seguir um caminho mais ligeiro, com menos impacto nas alterações climáticas. Mas para isso, os países do mundo teriam que adoptar medidas bastante drásticas de redução de emissões de CO2, entre outras.

Para evitar a subida da temperatura, não é?

Para evitar a subida da temperatura, sim, a temperatura global, que depois também tem efeitos regionais, embora em média global. Quando falamos de 1,5 graus de dois graus, estamos a falar na média global, não é? Mas depois...

Limitar a subida da temperatura a 1,5 graus .. essa seria a meta do Acordo de Paris. Mas tudo indica que não vamos conseguir cumpri-lo de forma alguma, não é?

Sim, de facto, a meta do Acordo de Paris eu diria que está praticamente fora da equação, não é? Portanto, nós o nosso caminho agora segue-se para os dois graus, e já com bastante esforço. Portanto, o nosso caminho possivelmente será um cenário intermédio. Eu não quero pensar no cenário gravoso, não é? Portanto, claro, também não quero ter uma perspectiva muito catastrofista da situação. Mas, de facto, nós caminhamos para um cenário que já não é o cenário inicialmente previsto como sendo um cenário mais ligeiro do Acordo de Paris.

Falava em lógicas regionais. De facto, imagino que nenhuma região do globo escape a esta contingência. Fala-se do facto dos pólos estarem a derreter. Agora estamos a falar da Europa, no caso do Sul da Europa, mas não há nenhuma região do globo que fique imune a esta realidade, pois não?

Existem algumas regiões do globo, segundo as projecções, que podem eventualmente escapar a maior severidade, mas praticamente todo o globo está sujeito a isso. As zonas dos trópicos...verifica-se o aumento da temperatura nas projecções, mas não de uma forma tão significativa como, por exemplo, as latitudes médias. As latitudes onde vivemos ou, por exemplo, os pólos que realmente têm um sinal de amplificação da temperatura bastante elevado. Quando analisamos os cenários futuros. Mas quando eu digo a nível regional é que de facto, quando falamos de dois graus de temperatura média global, isso reflecte-se em valores muito superiores de anomalia de temperatura. Depois, regionalmente, na zona da Península Ibérica, podemos falar de três, quatro graus ou, acima disso, de anomalia de temperatura esperada para o futuro. Portanto, e aqui entramos, portanto, num cenário muito mais preocupante, porque depois são quebrados recordes de temperatura máxima e temperatura mínima, mas principalmente das temperaturas máximas, como temos verificado nos últimos dias.

E o grande constrangimento, talvez, se prenda com o facto do arrefecimento noturno ser mínimo e as pessoas terem dificuldade em recuperar. Em relação ao cansaço que isto provoca, não é?

Sim, de facto, embora não a minha especialidade não seja tanto na parte da saúde, mas de facto, temperaturas mínimas muito elevadas não permitem o que nós chamamos de recuperação térmica nocturna. Portanto, nós, até mesmo as casas não conseguem recuperar a temperatura durante a noite, não conseguem atingir um valor mais baixo durante a noite, para também potenciar um melhor conforto térmico de quem lá habita. Portanto, as nossas próprias casas acabam por acumular o calor ao longo dos dias.

Elas não arrefecem..

Pois claro, não arrefecem. Isto, obviamente que depois tem implicações bastante dramáticas na saúde das pessoas, principalmente as pessoas que vivem mais isoladas e que têm doenças respiratórias ou que têm problemas de saúde.ANG/RFI

 

Médio Oriente/Hamas rejeita Trégua de Trump, mas diz estar "pronto e sério" para acordo

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) - O grupo extremista palestiniano Hamas manifestou-se hoje disponível para um acordo com Israel que leve ao fim da guerra em Gaza, mas sem aceitar uma proposta norte-americana para uma trégua imediata de 60 dias.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira que Israel concordou com os termos de um cessar-fogo de 60 dias em Gaza e apelou ao Hamas para aceitar o acordo antes que as condições se agravem.

Numa curta declaração, um alto funcionário do Hamas, Taher al-Nunu, respondeu que o grupo que controla Gaza desde 2007 está "pronto e sério em relação a chegar a um acordo", segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

O Hamas está "pronto a aceitar qualquer iniciativa que conduza claramente ao fim total da guerra", acrescentou, no entanto, insistindo na posição de longa data de que qualquer acordo ponha fim ao conflito em Gaza.

 “Estamos a demonstrar um elevado sentido de responsabilidade e estamos a realizar consults nacionais para disutir As propostas que nos foram enviadas pelos irmãos mediadores”,disse o Hamas, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Trata-se de chegar "a um acordo que garanta o fim da agressão, a retirada [israelita] e a ajuda urgente ao nosso povo na Faixa de Gaza", disse ainda, de acordo com a AFP.

"Os mediadores estão a fazer esforços intensos para reduzir as diferenças entre as partes, chegar a um acordo-quadro e iniciar uma ronda de negociações sérias" para pôr fim ao conflito, acrescentou, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.

Uma delegação do Hamas deverá reunir-se hoje com mediadores egípcios e do Qatar no Cairo para discutir a proposta, de acordo com um funcionário egípcio, que falou à AP na condição de não ser identificado.

Ao longo dos quase 21 meses de guerra, as conversações sobre o cessar-fogo entre Israel e o Hamas têm falhado repetidamente sobre se a guerra deve terminar como parte de qualquer acordo.

O Hamas afirmou que estava disposto a libertar os restantes 49 reféns, menos de metade dos quais estarão vivos, em troca de uma retirada total de Israel de Gaza e do fim da guerra.

Israel disse que só aceitará acabar com a guerra se o Hamas se render, desarmar e se exilar, algo que o grupo se recusa a fazer.

Um funcionário israelita afirmou que a última proposta prevê um acordo de 60 dias que incluiria uma retirada parcial de Israel de Gaza e um aumento da ajuda humanitária ao território.

Os mediadores e os Estados Unidos dariam garantias sobre as conversações para acabar com a guerra, mas Israel não está a comprometer-se com isso como parte da última proposta, disse a mesma fonte à AP.

Israel ainda não comentou publicamente o anúncio de Trump, que deverá receber o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira, em Washington.

A atual guerra na Faixa de Gaza, um enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após um ataque do Hamas contra Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

A ofensiva militar israelita que se seguiu ao ataque provocou mais de 57.000 mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência da população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica.

Das 251 pessoas raptadas em Israel em outubro de 2023, 49 continuavam detidas em Gaza, mas 27 delas foram declaradas mortas pelo exército israelita.

O Hamas é considerado uma organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia. ANG/Lusa

Ambiente/Bissau acolhe 1ª Reunião Anual 2025 do Comité Regional de Pilotagem dos Projectos WACA ResIP

Bissau,02 Jul 25(ANG) – Os técnicos e membros dos Comités Nacionais de Pilotagem dos Projetos de Investimento para a Resiliência das Zonas Costeiras da África Ocidental(WACA ResLP), estão reunidos  em Bissau, por ocasião da 1ª Reunião Anual de 2025 da referida organização.

Ao presidir a cerimónia de abertura do evento, o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática pediu ao Comissário responsável pelo Departamento da Agricultura, dos Recursos Hídricos e do Ambiente da UEMOA para transmitir às autoridades da organização, o sincero reconhecimento do povo guineense pelo apoio constante e pelas iniciativas em prol do bem estar das populações, tanto do interior como do litoral.

Viriato Luís Soares Cassamá disse que os projetos WACA ResLP são um exemplo concreto da solidariedade que unem os países membros em torno de um objetivo comum de proteger as zonas costeiras e fortalecer a resiliência das comunidades.

“Permitam-se igualmente, saudar de forma especial o papel determinante do Banco Mundial. O seu apoio técnico e financeiro  tem sido crucial para permitir que os países beneficiários dos Projetos WACA voltem a valorizar o mar como fonte de vida, de oportunidades e de equilíbrio ambiental”, salientou.

O governante agradeceu igualmente à Comissão da União Económica e Monetária Oeste Africana(UEMOA), pelo seu  empenho e liderança na coordenação regional dos esforços de preservação do litoral da África Ocidental.

Viriato Luís Soares Cassamá sublinhou que a Guiné-Bissau junta-se agora a esta dinâmica regional, como país beneficiário do segundo projeto de investimento WACA ReLP.

“Estamos plenamente comprometidos em cooperar com os seis países pioneiros que implementaram o primeiro projeto e desejamos aprender com as suas experiências, os seus sucessos e os desafios”, enalteceu.

Por sua vez, o Comissário responsável pelo Departamento da Agricultura, dos Recursos Hídricos e do Ambiente da UEMOA, exortou aos participantes que, enquanto intervenientes nos respetivos países, não há necessidade de lhes lembrar que a aceleração dos riscos de erosão costeira, de inundações e da salinização dos solos, exacerbada pelos efeitos das alterações climáticas, é tal que nenhum país, individualmente, conseguiria lidar, de forma eficaz e definitiva, com a situação.

Mahamadou Gado disse citando  dados do Banco Mundial, que cerca de 56 por cento do Produto Interno Bruto(PIB), de África provêm diretamente das zonas costeiras, o que, diz,  conduz a consequência negativas firmes, particularmente em termos de segurança alimentar, meios de subsistência das populações e custos económicos e sociais elevados em caso de ataques climáticos.

“É por isso que, em nome da Comissão da UEMOA, reitero o nosso apelo aos países vizinhos para reforçarem os seus meios de cooperação. Uma sinergia de ações costeiras comuns, partilhando os ecossistemas costeiros”, disse.

Em representação do Banco Mundial na Guiné-Bissau, Verónica Golanda Jarrin disse que os países membros da WACA  são os mais vulneráveis perante as  alterações climáticas.

Por isso, afirmou que WACA tem se comprometido  desde 2020, em ajudar as instituições a fazerem uma boa gestão das zonas costeiras.

Nesta 1ª Reunião Anual 2025 do Comité Regional de Pilotagem dos Projetos WACA ResIP, com a duração de um dia, serão debatidos os temas ligados os Projetos WACA, e realizadas  trocas de experiências entre as diferentes instituições membros.

Os projetos WACA ResIP visam, entre outras metas, reforçar as capacidades institucionais, promover soluções baseadas na natureza, melhorar infraestruturas costeiras e apoiar as comunidades vulneráveis. Financiados por parceiros multilaterais como o Banco Mundial, os projetos são implementados em vários países da África Ocidental, nomeadamente Guiné-Bissau, Senegal, Guiné Conacri, Gâmbia,  Benin, Costa do Marfim, Togo, Mauritânia e incluem ainda São Tomé e Príncipe.ANG/ÂC//SG

 

Sociedade/“Aumento do preço de carne  no mercado nacional se deve à cobranças  feitas por diferentes autoridades nacionais”, diz Presidente da Associação de Criadores de Gado

Bissau 02 Jul 25 (ANG) – O Presidente da Associação dos Criadores e Vendedores de Gados (ACVG), apontou terça-feira as sucessivas cobranças por parte das autoridades nacionais, no transporte dos animais para Bissau, como uma das causas do aumento do preço de carne no mercado guineense.

Mama Samba Baldé, citado pela Rádio Sol Mansi, salientou que a outra causa de subida dos preços de carne está relacionada ao  facto de cerca de 80 por cento dos gados serem comprados na  República vizinha do Senegal à preços   que diz serem elevados.

No mercado interno, a ANG soube que carne primeira  de vaca saiu de cinco mil francos  para seis mil francos cfa, o quilo. Carne 2ª saiu de quatro mil para cinco mil francos , o quilo.

Quanto as cobranças ao nível interno Mama Baldé referia-se ao pagamento de taxas a que são obrigados por parte dos  Comités de Estado , Serviços da Veterinária e de polícias.

Samba Baldé pede intervenção do Governo para a melhoria  das condições higiénicas do novo local de venda de gados , situado na estrada de volta de Bissau, ainda sem casas de banho. ANG/MSC/ÂC//SG

 

Comunicação Social/Centro Multimédia e UNICEF procedem a revisão das atividades prevista no Plano Anual de Trabalho para I semestre

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) O Centro Multimédia de Comunicação Social Educativa e Formação Multimédia e o UNICEF procederam, terça-feira, em Bissau, a revisão das atividades feitas no primeiro semestre deste ano, no âmbito do Programa de Cooperação assinado entre o Ministério da Comunicação Social e esta agência da ONU, em Fevereiro, para o período de dois anos(2025/2026).

Em declarações à imprensa a margem dos trabalhos do encontro, a  Diretora-geral do Centro Nacional de Comunicação Social Educativa e de Formação Multimédia disse que o Centro conseguiu realizar  70 por cento das atividades planeadas para primeiro semestre deste ano.

“Conseguimos fazer um bom trabalho neste primeira etapa, mas perspetivamos fazer  melhor no segundo semestre”, disse  Linda  da Fonseca Indjai .

O  Ministério da Comunicação Social trabalha com dois departamentos do UNICEF que são: o da Mudança de Comportamento e de Comunicação e Advocacia Externa.

“No Plano Anual de Trabalho (PAT) prevemos atividades e programas que vamos levar a cabo com os parceiros da área de Saúde e das Rádios Comunitárias, no sentido de promover as ações que beneficiam as crianças”, disse .

Por sua vez, o técnico do Gabinete de Comunicação para Mudança Social e Comportamental do UNICEF, Vinício De Carvalho considerou de satisfatório o resultado da implementação do PAT entre o Ministério da Comunicação Social e os parceiros, uma vez que segundo ele, conseguiram ter êxito em algumas atividades planificadas para este primeiro semestre do ano.

Carvalho acrescentou que no segundo semeaste pretendem relançar as prioridades para o resto do ano e promete mais empenho para a obtenção de melhores resultados.

Nesta jornada de um dia, e sobre a Comunicação e Advocacia Interna  foi decidida a priorização de  um apoio financeiro ao programa radiofónico da Rede de Jovens Defensores e Promotores dos Direitos das Crianças nas Zonas Rurais orçado no valor de 200.000 francos CFA, e ainda a realização de uma campanha de sensibilização sobre os Direitos das Crianças, em todas regiões da Guiné-Bissau, orçada  em 7.000.000,00 fcfa.

Ainda para o II semestre prevê-se  a operacionalização do Fórum dos Assessores de Imprensa ministeriais, orçada no valor de três milhões e meio de francos CFA, a formação de 12 Jovens da Rede Defensores e Promotores dos Direitos das Crianças, na Zona Rural, orçado em 3.000.000,00fcfa.

Disse que, priorizam ainda a emissão da segunda edição da Banda Desenhada sobre Direitos das Crianças orçado no valor de 3.000.000 de francos CFA.

Em relação a Mudança de Comportamento, foi priorizada a criação da célula de gestão de rumores, implementação do Plano de Contingência para Gestão de Desinformação, envolvendo  pessoas da comunicação nas cerimónias ou celebrações  de modo a promover a visibilidade do UNICEF.ANG/AALS/ÂC//SG



terça-feira, 1 de julho de 2025

50 anos do PNUD/Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que a data é uma ocasião histórica que merece reflexão

Bissau, 01 Jul 25 (ANG) – O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades afirmou hoje que a celebração dos 50 anos da presença do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), na Guiné-Bissau, é uma ocasião histórica, que merece não apenas comemoração, mas sim, reflexão e renovação de compromissos entre as partes.

Carlos Pinto Pereira, na sua intervenção na abertura da cerimónia que assinala os 50 anos de presença do PNUD na Guiné-Bissau, disse que a data marca meio século de parceria “ímpar” com a Guiné-Bissau, baseada na promoção do desenvolvimento sustentável, e na promoção da paz, justiça, igualdade e resiliência.

“Durante cinco décadas, o PNUD tem sido um parceiro incontornável, estratégico e constante do Estado da Guiné-Bissau”, sustentou o governante.

De acordo Pinto Pereira, após a proclamação da independência da Guiné-Bissau, foi instituída em 29 de junho de 1975 a formalização do acordo de cooperação entre a Guiné-Bissau e o PNUD.

“Desde então, o PNUD tem sido um parceiro presente e ativo, em todos os momentos chave da nossa trajetória, desempenhando um papel central no apoio a construção de um Estado e da Nação”, disse .

 Carlos Pinto Pereira sublinhou que  o PNUD participou na promoção e fortalecimento de Administração Pública, da Justiça e governação democrata,  nos assuntos gerais e correntes que lhe diz respeito”.

Para a Representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Alexandra Cassaza, a celebração dos 50 anos de presença do PNUD na Guiné-Bissau, demonstra  que as duas entidades continuam de mãos dadas, na luta para o  desenvolvimento sustentável  do país.

“O nosso relatório de desenvolvimento humano que apresentamos na semana passada, mostra que o Índice de Desenvolvimento Humano na Guiné-Bissau subiu, e é um sinal que o trabalho do Governo  com os parceiros internacionais subiu,” revelou a representante.

Cassaza disse que  partes vão continuar a trabalhar, para um desenvolvimento sustentável para o país, projetando ideias para combater a fome, doença e segurança nacional.

De acordo com o Programa comemorativo do evento, serão realizadas as sessões de reflexões sobre o tema, “Como gostaríamos que o PNUD fosse no futuro”, tendo como oradores, os representantes do Governo, da Sociedade Civil e do Sector Privado.

No Programa da celebração dos 50 anos do PNUD, consta igualmente a abertura oficial da exposição de fotografia e vídeo, inauguração da exposição visual que apresenta 50 histórias de impacto e assinatura do quadro comemorativo. ANG/LLA/ÂC//SG

Eleições Gerais 2025/GTAPE aguarda desbloqueamento de fundos pelo Governo para impressão dos Cadernos Eleitorais e sua entrega à CNE

Bissau, 01 Jul (ANG) – O Diretor-Geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral(GTAPE), disse hoje que a instituição que dirige está a aguardar o desbloqueamento de fundos por parte do Ministério das Finanças para poder imprimir os Cadernos Eleitorais e proceder a sua entrega  à Comissão Nacional de Eleições(CNE).

Gabriel Gibril Baldé  falava em conferência de imprensa, em que anunciou o fim dos trabalhos de sincronização dos dados eleitorais, iniciados à 26 de Junho e concluídos dia 29, visando as eleições gerais marcadas para 23 de Novembro de 2025.

“Estamos a aguardar  que o Ministério das Finanças faça a  transferência de fundos e ainda, ontem, segunda-feira, tivemos uma reunião com o Secretário de Estado do Tesouro, à quem entregamos  as nossas prioridades em termos de pagamentos de imediato, para não atrasar o processo. Penso que a situação será resolvida em breve”, disse.

No que tem haver com o processo de atualização dos Cadernos Eleitorais na diáspora sobretudo Europa, casos concretos de Itália e Alemanha, Gabriel  Baldé disse que os Cadernos  serão sincronizados assim que terminarem o processo e que o prazo é de 60 dias.

Outra preocupação revelada pelo DG do GTAPE, prende-se com o pagamento do pessoal  afecto à instituição e dos alugueres de  viaturas  utilizadas durante o processo. “Não podemos iniciar o atendimento das reclamações sem termos as viaturas para percorrer todo o território nacional, e  para publicar  os nomes dos eleitores.

A conferência de imprensa do DG do GTAPE, contou com a presença do representante de   um único partido, o Movimento para Alternância Democrática(Madem-15).

Em declarações à imprensa o seu representante, Mamadi Manafá Janco considerou o balanço dos trabalhos de sincronização dos dados eleitorais de muito positivo, tendo lamentado a ausência de outros partidos políticos, apesar de  diligências feitas pelo GTAPE, enviando  cartas sobre o inicio e término do processo.

Manafá exortou o Governo o desbloqueamento de verbas necessárias , para que os trabalhos da GTAPE possam ser concluídos sem atrasos , realçando que o país já está na época das chuvas e que a má qualidade das estradas pode vir a complicar a data anunciada para as eleições gerais.ANG/MSC/ÂC//SG

 

 Economia/FMI desembolsa 6,5 milhões de dólares para Guiné-Bissau

Bissau, 01 Jul 25 (ANG)O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje que completou a oitava revisão do programa de ajustamento financeiro na Guiné-Bissau, permitindo o desembolso imediato de 6,5 milhões de dólares, e a consulta anual à economia do país.

"O Conselho Executivo concluiu hoje a consulta ao abrigo do Artigo IV para 2025 e concluiu a oitava revisão ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargada (ECF) para a Guiné-Bissau", lê-se no comunicado enviado à Lusa, em que se acrescenta que "a conclusão da revisão permite o desembolso imediato de 4,73 milhões de unidades de Direitos Especiais de Saque [cerca de 6,5 milhões de dólares ou 5,5 milhões de euros], elevando o total dos desembolsos ao abrigo do acordo para 35,04 milhões de DSE (cerca de 48,1 milhões de dólares ou mais de 40 milhões de euros)".

Na análise ao programa em curso na Guiné-Bissau, o FMI afirma que "o desempenho foi misto", notando que "sete dos nove critérios de desempenho quantitativos e três dos quatro parâmetros estruturais para o final de dezembro de 2024 foram cumpridos".

Na parte do documento relativa às previsões macroeconómicas, o Fundo diz estimar um crescimento de 5,1% neste país lusófono africano, antevendo também uma inflação de cerca de 2%.

"As autoridades estão empenhadas em alcançar um défice orçamental de 3,4% do PIB em 2025, para colocar a dívida pública numa trajetória descendente firme", acrescentam ainda os técnicos do FMI, concluindo que "as perspetivas económicas são positivas, mas continuam sujeitas a riscos internos e externos significativos"

Embora o impacto direto das recentes tensões comerciais globais na Guiné-Bissau "seja limitado, a economia continua sujeita a riscos significativos de deterioração, num clima sociopolítico desafiante num ano eleitoral e com limitações na capacitação", alertam ainda os técnicos do FMI.

O acordo inicial com Bissau foi aprovado pelo Conselho de Administração do FMI em 30 de janeiro de 2023 num montante total de cerca de 37,8 milhões de dólares (mais de 33 milhões de euros) e, em 29 de novembro de 2023, o Conselho de Administração do FMI autorizou um aumento do acesso de 40% da quota. ANG/Lusa

Turquia/Partido curdo anuncia desarmamento em "sinal de boa vontade" com Turquia

Bissau, 01 Jul 25 (ANG) - Representantes de partidos políticos, observadores locais e jornalistas são esperados na cerimónia no norte do Iraque, que poderá ter lugar entre 03 e 10 de julho, de acordo com a imprensa local.



Dois comandantes no Iraque do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização armada considerada terrorista pela Turquia, anunciaram hoje que alguns combatentes vão começar a desarmar-se em "sinal de boa vontade" com Ancara.

"Como gesto de boa vontade, vários combatentes do PKK que participaram na luta contra as forças turcas nos últimos anos vão destruir ou queimar as armas durante uma cerimónia nos próximos dias", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) um comandante curdo, que pediu para não ser identificado, tendo um outro comandante confirmado as informações avançadas.

Representantes de partidos políticos, observadores locais e jornalistas são esperados na cerimónia no norte do Iraque, que poderá ter lugar entre 03 e 10 de julho, de acordo com a imprensa local.

Há anos que os comandantes e os combatentes do PKK estão a retirar-se para as montanhas do norte do Iraque.

Em 12 de maio, o PKK anunciou a dissolução e o fim de mais de quatro décadas de guerrilha que causou mais de 40.000 mortos, em resposta a um apelo feito no final de fevereiro pelo líder histórico Abdullah Ocalan, preso desde 1999 na ilha-prisão de Imrali, ao largo de Istambul.

O comandante do PKK contactado pela AFP indicou que Ocalan poderá ainda divulgar um comunicado.

Na semana passada, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que ia encontrar-se nos próximos dias com uma delegação do Partido para a Igualdade e Democracia do Povo (DEM, antigo HDP - Partido Democrático dos Povos), a principal força política pró-curda na Turquia, que desempenhou um papel fundamental na troca de mensagens entre Ocalan e Ancara.

Este gesto do chefe de Estado turco surgiu depois de ter anunciado, a 27 de maio, a criação de uma equipa jurídica para redigir uma nova Constituição, o que alguns analistas e opositores disseram recear que Erdogan pretenda manter-se no poder, uma vez que não se pode recandidatar.

O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, e os aliados nacionalistas não têm os votos necessários para aprovar uma nova Constituição.

Alguns analistas disseram acreditar que o recente esforço do Governo para terminar o conflito de décadas com o PKK faz parte da estratégia para ganhar o apoio de um partido pró-curdo no parlamento.

O exército turco mantém dezenas de posições no Curdistão autónomo, no norte do Iraque, a partir de onde conduz há anos operações terrestres e aéreas contra o PKK, que foi forçado a retirar-se.ANG/Lusa

Reino Unido/Detidos chefes de hospital  onde enfermeira matou sete bebés

Bissau, 01 Jul 25 (ANG) - Três quadros superiores de um hospital inglês onde a enfermeira Lucy Letby trabalhava antes de ser condenada pelo homicídio de bebés foram detidos por suspeita de homicídio involuntário, anunciou hoje a polícia britânica.

Os três responsáveis estão a ser investigados por homicídio por negligência grave e foram detidos na segunda-feira, no âmbito de uma investigação por homicídio involuntário na sequência das condenações de Letby pelas mortes de bebés no Hospital Countess of Chester, vincou o detetive superintendente da polícia de Cheshire, Paul Hughes.

Os três suspeitos não foram identificados e foram libertados sob caução.

Hughes explicou que "em outubro de 2023, após o longo julgamento e subsequente condenação de Lucy Letby, a Polícia de Cheshire lançou uma investigação sobre homicídio involuntário no Hospital Countess of Chester".

"Em março de 2025, o âmbito da investigação foi alargado para incluir também o homicídio por negligência grave. Trata-se de uma infração distinta do homicídio doloso de pessoas coletivas e centra-se na ação ou inação gravemente negligente de indivíduos", acrescentou.

O polícia salientou que esta investigação "não tem impacto nas condenações de Lucy Letby por múltiplos crimes de homicídio e tentativa de homicídio".

Letby, de 35 anos, está a cumprir várias penas de prisão perpétua sem hipótese de liberdade condicional depois de ter sido condenada por sete acusações de homicídio e de tentativa de homicídio de sete outras crianças entre junho de 2015 e junho de 2016, quando trabalhava como enfermeira pediátrica no hospital.

Desde o fim do julgamento, vários peritos contestaram a forma como as provas foram apresentadas ao júri e, após analisar as notas médicas, alegaram que não existiu malícia.

O caso está a ser analisado pela Comissão de Revisão de Casos Criminais (CCRC), que analisa potenciais erros judiciais, para perceber se a morte dos bebés se deveu a cuidados médicos insuficientes e a causas naturais, apesar de a polícia e o Ministério Público insistirem na culpa de Letby. ANG/Lusa

 

Espanha/Cortes dos EUA em ajuda podem causar mais de 14 milhões de mortes

Bissau, 01 Jul 25 (ANG)O corte do financiamento para ajuda internacional dos EUA, decidido pela administração Trump, pode levar a mais de 14 milhões de mortes até 2030, um terço dos quais crianças, de acordo com uma projeção publicada na revista The Lancet.

"Arriscam-se a parar abruptamente, ou mesmo a inverter, duas décadas de progresso na saúde das populações vulneráveis. Para muitos países de baixo e médio rendimento, o choque resultante seria de uma escala comparável à de uma pandemia global ou de um grande conflito armado", comentou Davide Rasella, coautor do estudo e investigador do Instituto de Saúde Global de Barcelona, citado num comunicado de imprensa.

A publicação deste estudo na prestigiada revista médica coincide com a realização, em Espanha, de uma conferência sobre o financiamento do desenvolvimento, na qual participam dirigentes de todo o mundo, estando os Estados Unidos entre os ausentes.

Esta reunião tem lugar num contexto particularmente sombrio para a ajuda ao desenvolvimento, que foi duramente atingida pelos cortes maciços de financiamento decididos por Donald Trump desde o seu regresso à Casa Branca em janeiro.

Ao examinar os dados de 133 países, a equipa internacional de investigadores estimou, retrospetivamente, que os programas financiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) evitaram 91 milhões de mortes nos países de baixo e médio rendimento entre 2001 e 2021.

De acordo com a sua modelação, o corte de 83% no financiamento dos EUA - um valor anunciado pelo Governo no início de 2025 - poderia levar a mais de 14 milhões de mortes extra até 2030, incluindo mais de 4,5 milhões de crianças com menos de cinco anos, ou seja, cerca de 700.000 mortes extra de crianças por ano.

De acordo com os investigadores, os programas apoiados pela USAID foram associados a uma redução de 15% das mortes por todas as causas. No caso das crianças com menos de cinco anos, a redução de mortes foi duas vezes superior (32%). ANG/Lusa

 

              Argélia/Jornalista francês condenado a sete anos de prisão

Bissau, 01 Jul 25 (ANG) -O jornalista francês Christophe Gleizes, de 36 anos, foi condenado este domingo, 29 de Junho, a sete anos de prisão por um tribunal da cidade argelina de Tizi Ouzou.

A decisão judicial, amplamente criticada por organizações de defesa da liberdade de imprensa, como a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), e por diversos sectores do meio jornalístico, é vista como um sinal alarmante da crescente instrumentalização política da justiça argelina.

O jornalista desportivo Christophe Gleizes deslocou-se à Argélia em Maio de 2024 para realizar uma investigação sobre o clube Jeunesse Sportive de Kabylie (JSK), uma das equipas mais emblemáticas da região da Cabília. O jornalista francês viajou com um visto de turista, uma vez que os vistos profissionais são raramente concedidos pelas autoridades argelinas, com o propósito de aprofundar a investigação para um livro sobre o futebol africano, tema que acompanha com rigor há vários anos.

A 28 de Maio de 2024, Christophe Gleizes foi detido e colocado sob vigilância judicial. Impedido de deixar o país, passou mais de um ano em Argel, obrigado a apresentar-se regularmente à polícia, numa rotina marcada pelo silêncio mediático. Silêncio mantido pela família, pela RSF e pelo grupo editorial So Press, numa tentativa de evitar tensões num contexto diplomático já sensível entre Paris e Argel.

A acusação que pesa sobre Christophe Gleizes inclui os crimes de "apologia ao terrorismo" e "posse de publicações com fins de propaganda atentatória ao interesse nacional". As autoridades basearam-se no contacto do jornalista com um antigo dirigente do JSK que, anos mais tarde, viria a ser classificado como líder de uma organização separatista, o Movimento pela Autodeterminação da Cabília (MAK), considerado terrorista desde 2021 pela Argélia. As conversas referidas pela acusação tiveram lugar entre 2015 e 2017.

O director-geral da RSF, Thibaut Bruttin, reagiu à sentença: "É um escândalo. Christophe Gleizes é um jornalista sério, dedicado ao seu ofício, e está a pagar um preço altíssimo por exercer a sua profissão com honestidade". Thibaut Bruttin reforçou que a pena é desproporcional e denuncia o que considera ser uma instrumentalização política da justiça: "Este caso não passa de um sintoma de um Estado que transforma jornalistas em peões diplomáticos".

A condenação surge num contexto tenso nas relações entre a Argélia e a França, marcadas por discórdias diplomáticas em torno da questão do Saara Ocidental e pela recente detenção do escritor franco-argelino Boualem Sansal. A confluência dos casos parece evidenciar o endurecimento político por parte das autoridades argelinas, que não hesitam em invocar razões de segurança nacional para limitar liberdades fundamentais.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês "lamentou profundamente" a decisão judicial, sublinhando que continua empenhado em prestar assistência consular ao cidadão francês. Um recurso deve ser interposto nos próximos dias, e um novo julgamento deve ter lugar no próximo mês de Outubro.ANG/RFI