terça-feira, 26 de agosto de 2025

Politica/Presidente da República empossa novos membros do Conselho de Estado 

Bissau, 26 Ago 25 (ANG) – O Presidente da República conferiu posse aos novos membros do Conselho de Estado, nomeadamente a Presidente em Exercício da Assembleia Nacional Popular ,Adja Satu Camará, o Primeiro-ministro, Braima Camará e o Presidente de Supremo Tribunal de Justiça, Arafam Mané.

A cerimonia decorreu hoje no palácio da República em Bissau.

Na ocasião, Umaro Sissoco Embaló lembrou que o Conselho de Estado é um órgão consultivo do Presidente da República, sendo ele o único a falar dos assuntos abordados nas suas reuniões.

Os três novos membros do Conselho de Estado vão juntar-se aos outros nomeados pelo Presidente da República em 2023, dentre os quais o atual Secretário de Estado da Juventude, Lesmes Mutna Monteiro, a ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria de Céu Silva Monteiro, os antigos Presidentes da República José Mário Vaz e Raimundo Pereira e o ancião Tcherno Aladje  Culibali Bá, de Bafatá.

Esta cerimónia ficou marcada pela queda do Primeiro-ministro, Braima Camará, devido a uma indisposição repentina, em plena cerimónia.

As causas do mal-estar do PM ainda não foram divulgadas mas a ANG sabe que deixou Bissau esta tarde rumo a Dacar, no Senegal  para tratamento médico.

ANG/LPG/ÂC//SG

Abertura do novo ano lectivo/Conselheiro do Primeiro-ministro aponta áreas sociais como prioridade do Governo

Bissau, 26 Ago 25 (ANG) – O Conselheiro do Primeiro-ministro, António Óscar Barbosa reafirmou hoje que os sectores sociais, nomeadamente educação e a saúde são áreas prioritárias para o Governo dirigido por Braima Camará, apesar de ter a missão específica de organizar as eleições gerais de 23 de Novembro próximo.

António  Barbosa discursava  em representação do Chefe do Governo, no ato de abertura oficial do ano letivo 2025/26, que  decorreu num dos hotéis de Bissau.

Óscar Barbosa  disse que Braima Camara concentrou seus esforços na resolução de imensos problemas que existem na educação e na saúde do país.

“Por isso, podem crer que até o próximo mês de Dezembro deste ano, o Chefe de Governo fará tudo o que for possível para resolver os problemas que já conhece nesse setor”, disse

Acrescentou que, mais  que um simples regresso as aulas, à abertura do ano letivo representa uma reafirmação do  compromisso nacional com a educação, enquanto  motor do progresso e pilar da soberania.

Barbosa salientou que o Governo vê os sindicatos e os docentes como aliados estratégicos. não como opositores, e que, por isso, o dialogo social inclusivo, permanente será sempre a via de preferência, frisando que vai ser reforçada as comissões de concertações permanentes e criado um Fórum Nacional para Educação, aberto à todos os atores do setor.

Segundo ele, a juventude guineense merece um ensino que estimula o pensamento crítico, a criatividade e a cidadania ativa, pelo que a  inspeção escolar será fortalecida com mais meios técnicos, formação de inspetores e um plano nacional de visitas pedagógicas.

“Este ano, está prevista a reabilitação de 120 escolas nas regiões de Bafatá, Gabu, Oio e Tombali, a construção de novas escolas comunitárias nas zonas rurais com difícil acesso e a disponibilização à todas as escolas do ensino básico de kits de materiais pedagógicos até  Dezembro . Estas ações serão coordenadas com outras instituições do Estado e parceiros, e as instituições escolares guineenses devem ser um espaço de inclusão e oportunidades”, vincou.

Para o  ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, Queba Djaite, a  abertura do ano escolar não significa que as aulas irão começar amanhã, tendo em conta que há todo um calendário a seguir e isso significa que as direções regionais e diretores das escolas devem fazer as previdências necessárias para saber se as escolas estão ou não em condições de funcionar neste ano, em termos de  edifício, materiais e recursos humanos.

“No ano lectivo findo, o Ministério da Educação teve um total de 12.075 funcionários efetivos, sendo cerca de 11 mil docentes e os outros são pessoal afecto  a administração, e contratou cerca de três mil professores para colmatar as vagas e a sua massa salarial é de mais de 02 biliões de francos CFA”, sublinhou o governante.

Djaite disse  que a massa salarial do Ministério consome quase 40 por cento de toda a função Pública.

Queba Djaite advertiu que o ano lectivo que iniciará no próximo dia 8 de Outubro vai ser diferente em termos de rigor, tendo avisado que não vão temer em tocar nos interesses que considera obscuros, que prejudicam a vida das crianças, realçando a sua total abertura para colaborar como os sindicatos, pais e encarregados de educação e os alunos, para o bem do ensino guineense.

O lectivo 2025/26 hoje oficialmente aberto vai decorrer sob o lema: "Todos
para uma Educação de Qualidade” .

Presentes na cerimónia estiveram os embaixadores acreditados no país, parceiros sociais, Confederação Nacional das Associações  Estudantis da Guiné-Bissau (CONAIGUIB),e a Associação Nacional dos Pais e Encarregados de Educação.ANG/MSC/ÂC//SG

 

Ensino/ Diretor-Geral do INDE anuncia conclusão do processo de harmonização do currículo escolar guineense

Bissau, 26 ago 25 (ANG) – O Diretor-geral do Instituto Nacional para o Desenvolvimento  do Ensino (INDE) revelou que a instituição concluiu o processo de harmonização  do currículo escolar guineense.

Lívio António da Silva, em declarações exclusivas à ANG, à margem da cerimónia de abertura do novo ano escolar, disse que neste momento o Instituto está a trabalhar na segunda fase da reforma curricular do ensino básico, financiado pelo Banco Mundial, no âmbito do projeto  “Educação de Qualidade para todos”.

“O INDE é uma entidade responsável pela elaboração do currículo escolar, para diferentes áreas e disciplinas”, afirmou.

Lívio António da Silva acrescentou que a primeira fase desse processo foi financiada pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), com distribuição  de manuais didáticos para professores.

Disse que a reforma curricular é feita na sequência das críticas proferidas, não só pelos professores, diretores dos diferentes estabelecimentos do ensino, mas também pelas observações da população sobre a necessidade de harmonização dos conteúdos escolares no país, que deve ser adotado para o ensino público, assim como para o ensino privado.

Neste âmbito informou que concluíram os trabalhos de harmonização dos currículos escolares para o sistema nacional do ensino, desde primeiro ciclo até o ensino secundário.

“Quando digo primeiro ciclo, isto é, da 1ª à 4ª classe. Segundo ciclo de 5º ao 6º  ano. Terceiro ciclo de 7º ao 9º  ano e o ensino secundário de 10º  ao 12º  ano de escolaridade”, explicou.

Lívio Silva acrescentou que os manuais, programas e guias pedagógicos dos professores para primeiro ciclo já foram produzidos.

Para além disso, de acordo com Lívio António da Silva, todos os professores que vão trabalhar no primeiro ciclo têm direito à um Tablet.

O Diretor-geral do Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Ensino (INDE) disse que  os primeiros manuais vão ser distribuídos aos alunos de 1º ao 4 º  ano de escolaridade e diz que os professores também vão receber os guias pedagógicos com os materiais necessários.ANG/MSC/ÂC//SG

França/ "o cenário mais provável vai ser a dissolução do parlamento e novas eleições"

Bissau, 26 Ago 25 (ANG) -  Primeiro-Ministro francês, François Bayrou, anunciou , segunda-feira,a intenção de se submeter à votação de uma moção de confiança no Parlamento a 8 de Setembro, no âmbito da discussão do seu plano de rigor prevendo poupanças de 44 mil milhões de Euros.

Este plano cujo intuito declarado é lutar contra o défice Record do Estado francês tem levantado objecções não só por parte da oposição, como dos sindicatos que apelam a uma greve geral a 10 de Setembro.

Com um défice de 5,8% do seu Produto Interno Bruto, ou seja praticamente o dobro dos 3% autorizados ao nível da União Europeia, a França tem actualmente a terceira dívida pública mais importante, a seguir à Itália e à Grécia, ao nível da Zona Euro.

Para remediar a esta situação, no seu projecto de lei de finanças para 2026, Bayrou propôs nomeadamente congelar as prestações sociais, bem como os escalões dos impostos, sem ajustamento à inflação, ou ainda suprimir dois dias feriados, o que desde logo encontrou uma forte oposição.

Perante uma quase inevitável moção de censura e uma sanção da rua, com sondagens a indicar que 84% da população é contra o seu plano, Bayrou apostou ontem numa moção através da qual pretende que fique assente a necessidade de uma reforma ao nível da gestão das contas públicas.

Mas a aposta, para já, fracassou, com os partidos de esquerda e também a extrema-direita a dizerem de antemão que vão rejeitar a moção de confiança.

Todos os cenários estão, por conseguinte em aberto, diz o professor de economia na universidade de Paris Dauphine, Carlos Vinhas Pereira, ao dar conta de um contexto económico difícil.

RFI: Como está a economia da França neste momento?

Carlos Vinhas Pereira: Em termos de endividamento não pode haver pior. Ou seja, estamos com quase 6% do PIB. Em termos de endividamento, houve um aumento enorme por vários factores, o covid e as medidas sociais que foram tomadas pela França. E hoje em dia estamos com 3.300 mil milhões Euros de endividamento e estamos neste momento simplesmente a pagar os juros. Estamos com 50 mil milhões, que é o segundo orçamento do Estado francês. Ou seja, em termos de pagamento da dívida, só unicamente os juros. Portanto, podemos dizer que esta situação, efectivamente, começa a ser alarmante. Mesmo em termos de poder continuar a pedir créditos, porque os actores internacionais, claro, que vêem esta situação e que os dados económicos, o crescimento da economia francesa e o orçamento não estão em adequação. Ou seja, continuamos a ter défices orçamentais. O Governo exprimiu o facto de que precisa de 40 bilhões e o objecto do próximo orçamento que ele queria apresentar e que afinal já sabia que seria com certeza chumbado, porque não tem a maioria, simplesmente por isso. E antes de ter um voto negativo durante o orçamento, decidiu pedir a confiança dos deputados numa audiência extraordinária. E assim seria "ou fazem confiança e continua, ou não fazem confiança e nem vai apresentar o orçamento."

RFI: As opções que ele apresentou nestas últimas semanas de, por exemplo, congelar as prestações sociais, de desistir de dois dias feriados e de eventualmente também haver a possibilidade de "comprar" a quinta semana de férias anuais, isto suscita a oposição não só dos sindicatos como da própria população. Isto era uma opção acertada para combater este défice orçamental? Ou havia outras hipóteses?

Carlos Vinhas Pereira: Havia outras hipóteses, claro. A opção que ele tomou, foi uma opção para ver se conseguia ir recuperar dinheiro, tentar reformar o Orçamento do Estado. Ou seja, neste tipo de orçamento não há nenhuma poupança. Não há poupança no funcionamento do Estado. Não há poupanças em termos sociais. Só podemos dizer impostos. Ou seja, de uma certa maneira, quando se faz este tipo de propostas é simplesmente para não estar a fazer as reformas que são necessárias ao nível do governo francês, porque senão não resolvemos a situação da França, ou seja, o facto de ter um défice estrutural. Não haverá maneira de resolver nem o problema do endividamento, nem o problema da economia francesa. Portanto, podemos dizer que são medidas que não têm uma certa lógica, que são tomadas para não ferir tanta gente. Mas mesmo assim, consegue ferir, por exemplo, as pessoas que vão dar dois dias de férias. Obviamente, os franceses, dar dois dias sem ter a remuneração, ele podia já prever o descontentamento da maioria das pessoas. Agora ele não tem também soluções que lhe permitem poder avançar sem estar a pôr em causa toda a estrutura do orçamento e, sobretudo, o orçamento social. O Orçamento, em termos de impostos, já não pode ir mais longe porque já estamos a atingir níveis completamente fora. A França é o país que tem a taxa de imposição mais elevada do mundo. Portanto, nem pode subir os impostos. Não quer ou não pode? Difícil responder a esta pergunta. Há medidas de poupança a nível do custo da gestão do Estado e do custo social que o Estado francês tem neste momento. Portanto, podemos dizer que estamos num impasse e que se não houver uma maioria na Assembleia que lhe dê as possibilidades de poder realmente fazer uma reforma de fundo do orçamento francês, não haverá soluções ou haverá remendos que ele vai pôr de vez em quando, ou outro, pode ser outro também que faça a mesma coisa. Mas que venha outro, será a mesma coisa. A Assembleia da República Francesa está dividida de uma tal forma, que não há possibilidade de haver um consenso sobre uma verdadeira reforma do Estado francês.

RFI: Relativamente ao anúncio que ele fez ontem de se submeter a um voto de confiança a 8 de Setembro, isto pode ser interpretado de alguma forma como uma espécie de "suicídio político", porque ele com certeza calculou que nem o Partido Socialista, que até agora o tem apoiado implicitamente, iria votar a moção de confiança.

Carlos Vinhas Pereira: Sim, há dois dados que ele sabe. Portanto, ele viu quando ele anunciou as medidas que toda a esquerda estava à espera. Mas agora, já houve oficialmente a resposta. Toda a esquerda vai dizer "não". A extrema-direita também não concordava pelo facto de haver mais impostos. Portanto, ele já sabia que o orçamento seria chumbado. Também sabia que no dia 10 de Setembro há a preparação de uma manifestação, uma greve geral em França que também não o vai ajudar a poder depois validar o orçamento. Eu não vou chamar a isto um "suicídio", mas é uma maneira de sair mais nobre. Ele é que perde a confiança, não a tem. Portanto, vai-se embora em vez de ser chumbado numa proposta que ele fez ao Parlamento.

RFI: Relativamente aos cenários possíveis, até no próprio governo há vozes que já pensam no pós-Bayrou. Quais são os cenários possíveis? Uma dissolução do Parlamento ou a nomeação de um novo Primeiro-Ministro?

Carlos Vinhas Pereira: Há três soluções, a dissolução. Só o Presidente pode decidir fazer esta dissolução. O Presidente também pode nomear outra pessoa. Depois estão a pensar no Sébastien Lecornu (actual ministro da defesa) que estava também citado ao mesmo tempo que Bayrou quando foi nomeado Primeiro-Ministro. Será a mesma coisa, porque vão ter que se pronunciar sobre o orçamento e o orçamento, se não houver medidas estruturais, também será difícil de passar. E também não vão ter mais maioria do que se tinha. Portanto, vamos nos encontrar também no mesmo impasse. Terceira solução também está nas mãos do Presidente, que é de sair e de passarmos directamente às eleições presidenciais para resolver uma vez por todas este impasse. Agora tudo depende do Presidente Macron nas três possibilidades, nos três cenários. Só ele é que vai decidir. E ele aparentemente anunciou que não queria sair, que queria ir até 2027. Portanto, eu acho que pronunciando a dissolução, vai ter o risco de ter outra maioria que não seja a dele, porque neste momento está a pôr Primeiros-Ministros que são mais da família dele do que outra. Portanto, aí é que ele vai ter que tomar uma decisão difícil. Mas só ele é que vai poder resolver este problema. E a partir do dia 9 de Setembro, vai ter que tomar esta decisão.

RFI: E relativamente às consequências imediatas de seja qual for o cenário, governo de gestão ou dissolução do Parlamento ou eleições antecipadas? Todos os cenários estão em aberto. Mas isto, em termos de 'timing' para a adopção desse famoso orçamento, é muito complicado.

Carlos Vinhas Pereira: Isto é muito complicado. Agora, a Constituição prevê soluções, ou seja, enquanto se fazem eleições ou enquanto se encontra soluções, pode ser adoptado o orçamento do ano anterior, para continuar a pagar os professores, para continuar a pagar as reformas. Portanto, isto está previsto, mas depois, a partir do prazo máximo do mês de Fevereiro, tem que haver um novo orçamento para o ano de 2026 e este novo orçamento será feito ou com um novo governo que será nomeado pelo Presidente Macron, ou um novo governo que será o resultado de novas eleições legislativas em França. Também vai ter como consequência do adiamento das eleições autárquicas que estavam previstas para Março em França. Portanto, estas eleições municipais vão ser adiadas normalmente para Junho ou Julho. Portanto, vai haver esta consequência também ao nível local.

RFI: Tendo em conta tudo o que acabamos de dizer, a seu ver, qual é o cenário mais provável?

Carlos Vinhas Pereira: Eu acho que o cenário mais provável vai ser a dissolução a ser anunciada pelo Macron e novas eleições, com certeza. De uma maneira ou de outra, pode haver uma vitória da extrema-direita, se não houver um consenso do lado esquerdo. Nomear, portanto, o Jordan Bardella (líder da União Nacional) como Primeiro-Ministro até às eleições presidenciais. Atenção, pode ser uma vontade do Macron, ou seja, de "queimar" a extrema-direita, pondo as pessoas a governar e ver o resultado. E o resultado, com certeza, que estará também nas ruas. Haverá, com certeza, manifestações todos os dias e eu acho que é uma maneira também de os pôr em confronto com o poder, antes das eleições presidenciais. Isto é um cenário que eu estou a ver agora. Posso enganar-me, mas pode ser também uma estratégia do Macron.ANG/RFI

Médio Oriente/ Guterres pede investigação rápida e imparcial a novo ataque a hospital em Gaza

 

Bissau, 26 Ago 25(ANG) - O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu hoje uma investigação rápida e imparcial ao novo ataque israelita a um hospital em Gaza que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo jornalistas e profissionais de saúde. 

 

"O secretário-geral condena hoje veementemente a morte de palestinianos nos ataques israelitas que atingiram o Hospital Nasser em Khan Yunis. Além de civis, os mortos incluíam profissionais de saúde e jornalistas", afirmou hoje o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, na sua conferência de imprensa diária.

 

Ao exigir uma investigação ao caso, Guterres advogou que as mortes em causa realçam os riscos extremos que os profissionais de saúde e os jornalistas enfrentam ao realizarem o "seu trabalho vital no meio deste conflito brutal".

 

O secretário-geral lembrou ainda que os civis, incluindo os trabalhadores do ramo da saúde e da comunicação, devem ser respeitados e protegidos e reiterou que esses profissionais devem poder desempenhar as suas funções essenciais "sem interferência, intimidação ou danos", em plena conformidade com o Direito Internacional Humanitário.

 

O líder das Nações Unidas reiterou igualmente o seu apelo a um cessar-fogo imediato e permanente, ao acesso humanitário irrestrito a toda a Faixa de Gaza e à libertação imediata e incondicional de todos os reféns.

 

Antes das declarações de Guterres, várias agências das Nações Unidas já haviam condenado a mais recente ofensiva do exército israelita ao Hospital Nasser, o principal centro médico no sul da Faixa de Gaza.

Uma das reações veio o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, que denunciou a "chocante" inação da comunidade internacional diante da situação em Gaza.

 

Este novo ataque israelita equivale a "silenciar as últimas vozes que denunciam a morte silenciosa de crianças vítimas da fome", denunciou Philippe Lazzarini na rede social X, acrescentando: "A indiferença e a inação do mundo são chocantes".

 

Pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas, morreram em dois ataques realizados pelas forças israelitas ao hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, segundo a Defesa Civil palestiniana.

 

A estação qatariana Al-Jazeera, as agências de notícias Reuters e Associated Press (AP) lamentaram a morte dos seus colaboradores, manifestando choque e tristeza.

 

O exército israelita reconheceu ter realizado "um ataque na zona do hospital Nasser" e anunciou uma "investigação", lamentando "qualquer dano causado a indivíduos não envolvidos" e que "não teve como alvo jornalistas propriamente ditos".

 

Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, o hospital Nasser em Khan Yunis foi atingido duas vezes pelo exército israelita, primeiro por um ‘drone’ explosivo e depois por um bombardeamento aéreo enquanto os feridos eram retirados do local.

 

O hospital Nasser é uma das últimas unidades de saúde parcialmente funcionais na Faixa de Gaza, enclave palestiniano devastado por quase dois anos de guerra, que fizeram dezenas de milhares de mortos e provocaram um desastre humanitário.

 

Este complexo hospitalar foi alvo de ataques por parte de Israel por diversas vezes desde o início da guerra. ANG/Inforpress/Lusa

 

 

Austrália/Expulsão do embaixador do Irão após investigação sobre actos anti-semitas

Bissau, 26 Ago 25 (ANG) - A Austrália acusa o Irão de ter orquestrado dois ataques anti-semitas em Sydney e em Melbourne nos últimos meses, segundo o Primeiro-ministro Anthony Albanese, que também indicou que o Embaixador iraniano seria expulso. 


Dos cerca de dez ataques anti-semitas que abalaram a Austrália nos últimos meses, pelo menos dois foram organizados pelo Irão. Essa é a conclusão de uma investigação conduzida durante vários meses pelos serviços de inteligência australianos. É uma revelação que chocou o Primeiro-ministro Anthony Albanese.

"Esses foram actos de agressão extraordinários e perigosos orquestrados por uma nação estrangeira em território australiano. Foram tentativas de minar a coesão social e semear a discórdia na nossa comunidade. É totalmente inaceitável e o Governo australiano tomou medidas fortes e decisivas em resposta", afirmou Anthony Albanese.

O Primeiro-ministro anunciou que o seu Governo colocaria a Guarda Revolucionária Islâmica na lista de organizações terroristas, isto para além de expulsar o embaixador iraniano em Canberra.

Penny Wong, Ministra dos Negócios Estrangeiros, reiterou o carácter histórico de tal medida"Essa é a primeira vez no período pós-guerra que a Austrália expulsa um embaixador".

O chefe dos serviços de inteligência disse que continuava a investigar o possível envolvimento do Irão noutros ataques anti-semitas na Austrália, onde o regime iraniano usou uma infinidade de intermediários para tentar encobrir os seus rastos.

As autoridades iranianas já reagiram, rejeitando as acusações e avisando que medidas seriam tomadas em consequência das decisões australianas.

De notar que a Austrália suspendeu as actividades da sua Embaixada no Irão e o Embaixador vai regressar a Canberra.ANG/RFI

 

    Portugal/Irmãos Calema receberam o diploma de embaixadores da CPLP

 

Bissau, 26 Ago 25 (ANG) - Os músicos Calema receberam,  segunda-feira, o título de embaixadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Fradique Mendes Ferreira e António Mendes Ferreira disseram que esperam ser exemplo para os jovens acreditarem nos seus sonhos e que “é incrível” fazer parte da “família da CPLP”.

A cerimónia de entrega do diploma de "embaixadores de Boa Vontade", na área de cultura e música, aos músicos Calema, decorreu  segunda-feira na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

Os irmãos cresceram em São Tomé e Príncipe e contaram à agência Lusa que, quando começaram, o sonho da música parecia longínquo e difícil.

"Nós, quando estávamos a começar, não tínhamos nenhum exemplo porque tudo parecia muito difícil. (...) Eu acho que, de uma certa forma, podes mostrar-lhes [aos jovens] que é possível, que há um processo e que se trabalhares, se acreditares, o teu sonho pode-se tornar realidade, mas depende muito de ti. É essa luz que a gente quer", disse Fradique Mendes Ferreira.

António Mendes Ferreira acrescentou: "Nós sempre fizemos música com o intuito de alegrar as pessoas, de comunicar com elas, conectar com elas, e fazer parte desta família que é a CPLP é incrível. Nós crescemos dentro da comunidade e da sua cultura."

Os Calema adiantaram que vão reunir-se com "os responsáveis, analisar e ver" sobre a forma de colaborarem dentro da comunidade para "inspirar pessoas e quebrar barreiras". 

A ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Ilza Amado Vaz, declarou que "os Calema representam aquilo que pode ser a esperança de uma juventude” e “é também a representação do país".

Na última Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em 18 de Julho, em Bissau, os Calema foram nomeados "embaixadores de Boa Vontade da CPLP" para um mandato de quatro anos, susceptível de renovação.

A figura de "embaixador de Boa Vontade da CPLP" visa “promover amplamente os objectivos e difundir as actividades da CPLP", de acordo com comunicado da organização.

A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.ANG/RFI

 

Eliminatória Mundial 2026 / Selecionador guineense divulga  lista dos  convocados para dupla jornada

Bissau, 26 ago 25 (ANG) - O selecionador nacional de futebol, Emiliano Té divulgou hoje a lista dos jogadores convocados para os jogos referentes à 7ª e 8ª jornadas da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo 2026, a disputar-se nos Estados Unidos, México e Canadá.

Na primeira lista de Emiliano Té como treinador dos Djurtus constam duas novidades, nomeadamente o avançado Marculino Ninte, do CD Mafra (Portugal), e o defesa esquerdo, Adramane Cassamá, do AC Oulu (Finlândia).

Segundo a página oficial da Federação de Futebol da Guiné-Bissau(FFGB), no  Facebook, a  seleção nacional de futebol vai  defrontar as seleções de Serra-Leoa e o Djibouti, nos dias 4 e 8 de Setembro, respectivamente, no Estádio Nacional 24 de Setembro, em Bissau.

Para esta dupla jornada o selecionador convocou os  Guarda Redes: Manuel M.S. Baldé FC Penafiel (Portugal); Ricardino Costa Té SB Benfica (Guiné-Bissau) e Fernado Embadje Lugo (Espanha).

Defesas: Mário Junior SC.Braga (Portugal), Iano S.S. Imbeni FC Penafiel (Portugal), Fali Candé Sassuolo (Itália), Jefferson Encada E. De Amadora (Portugal) Gilberto Batista Moreirense (Portugal), Manconi s. Mane Tropedo Kutaisi (Geógia) e Adramane Cassama A.C. Oulu (Filândia).

Médios: Jorge Baima (Bura) Costa do Sol (Moçambique), Euciodalcio Gomes Apoel (Chipre), Mamadi C. Camara Reading ( Inglaterra), Edson Silva ENP ( Chipre), Fernando de Lacerda P. De Ferreira (Portugal), Carlos Mane Kayserisport (Turquia), Panutche Camará Dundee United (Escócia) Renato Nhaga Casa Pia (Portugal).

Avançados: Tamble U. Folgado, (Portimonense de Portugal), Noerberto B.G.B. (Beto) Everton (Inglaterra), Franculino Gluda Dju, Midjyland ( Dinamarca), Mama Baldé, Brest (França), Marciano S. Tchami, Almeria( Espanha), Mauro Texeira, Yerdon (Suiça) e Marculino F. Ninte C.D. Mafra (Portugal).ANG/LPG/ÂC//SG

Regiões/Presidente do INJ promete apoio do governo para  iniciativas que reforcem a coesão juvenil

Canchungo, 26 Ago (ANG) – O Presidente do Instituto Nacional da Juventude(INJ), prometeu o apoio do governo, à  iniciativa que reforcem a coesão juvenil e que promovam o desenvolvimento do país.

Segundo o Correspondente da ANG na região de Cacheu, Ussumane Sadjo, falava, segunda-feira, em Canchungo, no ato de encerramento da XIX Edição da Escola Nacional de Voluntariado-Canchungo2025, organizada pela Rede Nacional das Associações Juvenis (Renaj).

Na ocasião, Ussumane Sadjo felicitou a classe castrense pela participação ativa e responsabilidade demonstrada no evento da juventude.

O responsável pela juventude pediu aos campistas para aplicarem na prática os conhecimentos  adquiridos para fortalecer as organizações juvenis.

O Presidente da Rede Nacional das Associações Juvenís-Renaj, Abulai Djaura, defendeu a necessidade de haver uma juventude  mais ativa, participativa e empreendedora, e  que  possa contribuir para um desenvolvimento harmonioso e sustentável da Guiné-Bissau.

Em nome dos voluntários da Escola Nacional de Voluntariado da Renaj, Canchungo 2025, Samira Barbosa, realçou a importância do evento, e comprometeu-se a traduzir na   prática os conhecimentos adquiridos sobre o empreendedorismo e educação financeira, a governança e desenvolvimento local, os direitos humanos, a educação sexual e planeamento familiar e a literatura digital.

A XIX edição da Escola Nacional de Voluntariado da Renaj, decorreu em Canchungo, de 10 à 25 de Agosto de 2025 sob o Lema "Juventude Participação Cívica e Governança Democrática, que País Almejamos no Horizonte 2025 a 2030", e juntou cerca 300 jovens.ANG/AG/MI/ÂC//SG



Educação/Ministro Queba Djaite promete liquidar dívidas contraídas  desde 2016 com pessoais menores daquele ministério

Bissau, 26 Ago 25 (ANG)b- O novo ministro da Educação, Ensino Superior e Investigação Científica, Queba Djaite prometeu, segunda-feira, a liquidação    paulatina das dívidas contraídas  desde 2016 com o pessoal menor  daquele ministério, tendo garantido ainda que, doravante, o pagamento mensal vai ser regular.

Queba Djaite falava durante o encontro com uma comitiva de Associação Nacional de Proteção dos Trabalhadores Domésticas da Guiné-Bissau, no qual recomendou  entendimento mútuo como melhor forma  para  a resolução dos problemas.

“Não somos nós que contraímos essas dívidas, mas, na realidade, o Governo é sempre uma continuidade, por isso, precisamos apenas de paciência da vossa parte para podermos  solucionar essas dívidas ”, disse o governante.

Por sua vez, o Presidente de Associação Nacional de Proteção dos Trabalhadores Domésticas da Guiné-Bissau, Sene Bacai Cassamá revelou que, durante o encontro apresentaram um dossiê ao ministro, que contém  denúncias sobre a exploração laboral e o abandono de trabalhadores domésticos em várias regiões do país.

Sene Cassamá afirmou que a Associação que lidera poderá boicotar o início do ano letivo 2025/2026, caso o Governo não  apresentasse soluções para situação de pagamento do pessoal menor   em funções nas  escolas públicas da Guiné-Bissau.

“Temos casos de crianças em situação de vulnerabilidade, ou seja  que estudam e trabalham como domésticas para custear os seus estudos, mas que continuam sem apoio e com dívidas que o Estado ignora”, disse aquele responsável.ANG/AALS/ÂC//SG   

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Gaza/Pelo menos vinte mortos, incluindo cinco jornalistas, num ataque ao hospital Nasser de Khan Younès

Bissau, 25 Ago 25 (ANG) – A Associação de Imprensa Estrangeira em Jerusalém exigiu “explicações” das autoridades israelitas. Através de um comunicado, disse estar “indignada e chocada”, sublinhando que não houve qualquer aviso antes dos ataques.

O hospital Nasser de Khan Younès, o principal estabelecimento de saúde do sul da Faixa de Gaza, já foi alvo de vários ataques desde o início da guerra. Nesta segunda-feira, segundo as informações avançadas pelas equipas de socorro, um primeiro ataque foi realizado por um drone explosivo, e um segundo, um bombardeamento aéreo, aconteceu quando os feridos estavam a ser retirados do hospital.

Pelo menos 20 pessoas morreram, entre elas estão 5 jornalistas: Hussam al-Masri, repórter de imagem da Reuters, Mariam Abu Dagga, jornalista que trabalhava para vários meios de comunicação internacionais, Mohammed Salama, fotojornalista da Al Jazeera, Moaz Abu Taha, jornalista da NBC e Ahmad Abou Aziz, que trabalhava para meios de comunicação palestinianos e internacionais. O porta-voz da Defesa Civil identificou ainda um profissional de saúde entre as vítimas mortais. Várias pessoas feridas, algumas cobertas de sangue, foram atendidas no hospital após os ataques.

Através de um comunicado, o Exército israelita confirmou o ataque na área do Hospital Nasser, sem explicar o objectivo ou o alvo,  e afirmando que "os jornalistas não são um alvo dos militares”. Segundo o comunicado, o chefe do Estado-Maior de Israel pediu uma investigação preliminar, o mais rapidamente possível.

A Associação de Imprensa Estrangeira em Jerusalém exigiu “explicações” das autoridades israelitas. Através de um comunicado, disse estar “indignada e chocada”, sublinhando que não houve qualquer aviso antes dos ataques. “Exigimos explicações imediatas do exército israelita e do gabinete do primeiro-ministro”, acrescenta o texto, apelando a Israel para que “abandone de uma vez por todas a sua prática abjecta de alvejar jornalistas” e salientando que "demasiados jornalistas foram mortos em Gaza sem qualquer justificação".

Por seu lado, a organização Repórteres sem Fronteiras pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Na guerra em Gaza, desde Outubro de 2023, os ataques israelitas mataram mais de 200 jornalistas, de acordo com os Repórteres sem Fronteiras.ANG/RFI

 

Turismo/ASOPTS-GB “discorda” com o despacho do Governo que obriga instalação de sistema de videovigilância em espaços turísticos do país

Bissau, 25 Ago 25(ANG) – O Presidente da Associação dos Operadores Turísticos e Similares da Guiné-Bissau(Asopts-GB), disse que “discordam” com o despacho do Governo, através do ministro do Turismo e Artesanato, que determina a obrigatoriedade da instalação do sistema de videovigilância em todos os espaços turísticos de alojamento e casas noturnas do país.

Em declarações hoje à imprensa, em reação ao referido despacho, Jorge Paulo Cabral afirmou que os operadores do sector como parceiros do Governo deviam ser auscultados antes de tomada da referida decisão.

Aquele responsável            frisou que, quando ouviram o teor do referido despacho nos órgãos de comunicação social ficaram “estranhados”, por isso, pediram, de imediato, uma audiência com o titular da pasta do Turismo e Artesanato, através de uma carta que já deu entrada no seu gabinete desde o dia 22 do corrente mês.

“A Guiné-Bissau é membro da CEDEAO e UEMOA e actualmente existe uma dinâmica em termos de harmonização da leis e normas ao nível do sector de turismo no espaço comunitário”, disse Jorge Paulo Cabral.

O Presidente da Asopts-GB sublinhou que existem  legislações e recomendações feitas, tanto ao nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO), como da União Económica e Monetária Oeste Africana(UEMOA), visando o desenvolvimento do sector turístico que deviam merecer a prioridade do Governo.

“Contudo, vamos aguardar o encontro que solicitamos com o ministro do Turismo para que nos esclareça da situação, tendo em conta que entendemos que ele foi mal informado ao produzir o referido despacho”, disse.

Afirmou que, tanto a Organização Internacional de Turismo(OIT), como da CEDEAO e UEMOA, não visam a Guiné-Bissau como país vulnerável em termos de atos de pedofilia contra menores ou de elevado índice de outras violações dos seus direitos.

Segundo o despacho nº 06/2025, assinado pelo ministro do Turismo e Artesanato  Secuna Baldé, à que a ANG teve acesso hoje, é interditado o acesso de menores sem o acompanhamento dos pais e encarregados de educação nos empreendimentos turísticos de alojamento e de restauração.

No despacho, o Ministério do Turismo e Artesanato, informa que a medida passa a ser uma condição para a atribuição e renovação das licenças de exploração das atividades dos empreendimentos turísticos.

“Esta medida abrange todos os estabelecimentos turísticos privados de acesso público, de acordo com o código mundial de ética do Turismo, sobretudo nas casas noturnas de entretenimento, designadamente bares, restaurantes, discotecas e demais empreendimentos turísticos do país”, lê-se no despacho.

O documento refere que a adoção de medidas proactivas não é só crucial para a redução de riscos e a proteção da segurança e o bem-estar das pessoas, mas também para a prevenção e o combate às práticas de exploração de crianças e adolescentes que envolvam diretamente os empreendimentos turísticos, nomeadamente a violência contra  menores, o trabalho infantil, exploração sexual, o consumo de álcool e de drogas, o acesso não autorizado de menores ou sem acompanhamento dos parentes.

De acordo com o Ministério do Turismo e Artesanato, o Despacho entrou em vigor a partir do dia 22 de Setembro de 2025.ANG/LPG/ÂC//SG

Sociedade/Populares de Varela preferem  prática de turismo e pesca  a  exploração de areia pesada na zona

Bissau, 25 Ago 25 (ANG) - Os populares de seção de Varela, sector de São Domingos, região de Cacheu dizem preferir  a prática das atividades de Pesca e Turismo naquela zona em detrimento da exploração de areia pesada em curso naquela localidade, e que, dizem, está a  provocar consequências negativas à zona.


A revelação é do Presidente da Associação dos Filhos e Amigos de Suzana Gastão Djemé em entrevista telefónica exclusiva à ANG esta segunda-feira .

“Na realidade, o Estado é detentor de tudo. Mas, nós na qualidade de povo guineense que somos, também temos os nossos direitos de expressar face as situações que não nos agrada ou melhor que prejudicam a nossa convivência”, disse Gastão Djemé.

Djemé reiterou  que deixaram claro que são contra exploração de areia pesada mas que mesmo assim o  Estado parece ter ignorado as suas preocupações, uma vez que a prática de exploração de areia pesada naquela localidade continua a ser uma realidade.

Questionado se por acaso vão poder conciliar-se  com a empresa que explora e constrói infraestruturas locais, respondeu que detestam a exploração do referido mineral porque  prejudica as suas bolanhas, a qualidade de água e que futuramente poderá prejudicar as suas casas e saúde.

“Não podemos compactuar com a exploração de areia pesada uma vez que só vai trazer  consequências negativas para a nossa comunidade. Também temos uma zona apropriada para desenvolver  atividades de pesca e do turismo, o que,  obviamente, poderá trazer benefícios para a população local, assim como para o próprio Estado da Guiné-Bissau”, sugeriu aquele responsável.

Em Janeiro deste ano, um grupo de mulheres de diferentes tabancas que compõem a povoação de Varela realizou uma marcha de protesto contra a exploração de areia pesada que está a ser levado a cabo por uma empresa chinesa denominada de GMG Mining SARL desde Novembro de 2024, naquela zona norte da Guiné-Bissau.ANG/AALS/ÂC//SG

Regiões/Duas mortes em naufrágio de piroga na margem da ponte de  São Vicente

Bissorã, 25 Ago 25 (ANG) – Uma piroga com 52 pessoas proveniente da tabanca de Cunhuncum, secão de Bufa, setor de Bissorã, região de Oio com destino ao lumo (feira-popular) do sector de Bula, região de Cacheu, naufragou no passado dia 23 do corrente mês perto  da Ponte São Vicente, causando duas mortes.

De acordo com o Correspondente da ANG na região de Oio, que cita o Chefe de Posto da Brigada Costeira do Destacamento Marítimo de Cacheu, Cristiano Bacar Sanhá  a piroga que naufragou estava quase a ancorar no porto de São Vicente, quando se bateu contra um pilar, devido ao excesso de pessoas na embarcação e que viajavam sem coletes “salva vida”.

Vasco Tamba um dos testemunhos contou que o piloto principal dirigiu a piroga até se aproximar do destino final e passou o comando para o seu auxiliar que reduziu a velocidade para buscar o rumo, momento em que o motor da piroga parou, o que terá impossibilitado o controle da embarcação.

 Tamba lamentou o comportamento dos responsáveis portuários que, segundo diz, pensam mais no dinheiro no que na vida das pessoas.

Apelou as autoridades competentes para não deixarem  as embarcações saírem com excesso de pessoas e cargas, sobretudo nos dias de muita movimentação como foi o caso, uma vez que as pessoas iam ao Lumo de Bula .

Entre as duas mortes no acidente está uma criança de aproximadamente dois anos de idade. As outras 50 pessoas conseguiram salvar.ANG/MSC/AD/ÂC//SG