quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

SIDA



           Aberta acção de formação para Oficiais de Campo na prevenção e combate a Sida em Gabú

Bissau, ANG – Trinta e cinco jovens vindos de diversas regiões, iniciaram dia 10, na cidade de Gabú, uma acção de formação denominada “Oficiais de Campo” para a prevenção e combate do VIH/Sida naquela região no quadro do Programa Total Controlo da Epidemia (TCE) da Associação de Ajuda para o Desenvolvimento do Povo para Povo (ADPP).

O Secretário Executivo do Secretariado Nacional de Luta Contra a Sida (SNLS), que presidiu o acto da abertura do evento esclareceu que a par do Sector Autónomo de Bissau, a região de Gabú é das localidades com maiores índices de prevalência do Sida na Guiné-Bissau.

“ A região de Gabú possui particularidades próprias, nomeadamente é a única do país a fazer fronteiras com dois países limítrofes da Guiné-Bissau, designadamente Senegal e Guiné-Conacry”, enumerou João José Silva Monteiro “Huco”.

Por este facto, prosseguiu este responsável, a população de Gabú, devido a elevado fluxo de movimentos de pessoas que lá se verifica, é sensível a determinados males como a doença do Sida e outros.

Huco Monteiro afirmou que o Sida é uma doença muito perigosa que diariamente tem ceifado vidas humanas, em particular pelo facto de algumas pessoas persistirem em ignorar a existência dessa epidemia.

“Vocês os jovens a serem formados terão pela frente uma tarefa difícil em convencer os velhos de Gabú sobre as formas de prevenção da Sida. Como é que um jovem vai ter a moral de enfrentar um colega do seu pai ou avô para sensibilizar-lhe sobre os perigos da Sida”? questionou céptico quanto a essa possibilidade.

Lamentou que em sociedades tradicionais guineenses, um jovem não pode dar conselhos aos adultos. “Penso que essas dificuldades só podem ser resolvidas através de uma aproximação com a comunidade”, vincou o Secretário executivo do SNLS.

O Coordenador do TEC da ADPP garantiu na ocasião que o programa que dirige irá complementar os esforços que estão sendo feitos na região de Gabú para combater a epidemia do Sida.

Hati Mapingu revelou que o TEC da ADPP espera no final da formação enquadrar 35 jovens que, depois serão exercerão como Oficiais de Campo naquela zona leste do país e adiantou que estes serão ministrados conhecimentos sobre métodos modernos pelo que estarão 100 por cento prontos para combater o flagelo do século.


“O programa tem como base mobilização da população. Esperamos facilitar a população na tomada de decisão relativamente a informações sobre o Sida e por isso, os Oficiais de Campo vão aprender durante os próximos 28 dias técnicas de planeamento, gestão do campo e liderança como elementos essenciais na mobilização”, explicou.

Disse que além da aprendizagem na sala, os participantes terão actividades práticas como limpeza, desporto e cultura. “Digo isso porque muitas das vezes as campanhas de VIH/Sida não resultam por falta de preparação dos activistas. Exortamos a comunidade para estar preparada para colaborar”, salientou.

Em representação da ADPP na Guiné-Bissau, falou Armando João da Silva, que na ocasião sublinhou que o atelier é culminar de uma longa jornada com vista a materialização desta iniciativa, que se enquadram no trabalho árduo e sério para combater a epidemia de VIH/Sida.

“O TEC foi concebido pela ´Humana People to People´ e implementado primeira vez no Zimbabwe no ano 2000 e, até hoje, envolveu mais de 13 milhões de pessoas nos países de África e da Ásia”, estimou.

Durante anos, prosseguiu na sua explanação, o TEC desenvolveu-se com base em experiências adquiridas, materiais actualizadas, linhas de actividades, mas sempre baseada na estratégia fundamental de que cada indivíduo é que deve se libertar da epidemia, num processo e acção pessoal e colectivo dentro da comunidade.

Armando João da Silva exortou sobre a necessidade dos Oficiais de Campo estarem munidos de conhecimentos sobre o vírus e a forma como preveni-lo, falando corajosamente e de forma aberta, eliminando o estigma, preconceito e medo.

“Por isso, a pessoa chave no programa TEC é o Oficial de Campo que durante três anos, anda de porta em porta, em acção de sensibilização de mais de 2 mil pessoas, nas casas, escolas, empresas, gabinetes, nas ruas, discotecas, nos bares, paragens, recintos desportivos entre outros”, indicou o representante da ADPP neste evento.

ANG/ÂC

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