Bruxelas/UE aumenta orçamento para ajuda humanitária em 2023 para 1,7 mil milhões
Bissau, 19 Jan 23 (ANG)
- A União Europeia (UE) aumentou o seu orçamento anual de ajuda humanitária
para 1,7 mil milhões de euros, subida de 200 milhões justificada com o aumento
das necessidades em todo o mundo, anunciou quarta-feira a Comissão Europeia.
Em comunicado, o
executivo comunitário especifica de que deste modo será atribuída a ajuda
humanitária da UE em 2023, revelando que mais de 500 milhões de euros
destinar-se-ão a África, incluindo 181,5 milhões de euros para apoiar os
afectados pelo conflitos, insegurança, deslocação forçada e choques climáticos
no Sahel (Burquina Faso, Mali, Mauritânia e Níger), República Centro-Africana e
bacia do Lago Chade (Chade, Camarões e Nigéria).
Bruxelas sublinha que as
crises nestas regiões "resultam em deslocações em grande escala,
perturbação dos meios de subsistência e falta de acesso a serviços
básicos" e fazem "aumentar a nível mundial as necessidades
humanitárias".
A UE destinou 330,7
milhões de euros a programas na África Oriental e Austral "para responder
às necessidades das populações afectadas por conflitos a longo prazo na
República Democrática do Congo e das pessoas deslocadas pelas alterações
climáticas e conflitos armados no Sudão, Sul do Sudão, Uganda e Corno de África
(Djibuti, Etiópia e Quénia)".
O orçamento para ajuda
humanitária da UE em 2023 contempla ainda 382,2 milhões de euros para o Médio
Oriente e Norte de África, "para fazer face à crise regional em curso no
Iémen, Síria e países vizinhos, bem como à situação crítica dos refugiados
sarauís".
Quase 208 milhões de
euros destinam-se ao sudeste da Europa e aos países vizinhos europeus,
"abordando principalmente as consequências da guerra de agressão da Rússia
na Ucrânia, bem como o financiamento de projectos para as necessidades em curso
nos Balcãs Ocidentais, no Cáucaso, e os efeitos da crise da Síria na Turquia".
O pacote de
financiamento prevê ainda 237 milhões de euros em assistência humanitária que
"ajudarão as populações mais vulneráveis da Ásia e da América
Latina", sendo que, na Ásia, "o financiamento irá abordar as crises
do Afeganistão e Rohingya (Bangladesh e Myanmar), bem como o impacto das
alterações climáticas na região".
"Na América Latina
e nas Caraíbas, a UE continuará a apoiar o impacto da crise na Venezuela, as
consequências humanitárias dos conflitos armados na Colômbia, bem como a
violência generalizada no Haiti, e na América Central e no México",
prossegue Bruxelas.
Por fim, 141,5 milhões
de euros serão utilizados para "responder a emergências repentinas em
2023", 122 milhões de euros são reservados para "crises humanitárias
imprevistas que podem surgir ao longo do ano", e 108,2 milhões de euros
serão destinados a "actividades horizontais, projectos inovadores e
iniciativas políticas".
"As necessidades
humanitárias estão a aumentar vertiginosamente. A guerra de agressão da Rússia
contra a Ucrânia veio agravar dramaticamente a situação. Actualmente, o número
de pessoas que necessitam de assistência para salvar vidas em todo o mundo é
superior ao da população dos Estados Unidos", comentou hoje o comissário
europeu responsável pela gestão de crises, Janez Lenarcic.
A União Europeia tem prestado ajuda humanitária desde 1992 em mais de 110 países. No ano passado, o orçamento do bloco comunitário para a sua ajuda humanitária era de 1,5 mil milhões de euros. ANG/Angop
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