Sociedade/ Antigos combatentes instam Portugal a respeitar Acordo de Argel
Bissau, 26 Jan 23
(ANG) - A Associação dos Antigos Militares guineenses que lutaram ao lado do
exército colonial instou as autoridades portuguesas a honrar os
compromissos assumidos aquando da independência da Guiné-Bissau.
Entre as
reivindicações está o pagamento de pensões e a atribuição da nacionalidade
portuguesa aos ex-militares guineenses e seus descendentes.
Os antigos militares guineenses querem que
Portugal assuma os compromissos aquando da independência da Guiné-Bissau. Entre
as reivindicações está o pagamento de pensões de sangue e de invalidez aos
militares guineenses que lutaram ao lado do exército colonial, contra o
PAIGC que queria a independência da então Guiné Portuguesa.
A associação fala em cerca de 40 mil
antigos militares guineenses que serviram o exército de Portugal.
Amadu Jaú, descendente de um ex-combatente
português e porta-voz da Associação dos Antigos Militares guineenses que
serviram Portugal, evoca o Acordo de Argel, assinado entre o Governo de Lisboa
e o PAIGC para sustentar os seus argumentos.
“O Acordo de
Argel de 1974 é que determina o pagamento de pensão de sangue, invalidez e
reforma a todos os cidadãos guineenses que prestaram o serviço militar nas
Forças Armadas portuguesas. Neste Acordo de Argel também há um ponto que diz
reintegrar esses militares na vida civil, mas Portugal não cumpriu”, explicou.
O compromisso assumido no Acordo de Argel,
que reconhece a independência da Guiné-Bissau, assinado a 26 de Agosto de 1974
pelos então ministros dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares, e da Coordenação
Internacional, António de Almeida Santos.
Além do pagamento das pensões de sangue, a
associação exige ainda que Portugal conceda a nacionalidade aos ex-militares
guineenses e aos seus descendentes.
A associação anunciou que nos próximos tempo deverá ser recebida pelo embaixador de Portugal, José Rui Velez Caroço, em Bissau. Os antigos militares guineenses têm ainda prevista uma vigília diante da embaixada portuguesa também em Bissau. ANG/RFI
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