Inglaterra/AI pede a Egipto e Índia que combatam repressões e discriminação
Bissau, 27 Jan 23 (ANG) - A Amnistia Internacional (AI) pediu hoje ao Egipto e à Índia para combaterem as violações de liberdades e a "impunidade enraizada", denunciando "severas repressões" à liberdade de expressão e associação e discriminações contra minorias religiosas.
O apelo foi feito pela
organização internacional de defesa dos direitos humanos em comunicado
divulgado a propósito da visita do Presidente egípcio, Abdelfatah al-Sissi, à
Índia, na qual os dois países concordaram em elevar as suas relações bilaterais
à categoria de aliança estratégica e sublinharam a necessidade de combater o
terrorismo.
"As actuais crises
de direitos humanos na Índia e no Egipto são caracterizadas por impunidade
enraizada e pelo uso indevido das leis antiterrorismo para sufocar o espaço
cívico e a dissidência pacífica", apontou o director de Investigação e
Defesa para o Médio Oriente e norte de África da Amnistia Internacional (AI),
Philip Luther.
O responsável da
organização alertou também que "os países mostram semelhanças
surpreendentes nas suas tentativas de assediar e intimidar para silenciar todos
os críticos e opositores do governo" e defendeu que "estes ataques
implacáveis aos direitos humanos têm de acabar".
Segundo a AI, tanto no
Egipto como na Índia, os defensores de direitos humanos, advogados, opositores
políticos, manifestantes pacíficos, académicos e estudantes "enfrentam
prisões e detenções arbitrárias, julgamentos injustos e outras hostilidades e
formas de intimidação aplicadas apenas por exercerem pacificamente os seus
direitos".
Entre os "milhares
de pessoas que são presas injustamente" contam-se o activista
egípcio-britânico pró-democracia Alaa Abdelfatah, "que passou a maior
parte da última década atrás das grades", e 16 activistas indianos da
cidade ocidental de Bhima Koregaon, "presos desde 2018 com acusações falsas"
no âmbito de "uma lei antiterrorista draconiana", afirmou Philip
Luther.
No comunicado, a
organização condena ainda os crescentes ataques à liberdade de imprensa no
Egipto e na Índia e os julgamentos contra jornalistas e activistas nas redes
sociais que criticam os governos dos dois países, referindo terem sido feitas
"falsas acusações de terrorismo" e "buscas e apreensões" a
meios de comunicação.
A AI acusa também o
Cairo e Nova Deli de não protegerem as minorias, cristãos coptas no caso do
Egipto e cristãos e muçulmanos na Índia, contra a violência religiosa que
afecta as duas comunidades.
"A Índia e o Egipto
parecem ter elevado a sua cooperação bilateral de longa data a um nível
diferente, onde partilham tácticas para suprimir cada vez mais direitos e
liberdades", disse o presidente do conselho da AI na Índia, Aakar Patel.
Os dois países "devem inverter o rumo, a começar pela libertação imediata e incondicional de todos as pessoas que foram detidos arbitrariamente (...), por garantir um ambiente seguro para as minorias religiosas e permitir um ambiente livre de represálias aos meios de comunicação e à sociedade civil", concluiu.
ANG/Angop
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