Tunísia/ Eleições legislativas
registam forte abstenção
Bissau, 30 Jan
23 (ANG) - A segunda volta das eleições legislativas na Tunísia registam
uma forte abstenção no domingo, 29 de Janeiro, depois de na primeira
volta apenas 11% dos eleitores terem votado.
Ao início da tarde, apenas 4,71% dos
eleitores tinham votado, a grande luta foi a abstenção. A participação é o
principal desafio destas eleições legislativas, depois de uma abstenção de
quase 90% na primeira volta, a 17 de Dezembro. Um recorde neste país que foi o
berço das Primaveras Árabes há 12 anos.
Neste escrutínio, os tunisinos elegem 161
deputado. Os partidos políticos a boicotaram as eleições, a maior parte dos
candidatos são independentes. As eleições acontecem depois de o Presidente
tunisino, Kais Saied, ter demitido o anterior parlamento em 2021 e ter assumir
o controlo do país, fortalecendo o poder da presidência e deixando o parlamento
quase sem poderes.
As eleições legislativas decorrem numa
altura em que a situação económica da Tunísia é dramática. A inflação é
superior a 10%, o desemprego ultrapassa os 15% e as famílias sofrem escassez
esporádica de produtos básicos como leite, açúcar ou óleo alimentar. Segundo os
economistas, a falta de produtos básicos devem-se à interrupção do
abastecimento porque o Estado, que detém o monopólio dos produtos de primeira
necessidade, não tem liquidez para os importar. A Líbia, que mergulha numa
crise financeira há doze anos, enviou uma centena de caminhões cheios de
produtos básicos para o país vizinho.
Este contexto tem obrigado muitos
tunisinos a sair do país: 32.000 pessoas emigraram, de forma ilegal, no ano
passado. Outra preocupação é a paralisação das negociações cruciais do país com
o Fundo Monetário Internacional para um empréstimo de dois mil milhões de
dólares, negociações que estão paradas há vários meses. Neste contexto de crise
económica, a população, perdeu a confiança nos políticos e escolheu não participar
no escrutínio. ANG/RFI
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