Líbia/Governo de Unidade envia ajuda para Tunísia a braços com escassez de alimentos
Bissau, 18 Jan 23 (ANG)
- A Líbia enviou na terça-feira cerca de uma centena de camiões carregados com
açúcar, óleo, farinha e arroz para a vizinha Tunísia, confrontada com mais uma
escassez desses produtos alimentares, indicou a embaixada líbia em Tunes.
"Esta é uma doação
do Governo de Unidade Nacional (com sede em Tripoli) à Tunísia para ajudar a
superar a grave escassez de produtos básicos que o povo tunisino está a
enfrentar", afirmou à agência noticiosa France-Presse (AFP) o assessor de
imprensa da embaixada líbia em Tunes, Naim Acibi.
Acibi sublinhou que a
ajuda alimentar foi enviada a bordo de 96 camiões que chegaram hoje de manhã a
território tunisino, através do posto fronteiriço de Ras Jedir, parte dos 170
previstos.
A Tunísia enfrenta uma
grave crise económica e financeira, que resulta sobretudo da escassez crónica
de produtos alimentares básicos, num cenário de fortes tensões políticas desde
que o presidente Kais Saied assumiu o poder em Julho de 2021.
O posto fronteiriço de
Ras Jedir é o principal ponto de passagem entre o oeste da Líbia e o sudeste da
Tunísia, um território que vive em grande parte do comércio transfronteiriço,
incluindo o contrabando.
Além do comércio, a
Tunísia é o primeiro destino da população do oeste da Líbia para atendimento
médico.
O envio dessa ajuda
ocorre menos de dois meses depois de uma visita à Tunísia, no final de
Novembro, do chefe do Governo de Tripoli, Abdelhamid Dbeibah, que marcou uma
melhoria nas relações entre os dois países vizinhos.
A Líbia, por seu lado,
mergulhou no caos após a revolta que derrubou o regime de Muammar Kadhafi, em
2011, e vive actualmente um impasse político desde que o GUN suspendeu as
eleições, a 24 de Dezembro de 2021 e, posteriormente, o Parlamento líbio nomeou
um Executivo paralelo ao de Tripoli, considerando que o governo de transição de
Dbeibah expirou.
Desde então, o
Parlamento, controlado pelo marechal Khalifa Haftar, "homem forte" do
leste, e o Conselho Superior de Estado, com sede na capital, não conseguiram
chegar a um acordo constitucional para definir um processo eleitoral.
O Conselho Presidencial
da Líbia - órgão de transição com funções de chefe de Estado - espera que nos
próximos dias seja convocada uma reunião entre os dois poderes para completar
os princípios constitucionais que permitirão a realização de eleições.ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário