China/População diminuiu pela primeira vez em 60 anos
Esta é a primeira vez, em 60 anos, que o país regista um declínio demográfico. Em 2023, a China poderá ser ultrapassada pela Índia como o país mais populoso do mundo.
A taxa de natalidade na China caiu para
níveis históricos, enquanto a taxa de mortalidade foi a mais elevada desde
1974. Esta é uma viragem histórica que pode marcar o início de um longo
período de declínio da população chinesa, com um forte impacto na economia
local e mundial. De acordo com a agência France Presse, já este ano, a Índia
deverá retirar à China o título de país mais populoso do mundo.
A longo prazo, os especialistas das Nações
Unidas prevêem que a população chinesa diminua de 109 milhões de habitantes até
2050, ou seja, mais do que o triplo das previsões anteriores de 2019.
Declínio da população activa significa
também um possível abrandar da economia devido à redução dos rendimentos e ao
aumento da dívida pública (com maiores custos de cuidados médicos e de
segurança social). Além disso, uma diminuição da mão-de-obra também pode
abrandar o peso da indústria e, por conseguinte, aumentar os preços e a
inflação no resto do mundo.
O declínio demográfico resulta, em grande
parte, da política de filho único imposta por Pequim entre 1980 e 2015, mas
também do elevado custo do ensino que dissuadiu muitos chineses de
fundarem família. Em 2016, foi abolida a política de filho único e, em 2021, o
país começou a permitir que os casais tivessem três filhos.
A última vez que a população da China
diminuiu foi em 1960, quando o país enfrentou a pior fome da sua história
moderna, causada pela política agrícola de Mao Tsé-Tung.ANG/RFI
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