EUA /Governo apreendem avião usado por
Presidente da Venezuela alegando violação de sanções
Bissau,03 Set 24 (ANG) – O Governo dos
Estados Unidos apreendeu um avião utilizado pelo Presidente da Venezuela,
Nicolás Maduro, alegando violações das sanções e das leis de controlo das
exportações, informou hoje o Departamento de Justiça norte-americano.
As
autoridades norte-americanas alegam que a aeronave foi comprada ilegalmente,
através de uma empresa de fachada, e contrabandeada para fora dos Estados
Unidos.
O
avião, registado em San Marino, foi frequentemente utilizado por Maduro para
viagens ao estrangeiro, incluindo algumas realizadas no início deste ano à
Guiana e a Cuba.
A 22
de agosto, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, controlado pelos
chavistas, validou a reeleição de Maduro para um terceiro mandato presidencial
de seis anos, nas eleições de 28 de julho - uma validação de vitória rejeitada
por numerosos países que instaram as autoridades venezuelanas a divulgarem os
resultados eleitorais pormenorizados.
Nicolás
Maduro, de 61 anos, foi, após o ato eleitoral, proclamado vencedor das
presidenciais, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que,
no entanto, não divulgou as atas das assembleias de voto, afirmando-se vítima
de um ato de pirataria informática.
Tal
argumento foi então considerado pouco credível pela oposição e por numerosos
observadores, que nele viram uma manobra do poder para evitar ter de apresentar
a contagem de votos exata.
O
anúncio da reeleição do Presidente socialista no escrutínio de julho
desencadeou manifestações espontâneas, que foram violentamente reprimidas. Os
protestos causaram pelo menos 27 mortos e 192 feridos e 2.400 pessoas foram
detidas, de acordo com fontes oficiais.
Segundo
a oposição, que tornou públicas as atas de votação obtidas graças aos seus
escrutinadores, o seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições
com mais de 60% dos votos.
Sem
as mostrar, o TSJ assegurou a 22 de agosto ter verificado as atas da votação
que lhe foram entregues pelo poder, bem como a veracidade do ataque informático
ao CNE.
Os
Estados Unidos e dez países latino-americanos rejeitaram nesse dia, num
comunicado conjunto, a validação pelo TSJ dos resultados eleitorais,
argumentando que a vitória presidencial de Maduro foi anunciada “com base numa
ata de resultados parcial, emitida de forma oral, com números que evidenciavam
impossibilidades matemáticas e sem apresentar os resultados em separado”.
ANG/Lusa
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