Faixa
de Gaza/ONU denuncia a
morte de seis funcionários em ataque israelita na Faixa de Gaza
Bissau, 13 Set 24 (ANG) - As Nações Unidas anunciaram
que seis dos seus funcionários foram mortos ontem à noite por dois
bombardeamentos aéreos israelitas contra uma escola em Nusseirat, no centro da
Faixa de Gaza, este tendo sido o balanço mais pesado para os funcionários da
ONU durante um único ataque desde o começo da ofensiva israelita no enclave.
"Uma escola transformada em abrigo para 12 mil pessoas foi
novamente alvo de ataques aéreos israelitas. Seis dos nossos colegas da UNRWA
estão entre os mortos", disse a agência da ONU
na rede X referindo-se a este ataque que, segundo as autoridades locais,
mataram pelo menos 18 pessoas, incluindo os funcionários da agência das Nações
Unidas para os Refugiados Palestinianos.
O exército israelita afirma, por sua vez, ter bombardeado "terroristas" ao
visar o que designou de centro de comando do movimento palestiniano do Hamas em
Nuseirat.
Reagindo à ocorrência, António Guterres, secretário-geral da
ONU, disse que é "totalmente inaceitável" que o
assassinato de funcionários da ONU e trabalhadores humanitários em Gaza tenha
tão poucas consequências para os seus autores.
No mesmo sentido, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell,
declarou-se "escandalizado".
" A violação dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário,
em particular da protecção de civis, não pode e não deve ser aceite pela
comunidade internacional", considerou Josep Borrell.
Quanto ao chefe da diplomacia dos Estados Unidos, aliados de
Israel, também deu conta da sua preocupação. Ao pedir que se protejam os
trabalhadores humanitários, Antony Blinken garantiu que iria "continuar a abordar esta questão com
Israel."
O Secretário de Estado americano considerou ainda que "isso enfatiza, mais uma vez, a urgência
de se alcançar um cessar-fogo", esta sendo a seu ver "a
melhor maneira de garantir um espaço verdadeiramente protegido em todo o
território da Faixa de Gaza, um espaço no qual os humanitários não só podem
continuar a fazer o seu trabalho, mas também intensificam-no massivamente para
beneficiar as pessoas que mais precisam".
Esta não é a primeira vez que o comportamento do exército
israelita para com os trabalhadores humanitários é alvo de críticas. Ainda esta
semana, a ONU disse que militares israelitas tinham cercado e apontado as suas
armas para trabalhadores humanitários que se encontravam no norte da Faixa de
Gaza a participar nas operações de vacinação de crianças contra a poliomielite.
O exército israelita diz que está a tentar reduzir os riscos para os civis no contexto da guerra em Gaza, mas afirma que pelo menos um terço das vítimas palestinianas do conflito pertence a grupos armados.ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário