Cabo Verde/Praia condenada a pagar milhões por ruptura de contrato com a CV Interilhas
Bissau, 01 Ago 25 (ANG) – O Estado cabo-verdiano foi condenado pelo Tribunal Arbitral a pagar cerca de 40 milhões de euros à CV Interilhas por violação de contrato, mas o governo rejeita a decisão e garante que vai até ao limite para proteger o interesse público neste contencioso.
Este foi um dos assuntos que dominou o último debate
do Estado da Nação em Cabo Verde, antes das eleições legislativas de
2026.
O
acórdão do Tribunal Arbitral dá razão a CV Interilhas - a concessionária do
Serviço Público de Transporte Marítimo de Passageiros e Carga - e condena o
estado de Cabo Verde a pagar no total de 40 milhões de
euros correspondentes a 10% da receita obtida de forma
indevida referente à violação da cláusula de exclusividade prevista no contrato
de concessão.
Uma
indemnização, para além de outros valores referentes a custos de funcionamento
da concessão, considerando válidas algumas das despesas apresentadas pela CV
Interilhas, violação de horários e a suspensão da actualização tarifária. O
assunto foi levado ao parlamento pelo deputado do PAICV, João do Carmo.
"No dia 23 de
Junho deste ano, houve a assinatura de um acórdão da Comissão Arbitral que
condena o Estado a pagar à CV Interilhas um valor fixo de 31 milhões de euros,
mais um valor variável que vai somar a este valor fixo, que se aproxima de 40
milhões de euros. Tudo isso para além de todo o valor que já fizemos
referência” disse o deputado, durante o debate sobre o Estado da
Nação, que aconteceu na quinta-feira, 31 de Julho.
Em
reacção, no parlamento, o vice primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo
Correia, disse que o executivo tem, também, reclamações do serviço prestado
pela CV Interilhas, mas defendeu a opção do governo pelo modelo concessão do
serviço público de transporte marítimo e garantiu que vai até ao limite para
proteger o interesse público no contencioso que opõe o estado a CV Interilhas.
“Nós, enquanto Governo, não estamos de acordo com a decisão do Tribunal
Arbitral, como é evidente. Aquilo que vos garanto é que estamos com uma máquina
montada e com um serviço especializado para, até o limite, defender o interesse
público e o interesse do Estado de Cabo Verde” garantiu o
governante referindo que não ia revelar a estratégia do executivo. ANG/RFI

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