Guterres pede “máxima contenção” e que se aguarde decisão do Supremo
Bissau,
04 mar 20 (ANG) – O secretário-geral das
Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou às partes em conflito político na
Guiné-Bissau para que aguardem a decisão do Supremo Tribunal de Justiça,
pedindo “máxima contenção”.
“O
secretário-geral encoraja todas as partes para que aguardem a decisão do
Supremo Tribunal de Justiça, tenham máxima contenção e tomem todas as medidas
necessárias para prevenir qualquer ato que possa minar a paz e a estabilidade
na Guiné-Bissau”, refere um comunicado divulgado na noite de terça-feira pelo
porta-voz de Guterres, Stephane Dujarric.
A nota
refere que o secretário-geral da ONU reitera o compromisso da organização em
“continuar a acompanhar os guineenses nos seus esforços para consolidar a paz,
a democracia e o desenvolvimento”.
O mesmo
documento regista que António Guterres está a “acompanhar com preocupação a
crise institucional na Guiné-Bissau, provocada pela disputa eleitoral em
curso”.
A
Guiné-Bissau vive um novo momento de tensão política, depois de o
autoproclamado Presidente Umaro Sissoco Embaló ter demitido Aristides Gomes do
cargo de primeiro-ministro e nomeado Nuno Nabian.
A
Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou a ameaçar
impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na
Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.
Apesar
de ter primeiro reconhecido Umaro Sissoco Embaló como vencedor das
presidenciais, a CEDEAO condena agora todas as acções tomadas “contrárias aos
valores e princípios democráticos” e que atentam contra a ordem constitucional
estabelecida e “expõem os seus autores a sanções”.
A
CEDEAO reiterou a “necessidade absoluta” de se esperar pelo fim do processo
eleitoral e que vai ajudar a que sejam tomadas iniciativas para que seja posto
um fim ao impasse pós-eleitoral.
O
presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, que tinha tomado
posse na sexta-feira como Presidente interino, com base no artigo da
Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de
vacatura na chefia do Estado, renunciou no domingo ao cargo por razões de
segurança, referindo que recebeu ameaças de morte.
Umaro
Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país e que
não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos.
ANG/Inforpress/Lusa