Líderes timorenses defendem mediação internacional
urgente para situação na Guiné-Bissau
Bissau,03 Mar 20(ANG) – Os líderes timorenses,
incluindo o ex-Presidente José Ramos-Horta, defenderam segunda-feira uma
"mediação internacional urgente" para responder à situação
"crítica" que se vive na Guiné-Bissau, perante riscos de agravamento
da crise.
"Há extrema preocupação porque a situação
agravou-se em relação às tensões do passado e corre-se o risco de se resvalar
para uma situação mais critica ainda", disse José Ramos-Horta à Lusa.
Ramos Horta |
"É urgente mediação de uma alta
entidade, seja união africana em parceira com CEDAO, ou um alto enviado do
secretário-geral da ONU vindo de Nova Iorque", considerou.
Ramos-Horta disse que a situação "é muito
grave" e que a Guiné-Bissau nunca viveu uma situação "de duas pessoas
que disputam a presidência" deixando o país num vácuo de governação.
Opinião ecoada por Tomás Cabral, que foi nomeado
Representante Especial do Governo timorense para apoiar o processo eleitoral na
Guiné-Bissau e que defende que é urgente diálogo e mediação.
"A situação é preocupante. Timor-Leste apoiou
depois da crise de 2013 e o que se nota é que a situação é de falta de diálogo
entre os líderes", afirmou, apelando ao envolvido da CPLP e das Nações
Unidas.
"Entre 2014 e 2020 conseguiram ouvir as mensagens
de diálogo. Mas estamos novamente num dilema que é causado pelos atores
políticos", sublinhou.
A Guiné-Bissau vive mais um momento de especial tensão
política, depois de Umaro Sissoco Embaló ter demitido na sexta-feira Aristides
Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeado Nuno Nabian, que tomou posse no
sábado.
Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor da segunda
volta das presidenciais da Guiné-Bissau pela Comissão Nacional de Eleições,
tomou posse simbolicamente como Presidente guineense na quinta-feira, numa
altura em que o Supremo Tribunal de Justiça ainda analisa um recurso de
contencioso eleitoral interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
Cipriano Cassamá, que tinha tomado posse na
sexta-feira como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que
prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia
do Estado, renunciou hoje ao cargo por razões de segurança.ANG/Lusa
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