Bissau,27 Mar 20(ANG) - O economista
guineense Paulo Gomes e a epidemiologista Magda Robalo disseram à Lusa estar
disponíveis para integrar qualquer equipa nacional para enfrentar o que
consideram de "guerra contra a doença" que já contaminou duas pessoas
no país.
Antigo candidato à presidência do país, Paulo Gomes, que se encontra atualmente fora da Guiné-Bissau, disse à Lusa estar pronto para, nos próximos dias, regressar e ajudar a "fazer avançar a iniciativa corajosa e proativa" de Idrissa Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), que propôs um pacto entre guineenses para lutar contra a pandemia da covid-19.
Segundo Djaló, o pacto que propôs em carta aberta não só serviria para dar resposta aos problemas económicos, sociais e políticos, mas sobretudo respostas à pandemia do novo coronavirus.
O líder do PUN entende que com o pacto seria dada uma trégua às querelas políticas, que disse estarem a dificultar a assistência ao país por parte dos parceiros da comunidade internacional.
Aristides Gomes, primeiro-ministro do Governo saído das eleições legislativas, mas entretanto demitido pelo autoproclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, saudou a ideia de Idrissa Djaló, mas mostrou-se relutante em se juntar aos que considera de "golpistas".
"A interrupção provocada pelo golpe de Estado é responsável pela rutura de uma série de medidas que estavam em curso, entre elas o combate ao COVID-19, em perfeita sintonia com as determinações da OMS e parceiros internacionais", declarou, em carta de resposta ao repto de Idrissa Djaló.
Para Paulo Gomes, "o momento não é para se falar de lutas políticas, perante a guerra que vai mudar a sociedade humana", mas de delinear estratégias para identificar melhor o vírus, que chama de inimigo, garantir a salubridade das populações guineenses e juntar as competências nacionais.
Também antigo administrador do Banco Mundial para 25 países africanos, Paulo Gomes diz ser "um grande alento" para si saber que a epidemiologista guineense Magda Robalo, ex-quadro sénior da Organização Mundial da Saúde (OMS) está disponível para abraçar a ideia de Idrissa Djaló.
"Estamos numa guerra para a qual nós não estamos minimamente preparados, mas saber que gente como a doutora Magda Robalo está pronta para abraçar a causa, é um grande alento para mim", declarou Paulo Gomes.
O economista pede aos líderes políticos guineenses que vejam "as dificuldades que países mais poderosos estão a ter" para perceberem que "o momento não é para atrasos ou hesitações, mas de juntar forças e saberes culturais locais", que acha que também poderão ajudar a enfrentar a doença.
Por seu turno, Magda Robalo, ministra da Saúde Pública do Governo de Aristides Gomes, diz que a proposta lançada por Idrissa Djaló "deve ser tomada em conta", embora recomende que seja analisada no fórum próprio, através de forças partidárias que apoiam o executivo saído das eleições de 10 de março.
Se for chamada, Magda Robalo promete dar a sua contribuição, ao lado de outras capacidades nacionais.
"Esse problema não se enfrenta apenas com o pessoal médico, mas também com logísticos, motoristas, gestores, administradores, psicólogos, assistentes sociais, sob uma liderança capaz e eficaz", enfatizou a ministra.
A Guiné-Bissau vai atravessar esta pandemia no meio de uma crise política, após Sissoco Embaló se ter autoproclamado Presidente enquanto ainda decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso do candidato Domingos Simões Pereira, que alega irregularidades nas eleições de 29 de dezembro.
Depois de ter tomado posse, Embaló nomeou um Governo, liderado por Nuno Nabian, que ocupou os ministérios com apoio de militares, mas recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.
O continente africano registou até hoje 73 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.700 casos, em 46 países.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.ANG/Lusa
Antigo candidato à presidência do país, Paulo Gomes, que se encontra atualmente fora da Guiné-Bissau, disse à Lusa estar pronto para, nos próximos dias, regressar e ajudar a "fazer avançar a iniciativa corajosa e proativa" de Idrissa Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), que propôs um pacto entre guineenses para lutar contra a pandemia da covid-19.
Segundo Djaló, o pacto que propôs em carta aberta não só serviria para dar resposta aos problemas económicos, sociais e políticos, mas sobretudo respostas à pandemia do novo coronavirus.
O líder do PUN entende que com o pacto seria dada uma trégua às querelas políticas, que disse estarem a dificultar a assistência ao país por parte dos parceiros da comunidade internacional.
Aristides Gomes, primeiro-ministro do Governo saído das eleições legislativas, mas entretanto demitido pelo autoproclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, saudou a ideia de Idrissa Djaló, mas mostrou-se relutante em se juntar aos que considera de "golpistas".
"A interrupção provocada pelo golpe de Estado é responsável pela rutura de uma série de medidas que estavam em curso, entre elas o combate ao COVID-19, em perfeita sintonia com as determinações da OMS e parceiros internacionais", declarou, em carta de resposta ao repto de Idrissa Djaló.
Para Paulo Gomes, "o momento não é para se falar de lutas políticas, perante a guerra que vai mudar a sociedade humana", mas de delinear estratégias para identificar melhor o vírus, que chama de inimigo, garantir a salubridade das populações guineenses e juntar as competências nacionais.
Também antigo administrador do Banco Mundial para 25 países africanos, Paulo Gomes diz ser "um grande alento" para si saber que a epidemiologista guineense Magda Robalo, ex-quadro sénior da Organização Mundial da Saúde (OMS) está disponível para abraçar a ideia de Idrissa Djaló.
"Estamos numa guerra para a qual nós não estamos minimamente preparados, mas saber que gente como a doutora Magda Robalo está pronta para abraçar a causa, é um grande alento para mim", declarou Paulo Gomes.
O economista pede aos líderes políticos guineenses que vejam "as dificuldades que países mais poderosos estão a ter" para perceberem que "o momento não é para atrasos ou hesitações, mas de juntar forças e saberes culturais locais", que acha que também poderão ajudar a enfrentar a doença.
Por seu turno, Magda Robalo, ministra da Saúde Pública do Governo de Aristides Gomes, diz que a proposta lançada por Idrissa Djaló "deve ser tomada em conta", embora recomende que seja analisada no fórum próprio, através de forças partidárias que apoiam o executivo saído das eleições de 10 de março.
Se for chamada, Magda Robalo promete dar a sua contribuição, ao lado de outras capacidades nacionais.
"Esse problema não se enfrenta apenas com o pessoal médico, mas também com logísticos, motoristas, gestores, administradores, psicólogos, assistentes sociais, sob uma liderança capaz e eficaz", enfatizou a ministra.
A Guiné-Bissau vai atravessar esta pandemia no meio de uma crise política, após Sissoco Embaló se ter autoproclamado Presidente enquanto ainda decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso do candidato Domingos Simões Pereira, que alega irregularidades nas eleições de 29 de dezembro.
Depois de ter tomado posse, Embaló nomeou um Governo, liderado por Nuno Nabian, que ocupou os ministérios com apoio de militares, mas recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.
O continente africano registou até hoje 73 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.700 casos, em 46 países.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.ANG/Lusa
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