“Carnaval da Guiné-Bissau é o terceiro mais rico do mundo”,
afirma o coordenador do grupo Netos de Bandim
Bissau,
16 mar 20 (ANG) – O coordenador do grupo cultural Netos de Bandim disse que
Carnaval da Guiné-Bissau é o terceiro mais rico do mundo mais que rende muito
pouco ou nada aos cofres de Estado e
muito menos aos grupos participantes nos desfiles carnavalescos.
Coordenador dos Netos de Bandim |
Diógenes
Cassamá falava em entrevista ao jornal Nô Pintcha, disse não obstante o
Carnaval da Guiné-Bissau é um dos mais ricos do mundo, mas que o país não está
a trabalhar no sentido de justificar essa realidade.
Segundo
aquele responsável a maior manifestação cultural do país merece ser institucionalizada, estruturada e
dotada de um projecto, um fundo, um patrocinador e criada uma comissão
organizadora devidamente pensada.
"Se
as autoridades tivessem noção sobre o valor de carnaval ia trabalhar os
aspectos de comunicação, criando páginas na Internet promovendo conferências e
um espaço para comercializar as imagens do carnaval a nível nacional e
internacional e torna-la ainda mais atractivo e competitivo, frisou
Cassamá."
Para
Diógenes Cassamá é inaceitável que a maior manifestação da cultura nacional
reconhecida a nível internacional rende muito pouco ou nada ao Estado assim
como aos grupos que participam nos desfiles, acrescentando que o governo não vê
o carnaval como fonte de rendimento para
cofres de Estado.
"
Entendo que os trabalhos de preparação de grupos participantes nos desfiles
devem ser apadrinhados ou subvencionados, pois não é justo que a parte
administrativa do evento gaste maior parte do dinheiro ou mais, exactamente 75
por cento de todo financiamento, defendeu ".
Assegurou
ainda que a ausência de uma política de valorização da diversidade cultural do
país e a falta de uma boa organização com incentivos financeiros, sobretudo
para grupos que desfilam assim como a não exibição de máscaras de forma espontânea
constituem uma das razões para a ausência de mesmas nesta grande manifestação
cultural.
"Actualmente
é difícil vender uma máscara e as autoridades deveriam dar resposta a isso,
motivando a sua produção individual e
colectiva de forma a promover e incentivar a exibição de trajes que fazem parte
da cultura, disse."
Em
relação ao prémio pan-africano, atribuído ao coordenador do Netos de Bandim em
Dezembro de 2019 no Dubai(Emirados), revelou que foi uma distinção atribuída anualmente por uma comissão pan-africana que acompanha e reconhece os trabalhos
de entidades individuais e colectivas que trabalham para progresso
sociocultural da identidade cultural africana.
De
acordo Diógenes Cassamá, a sua atribuição foi uma surpresa para ele e para
grupo, porque havia muitos países que investem muito mais na cultura do que a
Guiné-Bissau, acrescentando que o grupo era apenas um aventureiro naquele
certame tendo em conta o nível da organização cultural de outros países concorrentes.
"Arrebatamos o prémio pelo valor de originalidade da nossa
cultura, enquanto trabalhávamos pensando que o nosso esforço internamente não
estava a ser observado com muita atenção” realçou Cassamá." ANG/ jornal Nô Pintcha
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