OMS pede que
tuberculose não seja descurada em clima de pandemia
Bissau,25
Mar 20(ANG) - - A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu terça-feira às
autoridades de saúde para não descurarem o tratamento das vítimas de
tuberculose, que estão em risco acrescido com a pandemia de Covid-19, noticiou
a Lusa.
"As autoridades de saúde devem manter o apoio aos
serviços essenciais para a tuberculose, incluindo durante emergências como a
Covid-19", destaca a organização no Dia Mundial da Tuberculose.
A OMS prevê que "pessoas doentes com tuberculose
e Covid-19 poderão ter resultados piores no tratamento, sobretudo se o
tratamento da tuberculose for interrompido".
"A pandemia de Covid-19 está a ilustrar como as
pessoas com doenças pulmonares e sistemas imunitários enfraquecidos são
vulneráveis", afirmou o director geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.
O responsável lembrou que "o mundo comprometeu-se
a acabar com a tuberculose em 2030 e melhorar a prevenção é a chave para
conseguir este objectivo. Há milhões de pessoas que precisam de ser tratadas
preventivamente para evitar o aparecimento da doença, evitar o sofrimento e
salvar vidas".
Os doentes com tuberculose, que tem sintomas comuns
com a COvid-19, como tosse, febre e dificuldades respiratórias, devem
"tomar precauções para se protegerem da Covid-19 e continuar o seu
tratamento".
A OMS defende que é preciso "limitar a
transmissão de tuberculose e de Covid-19 em ambientes comuns e em instalações
de saúde".
Embora os métodos de transmissão das duas doenças
sejam ligeiramente diferentes, aplicam-se a ambas medidas preventivas como
"controlo e prevenção de infecções, etiqueta com a tosse e segregação de
casos suspeitos".
Para ambas as doenças são essenciais "teste de
diagnóstico fiáveis" e deve garantir-se tratamento anti-tuberculose para
todos os afectados pela doença, incluindo os que estejam de quarentena por
suspeita de estarem também infectados com o novo coronavírus.
A OMS afirma ainda a importância de "prevenir
toda e qualquer estigmatização ou discriminação de pessoas afectadas por
qualquer destas doenças, respeitando a confidencialidade e a protecção dos
direitos humanos".
Estima-se que cerca de um quarto da população mundial
está infectada com a bactéria que causa a tuberculose. Embora possam não estar
doentes nem contagiar ninguém, estão em risco acrescido de desenvolver a
doença.
Este ano, o lema do Dia Mundial da Tuberculose é
"Está na altura", defendendo-se a necessidade de aumentar e garantir
o financiamento para o tratamento, combatendo estigmas e salvaguardando os
direitos das pessoas.
A tuberculose, salienta a OMS, ainda é a doença
infecciosa que mais mata em todo o mundo: em 2018, morreram 1,5 milhões de pessoas,
251.000 das quais com HIV, o que as torna especialmente vulneráveis.
Nesse ano, registaram-se 10 milhões de novos casos,
meio milhão dos quais da estirpe resistente aos tratamentos existentes,
estimando-se que três milhões ficaram por diagnosticar.
Em 2019, foram precisos 10 mil milhões de dólares para
tratar a doença, mas faltaram 3,3 mil milhões para atingir essa meta.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da
covid-19, já infectou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais
de 15.100 morreram.ANG/Angop
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