Bissau,20 Mar 20(ANG) – O ministro da Presidencia do
Conselho de Ministros e porta-voz do Governo declarou quinta-feira que as autoridades guineenses estão atentas aos "gulosos" que aumentam
os preços dos bens essenciais.
A reação do Governo surge depois que, na quarta-feira, vários produtos
de necessidade básica e alimentares terem passado a ser vendidos mais caros no
país, com o anuncio pelo Governo do
fecho dos mercados no quadro da prevenção contra coronavírus.
"A
especulação é um atentado daquilo que nós chamamos os gulosos. O guloso mesmo
que tenha milhões é sempre guloso e quer mais", afirmou Mamadu Serifo
Jaquité, ministro da Presidência do Conselho de Ministros do Governo de Nuno
Nabian, nomeado primeiro-ministro pelo autoproclamado Presidente guineense,
Umaro Sissoco Embaló.
As
autoridades guineenses anunciaram na quarta-feira um conjunto de medidas de
prevenção contra o novo coronavírus, Covid-19, incluindo o encerramento de
fronteiras e de escolas e de espaços comerciais não essenciais, bem como de
outros locais onde possa haver aglomeração de pessoas, como restaurantes, bares
e discotecas.
Apenas
podem ficar abertos supermercados e estabelecimentos que vendam produtos de
necessidade básica e alimentares e farmácias.
Na
sequência da decisão do Governo, os preços de produtos como o arroz, base
alimentar dos guineenses, óleo, açúcar e sabão aumentaram nos mercados, que
também foram encerrados a nível nacional.
"O
Estado, na sua qualidade de regulador, estará presente para regular a execução do
preço dos produtos no mercado. Existem normas. Estaremos atentos à verificação
daquele teto estabelecido sobre os produtos e se for detetado alguém a
infringir as regras, existem normas sancionatórias para cada caso",
salientou Mamadu Serifo Jaquité.
Nas
declarações aos jornalistas, Mamadu Serifo Jaquité lembrou aos guineenses que a
Guiné-Bissau tem muitas debilidades e que foi preciso impor aquelas medidas.
"A
Guiné-Bissau conhece perfeitamente bem quais são as suas dificuldades
sanitárias e não podemos esperar pelos casos para começar a prevenção. O
Governo ouviu o alerta da Organização Mundial de Saúde e pela sua importância e
responsabilidade foi preciso, no quadro da Constituição, tomar medidas",
salientou.
As
autoridades guineenses têm tentado sensibilizar a população para a importância
da prevenção, nomeadamente da lavagem das mãos, do Covid-19.
Na
Guiné-Bissau ainda não foi registado qualquer caso, mas nos países vizinhos, no
Senegal e na Guiné-Conacri, há casos de Covid-19, bem como nos países onde
residem as maiores comunidades emigrantes de guineense, nomeadamente Portugal,
Inglaterra, França, Espanha e Itália.
O novo
coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil
pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.
Das
pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.
Depois
de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e
territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma
situação de pandemia.ANG/Lusa
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