Só quatro Estados-membros pagaram
quotas de 2019 e estão em atraso 1,3 ME
Bissau,
17 mar 20 (ANG) – O valor das quotas em dívida dos Estados-membros da CPLP está
a agravar-se, com apenas quatro destes a pagarem as contribuições obrigatórias
de 2019, ficando em dívida 1,3 milhões de euros, segundo dados oficiais.
Segundo
a Lusa, só Portugal (590.735 euros), Cabo Verde (41.808 euros), Timor Leste
(202.543 euros) e Angola (589.291 euros) cumpriram até agora o pagamento das
quotas de 2019. Os três primeiros pagaram no exercício devido enquanto Angola
liquidou a sua quota já em Janeiro deste ano.
Assim,
o secretariado-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
contou com apenas 31% do total do orçamento aprovado para 2019, ou seja, cerca
de 835 mil euros.
Mas
mesmo depois de Angola cumprir o pagamento da sua contribuição, o valor das
quotas em dívida, só do ano de 2019, ainda é superior ao montante já pago,
atingindo 1,3 milhões de euros, com os atrasos de Brasil (768.453 euros),
Guiné-Bissau (41.808), Guiné Equatorial (204.295), Moçambique (252.233) e São
Tomé e Príncipe (41.808).
Já em
relação a 2020, até agora, só Portugal pagou a quota. A contribuição anual do
país, de 590.735 euros, foi paga antecipadamente, em Dezembro de 2019, ainda de
acordo com os mesmos dados a que a Lusa teve hoje acesso.
Os
atrasos nas quotas, tem dificultado o funcionamento do secretariado-executivo
da CPLP e a implementação das iniciativas adoptadas pelos órgãos de decisão da
organização, referiu à Lusa uma fonte da CPLP.
Em
2017, os Estados-membros da organização deviam 1,7 milhões de euros em
contribuições em atraso de vários exercícios, mais de metade do orçamento anual
da CPLP.
Aquele
montante significava já um aumento face ao valor total de contribuições em
atraso no ano de 2016, que era de 817.873 euros.
Anualmente,
a CPLP deveria receber em contribuições dos seus Estados-membros cerca de 2,7
milhões de euros por ano. Assim, só em 2017 ficou com um saldo negativo nesta
rubrica de 1,1 milhões de euros.
O
Brasil é o país que tem a maior quota para a organização, com um valor de
768.453 euros anuais, seguido de Portugal, com 590.735 euros, e de Angola, com
589.291.
Cabo
Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe têm uma quota idêntica, de 41.808
euros. A Guiné Equatorial e Timor-Leste deveriam pagar cada um 204.295 euros
anuais de quota e a Moçambique cabe uma contribuição de 252.233 euros.
Em
2017, Angola tinha em atraso apenas o valor de uma contribuição anual, ou seja,
589.291 euros, enquanto Moçambique devia um montante de 452.233 euros e Cabo
Verde de 62.710 euros.
Já São
Tomé e Príncipe tinha por pagar 16.801 euros e a Guiné Equatorial tinha um
valor em atraso de 612.887 euros, ou seja, equivalente a três anos. Mas segundo
fonte oficial, este país, que aderiu à organização em 2014, já tinha liquidado
tudo e não tinha de quotas em atraso, à data em que foi divulgado o documento
aprovado no Conselho de Ministros do Mindelo, em Julho de 2019.
Quanto
ao ano de 2016, Angola e Brasil, tal como consta do quadro 17,1 das
demonstrações financeiras de 2017, não tinham contribuições em atraso. E
Portugal também não devia contribuições à organização, segundo documentos das
contas.
Mas
todos os outros Estados-membros tinham valores em atraso.
Timor-Leste
e Guiné-Bissau terão corrigido, entretanto, a situação, enquanto outros Estados
foram acumulando valores mais altos em dívida, com excepção de São Tomé e
Príncipe, que fez baixar o seu valor em atraso de contribuições de 41.808 euros
para 16.801 euros.
Integram
a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. ANG/Inforpress/Lusa
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