Bissau,
12 mar 20 (ANG) - O ministro da Defesa do Governo de Nuno Nabian, general
Sandji Fati, afirmou quarta-feira que "não há caça às bruxas" na
Guiné-Bissau e que a segurança passou a ser garantida pelos guineenses, depois
do acantonamento da força internacional.
"Qualquer
Governo, qualquer Estado tem obrigação e responsabilidade, é a sua função
primária, garantir a segurança e o
bem-estar da população e nesse âmbito as forças de defesa e segurança da
Guiné-Bissau, enquanto país soberano, tem direito efetivamente a dar essa
garantia e proteção", afirmou Sandji
Fati à Lusa.
O
general explicou que o mandato da Ecomib, força de interposição da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) destacada no país desde
2012, está no fim, termina em 30 de março, e nesse sentido decidiu-se pelo
acantonamento e desmontagem do dispositivo, que teve início terça-feira.
"Portanto,
foi só isso que aconteceu e é normal que quando as pessoas não têm informação,
que se entre em pânico e não nos cabe fazer outra coisa senão proteger essas
individualidades e as instituições", afirmou.
O
ministro da Defesa do Governo de Nuno Nabian disse que a Ecomib foi retirada da
Presidência da República e do próprio presidente da Assembleia Nacional
Popular, salientando que todos vão passar a ser protegidos pelas forças
nacionais, incluindo ex-governantes.
"Vai
ser-lhes garantida essa proteção e segurança, não há nenhum alarido a pensar
que é caça às bruxas", afirmou.
"São
as forças armadas e de segurança da Guiné-Bissau que estão a assumir a
responsabilidade que lhes é conferida pela Constituição", salientou.
Questionado
sobre a denuncia feita pelo primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, ao
início de quarta-feira de que a sua residência privada estava "cercada de
militares fortemente armados", sem o seu conhecimento, Sandji Fati disse
que o aconteceu foi a mudança de segurança e "mais nada".
"O
Presidente da República também já não tem forças da Ecomib, o presidente da ANP
também não. É uma situação normal", salientou.
Nas
declarações à Lusa, Sandji Fati disse também que haverá uma cerimónia para ser
assinalado o fim da missão da Ecomib, em que será prestada honra ao estandarte
da missão.
"É
de se lhes tirar o chapéu porque não foi fácil, estamos a falar de um período
muito conturbado em 2012, foram feitas várias eleições, desde 2014, estas
últimas, e mantiveram aquela posição e revelaram profissionalismo", disse.
ANG/Lusa
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