Governo
diz que investidura de Umaro Sissoco Embaló foi feita de acordo com os
resultados confirmados pela CNE
Bissau, 04 mar 20 (ANG) – O
Governo liderdo pelo Nuno Gomes Nabian disse que a investidura do Presidente
eleito Umaro Sissoco Embaló foi feita de acordo com os resultados confirmados,
várias vezes, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que obedeceu todos os
trâmites previstos na Constituição e no Regimento da Assembleia Nacional
Popular (ANP).
A declaração consta no
primeiro Comunicado de Conselho de Ministros do governo liderado pelo Nuno
Gomes Nabian enviado terça-feira â ANG.
No comunicado, o executivo disse
que o bloqueio a que o país está mergulhado se deve as “manobras dilatórias” da candidatura de
Domingos Simões Pereira de utilizar expedientes ilegais solicitando ao Supremo
Tribunal de Justiça decisões sem qualquer enquadramento legal, nomeadamente a
recontagem de votos ou anulação das eleições podendo agudizar a frustração da
população e agravar a situação da segurança.
A mesma nota refere que o
candidato derrotado, Domingos Simões Pereira na presença de altos
representantes da comunidade internacional reconheceu os resultados, tendo
telefonado para o Presidente eleito e lhe ter transmitido as suas felicitações
e votos de sucesso.
Acrescentou que após o
anúncio de resultados pela CNE, Domingos
Simões Pereira entra com uma ação de impugnação no Supremo Tribunal de Justiça
pedindo a reabertura e a recontagem dos
votos, o que para o atual governo, não está na lei eleitoral.
“Convém salientar que esta
ação de impugnação não se enquadra no contencioso eleitoral guineense na medida
em que este pressupõe um recurso para o STJ com base nas decisões tomadas pelos
órgãos da administração eleitoral , a CNE e Comissões Regionais de Eleições,
sobre as reclamações oportuna e tempestivamente apresentadas pelos delegados
dos candidatos, como manda artigo 140º e seguintes da lei nº10/2013 de 25 de
Setembro Lei eleitoral”, referiu o mesmo comunicado.
Diz ainda que ao arrepio da lei eleitoral, o
candidato derrotado deu entrada no STJ uma ação de impugnação das eleições sem
ter apresentado nenhuma reclamação junto à CNE, que tenha merecido uma decisão
sobre a qual poderia impor recurso.
O Governo afirma no
comunicado que o STJ decidiu admitir a
ação de impugnação das eleições como se de recurso contencioso tratasse ao
arrepio da lei eleitoral e da jurisprudência do próprio tribunal.
“O mais aberrante foi a
decisão plasmada no acórdão nº1/2020 que, em vez de pronunciar sobre o pedido
do recorrente e as questões prévias levantadas pela CNE na sua contra-alegação,
decidiu pronunciar sobre questões que não foram suscitadas pelas partes, facto
que de “per si” torna a decisão nula, nos termos do artigo 668º,nº1, d) do
Código do Processo Civil”, referiu.
Adiantou no mesmo documento que
o STJ não pode decidir arbitrariamente, ignorando a lei sobretudo quando essa
decisão pode pôr em causa a paz social.
“O acórdão nº1/2020 do STJ é
uma decisão definitiva que apenas recomendou a CNE o cumprimento de uma
formalidade preterida, quão seja a elaboração da ata de apuramento nacional. A
CNE cumpriu com a formalidade exigida no acórdão nº1/2020, tendo elaborado a
ata de apuramento nacional e publicado os resultados definitivos”,sublinhou.
O governo informa que em
resposta a um pedido de aclaração da candidatura de Domingos Simões Pereira, o
STJ decide ampliar a decisão contida no acórdão nº 1/2020, tendo exigido a CNE
a repetição “ab initio” do apuramento nacional onde esta instituição repetiu
mais uma vez as referidas opeções sob a égide da Comunidade Económica dos
Estados de África Ocidental (CEDEAO), tendo assim reconfirmado a vitória do
Umaro Sissoco Embaló.
A nota refere que as novas
autoridades estão determinadas em reunir todos os guineenses para participar na
estabilização política e social do país e no esforço de reconstrução nacional,
sublinhando que as forças de defesa e segurança apenas obedecem a ordens
legítimas das autoridades.
O novo Governo manifestou a
disponibilidade de trabalhar em comunhão de esforço com todas forças vivas da
nação em prol da paz, estabilidade e desenvolvimento.
“Apela a Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e toda a comunidade
internacional a apoiar as aspirações do Povo guineense livremente expressas nas
urnas”, lê-se no comunicado.ANG/DMG/ÂC//SG
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